Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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Arte e Ambiente
ARTEIROS DO COTIDIANO, UMA PROPOSTA EM PROL DO PENSAMENTO COMPLEXO
Cláudia Mariza Mattos Brandão[i] Suélen Silva da Silveira[ii]
Resumo: O artigo aborda a discussão acerca das atividades do projeto de extensão universitária “Arteiros do Cotidiano” e suas repercussões na formação docente em Artes Visuais, fundamentado nas ideias de Edgar Morin e Elliot Eisner.
Ao iniciar o exercício da docência no ensino superior, em 2003, me deparei com a seguinte questão: Se pretendemos desenvolver novas mentalidades, pluralistas e interativas, como educar os futuros educadores? Sabia que o momento não era para críticas, como costumávamos fazer quando estudantes, mas, sim, o tempo para colocar em prática anos de estudo. No entanto, os questionamentos se somavam: Como agir? Como colaborar para a construção do conhecimento sem repetir os modelos vigentes, ultrapassando as barreiras da racionalidade cartesiana e adentrando no mundo da sensibilidade e da poética, da ética e da estética? Como estimular processos educativos que considerem a necessidade de equilíbrio entre as inter-relações do humano consigo, com o outro e com o meio? Na busca por um rumo a seguir, recorri aos teóricos que trazia na bagagem, assim como Edgar Morin (2002), uma “herança” do mestrado em Educação Ambiental. Morin argumenta que as universidades têm um papel basilar no desenvolvimento de sociedades com maior qualidade de vida, defendendo a ideia de que, diferente de separar o conhecimento em “compartimentos”, fragmentando-o, devemos pensar em como a complexidade pode levar a uma conexão entre os vários modos de ponderar e ver o mundo ao redor. E o seu pensamento está diretamente relacionado à frase que sintetiza as discussões apresentadas neste volume da Revista Educação Ambiental em Ação: " Devemos compreender que a Ecosfera é uma unidade funcional onde todas as peças são complementares de todas as demais" (José A. Lutzemberger). Parti do lugar concreto de minha experiência, num exercício autorreflexivo, ressignificando as vivências, e percebendo o caráter processual da formação. Optei por um projeto educacional que estimulasse a relação dos estudantes com a realidade imediata, e permitisse que eles adentrassem no reino da sensibilidade simbólica regido pela Arte. E foi nesse momento que Elliot Eisner surgiu em minha vida. No entendimento de Eisner (2005), para a compreensão da aprendizagem em artes é fundamental o entendimento dos modos de criação, e de como vemos as formas da natureza e conhecemos os aspectos que concorrem para a compreensão das intrínsecas relações da vida em sociedade. Tal pensamento expõe a consciência acerca da complexidade de um cotidiano cada vez mais visual. Ou seja, o autor entende que o sujeito faz parte da comunidade, e essa faz parte dele por meio de suas normas, linguagens e culturas, agindo ao mesmo tempo como produtos e produtores da sociedade. Identifiquei aí uma relação entre as ideias de Eisner e Morin, pois esse é um dos princípios da epistemologia da complexidade, para a qual a parte está no todo, assim como o todo está na parte, que mesmo preservando suas características próprias e individuais, contém a totalidade do real, seja nas vivências ou em suas representações/interpretações. Morin discute sobre a complexidade não apenas como um conceito, mas como um modo de enxergarmos a realidade, o que aponta para os desafios que são colocados aos sujeitos no momento da ação, uma visão da realidade indispensável ao conhecimento incompleto que possuímos da mesma. Por sua vez, Eisner entende que a história de vida, as experiências, as necessidades e a perspectiva de abordagem do sujeito em face de uma determinada situação concreta, são “estruturas de referência” que afetam a percepção visual do mundo ao redor. Sem a pretensão de extrair das práticas uma teoria sistemática ou um conjunto unificado de teses, eu estipulei como objetivo dialogar através do poder criativo das linguagens artísticas sobre a essência do humano na contemporaneidade. Acima de tudo, busquei/busco apresentar/problematizar as marcas comuns que compõem a identidade de cada um, tal e qual uma sintaxe visual que expõe a complexidade do todo. Frente ao desafio de (re)formar os futuros (re)formadores, e por consequência a própria estrutura da educação básica, acredito que as aprendizagens devem contribuir para que os estudantes utilizem as suas diferentes estruturas de referência, como quer Eisner, na