Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Breves Comunicações
04/09/2014 (Nº 49) O TEMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1870 
  
A Sample X-Meeting Abstract Formatted Using Word

 

 O TEMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE 

 

 

 

 

1. Wanderson Lyrio Bermudes (Engenheiro de Produção, Mestre em Tecnologia Ambiental – Faculdades Integrada de Aracruz/ES. Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Espirito Santo.).

 

2. Eliane Valéria de Barros (Química, Especialista em Educação Profissional Técnica Integrada ao Ensino Médio. Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Espirito Santo. Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Espirito Santo.).

 

 

 

Resumo

Esse trabalho tem como objetivo abordar a metodologia de ensino e a importância do conhecimento ambiental no curso profissionalizante de Técnico em Segurança do Trabalho de uma Instituição Federal de Educação Profissionalizante, para o mundo do trabalho, de forma a estimular a participação do novo profissional na preservação do meio, no desenvolvimento de atividades com menor impacto ambiental e na gestão ambiental da empresa. O estudo descreve a forma de abordagem do tema ambiental para o curso profissionalizante em Técnico de Segurança do Trabalho e de que maneira esse profissional pode contribuir com aplicação de técnicas já consagradas e testadas, para aproveitamento e redução de resíduos gerados na atividade industrial, orientação aos trabalhadores sobre a preservação ambiental e auxilio ao atendimento das legislações sobre as questões ambientais pertinentes a empresa no sentido de apoio técnico para integrar as ações de proteção à saúde e segurança do trabalhador e conservação do meio. Como técnicas procedimentais foram analisados os planos de ensino, formação acadêmica e experiência profissional na área ambiental dos docentes e o Programa de Desenvolvimento de pessoal que orienta quanto a capacitação oferecida aos professores. As análises dos dados foram observadas para a verificação do atendimento à Lei nº. 9.795/1999 que dispõe sobre a política de educação ambiental no Brasil. Como resultado do trabalho foi identificado a necessidade de um conjunto de ações que inclui cursos de aperfeiçoamento com o tema ambiental aos profissionais de educação da escola em estudo, orientação profissional aos discentes sobre destinação e reaproveitamento de resíduos industriais entre outros.   

 

Palavras-chave: Educação Ambiental, Gestão Ambiental, Curso Técnico Profissionalizante, Formação docente, Segurança do Trabalho.

 

 

 

Introdução

A necessidade cada vez mais urgente de preservar os recursos naturais para garantir a vida, o sustento da humanidade e a continuidade do desenvolvimento científico - econômico do planeta Terra é hoje, sem dúvida, o maior desafio pelo qual a humanidade passa. Vencer esse desafio requer mudanças que implicam em repensar o modelo de ações praticadas pela sociedade em especial o alto consumo e a crescente produção industrial.  Há mais de 50 anos Mahatma Ghandi dizia “que a terra era suficiente para todos, mas não para a voracidade dos consumistas” (GADOTTI, 2008).

O modo de produção capitalista enxerga o homem como consumidor e a natureza apenas como matéria-prima infinita. Alterar essa alienação requer mudanças culturais e comportamentais da sociedade e uma das engrenagens que pode contribuir para o início dessa mudança que é a Educação Ambiental – EA (GUIMARÃES, 2004).

Segundo Jacobi (2003), a Educação Ambiental tem papel fundamental no sentido de informar sobre os possíveis riscos e desafios que a humanidade atravessa no sentido de despertar o interesse da sociedade em preservar o ambiente, e utilizar o poder de criar novas formas para que os diversos grupos sociais se relacionem com o ambiente, estimulando uma sociedade mais consciente ecologicamente em favor da qualidade socioambiental do Brasil e do Mundo.

A Educação Ambiental, na formação de um sujeito, tem como objetivo a criação de uma consciência ecológica crítica (CARVALHO, 2008). Essa “criação” pode ocorrer dentro de uma instituição de ensino (educação formal), voltada para a cidadania, ou também pode vir do estímulo provocado pelos movimentos ecológicos (educação informal) que, ainda hoje, conquistam adeptos (GADOTTI, 2008).

Souza (2004) e Gadotti (2008) descrevem que o processo de educação em conjunto com o tema ambiental deve ter como pilar principal, as políticas públicas voltadas para as comunidades locais, integrando os conceitos ambientais, desenvolvimento econômico e a análise das causas dos maiores problemas ambientais no contexto de determinado grupo de indivíduos, para conseguirmos avançar na proteção do meio de maneira global e estimular essa nova forma de pensar e agir.

