A PROBLEMÁTICA SÓCIO-AMBIENTAL DE
UMA COMUNIDADE,
DISCUTIDA A PARTIR DE ENCONTROS
DEMOCRÁTICOS
NEVES, Elaine da Silva
Mestre em Educação Ambiental
Universidade Federal de Pelotas –
CAVG
Rua Antônio da Costa Fonseca, 240,
Umuharama Pelotas-RS
Fone: (53)2288451/ 91163177
nina.lita@bol.com.br
RESUMO
A partir da análise de uma problemática ambiental,
percebida nos recursos hídricos do Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça
(CAVG) e, numa visão sistêmica, visualizando-se uma das origens deste
impacto no Bairro Getúlio Vargas (BGV), optou-se por ampliar o conhecimento
desta comunidade sobre as questões ambientais vivenciadas, esclarecendo
seus direitos e deveres, tendo em vista a criação de um Núcleo em
Educação Ambiental, dentre outras estratégias de enfrentamento. Compreendendo
a Educação Ambiental como possível agente transformador de uma realidade como
uma educação política, com resgate da cidadania, as tentativas de aproximação e
inserção na comunidade se deram com várias entidades representativas do BGV,
participando em diferentes atividades, conhecendo sua realidade e seus
principais problemas, destacando-se a fome como o mais relevante. Mediante a
constituição de um grupo denominado de Encontros democráticos, realizado com um
grupo de mães da comunidade, inspirado, fundamentalmente na proposta do Círculo
de Cultura de Paulo Freire, implementaram-se atividades como uma trilha, de
modo a privilegiar uma abordagem sistêmica da problemática ambiental,
demonstrando, concomitantemente, a força de um coletivo para a geração de
mudanças. Esta prática educativa culminou com a articulação e mobilização de
outros membros da comunidade e representantes da administração pública
municipal para a implementação do Núcleo de Educação Ambiental, como um espaço
destinado à discussão e enfrentamento de problemas sócio-ambientais e
conscientização da comunidade de sua força e poder, enquanto cidadão.
Palavras-chave: 1. Educação Ambiental. 2.
Problemas Sócio-Ambientais. 3. Abordagem Sistêmica. 4. Cidadania. 5. Justiça
Sócio Ambiental.
INTRODUÇÃO
A problemática sócio-ambiental de uma comunidade, a do Bairro Getúlio
Vargas, da cidade de Pelotas, interior do Rio Grande do Sul, foi abordada
dentro de um caminho metodológico, construído durante a realização da pesquisa,
baseada numa proposta de Paulo Freire, aqui denominada como Encontros
Democráticos (ED).
Apresento rapidamente o Conjunto Agrotécnico
Visconde da Graça (CAVG), por ter sido nesta instituição, em minhas aulas de
Educação Física, na realização de trilhas com os alunos, que percebi a sua
problemática ambiental, observando muitas agressões ao ambiente, por onde
passávamos, a qual motivou a realização deste trabalho.
O CAVG é uma escola agrícola, situada a 8 Km de
Pelotas, com uma área de 200 hc. A escola tem mais de 800 alunos e 70
professores, sendo 200 em regime de internato.
Por ser uma escola agrícola desenvolve atividades
agrícolas e pecuárias. Com plantações de várias culturas e criação de animais
de todo porte, além de indústria, padaria.
Sendo assim os recursos hídricos no CAVG tem uma
fundamental importância para que os seus setores funcionem. O reservatório, o
açude da escola, é um dos recursos utilizados.
Uma imagem registrada em 1923, quando os alunos
podiam utilizar a água até para o banho retrata diferentemente de uma imagem
registrada atualmente, onde os alunos se encontravam a margem do açude. Através
de conversas com prof e funcionários, até pouco tempo atrás, a água do açude
era utilizada para irrigação de hortaliças e no abastecimento de animais.
Atualmente as possibilidades de uso desta água
são muito restritas, sendo utilizada somente na irrigação de plantações de
arroz. Como podemos observar nesta imagem, a água do açude se encontra cheia de
resíduos sólidos, o que, há anos, já vinha provocando algumas indagações e
questionamento: de onde vinha todo esse lixo? A água realmente é poluída? Qual
o índice de poluição da água?