experimentação e compreensão da realidade. E isso extrapola a visão racional que temos da vida em sociedade, pois o conhecimento que os indivíduos têm acerca da arte pode condicionar a percepção daquilo que foge dos conjuntos de referenciais pessoais. Portanto, as aprendizagens estão diretamente relacionadas às experimentações como possibilidade de ampliação das estruturas de referência. Contaminada pelas ideias de Morin e Eisner, e acreditando que “ver é adquirir sentido visual através da experiência” (Eisner, 2002, p.9), direcionei minhas práticas no sentido de instigar aprendizagens teóricas a partir do exercício das linguagens visuais, da pesquisa estética associada à ética das relações. Através do estímulo à razão sensível, os docentes em formação não só descobrem significados ocultos nas estruturas formais que povoam o cotidiano contemporâneo, mas percebem as imagens em interação com o seu contexto social e histórico. As obras resultantes de tais processos de ensino-aprendizagem se caracterizam como narrativas autobiográficas metafóricas que, para além da qualidade estética, destacam-se como fruto de práticas reflexivas fundamentais para a formação docente. A importância desses exercícios estético-reflexivos repousa na potencialidade oferecida para o desenvolvimento de múltiplas aprendizagens decorrentes da ponderação crítica sobre o mundo, fragmentado em suas (re)apresentações artísticas, valorizando a educação como um espaço relacional. Nele os sujeitos se afirmam pela diferença, ressignificando a sua existência como indivíduos, e dando vazão a um campo polissêmico de sentidos. Para Eisner o significado não é fruto de uma descoberta, sim, o resultado de uma construção influenciada pelas referências que se tem acerca de determinada situação. Portanto, a participação ativa na vida em sociedade, em comunidades de discurso, pressupõe a partilha de modos de codificação e decodificação dos significados, de modo que no processo se amplie o sentido de grupo e as capacidades de sistematização da ação e do pensamento.
1. Ensino, Pesquisa e Extensão na Formação Docente
Acreditamos que a importância dos ensinamentos de Elliot Eisner reside no fundamental entendimento de que através das representações visuais ampliamos os conhecimentos acerca da complexidade do humano que as constrói. E fundamentado em tal crença, destacamos neste artigo o trabalho desenvolvido no projeto de extensão “Arteiros do Cotidiano” (BRANDÃO, CORRÊA, PETITOT, 2012) (Centro de Artes/UFPel), desde 2010, pensando a formação docente como um vínculo entre prática pedagógica e pesquisa, através do qual os acadêmicos potencializam um conhecimento teórico-metodológico que valoriza a realidade sociocultural destes. Também priorizamos o desenvolvimento de ações que promovam a aproximação e interação dos estudantes do ensino fundamental com o meio universitário, enfocando a possibilidade de formação continuada para a professora da turma envolvida no projeto, que acompanha todas as atividades. Nas artes os sentidos de "ver e ser visto" podem assumir novos significados que ampliam nossas relações com o mundo, transformando-as num processo construtivo de sentidos e interpretações que influenciam na miscigenação de nossa cultural com a construção dos saberes. "Pensando a docência como um vínculo continuo entre prática pedagógica e pesquisa" (MEINERZ, FISS & OGIBA, 2013, p. 06), acreditamos que o docente juntamente com seus alunos tem a possibilidade de potencializar o conhecimento teórico-metodológico relacionando-o ao cotidiano, na compreensão de os corpos exercem papel fundamental na exposição de nossas marcas sociais e históricas dentro da educação. Quando essa gama de novos valores e sentidos advém das experiências culturais desenvolvidas por meio de processos educacionais, é oportunizado aos envolvidos um espaço para a exposição de suas ideias diante do reconhecimento das narrativas culturais e da decodificação das imagens presentes no seu dia-a-dia. Recorrendo ao que foi desenvolvido no “Arteiros do Cotidiano” em 2010, quando foi explorado o tema “Identidade”, percebemos que foi evidenciada a necessidade de se problematizar a ideia de imagem, de modo a promover uma identificação dos estudantes com o espaço educacional, estimulando-os a desenvolver uma identidade artística. Tornou-se claro que quando propostas assim são promovidas, os alunos passam a agregar novos significados a seu posicionamento critico diante da exposição à cultura visual de imagens e informações, característico do consumo voluntário e