Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 42) DIAGNÓSTICO DAS ÁREAS VERDES DE ALGUMAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE PATOS: UMA EXPERIÊNCIA SÓCIO- EDUCATIVA
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DIAGNÓSTICO DAS ÁREAS VERDES DE ALGUMAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE  PATOS/PARAÍBA: Uma Experiência Sócio-educativa

 

C.S.Guedes¹ (Carol.guedes26@hotmail.com) Tel.: (83)99931316

M.F.A.Lucena²(mfaraujobotanica@yahoo.com.br Tel.:(83)99586277

 

¹ Graduanda do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande( UFCG-CSTR)

² Profª Dra. da Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande ( UFCG-CSTR)

 

RESUMO - O presente trabalho refere-se ao mapeamento das áreas verdes de algumas escolas municipais de Patos – PB, Brasil. As áreas verdes são espaços que possuem vegetação e que proporcionam lazer e bem-estar ao público destinado. Nas escolas ainda podem atuar como base para aulas ao ar livre. O trabalho foi realizado em 50% das escolas municipais de Patos, as quais correspondem a um número de 16 escolas, onde oferecem desde o Ensino Fundamental I até o Ensino Fundamental II.  A escolha das escolas foi feita a partir de sorteio, onde 9 (nove) bairros da cidade e o distrito (Santa Gertrudes) foram contemplados.

A pesquisa teve início no mês de outubro de 2011, finalizando em março de 2012. O objetivo foi mapear essas áreas, para posteriormente conscientizar a população alvo sobre a importância das mesmas. Inicialmente, foi realizada uma breve diagnose das escolas, seguida do desenvolvimento do trabalho prático. As áreas foram fotografadas e um exemplar de cada planta foi coletado para identificação. Os exemplares coletados foram tombados ao acervo do herbário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande(CSTR). Nas escolas que não possuíam uma área verde, foi aplicado um questionário para saber os reais motivos da ausência dessas áreas. Todas as escolas foram georreferenciadas.  Foram identificadas 18 famílias botânicas e 25 espécies, incluindo árvores, arbustos e ervas. A maioria delas considerada plantas ornamentais. As espécies mais frequentes foram: Ficus benjamina L.(Moraceae), Melia azedarach L.(Meliaceae) e Senna siamea (Fabaceae-Caesalpinoidae).

 

Palavras-chave: diagnóstico, áreas verdes, escolas municipais.

DIAGNOSIS OF GREEN AREAS OF SOME MUNICIPAL SCHOOLS IN        PATOS/PARAIBA: A Socio-Educational Experience

 

 

 

ABSTRACT -- This work consists of the diagnosis of the green areas of some municipal schools in Patos - PB, Brazil. The green areas are areas that have vegetation and providing leisure and well-being for the public. In the Schools can still serve as a basis for outdoor classes. The work was performed in 50% of municipal schools in Patos, which correspond to a number of 16 schools, where they offer from the Elementary School to the Elementary School II. The choice of schools was made from a lottery, where 9 (nine) neighborhoods of the city and the district of Santa Gertrudes were contemplated.  The research began in October 2011, ending in March 2012. The aim was to diagnose these areas to further educate the target population about the importance of them. Initially, we performed a brief diagnosis of the schools, and from there, the development of practical work. The areas were photographed and a copy of each plant was collected for identification. Already in schools that did not have a green area, a questionnaire was given to know the real reasons for the absence of these areas. All schools were georeferenced. We identified 18 plant families and 25 species, including trees, shrubs and herbs. Most of them consists of ornamental plants. The most frequent species were: Ficus benjamina L. (Moraceae), Melia azedarach L. (Meliaceae) and Senna siamea (Fabaceae-Caesalpinoidae). 

 

Keywords: diagnosis, green areas, public schools.

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

            As áreas verdes são de extrema importância para o bem estar de uma população, levando em consideração os seus benefícios, que podem ser imediatos ou a longo prazo. Desse modo, as escolas fazem parte de um conjunto de lugares que necessitam de uma área verde para um melhor acolhimento dos seus dependentes.