Na realização de uma análise físico-química
desta água observou-se que os índices de coliformes fecais se encontram muito
acima dos padrões de aceitabilidade para qualquer uso, de acordo com o Conselho
Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
Algumas alternativas já foram pensadas e
formuladas para tentar resolver este problema, no próprio CAVG. Entretanto
serviriam como medidas paliativas que apenas amenizariam o problema.
O maior problema encontrado são os resíduos
sólidos, pois quanto aos coliformes fecais, o açude funciona como uma lagoa de
decantação diminuindo muito os índices nas águas que seguem seu curso. No
entanto, após uma chuva, o açude e seu entorno ficam tomados de garrafas
plásticas, restos de utensílios domésticos e outros.
Para responder os questionamentos apresentados,
foi necessário sair dos limites do CAVG, assumir uma visão sistêmica, com uma
concepção totalizadora, buscando outras respostas.
Foi possível constatar, que a poluição nos
recursos hídricos do CAVG tinham sua origem em um bairro muito próximo o qual
despeja através deste canal de ligação, que mostra a imagem (Fig. 1), seus
resíduos diretamente nas águas que chegam ao CAVG.
FIGURA 1 –
Poluição no canal de escoamento do Bairro Getúlio Vargas.
Assim, a partir da necessidade de conhecer
mais profundamente este bairro, o Bairro Getúlio Vargas, seus problemas
ambientais assim como trabalhar com seus moradores e seu comportamento frente
ao que se apresenta, estabelecemos os objetivos desta pesquisa:
-
Ampliar o conhecimento
das pessoas da comunidade a respeito das questões sócio-ambientais;
-
Identificar as causas
e conseqüências da problemática ambiental no Bairro Getúlio Vargas e áreas
circundantes;
-
Estimular a
implementação de um Núcleo de EA no bairro, construindo um espaço permanente de
discussão e enfrentamento dos problemas ambientais.
O Núcleo em EA é uma
proposta da Secretaria de qualidade ambiental de Pelotas, já implementado em
alguns bairros, que tem como objetivo trabalhar os problemas ambientais locais,
formando lideranças na comunidade, mediante um processo permanente de formação
e informação, através da EA não formal.
Esta pesquisa retrata uma realidade não só desta
comunidade, mas de muitos bairros periféricos de uma cidade. A maioria dos
bairros se constrói pela necessidade de um espaço para viver sem custo ou com
um custo muito mínimo. O bairro Getúlio Vargas tem cerca de 6.000 habitantes, com
uma renda familiar muito baixa; isto é, quando existe, vivendo a maioria das
famílias de sub-empregos. Esta comunidade apresenta sérios problemas sociais,
com carências diversas: moradia em construções precárias; falta de
infra-estrutura urbanística; dificuldades econômicas, fome, frio, violência ,
insegurança.
Sem
infra-estrutura e com um crescimento ilimitado e desordenado em áreas
precarizadas, os problemas ambientais são muitos, principalmente no que se
refere ao lixo e a falta de canalização.
Leonard
(1992, p. 36), Jacobi (1997,p. 385) e Boff (1999, p.20) tratam deste tema,
salientando as diferenças e desigualdades entre diferentes zonas de uma cidade,
concentrando os agravos ambientais em locais mais pauperizados.
O bairro possui cinco espaços destinados a áreas
de lazer. Entretanto são utilizados como depósitos de lixo pela população. A
garantia de espaços adequados para o lazer e de um meio ambiente sadio passa
pela EA, enquanto um processo de constante transformação e conscientização da
população.
Temos várias leis, decretos e consta na
constituição o cuidado na tutela do ambiente. Entretanto, elas precisam ser
complementadas com uma nova concepção de vida e de mundo, trazendo mudanças
profundas e verdadeiras.
A EA tem uma missão que vai além da educação e do
conhecimento do meio ambiente em que vivemos. Ela precisa buscar um novo
ideário comportamental, construir um novo conceito de mundo, permeado pela
coerência nas atitudes, com uma postura ética e uma consciência política, que
permitem um bem estar coletivo.
A EA tem que buscar, com uma educação política,
segundo Reigota (1994, p. 10) resgatando a dignidade do ser humano, vinculando
as questões ambientais com as sociais.
Gadotti (2000, p.96) coloca a necessidade de uma
nova mentalidade, de uma percepção holística, de uma mudança radical nas
atitudes, valores e ações, construindo um novo paradigma.