involuntário da sociedade atual. Consideramos que o conhecimento resulta da nossa capacidade interpretativa, diante da inserção corpórea nas ações experienciadas, diante dos elementos culturais que configuram o nosso cotidiano, ou seja, para que possamos sentir, falar e expressar as sensações do nosso aprendizado é necessário que nosso corpo seja estimulado em todos os sentidos quando vinculado à experimentação. Baseando-se nisso, tomamos como preceito que a educação deve promover experiências artisticamente corpóreas, de modo que cada um construa seu aprendizado e se desenvolva por meio do vivido. Hoje se vê não apenas a necessidade de estimular o olhar perceptivo dos alunos diante das situações de aprendizado, mas também a de possibilitar que eles tenham maior viabilidade em descobrir novas possibilidades na interação entre universitários e escolares nas “realidades socioculturais diversas e múltiplas presentes nos espaços escolares e não-escolares" (MEINERZ, FISS & OGIBA, 2013, p.11). A mediação dos acadêmicos nas práticas do projeto possibilita o reconhecimento das linguagens expressivas individuais e culturais advindas dos diferentes meios sociais. E por meio dos diversos significados, que se constituem através da codificação das imagens e informações apresentadas, seja possibilitado o diálogo entre a cultura, a aprendizagem e a corporeidade desses alunos. Isso, pois:
[...] As abordagens são híbridas, diversificadas, ecléticas, podendo utilizar elementos práticos e empíricos, bem como perspectivas teóricas e criativas. Isso porque são várias as implicações decorrentes dessas mudanças culturais que estamos experimentando; chama atenção, especialmente, a liberdade com que essas visualidades misturam materiais, processos de criação, referenciais visuais, conhecimentos, formas de representação e de mediação, conectando e miscigenando culturas, pessoas, práticas de aprender e de ensinar, além de alterar/apagar fronteiras entre áreas de conhecimento anteriormente bem definidas (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2011, p. 13).
Através do desenvolvimento do Arteiros, que acontece uma vez por semana durante dois meses, no espaço escolar ou na própria universidade, se permite que as diferentes manifestações culturais se comuniquem entre si de modo a ofertar interpretações sensoriais. Isso, promovendo a autorreflexão do grupo, posicionados como indivíduos ativos na vida em sociedade, de modo a desenvolver trocas culturais entre esses diferentes saberes, possibilitando que o corpo faça parte do processo. Ao admitir que "se o professor conceber o conhecimento do ponto de vista construtivista, ele procurará conhecer o aluno como uma síntese individual da interação desse aluno com o seu meio cultural, político e econômico" (RODRIGUES, 2009, p. 07), almejamos que se difunda na comunidade escolar uma maior motivação construtiva e interpretativa dos alunos diante da codificação das mensagens verbais e visuais. Sendo assim, o estímulo ao diálogo cultural facilita a compreensão dos significados e valores advindos da aprendizagem, instigando a execução de práticas que ofereçam experiências corporais nas quais o aluno tem “contato consigo mesmo, com os outros e com o mundo, através do toque, da percepção e da auto-observação” (RODRIGUES, 2009, p. 07).
2. Elementos Técnicos e Metodológicos do Projeto
O projeto inicia com a escolha de um tema a ser desenvolvido no decorrer das atividades, ressaltando que o tema muda anualmente em acordo com as escolhas do grupo envolvido, ampliando as reflexões acerca de educação, cotidiano e ensino de artes visuais. O tema sempre é um assunto atual ou recorrente, e a partir de sua delimitação é proposto o desenvolvimento da identidade visual. Identidade essa que é usada na confecção de bottons posteriormente ofertados às crianças. Após, as ações teórico/práticas planejadas pelos acadêmicos (para futura aplicação na escola) são experimentadas entre eles, momento no qual as propostas são analisadas e debatidas no grupo para que o projeto final seja elaborado. Para exemplificar a importância da elaboração de uma identidade visual, destacamos a da edição realizada em julho de 2014, desenvolvida em uma escola estadual de Pelotas com uma turma multisseriada de 1ª e 2ª series e uma turma de 3ª série, na qual o projeto se centrou na temática ‘Corporeidade’. Para discutir tal tema se pensou na necessidade de fugir dos estereótipos implícitos nele, buscando uma representação da corporeidade voltada para a representação lúdica do corpo humano (Figura 1).
