Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Breves Comunicações
10/09/2018 (Nº 43) EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE PROGRAMAS VOLUNTÁRIOS
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE PROGRAMAS VOLUNTÁRIOS

 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE PROGRAMAS VOLUNTÁRIOS

 

 

Verushka Goldschmidt Xavier 1

Najara Lourenço dos Santos 2

 

1 Bióloga graduada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), especialista em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Voluntária da Ação Tribos nas Trilhas da Cidadania da ONG Parceiros Voluntários (verushkagxavier@gmail.com).

 

2 Coordenadora da Unidade Parceiros Voluntários de Santa Cruz do Sul (UPV) e acadêmica do Curso de Psicologia da UNISC.

 UPV– Rua Venâncio Aires, 641, sala 4, Centro – Santa Cruz do Sul - RS, Telefone: (51)3713-1400 (upv@aci-scs.org.br).

 

 

 

RESUMO:

 

 

            Realizou-se uma Oficina intitulada Meio Ambiente: trabalhando a educação ambiental através da confecção de origamis, para crianças de 6 e 7 anos de idade, em horário extraclasse, no dia 27 de agosto de 2010, em comemoração ao Dia Nacional do Voluntário, em Santa Cruz do Sul - RS, onde trabalhou-se a questão ambiental de forma lúdica e acessível.

 

Segundo MEDINA, N. M. & SANTOS, E. C. (2003), a Educação Ambiental é um processo que afeta a totalidade da pessoa, portanto, não se trata de somente ensinar sobre a natureza, mas de educar “para” e “com” a natureza; para compreender e agir corretamente ante os grandes problemas das relações do homem com o ambiente. Partindo desse pressuposto, a Educação Ambiental pode ser enquadrada como a incorporação de critérios socioambientais, ecológicos, éticos e estéticos.

 

 E para que isso ocorra, TRAVASSOS, E. G. (2004) traz um exemplo prático. Ele nos diz que não devemos somente incentivar a coleta de lixo para ser reciclado posteriormente, pois os valores consumistas da população tornam a sociedade uma produtora cada vez maior de lixo e, portanto, a necessidade atual é na verdade, a de mudança de valores. E ainda defende que a Educação Ambiental precisa deixar de ser um conceito vago e adquirir um significado comum aos cidadãos, sensibilizando-os, de forma que estimule os membros da comunidade a enxergarem o meio em que vivem como parte de suas vidas, comprometendo-os através da participação social.

 

 E pensando nessa participação social, CARVALHO, I. C. M. (1998) afirma que para que haja uma ação transformadora, quanto ao meio ambiente, é importante que os indivíduos sejam capazes de compreender o que se passa nele, passando da forma passiva para a participação ativa, perguntando, buscando outros pontos de vista, formulando hipóteses, enfim, agindo.

 

Uma ação que vem sendo desenvolvida no cenário da educação são os programas de voluntariado. O Programa Parceiros Jovens Voluntários, da ONG Parceiros Voluntários, engloba várias formas de envolvimento da comunidade escolar com a sua comunidade, estimulando que o jovem atue em seu contexto social, formando um agente mobilizador, articulador frente a desafios cotidianos e sua integração à comunidade, com base na solidariedade e responsabilidade social individual.  Através dessas ações, os jovens se integram a outros grupos, com distintas realidades, participando ativamente na construção de valores sólidos, de modo que contribuem para a transformação da sociedade, inclusive no quesito ambiental. Exemplo desse tipo de atividade é a Ação Tribos nas Trilhas da Cidadania, onde os estudantes, em horário extraclasse, desenvolvem atividades em 3 eixos principais: cultura para a paz, meio ambiente e cultura. Após a escolha do eixo que pretendem trabalhar, os mesmos definem a ação a ser executada: palestras, oficinas, seminários, caminhadas, atividades na própria escola e comunidade, dentre outras atividades (ONG PARCEIROS VOLUNTÁRIOS, 2010).

                               

E ao mencionar a participação ativa dessas instituições, a escola e/ou a comunidade pode e deve ser transformada num grande palco, onde diversos atores se encontram para discutir, construir e enriquecer conceitos, que podem contribuir para a mudança positiva da qualidade ambiental da vida (NOAL, F. O. & BARCELOS, V. H L., 2003).