A educação deve ter a sua influência na
transformação da mente, nas ações, nas relações pessoais e com a natureza e o caráter
permanente da educação de acordo com Freire, permite esta construção contínua
do sujeito.
Enfim, é preciso que aja responsabilidade,
compromisso, onde os direitos e deveres precisam ser respeitados pelos cidadãos
e dirigentes no exercício da cidadania.
Devido ao caráter social que emerge quando nos
propomos a discutir as questões ambientais, surgem como temas bases de uma
articulação política da população: a justiça ambiental, a cidadania ativa e o
empowerment .
JUSTIÇA
SÓCIO-AMBIENTAL
Segundo Chiro apud Layrargues (2000, p.
117), o movimento pela justiça ambiental surgiu na metade dos anos 80,
enfatizando que a questão maior se situa no direito que qualquer ser possui de
viver em ambiente saudável e ecologicamente aquilibrado, independente de raça,
classe, gênero, cultura ou mesmo espécie.
A população é afetada pela injustiça sócio-ambiental, pelas
suas condições de desigualdade social, exploração e dependência. Hogan (1995,
p. 151) salienta que os pobres foram empurrados para as periferias
ambientalmente precárias.
E ainda Hogan (1995, p. 162) e Martinez-Alier
(1998, p. 127) colocam que a desigual distribuição de recursos também é
desigual quando se trata distribuir os riscos ambientais, não atingindo
igualmente todos os segmentos sociais, onde os pobres e as minorias são os mais
afetados.
CIDADANIA ATIVA
A cidadania se apresenta como um
agente transformador da sociedade, com uma nova sociedade, com autonomia sobre
o próprio corpo, a moradia e a proteção ambiental, buscando novas relações
entre estado e sociedade, com uma maior abertura de espaço na gestão das
políticas públicas, e por novas relações entre estado e sociedade.
Para Leff (1999, p. 112) exercer a
cidadania, sendo um cidadão ativo e participante nas decisões do coletivo, não
é suficiente conhecer os seus direitos e deveres é necessário reivindica-los no
momento oportuno, cobrando e exigindo medidas a quem compete implementa-las.
O cidadão precisa despertar desta
apatia, lutar coletivamente para resgatar sua cidadania e o seu direito de
viver melhor, em um ambiente saudável.
EMPOWERMENT
Para Friedman apud Saito (2001, p.
132) o empowerment significa o fortalecimento político organizacional de uma
coletividade para transformar a realidade. Para Freire o empowerment indica um
processo político das classes dominadas, que buscam a própria liberdade da
dominação, empenhando-se na obtenção do poder político.
A organização do coletivo pode
influenciar na transformação de uma situação problema e seu enfrentamento, pela
força adquirida no interior de seu conjunto.
O sujeito coletivo é aquele que se
organiza e participa, em espaços, onde as lutas sociais, políticas, econômicas
e culturais se cruzam e produzem práticas, adquirindo poder político e uma
capacidade de mudança coletiva.
Para Freire (1987, p. 135), a
força do coletivo se faz com um sentimento social livre do individualismo, em
que cada um seja capaz de usar sua liberdade para ajudar os outros a se
libertarem, através da transformação global da sociedade.
APROXIMAÇÃO COM A COMUNIDADE DO BAIRRO GETÚLIO VARGAS
Minha
aproximação com o bairro Getúlio Vargas, ocorreu no iniciou de junho de 2001,
com o propósito de conhecer a realidade vivida pela comunidade e compreender as
suas relações sociais, assim como encontrar um grupo de pessoas, que
mantivessem encontros periódicos.
De acordo com Oliveira & Oliveira
(1986, p. 27) uma das dificuldades do pesquisador é a sua inserção e, ao mesmo
tempo, a sua aceitação como pessoa estranha no meio de uma comunidade. A inserção é um processo pelo qual o
pesquisador procura atenuar a distância que o separa do grupo social com que
pretende trabalhar. Por isto, acreditei que tais lideranças poderiam abrir as
portas do bairro, para que eu pudesse estreitar a distância que me separava das
pessoas da comunidade.
Foi então
que dei início as minhas tentativas de aproximação e inserção no bairro através
de pessoas que exerciam alguma liderança nas seguintes entidades
representativas: Cooperativa de produção, Associação de moradores, A Escola
municipal Getúlio Vargas, O Atendimento sócio-econômico em meio-aberto e a
Comunidade Católica.