Figura 1: Bottom com a identidade visual do projeto, edição 2014, idealizada pelo acadêmico Luan Bjerk.
Buscando refletir sobre a existência de outras formas pelas quais a ideia de corpo poderia ser explorada em sala de aula, discutimos sobre as possibilidades de enfocar incisivamente na valorização do corpo como projeto de estudo, ou se discorrer sobre esse tema possibilitaria que múltiplas abordagens fossem desenvolvidas no projeto. Em meio às reflexões quanto ao modo como o tema "Corporeidade" seria apresentado facilitando a compreensão dos escolares, os acadêmicos concluíram que em sua própria formação havia uma carência na abordagem desse tema. Depois de estimular uma autoconscientização sobre seu próprio processo formativo, os acadêmicos fizeram uso de múltiplas linguagens presentes nas Artes Visuais para um melhor planejamento e desempenho das atividades do projeto. Sendo assim, o processo de construção da linguagem visual da referida edição explicita como a discussão sobre o tema evolui tanto de modo visual como perceptivo, apresentada na figura do boneco que carregava em si a representação das descobertas da arte em seu próprio corpo. Na sequência, os acadêmicos divididos em trios ou em duplas elaboram suas ações, inicialmente organizando o plano de aula, especificando o conteúdo, os objetivos, os procedimentos metodológicos, materiais e método de avaliação. O planejamento das atividades teóricas e práticas procura contemplar as diferentes linguagens artísticas, assim como: a pintura, a cerâmica, o vídeo, a fotografia, a colagem e o desenho. Além disso, os procedimentos metodológicos, vinculados às particularidades da linguagem e dos materiais escolhidos, buscam estimular a reflexão sobre si, sobre as identidades e posturas dialógicas, incitando a autoidentificação como indivíduo ativo em sociedade. Tais atividades são primeiramente desenvolvidas entre o grupo acadêmico, objetivando prepará-los para o primeiro contato com uma experiência em sala de aula como docentes em formação, através das ações do projeto. Destacamos que aprender a lidar com as dificuldades e discussões decorrentes do desenvolvimento das práticas é essencial para uma reflexão crítica sobre cada proposta, para, caso seja necessário, alterá-las, adequá-las aos objetivos do projeto. Entendemos que a definição de uma identidade visual é importante, pois isso estabelece uma vinculação estética e simbólica entre todos, colaborando para a compreensão do Arteiros como uma ação coletiva. E com o intuito de materializar tal relação são confeccionados e distribuídos bottons. Inicialmente eles foram pensados como uma lembrança do projeto, no entanto, no decorrer das últimas edições eles tem se estabelecido efetivamente como um vínculo comum ao grupo. Notamos que no decorrer das atividades principalmente os escolares usam o adorno como outra maneira de se sentir incluído na construção dessa experiência, de ensino e aprendizagens mútuas.
Figura 2: Atividades de mediação artística na galeria A Sala, Suelen Silveira, fotografia, 2015.
Além dos bottons, a cada edição é elaborado um DVD reunindo imagens e depoimentos que documentam o trabalho desenvolvido, também, como meio de aproximação às famílias de cada criança e divulgação comunitária das ações. Trata-se de registros audiovisuais, fotografias e vídeos, complementados por testemunhos espontâneos e entrevistas pontuais, que são editados no formato de relato de experiência. São documentados todos os encontros realizados, que iniciam sempre com uma atividade de mediação artística na galeria A Sala e apresentação das demais dependências do Centro de Artes (Figura 2). Para a produção do DVD está estabelecida a responsabilidade de cada grupo na escolha do material a ser editado. É definido também um padrão para a apresentação das imagens/vídeos, sendo que a reunião do material, edição e confecção dos DVDs é de responsabilidade dos acadêmicos, assim como a entrega das cópias na escola. Cumpridas todas as etapas de planejamento, que ocorrem complementando os conteúdos da disciplina de Artes Visuais na Educação II, o projeto é desenvolvido na escola, paralelamente às atividades da disciplina Artes Visuais na Educação III.