 

 Para isso, MEDINA, N. M. & SANTOS, E. C. (2003) sugerem que se busquem novas alternativas de aprendizagem, que vislumbrem e incorporem as mudanças pretendidas na formação do indivíduo. Um exemplo dessas alternativas são as atividades didáticas, que fornecem grande ênfase à participação lúdica, espontânea e prazerosa do educando (NOAL, F. O. & BARCELOS, V. H L., 2003). Através dessas atividades, vários conceitos de Educação Ambiental são trabalhados em sala de aula, partindo da criatividade e experiências de cada indivíduo.

 

A partir dessa premissa, realizou-se uma Oficina intitulada Meio Ambiente: trabalhando a educação ambiental através da confecção de origamis, para crianças de 6 e 7 anos de idade, em horário extraclasse, no dia 27 de agosto de 2010, em comemoração ao Dia Nacional do Voluntário, no II Desafio Voluntário, promovido pelas Parceiros Voluntários dos Vales do Rio Pardo e Taquari, visando a divulgação dos programas voluntários para esse público-alvo. Ao todo, mais de 48 mil pessoas foram mobilizadas, nas 88 ações inscritas na região, beneficiando de forma direta e indireta outras 8 mil pessoas (JORNAL EMPRESARIAL ACI, 2010).

 

Primeiramente conversou-se sobre o que é ser um Voluntário. Após, procedeu-se a uma dinâmica de grupo, integrando todos os 14 envolvidos, numa atividade de construção de um boneco. Cada criança recebeu uma tarefa, mas não deveria comentar com o colega ao lado. As tarefas consistiam em desenhar e recortar uma parte do corpo humano. Ao final, as partes deveriam ser unidas. Em seguida iniciaram os comentários. E chegaram à conclusão que, assim como o corpo humano depende de cada parte para se fazer representar no todo, também é igual com o Meio Ambiente. E também definiram que cada um tem responsabilidade para com o todo, correlacionando com o Meio Ambiente, onde afirmaram que todos devem fazer sua parte para termos um ambiente limpo e sustentável.

 

Depois dessa breve discussão sobre o Meio Ambiente e responsabilidades, as crianças iniciaram a confecção dos origamis (FOTOS 1, 2 e 3). A oficina propôs-se à confecção de um sapinho e um cisne. As crianças demonstraram-se eufóricas com a descoberta da possibilidade de transformar o papel em um animal. Após a confecção desses dois exemplares, fizeram comentários sobre o papel desses seres na natureza.

 

FOTO 1 - Início das instruções.

FOTO 2 – Momento da confecção dos origamis.

 

FOTO 3 – Atendimento individualizado.

 

Ao final da oficina, as crianças levaram para casa seus trabalhos confeccionados, juntamente com uma mensagem de solidariedade, que deveria ser entregue aos pais ou amigos incentivando-os à prática do voluntariado, principalmente no setor ambiental. Conforme mencionado anteriormente, não basta dizer que não se deve jogar lixo no chão, mas sim explicar o porquê dessa atitude e o que ela acarreta no futuro.

 

Com isso, a Educação Ambiental permitirá que uma nova interação criadora que redefina o tipo de pessoa que queremos formar e os cenários futuros que desejamos construir para a humanidade, em função do desenvolvimento de uma nova racionalidade ambiental, sendo um processo que afeta a totalidade da pessoa, inclinando para a formação de atitudes e competências como: consciência, conhecimentos, atitudes, aptidões, capacidade de avaliação e de ação crítica no mundo (MEDINA, N. M. & SANTOS, E. C., 2003).

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

CARVALHO, I. C. M. Em Direção ao Mundo da Vida: Interdisciplinaridade e Educação Ambiental. Cadernos de Educação Ambiental. Brasília: IPÊ, 1998.

 

JORNAL EMPRESARIAL ACI. II Desafio Voluntário – Mobilização incentivou a prática do voluntariado. p. 3 Ano XV. Agosto de 2010.

 

MEDINA, N. M. & SANTOS, E. C. Educação Ambiental – Uma Metodologia Participativa de Formação. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

 

NOAL, F. O. & BARCELOS, V. H L. Educação Ambiental e Cidadania – Cenários Brasileiros. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003.

 

ONG PARCEIROS VOLUNTÁRIOS. Parceiros Jovens Voluntários. http://www.parceirosvoluntarios.org.br, acessado em 13 de setembro de 2010.

 

TRAVASSOS, E. G. A Prática da Educação Ambiental nas Escolas. Porto Alegre: Mediação, 2004.

 

 

Ilustrações: Silvana Santos