            O relacionamento da humanidade com a natureza tem culminado numa forte pressão exercida sobre o meio ambiente (CARDOSO et al, 2007).

            De acordo com a SMMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba, 2011), conservar a natureza no meio urbano, por si só tão artificial e com equilíbrio tão precário, é tarefa essencial para a garantia do convívio saudável dos habitantes com sua cidade. Por isso, faz-se necessário uma maior conscientização das pessoas que habitam esses lugares e que desfrutam do ambiente agradável que uma área verde pode proporcionar.

            Com o crescimento acelerado das cidades as áreas verdes estão diminuindo, isso acarreta uma série de problemas que vão desde sociais e econômicos até um desequilíbrio na saúde pública. Por isso, conservar e ampliar essas áreas nos diversos espaços que compõem uma cidade certamente refletirá em aspectos positivos na qualidade de vida da população. Entre estas, uma possível mudança no comportamento do homem em relação às mesmas, suscitando maior valorização desses ambientes e conseqüentemente uma maior interação com o ambiente em que vive.

            Silva (2010), afirma que as áreas verdes urbanas possuem sua importância no sentido de valorizar seu papel funcional no metabolismo da cidade, ou seja, atuam no conjunto dos fenômenos físicos e químicos mediante os quais se faz a assimilação das substâncias necessárias à vida.

            Segundo Cardoso et al, 2007, a valorização das áreas verdes  no meio urbano junto à conscientização humana reflete aspectos ecológicos que podem ser observados servindo de aprendizado para a criação de uma visão crítica relacionada à interação do homem com o ambiente em que vive.

            . As áreas verdes influenciam direta ou indiretamente no bem estar de uma população, principalmente no que diz respeito aos problemas ambientais que a humanidade vem sofrendo. Esses problemas são frutos de uma má preservação da natureza, devido a uma falta de conscientização das pessoas. Portanto há uma grande necessidade de se trabalhar nessas áreas em conjunto com as escolas públicas.                           

            O crescimento acelerado das cidades, o aumento no número de indústrias nas áreas urbanas fez com que a sociedade, começasse a perceber que, todo este desenvolvimento é acompanhado por uma grande degradação do ambiente: destruição das áreas verdes (AVELAR & NETO, 2008).

            As áreas verdes, além de proporcionar um ambiente agradável para as pessoas, através do fornecimento da sombra das árvores, aspecto paisagístico de diversas plantas herbáceas e arbustivas, beleza com o período de floração e sensação de clima mais ameno, tais espaços são fonte de abrigo e alimento de aves e outros animais associados.

O homem precisa aprender a cuidar e a preservar o ambiente, de uma maneira urgente e sustentável, pois assim estará cuidando de si mesmo  e das gerações futuras que irão usufruir de um ambiente saudável e agradável. Para isso um dos espaços mais indicados para iniciar desde cedo essa prática são as escolas, local de aprendizado, onde as crianças e jovens poderão se tornar cidadãos mais observadores e conscientes desta estreita relação homem-natureza.

O presente trabalho teve como base a falta ou insuficiência de dados sobre a real situação das áreas verdes nas escolas do município de Patos, mesorregião do sertão paraibano. A partir dos resultados obtidos, o trabalho visa uma conscientização posterior por parte das autoridades e das pessoas que compõem o quadro funcional dessas escolas no sentido de melhorar esses locais. Este trabalho irá contribuir ainda para uma possível arborização naquelas escolas que ainda não dispõe de nenhuma cobertura vegetal bem como de um melhoramento ou ampliação dessas áreas naquelas que já as possui.

Com base no contexto apresentado o objetivo deste trabalho foi mapear as áreas verdes em algumas escolas municipais de Patos, Paraíba. Objetivou ainda classificar as espécies vegetais existentes nas escolas, registrar através de fotografias todas essas áreas e ao final do trabalho, buscar conscientizar a população das escolas sobre a importância de uma área verde, através de palestras que serão fornecidas nas escolas sobre o tema em estudo e sugerir melhorias para o acréscimo dessas áreas.