Na instituição de ensino profissionalizante, objeto desse estudo, a produção do conhecimento deve contemplar para atendimento ao mercado e a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Federal 9795 de 27 de Abril de 1999) (BRASIL, 1999a), as relações de produção, ambiente e ética, criando um modelo de desenvolvimento com ênfase na sustentabilidade socioambiental, portanto cabe à instituição de ensino a formação de trabalhadores com consciência ambiental, propiciando à indústria maior utilização sustentável de recursos naturais, apoio na redução de contaminantes, segregação e tratamento adequado dos resíduos e participação adequada na gestão ambiental. (BRASIL , 2005).

Como hipótese desse trabalho, pressupõe-se que se o profissional durante sua formação consiga obter conhecimento ambiental aliado ao aprofundamento técnico a partir da inclusão dos temas ambientais nas disciplinas técnicas estudadas, desta forma, este profissional passaria a ser um multiplicador de conhecimento e um sujeito questionador de rotinas de trabalho que causam danos ambientais, realizando competências voltadas para a conservação do meio.

Pesquisar um curso técnico profissionalizante surge pela necessidade de identificar informações essenciais sobre os conhecimentos ambientais oferecidos ao profissional que está inserido no mercado de trabalho, conclusão a que se chega ao ter contato com os egressos do curso de Técnico de Segurança do Trabalho que estão no mercado de trabalho.

Esta preocupação leva ao problema desta pesquisa que forma o conhecimento sobre questões ambientais no curso profissionalizante de Segurança do Trabalho deveria ser apresentado aos educandos de modo que, ao ingressarem no mercado de trabalho, tivessem condições para apresentar sugestões inovadoras, como por exemplo: o aproveitamento de produtos para a redução dos resíduos gerados pela atividade industrial, segregação e destinação adequada de resíduos, eliminando a possibilidade de impactos ambientais em acidentes industriais e contribuindo de forma a integrar a gestão de ações de proteção a segurança e saúde do trabalhador com a de conservação do meio.

 

Objetivos

Objetivo Geral

Identificar como o tema ambiental é abordado, pelos docentes, e a sua relevância para o futuro profissional dos alunos do curso técnico em Segurança do Trabalho em uma Instituição Federal de Educação.

 

Objetivos Específicos

- Analisar a forma de abordagem do tema ambiental por meio da análise crítica dos planos de ensino do curso.

- Identificar a formação acadêmica e experiência profissional dos professores analisados em relação à discussão proposta neste estudo e sua abordagem sobre o tema.

- Verificar a existência e aplicação dos planos de capacitação dos professores dado pela instituição de ensino, na área de educação ambiental como forma de contribuir para o atendimento à Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA).

 

Referencial Teórico

Para proporcionar o conhecimento das legislações pertinentes à sua atuação como novo profissional o Técnico em Segurança do Trabalho tem, durante sua formação, disciplinas que envolvem a elaboração de programas de gestão em segurança do trabalho e em meio ambiente, rotinas de prevenção de acidentes do trabalho. A fim da redução de perdas humanas, ao patrimônio, ao ambiente e ao processo produtivo, descarte adequado aos resíduos, evitando consequência danosa ao mundo de trabalho (CHAIB, 2005 e VEIGA, 2004),

Deste modo, é importante o conhecimento dos temas ambientais na formação básica e técnica para melhor compreensão dos problemas socioambientais, “induzindo aos educandos uma visão da multi-causalidade e das interrelações dos diferentes processos que integram seu mundo de vida”, (LEFF, 2008, p.243), além de auxiliar a empresa no aprimoramento de sua gestão ambiental.

O contato com os temas ambientais ocorre a princípio na interface da sub-área com a educação básica através do estudo das ciências naturais, por meio das ciências biológicas, química, física, matemática e suas tecnologias, de onde herda as bases científicas para as competências técnico-operacionais, no que tange à prevenção da morbidade no trabalho (BRASIL, 2000).

Ao aplicar a temática ambiental, na educação básica, não se discute apenas compreender, e atuar sobre a problemática ecológica, sem estabelecer relação entre esses e o sistema socioeconômico. “Portanto educação ambiental não é ecologia, mas utilizará os conhecimentos ecológicos sempre que for preciso” (PELICIONI; PHILIPPI 2005, p.3).

