Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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O que fazer para melhorar o meio ambiente
04/06/2014 (Nº 48) CONSERVANDO A QUALIDADE E A QUANTIDADE DAS ÁGUAS
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FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL

 

CONSERVANDO A QUALIDADE E A QUANTIDADE DAS ÁGUAS

Leonardo Francisco Stahnke – Biólogo

 

 

 

 

 

A água é um elemento fundamental à vida, motivo pelo qual devemos conservá-la de modo sustentável. Entretanto muitas vezes ficamos em dúvida sobre como contribuir com sua conservação. O primeiro passo em busca dessa sustentabilidade é compreender que dois fatores atuam simultaneamente afetando negativamente a água: a depreciação de sua qualidade, através da poluição por efluentes líquidos, resíduos sólidos e outros contaminantes; e a redução de sua quantidade, ocasionado pelo consumo excessivo, desperdício e desestruturação do seu ciclo natural.

A fim de auxiliar na melhoria desse recurso natural, são apresentadas abaixo algumas dicas simples e importantes:

 

 

QUANTIDADE

QUALIDADE

Fechar a torneira enquanto escovar os dentes, fazer a barba ou ensaboar as mãos;

Não destruir a mata ciliar através de desmatamentos ou queimadas, mas conservá-la e, se possível, plantar mais árvores nativas;

Tomar banhos curtos ou desligar o chuveiro enquanto ensaboa-se;

Comprar e consumir produtos orgânicos (que não utilizaram agrotóxicos nem herbicidas em sua produção);

Não lavar o carro ou a calçada com mangueira, mas reutilizar a água da máquina de lavar, armazenada em baldes, para esse fim;

Não jogar o óleo de cozinha no ralo da pia, mas o acondicionar em embalagens bem fechadas e o destinar para cooperativas que o transformam em sabão ou biocombustível;

Verificar de que não existam vazamentos nas torneiras e canos de sua casa, providenciando a manutenção ou o conserto o mais breve possível.

Descartar o lixo nas lixeiras corretas, evitando que fique solto no solo, que caia em um rio ou entupa bueiros, causando inundações, principalmente resíduos perigosos, como pilhas, baterias, etc.;

Proteger e não aterrar os banhados e áreas úmidas, pois esses desempenham uma função “esponja” na natureza, absorvendo e armazenando a água dos rios nos períodos de cheia e a devolvendo ao rio nos períodos de estiagem;

Exigir que seu município amplie o tratamento de esgotos (ETE) e, quando houver, fazer a sua parte, ligando a sua residência à rede coletora;

Proteger e respeitar as Áreas de Preservação Permanentes (APP), como topos de morro, encostas, nascentes e margens de rios, pois quanto maior a erosão e o assoreamento de um rio, mas rápida a água evapora;

Em caso de habitar uma região ainda sem tratamento de esgoto, pelo menos instale uma fossa séptica e um filtro anaeróbio antes de descartar os efluentes no sumidouro. Uma alternativa inovadora é a instalação de uma técnica chamada de “Sistema de Raízes”, que utiliza tanques cobertos de plantas aquáticas para a purificação da água;

Manter uma área verde em seu quintal, pois a impermeabilização por calçamentos reduz a infiltração no solo e compromete a recarga de aquíferos;

Exigir que as indústrias também realizem o tratamento de esgotos e denunciar aquelas que não o fazem, pois essas são as grandes responsáveis pela contaminação por metais pesados e outras substâncias químicas nas águas;

Substituir a descarga do vaso sanitário por uma descarga inteligente, que diferencia o volume de água usado para o transporte dos dejetos;

Fiscalizar as plataformas de petróleo e o transporte desse recurso, a fim de se evitar derramamentos;

Instalar arejadores de vazão nas torneiras, pois eles produzem uma economia de até 70% no consumo de água;

Utilizar a energia de forma responsável, evitando que mais barragens sejam construídas – o que trás inúmeros impactos socioambientais;

Apoiar e auxiliar na criação de Leis que exijam que novas construções sejam obrigadas a ter sistemas de captação e reutilização da água da chuva. Construir em sua própria residência uma cisterna, mantendo-a sempre limpa e protegida contra possíveis vetores de doenças, como ratos e mosquitos;

Não perfurar poços artesianos sem licença ambiental, pois assim como eles favorecem a retirada de água subterrânea, eles também podem facilitar a infiltração de contaminantes nesses locais;

Evitar culturas vegetais que necessitem grandes quantidades de água para a irrigação e o desvio de rios, preferindo aqueles que utilizam técnicas mais econômicas, como o gotejamento.

Utilizar produtos biodegradáveis que reduzem a eutrofização dos corpos d’água;

 

 

 

Adotando práticas simples em nossos hábitos diários, podemos fazer mais pela Terra – único planeta do Sistema Solar com água nos estados sólido, líquido e gasoso.

 

 


 

 

 

 

A Terra é o único planeta do Sistema Solar com água nos estados sólido, líquido e gasoso – fatores essenciais para o surgimento e evolução de todas as espécies.

Ilustrações: Silvana Santos