 

2. MATERIAL E MÉTODOS

 

2.1 Localizações das Escolas - Áreas de estudo

 

A cidade de Patos - PB faz parte da mesorregião do Sertão Paraibano e está situada a 300 Km da capital João Pessoa, entre as coordenadas 07° 02’ 44” de latitude e 3° 7’ 28” de longitude, com uma altitude de aproximadamente 243 m. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Patos é de 100.675 habitantes, de acordo com o censo 2010.  Possui clima quente e seco, do tipo semi-árido e ausência de chuva durante a maior parte do ano. A temperatura varia entre 24 a 34°C à sombra e uma média anual de 27,8°C (SILVA, 2010). A vegetação nativa do município de Patos-PB é basicamente arbustiva arbórea fechada (FERREIRA, 2001).  

 A pesquisa foi realizada em 16 escolas municipais as quais estão distribuídas em quatro áreas, conforme divisão estabelecida pela Secretaria de Educação: Área do Jatobá; Área do São Sebastião; Área do Belo Horizonte e Área do Frei Damião.

            As 16(dezesseis) escolas estão inseridas em nove bairros de Patos e 1 (uma) delas no distrito de Santa Gertrudes. (tab.1).

 

2.2 Metodologia

 

2.2.1 Sorteio das Escolas

 

As escolas foram selecionadas através de sorteio, contemplando todas as áreas acima citadas. Para o sorteio foram listadas todas as 37 escolas do município, em folha de papel, posteriormente recortadas e sorteadas uma a uma. A amostragem total foi composta por 18 escolas, correspondendo assim a metade do número de escolas municipais. Por motivo de fechamento de algumas escolas, detectado após o sorteio, incluindo 2(duas) pertencentes a amostra em questão, o estudo foi realizado em 16 escolas.

 

 

 

EDT-Carol monografia 010

Figura 1- Sorteio das escolas

EDT-PA250104

Figura 2- Aplicação de questionários

 

 

 

                                               

                                                                                                                                            


Tabela 1 – Lista de nomes e localizações das escolas pesquisadas.

 

 
 


                            ESCOLAS

 

                       ENDEREÇOS E COORDENADAS

CIEP I - José Genuíno/Napoleão Nóbrega

 

 

CIEP IV – Aggeu de Castro/Alfredo Lustosa

 

 

Escola Especial Irmã benigna

 

 

E.M.E.F. Alírio Wanderley da Nóbrega

 

 

E.M.E.F. Anatildes Aires de Moura

 

 

 

E.M.E.F. Antõnio Guedes dos Santos

 

 

E.M.E.F. Capitão Manoel Gomes

 

 

E.M.E.F. João Rodrigues Amorim

 

 

E.M.E.F. José Permínio Wanderley

 

 

E.M.E.F. Nabor Wanderley da Nóbrega

 

 

 E.M.E.F. Pastor Frank Dayer

 

E.M.E.F. Professor Manoel de Souza Oliveira

 

 

E.M.E.F. Raimunda Melo de Medeiros

 

 

 

E.M.E.F. Rotary Norte

 

 

E.M.E.F. Sizenando Flórido de Sousa

 

 

 

Instituto Dr. João Tavares

Rua Janúncio Nóbrega, s/n – Frei Damião, entre as coordenadas: 07° 01’ 36,1” S; 037° 17’ 26” W; e 267m de altitude.

 

Av. José Melquíades, s/n – Alto da Tubiba, entre as coordenadas: 07 04’ 21,5” S; 037° 47’ 09,5”W; com uma altitude de 279m.

 

Rua Floriano Peixoto, s/n – Centro, entre as coordenadas: 07° 0,1’ 27,9” S; 037° 16’ 33,2” W; e uma altitude de 291m.

 

Rua Francisco Pontes, s/n – Salgadinho, entre as coordenadas: 07° 01’ 16,8” S; 037° 15’ 49,2” W; e 270m de altitude.