3. Considerações Finais
Comprovamos que propostas como a do Arteiros, além de oportunizar que o professor amplie o conhecimento sobre si mesmo, refletindo sobre sua metodologia, também aproxima os estudantes da sua professora:
(...) Nessa parte me ajudou bastante também eles virem fazer esse projeto nas sextas feiras. Eu vejo que eles vêem, assim, mais agitados, mas em termos de que quando eles voltam, eles voltam mais calmos. Eles relatam uns pros outros do que desenhou do que não desenhou. Já notei que um tem um lado mais agressivo, que ele mostra desenhos e até trabalhos que ele faz é mais agressivo, como, ele gosta de desenhar coisas má, má(...) gente matando, ele puxa muito pelo vermelho. Então eu noto que a criança em si, eu acho ela agressiva. Embora tu falando com ela e ela pareça super calma. E aí depois de todo um processo, eu vi que é a estrutura familiar dele. E tudo através da arte. Eu acho que isso tá ajudando bastante.
O depoimento da professora Lindamar Pio nos faz acreditar cada vez mais na necessidade de privilegiar alternativas que possibilitem colaborar para a formação continuada dos que participam do projeto, cinco profissionais até agora. Isso, pois consideramos que “o professor, assim, deixa de ser compreendido como parte de uma coletividade com características homogêneas e começa a ser tratado em sua pluralidade e heterogeneidade de experiências também estéticas, portanto, em diálogo com a existência dos sujeitos, com seus modos de vida" (MEINERZ, FISS & OGIBA, 2013, p.06). Cabe ressaltar a fundamental colaboração das três escolas pelotenses nas quais atuamos: Colégio Sinodal Alfredo Simon (2010 e 2011), Colégio Estadual Félix da Cunha (2012, 2013 e 2015) e Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora das Graças (2014). Percebemos que através do “Arteiros do Cotidiano” e de sua metodologia singular, nós estamos propiciando o aprender em liberdade, desenvolvendo processos que envolvem e aproximam todos envolvidos das narrativas culturais presentes no dia-a-dia. Mais que isso, estimulamos o pensar próprio dos sujeitos, colaborando assim, para a concretização de uma experiência de formação humana, na dinâmica das interações entre educação e cultura, tanto para os acadêmicos, assim como para os escolares e suas professoras. Caracterizado como um projeto que envolve ensino, pesquisa e extensão, o Arteiros tem oportunizado a vivência de propostas que acenam para práticas futuras em arte/educação que rompem com os métodos tradicionais, focalizada no âmbito das discussões sobre as ações do homem sobre o ambiente. E, conscientes que “um projeto não é traçado exclusivamente pelo professor, mas com o professor e seus alunos” (ZORDAN, 2005, p.06), acreditamos que ele se encontra em permanente processo de transformação, adequando-se às novas realidades/necessidades que surjam.
Referências Bibliográficas
BRANDÃO, Cláudia Mariza Mattos; CORRÊA, Amanda Ribeiro; PETITOT, Juliano Silva. ARTEIROS DO COTIDIANO. Anais do 30º Seminário de Extensão Universitária da Universidade Federal do Rio Grande (SEURS/FURG). Rio Grande, RS: Editora da FURG, 2012. ELLIOT, E. Educar la Visión Artistica. Barcelona: Paidós Edicador, 2005. MEINERZ, Carla B.; FISS, Dóris M.L.; OGIBA, Sônia M.M. Formação de Professores e Práticas Culturais: descobertas, enlaces, experimentações. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas. Volume 21. N° 22, 25 de Março 2013. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Salto para o Futuro/TV Escola. Cultura Visual e Escola. Ano XXI. Boletim 09 - Agosto 2011. MORIN, E. O método 5: a humanidade da humanidade. Porto Alegre, RS: Sulina, 2002. RODRIGUES, Judite F. CORPOREIDADE E APRENDIZAGEM. 2009. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/corporeidade-e-aprendizagem/14042/ Acesso em: 22/10/2015. ZORDAN, Paola Basso Menna Barreto Gomes. Concepções didáticas e perspectivas teóricas para o ensino das Artes Visuais. Linhas (UDESC), v. 6, p. 3, 2005. [i] Doutora em Educação, Professora Adjunta do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (RS), líder do PhotoGraphein – Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação (UFPel/CNPq), coordenadora do projeto Arteiros do Cotidiano. attos@vetorial.net [ii] Licenciada em Artes Visuais (UFPel), acadêmica do curso de Bacharelado em Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas, bolsista do projeto Arteiros do Cotidiano (2013, 2014 e 2015 artvix2013@gmail.com). |