Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Artigos
07/12/2014 (Nº 50) O LIXO NA VISÃO DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: ESTUDO DE CASO
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1922 
  

O LIXO NA VISÃO DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: ESTUDO DE CASO

 

 

David Correa de Andrade, david-andrade27@live.com (Universidade Estadual Vale do Acaraú);

Bethânia Alves Sena, betalsena@yahoo.com.br (Universidade Federal do Pará).

 

 

Resumo

Este trabalho teve como objetivo verificar o conhecimento dos alunos do 7° ano do município de Ananindeua-PA sobre lixo. Utilizamos um questionário fechado que abordava sobre a temática. Os resultados nos mostrou que, o conhecimento destes educandos ainda era considerado restrito, porém, a partir do momento que lhes foi ensinado sobre o assunto tudo ficou mais fácil. Diante dos resultados, vê-se a necessidade de propor mudanças, sensibilizando os envolvidos na pesquisa, a fim de mostrar-lhes a necessidade de se conhecer mais o problema para que se assumam novas posturas referentes à questão ambiental e do lixo em seu município.

 

Palavras-chave: Lixo; Educação Ambiental; Conhecimento.

 

Introdução

A construção do amanhã exige novas atitudes de cidadania, embasadas nos ensinamentos da ecologia e do desenvolvimento sustentável. Acredita-se que o melhor resultado teremos no futuro quando as crianças de hoje, que estão tendo contato com o tema, começarem a aplicar seus conhecimentos em educação ambiental.

A palavra lixo deriva de lix, é de origem latina e significa “cinza”, daí sua definição de sujeira (RODRIGUES; CAVINATTO, 2002). O lixo é um elemento inerente à humanidade, principalmente ao modo de vida do homem urbano, sempre buscando materiais nos mais diversos pontos do planeta e concentrando-os nas cidades para atender as suas necessidades. Com vistas ao conforto, ainda cria produtos de difícil assimilação, especialmente quando se trata de processos naturais.

Neste trabalho, queremos discutir a percepção dos alunos do 7° ano em relação à questão do lixo, e de que forma o mesmo pode atuar em relação à qualidade, e à  destinação do lixo.

 

Objetivo

Geral

Realizar um estudo de caso relacionando a formação do lixo e a importância da reciclagem.

 

Específico

Ø  Avaliar o grau de conhecimento sobre a importância do lixo;

Ø  Identificar, a partir de questionários se esses alunos conhecem o destino desse lixo;

Ø  Mostrar de que forma podemos diminuir o lixo doméstico. 

 

Material e Métodos

Realizou-se um estudo com alunos do 7° ano, em que os dados foram obtidos por meio de questionário aplicado aos alunos durante o mês de março de 2013.

A coleta de dados foi realizada através de um questionário estruturado contendo cinco questões fechadas de maneira que fosse possível alcançar os objetivos da pesquisa e criar um espaço para reflexão por parte dos estudantes.

 

Resultados e Discussão

Participaram da pesquisa 30 alunos, com idade variando entre 10 a 11 anos. Na primeira questão, perguntamos para os alunos se eles sabiam o que é coleta seletiva? Dos participantes, 73% sabiam o que era coleta seletiva, enquanto 27% não souberam responder o que era coleta seletiva.

A coleta seletiva é a triagem, reciclagem e reuso - e encaminhamento do restante do lixo para os aterros sanitários (PENTEADO, 2011). A Coleta seletiva de lixo domiciliar tem sido confundido com a própria reciclagem. Trata-se, no entanto, de uma etapa do processo de triagem dos resíduos, passíveis de reciclagem.

É uma operação que facilita o reuso, o reaproveitamento e a reciclagem dos materiais presentes no lixo.

Consiste em coletar separadamente os materiais recicláveis encontrados no lixo, após o acondicionamento diferenciado realizado pelos próprios geradores.

Na questão seguinte, os alunos foram questionados sobre qual o destino do lixo da sua casa. 60% afirmaram que o destino do seu lixo é a coleta seletiva, 36% não souberam o destino do lixo e 4% afirmaram que queimam a maior parte do lixo produzida em casa.

Segundo James (1997), o homem é tão eficaz na produção de lixo, quanto a natureza na reciclagem de seus resíduos. Naturalmente, pode ocorrer a decomposição e reciclagem do lixo humano. Porém, boa parte sobrecarrega o sistema, sem contar que muitas substâncias manufaturadas pelo homem não são biodegradáveis, isto é, não se decompõem facilmente. Um exemplo destes materiais é o vidro, a lata e alguns plásticos que não são biodegradáveis e levam muitos anos para se decompor. Esse lixo pode rapidamente provocar poluição.