 

Rua Alaíde Medeiros de Lucena, s/n – Jatobá, entre as coordenadas:07° 02’ 59,1”S; 037° 16’ 34,7” W ; e uma altitude de 262m.

 

 Rua Zacarias de Oliveira, s/n – Conjunto Nova Conquista, entre as coordenadas: 07° 03’ 39,1” S; 037° 16’ 46,0” W; e 261m de altitude.

 

Rua Horácio Nóbrega, s/n – Belo Horizonte, entre as coordenadas: 07° 00’ 52,3”S; 037° 17’ 8,6” W; e 253m de altitude.

 

Rua 7 de Setembro, s/n – Nova Conquista, entre as coordenadas: 07° 03’ 52,4” S; 037° 16’ 52,5”W; e uma altitude de 272m.

 

Distrito Santa Gertrudes, entre as coordenadas: 06° 56’ 58,7” S; 037° 23’ 36,4” W; com altitude de 245m.

 

 

Rua João Domingos de Queiroz, s/n -  Jardim Queiroz, entre as coordenadas: 07° 01’ 19,5” S; 37° 16’ 57,7” W; com altitude de 242m.

 

Rua Dinamérico  Palmeira, s/n – Jatobá, entre as coordenadas: 07° 02’ 52,7” S; 037° 16’ 37,9” W; e 243m de altitude.

 

Rua Sebastião Queiroz, s/n – Vitória, entre as coordenadas: 07° 00’ 54,8” S; 037° 16’ 29,2” W; com altitude de 287m.

 

Rua Paulo Leite, s/n – Liberdade, entre as coordenadas: 07° 01’ 28,6” S; 037° 17’ 10,6” W; e 277m de altitude.

 

 

Rua Horácio Nóbrega, BR 230 KM 327, entre as coordenadas: 07° 00’ 38” S; 37° 17’ 25,1” W; e uma altitude de 256m.

 

Rua José Sátiro Quinho, 205 – Monte Castelo, entre as coordenadas: 07° 02’ 48,5” S; 37° 16’ 26,1” W; com altitude de 251m.

 

 

Rua Felizardo Leite, 448 – Centro, entre as coordenadas: 07° 01’ 45,8” S; 037° 16,5’ 7” W; e uma altitude de 279m.

 

 

 

2.2.2 Pesquisa

 

O levantamento de dados foi desenvolvido em um período de 6(seis) meses, tendo o início no mês de outubro/2011 e finalizado no mês de março do presente ano. O tempo de trabalho em cada escola foi flexível, considerando o tamanho da escola, bem como sua área verde existente ou não naquela instituição. Inicialmente, foi feita uma apresentação do plano de trabalho na escola, a (o) senhor (a) diretor (a), informando-lhe da permissão para atuar naquela instituição, e em seguida foi feito uma diagnose da escola em estudo, posteriormente dando início ao trabalho prático diretamente com a área verde.

Foram feitos registros fotográficos das plantas ali existentes e do espaço geral. Coleta e descrição do material botânico (coleta de ramos da planta para classificação), seguiram a metodologia usual em taxonomia (MORI ET AL, 1989; BRIDSON & FORMAN, 1998). Todo exemplar coletado foi tombado ao acervo do herbário CSTR, do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos. Todas as coletas foram georreferenciadas.

 

2.2.3 Identificação das espécies

 

As espécies foram identificadas através de bibliografias especializadas, como LORENZI, (2001, 2002, 2002, 2005, 2006 e 2008), consultas a especialistas, e comparação com material depositado no referido acervo botânico do herbário CSTR.  Outras foram identificadas através da análise morfológica de suas estruturas reprodutivas e vegetativas, e consequente uso de chaves de identificação taxonômica.

 

2.2.4 Aplicação de questionários

 

No caso da não existência de área verde na escola, foi aplicado um questionário aos administradores, visando diagnosticar os motivos pelos quais aescola não dispõe dessas áreas. Para aplicação do questionário, foi apresentado ao representante da escola, o TCLE (Termo de consentimento livre e esclarecido), conforme resolução 196/1996 do CNS (Conselho Nacional de Saúde), o qual oferece total liberdade ao possível entrevistado de participar ou não da pesquisa em questão.