Porto e Freitas (1997, p. 70) reforçam uma necessidade da relação entre aspectos sociais, saúde do trabalhador e meio ambiente da seguinte forma:

 

Diversos problemas ambientais e de saúde do trabalhador caracterizam-se pela inter-relação de processos sociais, econômicos, tecnológicos, produtivos, biológicos e físicos, de tal forma que o fracionamento do problema em áreas parciais, correspondentes ao domínio de disciplinas específicas, impede a análise e proposição de políticas alternativas somente possíveis pela visão integrada deste conjunto de processos.

 

A Resolução da Câmara de Educação Básica N.º 4/1999 (BRASIL, 1999b), que descreve como competência técnica geral para os profissionais técnicos da área da saúde, dentre outras, relacionadas com o tema meio ambiente a aplicação de princípios e normas de higiene e saúde pessoal e ambiental, somados a identificação e aplicação de princípios e normas de conservação de recursos não-renováveis e de preservação do meio.

O tema ambiental com sua dimensão abrangente (TRISTÃO, 2008), pode na formação técnica contribuir de forma significativa, em direção à sustentabilidade. Para o curso de Técnico em Segurança do Trabalho a abordagem de temas como segregação e descarte adequado de resíduos, métodos de controle de acidentes ambientais e formas de trabalho que causem menor impacto ambiental contribuem para que sejam executadas as teorias e necessidades práticas do mercado de trabalho.

Portanto a Educação Ambiental, quando incorporada à formação profissional, irá incluir uma nova racionalidade ambiental que orienta a transição para um desenvolvimento sustentável: “A formação de uma consciência ecológica; reorganização interdisciplinar do saber, tanto na produção como na aplicação do conhecimento” (LEFF, 2008, p. 135).

 

Metodologia

O estudo descreve a forma de abordagem da educação conforme sua interdisciplinaridade e no tocante à ética ambiental. Além disso, contempla uma verificação do conteúdo programático das disciplinas no curso técnico profissionalizante em relação à legislação brasileira, buscando a identificação de como a discussão ambiental é apresentada durante a formação profissional desses alunos. A análise curricular dos planos de ensino e dos professores desses cursos procura identificar com atenção especial o conhecimento ambiental valorizado, nos planos de ensino, pelos profissionais da área acadêmica e o plano de capacitação dos professores e servidores sobre essa mesma temática, fornecido pela direção da IFE.

A metodologia utilizada para o cumprimento dos objetivos contemplou a elaboração e desenvolvimento de atividades variadas como entrevistas com os professores, análise de documentos da instituição de ensino e documentos oriundos de trabalhos acadêmicos.

Fizeram parte do estudo as pesquisas e artigos sobre o tema e legislações federais e a estadual, com uma abordagem maior sobre a legislação federal haja vista que a instituição de ensino, parte desse estudo, possui vínculo direto com o Ministério da Educação. 

Há necessidade de estimular que o Técnico em Segurança do Trabalho se constitua em um “sujeito ecológico”, ciente do seu papel na preservação ambiental e na identificação das necessidades de mudanças culturais  em busca  de uma sociedade mais justa e menos desigual. Tais observações levaram a alguns questionamentos para os docentes do curso técnico - profissionalizantes em estudo.

Foram questionados aos docentes que assuntos sobre meio ambiente são tratados durante as aulas ministradas e quais os procedimentos utilizados para apresentar os temas referentes à Educação Ambiental, em nível ético, estão sendo aplicados de forma teórica ou prática, junto com a análise do Plano de Ensino da Disciplina. Outra questão refere-se a como os docentes percebem o que a instituição, tem realizado para aperfeiçoamento dos profissionais e qual a importância na promoção de eventos relacionados a esse tema.

Foi analisado o Plano de Desenvolvimento Institucional 2009/2013, o Projeto Pedagógico Institucional e o Programa de Desenvolvimento dos Servidores, com o objetivo de identificar às atuações da instituição no atendimento a legislação sobre educação ambiental, incluindo aos planos de capacitação dos servidores na temática ambiental.

A pesquisa deu-se através das seguintes etapas: Delimitação do grupo a ser estudado, identificação da população envolvida no estudo, pesquisa dos dados nos conteúdos programáticos das disciplinas, verificação da experiência profissional e formação acadêmica dos professores, análise critica dos problemas, entrevistas, indicação das medidas que possam melhorar a situação do problema e ações para promover as soluções dos problemas identificados.

 

Resultados e Discussão

A ausência de profissionais com formação ambiental nas empresas, devido à falta de exigência legal, semelhante a norma regulamentadora de número 04 do Ministério do Trabalho auxiliam na inclusão de tarefas de conservação ambiental para os técnicos de segurança do trabalho (GIONGO, 2009). 

