Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Reflexão
26/05/2005 (Nº 13) O exemplo de Karol Wojtyla
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O exemplo de Karol Wojtyla

 

Em 2 de abril de 2005 às 21h37 [16h37 de Brasília] morreu o Papa João Paulo II, em seus aposentos, no Palácio Apostólico no Vaticano.

 Um exemplo de integridade, um exemplo de amor, um exemplo de valores!

Karol Wojtyla perdeu a mãe um pouco antes de completar nove anos de idade; o irmão mais velho (médico), faleceu dois anos depois, de escarlatina, e seu pai se foi antes que ele completasse 22 anos. Wojtyla ficou sozinho, sem parentes. Nesta época já era universitário em Cracóvia, sonhava com uma carreira na área artística.

A vocação para o sacerdócio despertou logo após a invasão da Polônia pelas tropas de Hitler. A Igreja Católica, que em outras guerras funcionara como um refúgio, desta vez era perseguida. Os nazistas fecharam os seminários, mas em um seminário clandestino Wojtyla deu início a sua missão.

Nessa época, trabalhava durante o dia como operário numa fábrica de soda cáustica e à noite tinha aulas com os padres.

Foi ordenado padre no dia 1º de novembro de 1946. Tornou-se bispo aos 38 anos e em 1963 se tornou arcebispo. Como falava onze línguas diferentes, aos 47 anos, tornou-se um dos mais jovens cardeais do mundo.

Em 16 de outubro de 1978, com 58 anos, Karol Wojtyla, foi ordenado Papa sendo chamado de João Paulo II. Era capaz de submeter-se a um ritmo pesado de trabalho, característica comum entre padres poloneses, que conviveram às duras penas com o comunismo.

João Paulo II foi um Papa com visão global, ele rompeu velhos dogmas, quebrou paradigmas, fez questão de falar ao mundo, não só aos católicos. Reabilitou oficialmente Galileu, reconheceu que Galileu foi um bom cristão e que sua teoria era justa... Isto, depois de mais de 300 anos.

Já ao sugerir que a Bíblia fosse lida, não de "maneira literal", mas “simbólica” João Paulo II reconhece que o aparecimento do homem não tem nenhuma relação com a história de Gêneses.

No documento Memória e Reconciliação: a Igreja e as Culpas do Passado, o Papa em nome da Igreja, pede perdão por pecados cometidos ao longo da história, como: guerras religiosas, atitudes da Igreja contra os direitos de liberdade religiosa, pecados contra os judeus e a dignidade humana em geral, contribuindo, assim, para a aproximação e reconciliação com outras religiões.

Pregou em uma igreja Luterana, foi o primeiro papa a visitar uma sinagoga, em Roma, assim como também visitou a sinagoga de Auschwitz. Estimulou o diálogo com Muçulmanos participou de eventos ecumênicos e com outras igrejas, cristãs e não-cristãs

Em 1994, foi escolhido como Homem do Ano, pela Revista americana Times, devido a sua força moral. Numa época em que tantas pessoas lamentavam o declínio dos valores, segundo a revista, era notável o esforço que o Papa fazia para propagar sua visão de uma vida reta, convidando o mundo a fazer o mesmo.

E não devemos esquecer que João Paulo II era movido pela fé que tinha em sua missão... Ele fez isso até o fim.

Eu tenho o costume de “desculpar” algumas atrocidades cometidas pelos seres humanos, por este ou aquele ter vivido momentos difíceis em sua vida, momentos como ter ficado órfão ainda quando criança, ou ter participado de guerras, ou ter sido perseguido...

A História de Karol Wojtyla, veio para desmistificar estes conceitos.

Na minha opinião sempre existirão aqueles que não sabem amar, e então não serão amados. Aqueles que não são capazes de saber quais são os verdadeiros valores da vida, que jamais saberão a diferença entre o ser e o ter, pois não são capazes de apreciar o sorriso de uma criança, um lindo por de sol; a delícia de um “banho de chuva” depois de um dia exaustivo e quente; a maravilha que é o nascimento de uma criança; de plantar uma árvore; de ouvir o canto dos pássaros...

Mas para compensar sempre existirão “Karois Wojtylas”, para nos lembrar que estamos aqui por um mundo melhor, para aqueles que sabem!

João Paulo II, obrigada!

Um beijo, Marina

 

MSc. Marina Strachman Arquiteta e Urbanista, Especialista em Educação Ambiental e Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. marinastrachman@yahoo.com.br

 

Fontes:www.estadao.com.br/especial/papa/missao.htm, www1.folha.uol.com.br/folha/mundo, www.educacional.com.br/noticiacomentada

Ilustrações: Silvana Santos