Ao término do trabalho serão oferecidas sugestões em relação às áreas verdes das escolas, e o trabalho ficará disponível para possíveis consultas, podendo ainda servir de base para outras pesquisas nessa área de estudo.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

3.1. Resultados

 

Nas escolas foram identificadas 18 espécies de plantas pertencentes a 25 famílias, incluindo árvores, arbustos e ervas. Dentre as plantas identificadas,  encontram-se espécies exóticas e nativas (Tab.2), com predomínio das exóticas. As espécies mais frequentes nos locais de trabalho foram Ficus benjamina L.(Moraceae), Melia azedarach L.(Meliaceae) e Senna siamea (Fabaceae-Caesalpinoidae).

Foi constatado que, das 16 escolas em estudo, 6 delas (37,5%) não possuem nenhuma área verde, 6(37,5%)  possuem, mas de maneira insatisfatória e as outras 4(25%) concentram  o maior número de indivíduos. (Tab.3).

O conhecimento dos administradores das escolas sobre a importância de uma área verde no local foi constatado de uma maneira bem positiva, no entanto, em relação às escolas onde não há a presença dessas áreas, existem alegações de que as escolas não dispõem de espaço para implantação das mesmas. Em alguns casos, a área foi destruída para “reaproveitamento” do espaço, segundo os administradores.

Nas escolas que não possuem uma área verde, mas dispõem do espaço, os diretores demonstraram bastante interesse em implantá-la.

Apesar de o estudo não ter sido inicialmente, voltado para consultar os alunos, antecipadamente estes demonstraram interesse e entusiasmo na pesquisa (em algumas escolas).

De acordo com esse contexto, podemos citar Oliveira (2005), quando diz que a presença de vegetação em ambiente urbano influencia diretamente na percepção dos alunos, por ser  o componente vegetal em meio urbano, o mais visualizado pelas pessoas.

 

 

 

 


Tabela 2- Lista das espécies de plantas ocorrentes nas áreas de estudo

A-CIEP I - José Genuíno/Napoleão Nóbrega; B- CIEP IV – Aggeu de Castro/Alfredo Lustosa; C- Escola Especial Irmã benigna; D- E.M.E.F.

 Alírio Wanderley da Nóbrega; E- E.M.E.F. Anatildes Aires de Moura; F- E.M.E.F. Antõnio Guedes dos Santos; G- E.M.E.F. Capitão Manoel

Gomes; H- E.M.E.F. João Rodrigues Amorim; I- E.M.E.F. José Permínio Wanderley; J- E.M.E.F. Nabor Wanderley da Nóbrega; L- E.M.E.F.

Pastor Frank Dayer; M- E.M.E.F. Professor Manoel de Souza Oliveira; N- E.M.E.F. Raimunda Melo de Medeiros; O- E.M.E.F. Rotary Norte;

 P- E.M.E.F. Sizenando Flórido de Sousa; Q- Instituto Dr. João Tavares

                          FAMÍLIAS

                         E ESPÉCIES

 

       ESCOLAS

 

                            NÚMERO DE VOUCHER

Amarantaceae

Alternanthera dentata

(Moench)

 

             D

 

                 C. S. Guedes 43(CSTR)                                            

Anacardiaceae

Mangífedra indica L.

 

             A

 

                 C. S. Guedes 34(CSTR)

Apocynaceae

Catharantus roseus (L.)

Plumeria alba Linn.

 

             D

             D

 

                  C. S. Guedes 36(CSTR)

                     C. S. Guedes 42(CSTR)

 Araceae     

 Aglaonema crispum (Pitcher &

 Manda) Nicolson

 

 

Dieffenbachia seguine (Jacq.)

Schott

Epipremnum pinnatum(L.)