Um ponto a ser destacado nessas entrevistas refere-se ao que o grupo de docentes destacou, informando que a instituição não tem oferecido cursos de capacitação sobre o tema ambiente, o que impede um maior debate com os alunos. Justificam dessa forma o menor aprofundamento do assunto.

A falta de plano de capacitação sobre o tema ambiental aos servidores dificulta a discussão e uma maior análise sócio-política desse assunto no trabalho com os alunos e impede o despertar dos professores sobre a referida temática.

Machado (2008) enfatiza que os professores da educação tecnológica enfrentam novos desafios relacionados às mudanças organizacionais que afetam a qualidade da produção às exigências, sendo necessária a construção e reestruturação dos saberes para que haja intervenções críticas e criativas na atividade laboral.

Na análise das ementas das disciplinas do curso técnico profissionalizante mostra uma abordagem do tema ambiental, muito superficial, pois apenas apresentam o assunto de segurança do trabalho com qualidade de vida do trabalhador, não atendendo ao que preconiza a Lei nº. 9.795/99. Em algumas disciplinas o tema ambiental é citado diretamente através de legislações específicas como o tratamento de resíduos da norma regulamentadora 25 – Resíduos Industriais ou no conteúdo da disciplina de gestão ambiental onde normas de modelo de gestão ambiental, como a NBR-ISO 14001, são trabalhadas dentro da sala de aula.

Em relação ao tema ambiental é percebida uma abordagem apenas técnica do tema, quando os assuntos de preservação ambiental e controle de acidente.  Não foi identificado aspecto ético e político das questões ambientais, o que se relaciona ao que Brügger (2004, p.83) destaca quando afirma que esse tipo de abordagem “não ultrapassa as fronteiras da velha educação conservacionista e não faz jus portanto ao adjetivo a que se propõe”, impactando o debate sócio – político do tema e indo em desacordo com o Programa Nacional de Educação Ambiental.

Quanto à interdisciplinariedade e transversalidade do tema ambiental percebe-se que atende ao artigo 10 da Lei nº. 9795/99, haja vista que a abordagem ocorre nas disciplinas e não como uma matéria especifica.

Em relação aos treze (13) educadores do curso de técnico em segurança do trabalho nove (09) possuem apenas vínculo empregatício com a instituição de ensino, ou seja, não possuem atualmente outro emprego, que pudesse contribuir na sua formação profissional, em se tratando de temas ambientais da industria, além da falta de formação continuada sobre o tema ambiental proporcionada pela instituição de ensino.

Na análise dos cursos oferecidos ou a serem oferecidos pela instituição não foi identificada a preocupação em disponibilizar formação continuada sobre o tema ambiental, seja na dimensão técnica, política ou socioeconômica, conforme exigido pelo Programa Nacional de Educação Ambiental, segundo BRASIL (2005).

Observa-se que a ausência de oferecimento de formação continuada, aos docentes, que aborde as questões ambientais impacta em falha na abordagem do tema aos alunos e na precariedade das discussões técnicas e políticas sobre o tema.

 

 

Considerações Finais

Nesse trabalho concluímos que a forma da abordagem do tema ambiental no curso profissionalizante em estudo não tem permitido uma discussão sobre o aspecto político, sócio e econômico, limitando-se apenas à análise técnica, conforme foi observado nas ementas das disciplinas estudadas e entrevista com os docentes.

Diante desse diagnóstico é possível afirmar que o curso de formação de Técnico de Segurança, na instituição em estudo, necessita ser reformulado de modo a incluir a discussão sobre uma nova consciência socioambiental, incorporando valores éticos e assumindo a dimensão ética e o debate sócio-político previstos na Política Nacional em relação à formação de novos profissionais.

As reuniões periódicas de aprimoramento do curso, que ocorre com a participação de professores e pedagogos, demonstram uma preocupação clara por parte da coordenação do curso, no que se refere ao desenvolvimento do curso, porém faz-se necessário aprimorar os critérios em que será baseado o conteúdo dos planos de estudo e os programas de educação ambiental, para que a inclusão do tema possa ser mais bem abordada e discutida, de forma a estimular os docentes sobre esse tema, criando um pensamento inovador e crítico do aluno e contribuindo para a transformação de uma nova sociedade.

Em relação aos professores entrevistados esses não possuem uma formação acadêmica no tema ambiental e a experiência profissional área é pequena.