Algumas destas entidades não funcionavam
enquanto um coletivo, sendo constituídas somente pelos seus representantes.
Enfim, não possuíam um grupo engajado e nas poucas ações relacionadas às
questões ambientais não havia a participação das pessoas da comunidade. Parecia
que a luta diária pela sobrevivência constituía-se na maior prioridade das
pessoas desta comunidade, as quais vivem num contexto de desigualdades e
injustiças sociais tão marcantes.
Após
muitos encontros frustrados e muitos questionamentos, pois não encontrava no
bairro um grupo com o qual pudessem estabelecer contatos periódicos, a
Comunidade Católica, a última a ser contactada, em junho de 2002, por
intermédio da D. Jaci, líder comunitária, apresentava uma estrutura, Além das
atividades religiosas inúmeros programas e projetos utilizavam o espaço da
paróquia, apesar das dificuldades de mantê-la em funcionamento, pela falta de
estrutura e segurança.
O grupo de
mães que se encontrava no local, estava envolvido em suas tarefas de confecção
de acolchoados e outros artesanatos. O grupo era estruturado, com encontros
periódicos e, muito receptivo, pois expus o meu propósito e fui acolhida no
grupo. Havia finalmente encontrado o grupo para a realização de encontros.
CONHECENDO A COMUNIDADE
Com o intuito de me aproximar do grupo e de
conhecer a maneira como estas pessoas viviam, seus anseios, angústias e
prioridades, além de participar com o grupo na confecção de acolchoados,
participei de outras atividades, por aproximadamente seis meses, nas quais
algumas participantes do grupo também atuavam como: festas, reuniões, encontros
e no preparo do sopão e carreteiro.
O poder
público tenta através de alguns programas amenizar uma das necessidades
reveladas por Maslow (s.d. p.47), a de suprir carências de alimentação, como
acontece neste bairro, proporcionando condições para o fornecimento de sopão e
carreteiro duas vezes por semana. Entretanto, os buracos vazios, as
deficiências são muitas nesta comunidade.
Os desejos insatisfeitos de filiação, de
identificação, de estreitas relações de amor, de respeito e prestígio também
tratados por Maslow (s.d. p, 47) constituem em buracos vazios. A violência, a
falta de segurança, o medo e a fome aparecem constantemente em suas falas. Além
de satisfazer necessidades de sobrevivência, trabalhar outras questões com
essas pessoas, como de cuidado consigo e com seu corpo, torna-se fundamental.
Durante o preparo do sopão e carreteiro, surgia
a oportunidade de discutirmos sobre temas que faziam parte do cotidiano delas,
que emergiam em conseqüência de fatos acontecidos no bairro, compartilhando
suas poucas alegrias e suas tantas tristezas.
A necessidade de uma liderança exercida
de maneira responsável e com lisura em suas atitudes foi constatada como sendo
fundamental neste grupo do sopão e carreteiro, pois os recursos públicos
destinados deveriam ser utilizados de maneira correta. De acordo com Beal o
líder percebe as tendências de ação do grupo e orienta-o na direção acertada.
Já quanto a exclusão social total, esta
foi percebida em algumas famílias, as quais não se beneficiam com nada, vivendo
à margem de tudo. Sem registro, documentação, não existem como cidadão.
FESTAS: VISÃO PATERNALISTA
Analisada sob a ótica de ações
participativas ampliadas e coletivas, a participação das pessoas da comunidade
em momentos festivos, denuncia uma visão paternalista comumente existente
nestas ocasiões, com distribuição de presentes ou doação impede a participação
nas atividades propostas pelo simples prazer e satisfação.
A carência dos moradores por momentos
de lazer, a falta do seu poder de decisão, assim como de limites no uso da sua
liberdade, foi uma grande dificuldade observada, restringindo a participação
consciente e comprometida com os propósitos da ação.
Essa visão por sua vez dificulta o
engajamento de um maior número de pessoas no planejamento, organização e
execução de uma atividade, determinando o sucesso ou não da ação proposta.