Engl

Philodendron cordatum Kunth

   

Syngonium angustatum

Schott

 

             H

 

 

 

          

               H

 

          

               H

 

              

               H

 

             

               H

 

                 C. S. Guedes 28 (CSTR)

 

                

            

                C. S. Guedes 25 e 29(CSTR)

 

                C. S. Guedes 26 (CSTR)

 

                C. S. Guedes 24 (CSTR)               

              

                C. S. Guedes 27 (CSTR)

Arecaceae

Chomaedoria cataractarum

Mart.

 

            A e D

 

                C. S. Guedes 37(CSTR)

Chenopodiaceae

Chenopodium ambrosioides L.

 

               D

 

                C. S. Guedes 38(CSTR)

 

Fabaceae/Caesalpinoideae/

Mimosoidae

Anadenanthera pavonina L.

Senna siamea (Lam.) Irwin &Barneby.

Caesalpinia echinata  Lam.

Pithecelobium dulcis (Roxb)

Benth.

 

 

B

A, H, I e N

A

D

 

 

              C. S. Guedes 46(CSTR)

              C. S. Guedes 22(CSTR)

              C. S. Guedes 35(CSTR)

                C. S. Guedes 44(CSTR)

 

 

 

Lamiaceae(Labiatae)

Hyptis suaveolens (L.)Poit.

 

D

 

 

              C. S. Guedes 40(CSTR)

 

Meliaceae

Melia azedarach L.

 

B, D, F, G, I e N

 

             C. S. Guedes 20(CSTR)

Moraceae

Ficus benjamina L.

 

A, F, J e M

 

             C. S. Guedes 21(CSTR)

Myrtaceae

Psidium guajava L.

 

A

 

             C. S. Guedes 32(CSTR)

Poaceae

Cynodon dactylon L.

 

 

G e N

 

             C. S. Guedes 31(CSTR)

Portulacaceae

Portulaca grandiflora Hook.

 

D

 

             C. S. Guedes 39(CSTR)

 

Rosaceae

Rosa sp.

 

D

 

               C. S. Guedes 41(CSTR)

Rubiaceae

Ixora coccínea L.

 

 

A, G e N

 

 

              C.S.Guedes 30(CSTR)

Rutaceae

Citrus limon (L.) Burm. F.

 

A

 

              C.S.Guedes 33(CSTR)

 

Verbenaceae

Duranta repens L. “Aurea”

 

                  H

 

             C.S.Guedes 23(CSTR)

 

 

 

 

 

 


Tabela 3- Lista do total de plantas existentes em cada escola

A-CIEP I - José Genuíno/Napoleão Nóbrega; B- CIEP IV – Aggeu de Castro/Alfredo Lustosa; C- Escola Especial Irmã benigna; D- E.M.E.F. Alírio Wanderley da Nóbrega; E- E.M.E.F. Anatildes Aires de Moura; F- E.M.E.F. Antõnio Guedes dos Santos; G- E.M.E.F. Capitão Manoel Gomes; H- E.M.E.F. João Rodrigues Amorim; I- E.M.E.F. José Permínio Wanderley; J- E.M.E.F. Nabor Wanderley da Nóbrega; L- E.M.E.F. Pastor Frank Dayer; M- E.M.E.F. Professor Manoel de Souza Oliveira; N- E.M.E.F. Raimunda Melo de Medeiros; O- E.M.E.F. Rotary Norte; P- E.M.E.F. Sizenando Flórido de Sousa; Q- Instituto Dr. João Tavares

 

Escola

N° total de

Indivíduos

Árvore

Arbusto

Palmeira

Outras plantas

ornamentais

    A                             

    B                    

     29   

      7

     15

      7

     13                   

      0

       1

       0

          0

          0

    C

    D                   

    E

    F

    G

    H

     I

    J

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

      0

     18

      0

      8

     19

     10

      2

      1

      0

      1

     20

      0

      0

      0

 

      0

      5

      0

      8

      2

      2

      2

      1

      0

      1

      5

      0

      0

      0                  

      0

      3

      0

      0

     17

      1

      0

      0

      0

      0

     15

      0

      0

      0

 