Resende e Roselen (2010) afirmam que, na maioria das cidades brasileiras, o lixo coletado tem destinação inadequada, sendo disposto em lixões a céu aberto, causando vários problemas ambientais, como: o mau cheiro devido à decomposição de restos de animais e alimentos, a poluição do solo e das águas subterrâneas e superficiais pela infiltração dos resíduos do lixo, e também problemas de saúde pública, como a proliferação de de moscas e baratas, mosquitos e ratos que, em contato com o homem, transmitem doenças.

Na próxima questão os alunos foram questionados se há reaproveitamento de materiais em casa. 57% disseram que sim, e 43% dizem que não, e afirmaram que o lixo são jogados no “lixão”.

O reaproveitamento e o tratamento dos resíduos são ações corretivas cujos benefícios podem ser a valorização de resíduos, ganhos ambientais com a redução do uso de recursos naturais e da poluição, geração de emprego e renda e aumento da vida útil dos sistemas de disposição final. Essas ações devem ser precedidas de estudos de viabilidade técnica e econômica, uma vez que fatores como qualidade do produto e mercado consumidor podem ser restritivos ao uso de algumas dessas alternativas (ZANTA & FERREIRA, 2003).

Perguntamos aos alunos se há preocupação em diminuir o lixo em suas casas. Dos entrevistados, 73% afirmaram tem preocupação com o destino do lixo e 27% afirmaram que não.

CAVALHEIRO (2008) afirma ser de extrema importância a abordagem de assuntos ambientais em instituições de ensino, e acrescenta que o educador deve promover um trabalho permanente de conscientização e sensibilização dessas questões (CAJAIBA & SANTOS, 2014).

Na última pergunta os alunos foram questionados se já haviam visitado lixão. 83% disseram que não haviam visitado o lixão, 17% responderam que já haviam visitado o lixão.

Segundo Assis (2007), a educação ambiental num contexto de sociedade pode permitir a compreensão das características complexas do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que conformam os seres vivos, com vistas a utilizar racionalmente os recursos naturais. Para fazê-lo, a EA deve capacitar ao pleno exercício de cidadania, através da formação de uma base conceitual abrangente, técnica e cultural, o direito à informação e o acesso às tecnologias capazes de viabilizar o desenvolvimento sustentável.

Acredita-se que é necessário, a implantação da EA voltada para a temática sobre o lixo com os alunos do ensino fundamental, tendo em vista que os mesmos precisam apresentar conhecimento sobre o tema pesquisado.

 

Conclusão

Conclui-se com esse trabalho que os alunos do 7° ano já apresentam conhecimento previo/cotidiano a respeito do lixo, e durante este estudo foi possível perceber que os educando aprofundaram seus conhecimentos e passaram a entender os conceitos de educação ambiental, lixo e coleta seletiva.

 

 

 Referências bibliográficas

 

 

ASSIS, C.M. Subsídios para o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos nos municípios de Padre Paraíso e Francisco Badaró – Vale do Jequitinhonha-MG. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) UFMG, 2007.

 

CAJAIBA, R.L.; SANTOS, E.M. Conhecimento dos alunos do ensino fundamental sobre coleta seletiva: um estudo de caso no município de Uruará-PA. Enciclopédia Biosfera, 2014.

 

CAVALHEIRO, J. Consciência Ambiental entre Professores e Alunos da Escola Estadual Básica Dr. Paulo Devanier Lauda. Monografia em Educação Ambiental. Universidade Federal de Santa Maria, 2008, 61p.

 

JAMES, B. Lixo e reciclagem. São Paulo: Scipione. 1997 p.11

RESENDE, T. M; ROSELEN, V. S. O lixo nosso de cada dia: um trabalho de Educação Ambiental com alunos do 6º ano (Ensino Fundamental) da Escola Estadual Padre Eustáquio – Iraí de Minas/MG, na busca por um consumo consciente e diferenciado. Revista Eletrônica de Geografia. v.2, n.4, p.93-119, jul. 2010.

 

RODRIGUES, Francisco Luiz. Lixo: de onde vem? Para onde vai? São Paulo; Editora Moderna, 2002, 80p.

 

Secretaria do Meio Ambiente / Coordenadoria de Educação Ambiental. Guia Pedagógico do Lixo. 6ª edição (revista e atualizada) São Paulo: SMA/CEA, 2011.

 

ZANTA, Viviana Maria e FERREIRA, Cynthia Fantoni Alves. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos. Disponível em:. Acesso: 04 ago. 2014.

Ilustrações: Silvana Santos