A grande maioria dos docentes possui dificuldade em abordar de forma transversal o tema ambiental, apesar da exigência legal, nas suas disciplinas e não identificam ações da instituição de forma a promover maior debate sobre o assunto, e isso dificulta a conexão do aluno com o mundo ‘fora da sala de aula’, sem conseguir a resolução dos problemas que serão vivenciados no seu cotidiano profissional de forma a estimular uma contribuição seja para a organização a qual prestará seus serviços ou para a sociedade.

Segundo Gadotti (2003) o aprender a ser professor tem início e não fim, portanto a formação continuada com a abordagem ambiental deveria ser prática constante, sendo necessário que a instituição promova um esforço maior na formação de educadores ambientais, a partir da inclusão desses cursos no plano de desenvolvimento dos docentes.

Essa demanda de curso pode ser incorporada pelo plano de desenvolvimento institucional ou por solicitação da própria coordenação técnica em que o servidor está trabalhando. 

O Educador precisa também ter compromisso pela causa da Educação Ambiental, buscando estimular no aluno, novo profissional, o estudo de práticas profissionais com menor impacto ambiental, de forma a contribuir com a instituição em que trabalha no desafio maior que é produzir com menor impacto ambiental.

 

Referências

Associação Brasileira de Normas Técnica. ABNT - NBR ISO 14001: 2004 - Sistemas da gestão ambiental - Requisitos com orientações para uso. Data de Publicação: 31/12/2004.

BRASIL. Lei 9795 de 27 de Abril de 1999a. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Legislação Federal.

BRASIL, RESOLUÇÃO CEB N.º 4, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1999b. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico.

BRASIL, Ministério da Educação. Educação Profissional: Referências Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico. Área Profissional: Saúde e Meio Ambiente. Brasília 2000.

BRASIL. Programa Nacional de Educação Ambiental -ProNEA- 2005.

BRUGGER, Paula. Educação ou adestramento ambiental. 3ª Edição – Chapecó: Argos; Florianópolis/SC. Editora Letras Contemporânea, 2004.  

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. – 4. ed. – São Paulo: Cortez, 2008.

CHAIB, Erick Brizon D´Angelo.  Proposta  para  Implementação  de  Sistema de Gestão Integrada de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho em Empresas  de Pequeno e Médio Porte: Um Estudo de Caso da Indústria Metal-Mecânica  [Rio de Janeiro] 2005 XII,  126  p.  29,7  cm  (COPPE/UFRJ, M.Sc., Planejamento Energético, 2005)  Tese  –  Universidade  Federal  do  Rio  de Janeiro, COPPE.

Conteúdos Programáticos das disciplinas técnicas dos cursos de técnico de segurança do trabalho 2010.

GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. Feevale, 2003.

GADOTTI, Moacir. Educar para a Sustentabilidade, 1ª Editora Instituto Paulo Freire, 2008.

GUIMARÃES, Mauro, A formação de educadores ambientais, 2004. 1ª Edição.

JACOBI, Pedro. "Movimento ambientalista no Brasil: representação social e complexidade da articulação de práticas coletivas." Patrimônio ambiental brasileiro (2003): 519-543.

LEFF, Enrique, Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder / Enrique Leff; tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. 6 ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2008.

MACHADO, Lucília Regina de Souza. Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. v. 1, n. 1, (jun. 2008 - ). ISSN: 1983-0408 – Brasília: MEC, SETEC, 2008.

PELICIONI Maria Cecília Focesi e  PHILIPPI Arlindo Jr. Educação Ambiental e Sustentabilidade /, GIL, Antônio Carlos, MUCCI, José Luiz Negrão, PELICIONI, Andréa Focesi, LUZZI, Daniel editores, Barueri, SP: Manole, 2005 – Coleção Ambiental.

PORTO, Marcelo Firpo de Souza  e  FREITAS, Carlos Machado de. Análise de riscos tecnológicos ambientais: perspectivas para o campo da saúde do trabalhador. Cad. Saúde Pública [online]. 1997, vol.13, suppl.2, pp. S59-S72. ISSN 0102-311X.

SOUZA, Celina. "Governos locais e gestão de políticas sociais universais." São Paulo em perspectiva 18.2 (2004): 27-41.

TRISTÃO, Martha. A educação ambiental na formação de professores: rede de saberes. 2ª Edição. São Paulo, Editora Annablume, 2008.

VEIGA, Daniel Faria da. GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NAS PARADAS DE MANUTENÇÃO EM REFINARIA DE PETRÓLEO. Orientador: Fernando de Toledo Ferraz. Rio de Janeiro – UFF 2004 [Dissertação de Mestrado]. Latec – Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente.

Ilustrações: Silvana Santos