       0

       5

       0

       0

       0

       0

       0

       0

       0

       0

       0

       0

       0

       0

          0

          5

          0

          0

          0

          7

          0

          0

          0

          0

          0

          0

          0

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De acordo com a tabela 3, as escolas “A”, “N”, “G” e “D”, respectivamente, apresentam os maiores números de indivíduos vegetais. No entanto, vale salientar que ocorre uma repetição de espécies nas três primeiras escolas, havendo uma prevalência de espécies como Melia azedarach e Ixora coccinea entre as escolas “N” e “G”(Raimunda Melo de Medeiros e Capitão Manoel Gomes). Na escola “A” (José Genuíno/Napoleão Nóbrega), predomina o Ficus benjamina e na escola “D”(Alírio Wanderley da Nóbrega), o Pithecelobium dulcis encontra-se em maior quantidade.

Nas duas últimas escolas citadas, “A” e “D” respectivamente foi registrada a ocorrência de algumas espécies frutíferas e medicinais, como:  mangueira (Mangifera indica L.), goiabeira (Psidium guajava L.) e limoeiro (Citrus limon (L.) Burm. f.) na escola “A”. E na escola “D”, erva-cidreira (Hyptis suaveolens (L.) Poit.)  e mastruz (Chenopodium ambrosioides L..) na escola “D”.

 

3.2 Discussão

 

Segundo Souza (2001), “vivemos em um mundo no qual a maioria das pessoas, quando fala em meio ambiente, pensa apenas na fauna e na flora presentes nas diversas regiões do planeta; em lugares selvagens distantes de suas casas e onde a ação humana ainda não se impôs como no meio urbano.

Apesar disso, foi possível perceber que, a maioria dos gestores das escolas reconhece a importância de uma área verde dentro da escola e expressam o desejo de implantar uma área verde, ou ampliá-la, quando possível. Entre os 6  questionários respondidos, referentes as escolas que não possuem áreas verdes, 4 diretores responderam que as escolas não possuem essas áreas por falta de espaço, 2 entrevistados responderam  que antes havia uma pequena área verde na escola, mas foi destruída, uma para ocupar o espaço com outras atividades, a exemplo do Programa Mas Educação, e a outra por motivo  de infra-estrutura e como maneira de prevenção a  problemas relacionados aos alunos, já que trata-se de uma escola que atende a alunos com necessidades especiais.(fig.3)   

Em relação ao interesse dos diretores em implantar uma área verde na escola, 4 deles demonstraram bastante interesse.

Em relação à percepção ambiental, Trigueiro (2003) define como sendo uma tomada de consciência do homem pelo ambiente em que vive, aprendendo a preservá-lo da melhor forma possível.

 

 

Gráfico pizza

Com base nessas informações, conclui-se que “áreas verdes” é um tema relevante para se trabalhar dentro das escolas, podendo iniciar um estudo desde a presença ou ausência dessas áreas, como o presente trabalho, e estendê-lo de forma que os alunos possam participar ativamente, percebendo, e sendo orientados sobre a devida importância de  uma área verde dentro da escola.

Cardoso et al (2007) expressa que uma área verde conspícua influencia positivamente na percepção ambiental dos alunos.  Pôde-se perceber também que é um trabalho que pode ser inserido no tema  “Educação Ambiental”, como expressa Silva (2011): “Sua construção origina-se de um processo educativo que implica em um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas ações políticas de convívio social, que busca uma distribuição igualitária entre os benefícios e os prejuízos sobre a apropriação e do uso da natureza”

 

4. CONCLUSÕES OU CONSIDERAÇOES FINAIS

 

ü  O estudo das  áreas verdes das escolas municipais de Patos – PB, reflete aspectos positivos no que diz respeito à qualidade ambiental desses lugares.

ü  As áreas verdes das escolas, além de proporcionar bem estar para seus alunos e funcionários, inserem-se num contexto de educação ambiental interdisciplinar que as escolas vêm implantando em seus projetos pedagógicos. 