ASSISTÊNCIA X
ASSISTENCIALISMO
A assistência prestada às
crianças, idosos, inválidos e mendigos é um dever do estado, pois estes são
supostamente incapazes de gerir sua própria sobrevivência. Entretanto ela não
pode ser rebaixada ao assistencialismo, quando se trata de indivíduos capazes e
com condições de suprir as suas necessidades e de seus familiares através de um
trabalho digno. De acordo com Demo (1996, p. 31) o estado assistencialista
mantém, de uma certa forma, a estrutura de desigualdade social, oferecendo
medidas paliativas para amenizar as diferenças, mas mantendo-as e incentivando
a sua continuidade.
Não há como negar que o
assistencialismo através do sopão e carreteiro e da distribuição de cestas
básicas, tem abrandado a fome de um número de pessoas, entretanto, o
assistencialismo aliena e sustenta uma situação injusta.
A FOME REVERENTE E URGENTE
A intensidade do problema da fome está
assumindo proporções incontroláveis, como demonstra a preocupação primordial do
atual governo e da sociedade. No entanto, essas medidas não são respaldadas na
cidadania, pois políticas públicas de cunho essencialmente assistencialista,
incentivam o imobilismo apático e módico.
A fome
aparece como a principal preocupação desta comunidade. Diversas famílias vivem
na miséria, não conseguem a sua subsistência. Ë evidente que não se pode mais
adiar a busca de soluções que tratem de maneira responsável e com a brevidade necessária
a questão da fome.
Os programas existentes que objetivam
minimizar o problema da fome são elitistas e muitas vezes injustos, pois
continuam excluindo os mais necessitados.
Dejours (1986, p.9) ao criticar o conceito de saúde da Organização Mundial da Saúde
(OMS), como um estado de conforto, de bem estar físico, mental e social,
enfatiza que a angústia tem um papel a desempenhar na vida das pessoas, pois
essa angústia estimula a transformação do homem e da realidade. O desejo de alcançar
algo pode gerar angústias, no entanto, é o objeto de desejo que faz uma pessoa
lutar. O perigo reside, justamente, na apatia, na falta do desejo, quando ele
não é mais possível.
ENCONTROS DEMOCRÁTICOS: BUSCA DE ESTRATÉGIAS PARA ENFRENTAR
A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL
Participaram
dos encontros, realizados de junho a dezembro de 2002, um grupo composto de
sete (7) pessoas. Os encontros foram denominamos de Encontros Democráticos,
baseados nos Círculo de Cultura de Paulo Freire, metodologia criada para
conscientização dos sujeitos envolvidos. Esta metodologia já foi também
utilizada por outros autores, sendo denominada por Minasi (1996) como Encontros
de Cultura, por Soares (2000) como Grupos de reflexão-ação e por Saito (2000)
como práticas sociais coletivas.
As participantes dos ED possuem muitos pontos
em comum nas suas histórias de vida, vindo do campo para a cidade, sobrevivendo
com muitas dificuldades, tornando-se sujeitos da resignação ou revolta,
dependendo da maneira como encaram a realidade vivida, como expressa Fantin
(1997, p. 54).
A
segregação, na distribuição espacial da população, foi observada por Kowarick
(1980, p. 41) em um crescimento caótico, onde a construção da casa própria
(barraco), através da ajuda mútua, em um lote de terra, muitas vezes adquirido
como doação ou comprado por uma bagatela, constitui a única possibilidade de
alojamento para os trabalhadores menos qualificados, cujos rendimentos não
permitem outro modo de moradia. Desse modo, algumas moram no bairro desde o seu
início, observando o seu crescimento desordenado e, conseqüentemente, os
problemas de estrutura urbana se avolumando com o passar dos anos. O bairro foi escolhido pelas suas famílias
por ser a única possibilidade de uma moradia com um custo mínimo.
Foi preciso estar junto com às participantes
dos Encontros Democráticos para descobrir e compreender como se estabelecem
relações entre elas e como as lideranças se constroem no seu interior. Foi
observado que o grupo dos ED apresentava problemas de gerenciamento na
realização de atividades, assim como problemas de relacionamento entre suas
componentes, o que parece ter melhorado no decorrer do tempo. Enfatiza
Baremblitt (1986, p. 190) que “a teoria dos papéis se compõe, então, dessa representação
que cada um tem de si mesmo e que responde a uma representação de expectativas
que as demais pessoas têm de nós”.
Mesmo em um grupo pequeno, ou em uma
comunidade, os papéis exercidos por cada participante podem ser percebidos com
clareza. As atitudes das pessoas correspondem às expectativas que os demais
têm em relação a ela.