ü  Essas áreas ainda não fazem parte de todas as escolas, ou existem em extensão mínima, por diversos motivos citados pelos diretores escolares, mas apesar disso, pôde-se perceber que o assunto é relevante e interessa bastante aos mesmos.

ü  Nas escolas que foi constatada a presença de área verde, percebeu-se os benefícios que as mesmas oferecem junto a sua população, desde recreação, até aulas ao ar livre, como exemplo de programas de educação que são oferecidos pela Secretaria de Educação do Município, e são executados nesses espaços, à sombra das árvores.

 

AGRADECIMENTOS

 

Agradecemos a Secretaria Municipal de Educação de Patos-PB, pela autorização  concedida para que pudéssemos realizar esse trabalho nas escolas. Aos diretores das respectivas escolas, por terem nos recebido com bastante atenção e por terem  contribuído para a realização desse trabalho, MAPEAMENTO DAS ÁREAS VERDES DE ALGUMAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE PATOS-PB: Uma experiência sócio-educativa) através de informações fornecidas sobre as áreas em estudo. E aos funcionários e alunos das escolas, que porventura contribuíram com o trabalho de coleta nos locais. Agradecemos também aos especialistas Tiago Pontes Arruda (Laboratório de Sistemática Molecular de Plantas - LAMOL, UEFS), Jefferson Rodrigues Maciel (Jardim Botânico de Recife) e Elizabeth Córdula ( Centro de Vigilância Ambiental de Olinda – CEVAO) por terem dado a sua contribuição através de identificações de exemplares.

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

AVELAR, G.H.O.; NETO, J.C.S. 2008.  Estudo de impacto ambiental de áreas verdes: uma proposta de planejamento e monitoramento. In: IV CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO. Niterói, RJ. 1-17p.

BRIDSON, D. & FORMAM, L. 1998.  Herbarium Handbook The Royal Botanic Gardens. Richmond, 732p.

CARDOSO,C.A.L et al.2007. Influência das áreas verdes nos centros urbanos: Análise da percepção ambiental dos alunos de duas escolas públicas de Belo Horizonte, MG. In: VIII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL. Caxumbu, MG.1-2p.

FERREIRA, 2001. Levantamento e classificação da vegetação nativa do município de Patos - PB através de técnicas de sensoriamento remoto.(Dissertação de mestrado) Areia – PB: UFPB/CCA, 2001. 91p.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Censo 2010 Disponível em:

WWW.censo2010.ibge.gov.br/censo2010 Acesso ás 10:20 hs.

MORI, A. S.; SILVA, L. A. M.; LISBOA, G. & CORADIN, L. 1989. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. 2ª ed. Ilhéus: Centro de Pesquisas do Cacau,. p. 84 –103: Apêndice VI.

SMMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) Sobre as áreas verdes.

Disponívelem:http://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/smma-sobre-areas-verdes-secretaria-municipal-do-meio-ambiente/123.

Acesso em 12/09/11

SILVA, P. S. Ações efetivas da Educação Ambiental na Prática Escolar. In: SEABRA, G. Educação Ambiental no Mundo Globalizado: Uma ecologia de riscos, desafios e resistência. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2011.

SILVA, R.M. da.  Análise histórica e paisagística da Praça Edivaldo Mota na  cidade de  Patos-PB. 2010. Monografia (Graduação) Curso de Engenharia                     Florestal. CSTR/UFCG, Patos-PB.1-32p.

OLIVEIRA, E. Z. 2005. Percepção ambiental da arborização urbana dos usuários da avenida Afonso Pena entre as Ruas Alógeras e Ceará em Campo Grande-MS. UNIDER, Campo Grande. Dissertação de mestrado. 125p.

 

TRIGUEIRO, A. 2003. Meio ambiente no século 21: vinte e um especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Sextante, Rio de janeiro. 367p.

SOUZA, S. C. de. Pedagogia da Fraternidade Ecológica: Educação para a sustentabilidade ambiental. In: SEABRA, G. Educação Ambiental no Mundo Globalizado: Uma ecologia de riscos, desafios e resistência. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2011.

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Ilustrações: Silvana Santos