Os papéis assumidos passam a ser conhecidos
pelo pesquisador, assim como os conflitos e ansiedades gerados pelo convívio
tão próximo que, ao mesmo tempo aumentam laços de amizade e companheirismo.
Segundo Freire (1987, p. 87) “nosso papel não
é falar ao povo sobre a nossa visão de mundo, ou tentar impor, mas dialogar
sobre a sua e a nossa”, por isto a importância e o cuidado para que os temas
emergissem da percepção que a própria comunidade tem dos seus problemas
ambientais.
Para Saito (2000, p. 25), “identificar o tema
gerador significa, entre tantas coisas, aquilo que diga respeito à comunidade,
que seja um tema-problema, capaz de tocar fundo nos interesses do jogo”.
As
participantes trazem alguns questionamentos pertinentes a responsabilidade em
assumir obras de saneamento, sendo da população ou do poder público?
Nas questões
sociais emerge os problemas referentes a fome , frio, assistencialismo e
questões referentes ao funcionamento e estrutura do grupo.
Nas questões
ambientais emergiram problemas como: saneamento básico, limpeza das ruas e
alagamentos, falta de área de lazer, coleta e comércio de lixo, acidentes e
contaminações nas enxurradas.
Para
problematizar as questões levantadas foram propostas ao grupo algumas
atividades, que se realizaram a medida que os encontros aconteciam.
A
PARTICIPAÇÃO NA TRILHA COMO ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO DA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL
Com a
constituição do grupo, participante dos Encontros Democráticos, propôs-se a
participação em uma trilha, no CAVG, na área do açude e proximidades, o qual
tem o seu abastecimento dado pela água pluvial e dejetos oriundos do bairro.
Percorrendo o entorno do açude e lugares onde havia mais lixo depositado.
Buscou-se, deste modo, ampliar o conhecimento das participantes sobre a
problemática ambiental observada e sua relação com a problemática do bairro,
com um enfoque sistêmico.
Durante a
trilha algumas inquietações foram formuladas, além de provocar lembranças de um
passado, expressado com saudosismo, ficando acordado que no próximo encontro
problematizaríamos a situação observada, resgatando os comentários e as
análises do grupo, através de uma amostra de fotos da trilha.
A
participação na trilha foi um momento de muita importância para a valorização
da capacidade do grupo de aprender e compreender uma problemática ambiental e o
alcance de sua dimensão.
Quando formos abordar uma problemática
ambiental torna-se fundamental conhecer além do que se pode enxergar, e este
foi o objetivo quando da realização da trilha, abordar a visão sistêmica,
analisada por Capra (1996, p.39).
A realização da trilha no CAVG oportunizou o
conhecimento da problemática ambiental local e da percepção de sua relação
direta e muito próxima com o bairro. Compartimentando cada localidade e seus
problemas, deixamos de analisar o todo e de perceber as conseqüências dos
impactos em outros locais. De acordo com Chiro apud Layrargues (2000, p. 118),
“devemos pensar local (mas conhecendo os vínculos com o global), e agir
localmente”. Ainda, esclarece que o chavão “Pensar globalmente, agir local”,
obscurece as experiências e ações dos indivíduos para a melhoria das condições
locais nas comunidades marginalizadas.
O
desvelamento crítico, segundo Gadotti (1996, p. 719) significa “chegar ao fundo
das coisas, conhecê-las, descobrir o que há em seu interior, atuar sobre o que
se conhece para transformá-lo”. Não sendo suficiente o conhecimento, é
necessário o desejo de transmitir, o que foi sentido em algumas falas.
As participantes perceberam que o
bairro estabelece com o CAVG uma relação direta e ficaram surpresas pela
descoberta de que a água utilizada em suas casas tem um destino, que ela chega
a algum lugar e de que de alguma maneira retorna às suas casas.
O grupo expressa o peso da
responsabilidade de cada um sobre posturas utilitaristas frente ao problema da
poluição na água. As falas soam quase como um pedido de desculpas pela
ignorância de uma realidade tão próxima, e que sofre a influência de fatos
gerados no próprio bairro:
O grupo
procura identificar os responsáveis pela situação observada, apontando uma
postura inadequada dos moradores do bairro, a necessidade do engajamento na
luta por melhorias e as instituições governamentais algumas vezes como
cumpridoras e em outras apontando a ausência de políticas públicas.
A
acomodação e a espera limitam e dificultam a conscientização dos moradores,
caracterizando a tutela governamental, a dependência a espera pacientemente por
uma providência.
Assumindo
somente para si a responsabilidade pela resolução dos problemas do bairro, a
comunidade torna-se um comparsa, um parceiro na concordância e permanência de
uma política inadequada e injusta.
“VIDA DE
INSETO”: UMA METÁFORA DA SOCIEDADE BRASILEIRA
Com a
finalidade de instigar nas participantes a percepção de como um grupo
organizado, minimamente aglutinado em torno de interesses coletivos, poderia
ter mais força e poder, realizou-se uma sessão de vídeo, com o filme “Vida de
Inseto”, que retrata como vive em sociedade um formigueiro, a sua fragilidade
frente ao poder de dominação dos predadores, ao mesmo tempo relata uma força e
determinação em momentos de extrema opressão.
As
participantes demonstram perceber a semelhança entre a nosso modelo de
sociedade e a do formigueiro. A união, a servidão, a dominação, assim como a
força do coletivo, o Empowerment, para sair de uma situação de opressão;
a necessidade da organização das associações como instâncias de participação
ativa; e a dominação alienante, causando insatisfação e revolta emergem no
encontro posterior à sessão de vídeo.
O cidadão, quando se organiza e
participa, compreendendo, interessando-se e exigindo seus direitos, adquire
poder político e uma capacidade de mudança coletiva (GUTIÉRREZ, 1999, p.15),
tornando-se sujeito coletivo, que se organiza enquanto associações de
moradores, grupos diversos, organizações não-governamentais, entre outros.
Estes espaços, onde as lutas sociais, políticas, econômicas e culturais se
cruzam e produzem práticas, proporcionam, a esta coletividade, a elaboração de
uma identidade no interior de múltiplas diferenças.
Para Friedman apud Saito (2001, p. 132), Empowerment
significa “o fortalecimento político-organizacional de uma coletividade, que
toma como referência os interesses comuns. Pratica uma ação solidária e
colaborativa para transformar a realidade local.
O Empowerment
indica um processo político das classes dominadas, que buscam a própria
liberdade da dominação, empenhando-se na obtenção do poder político (FREIRE,
1986, p. 138).
Romper com uma situação de acomodação, através da união e conjunção de força
interior de cada um, sentindo-se fortalecido pela cumplicidade do outro, pode
ser uma estratégia popular na conquista por seus espaços.
Estes espaços de participação ativa podem ser as
associações comunitárias desde que segundo kleinschmidt & Silva (1985, p.
36) ela possua uma forte ligação com o conjunto de moradores do bairro, defenda
seus interesses e garanta a participação do povo nas decisões, entretanto as
associações, existentes no bairro, não parecem exercer o papel de aglutinadoras de pessoas, disponibilizando
momentos para compreensão e
discussão política dos problemas que afligem a comunidade, dificultando o surgimento do “sujeito coletivo”. No movimento em que se processam sujeitos
coletivos, percebe-se uma dura, lenta e conflituosa construção, sendo práticas
difíceis de serem concretizadas e principalmente visualizadas (FANTIN, 1997, p.
29).
Quando estes segmentos falham no processo de
mobilização e participação, a interação entre os membros e suas relações não se
estabelece, perdendo o sentido e significado do viver em comunidade.
A situação nos bairros que “refletem as
conseqüências do sistema de dominação: vivem em condições de marginalidade, de
exclusão social, em espaços periféricos, e em posição de defesa” (COGOY, 1998,
p. 20), deveriam causar insatisfação na população, a tal ponto que fizesse
emergir a mobilização, a organização e, como etapa culminante, o processo
reivindicatório.
Na fala de uma participante, está implícita a
“incapacidade”, de que trata Freire (1988, p. 50) “de tanto ouvirem de si mesmos que são incapazes,
que não sabem nada, que não podem saber, que são enfermos, indolentes, que não
produzem, em virtude de tudo isto, terminam por se convencer de sua incapacidade”.
Enfatiza Boff (2000, p. 42), que a dominação obriga a três
atitudes: ou ao submetimento para sobrevir, implicando a traição da própria
história; ou a resistência, a rebelião e a clandestinidade, correndo riscos; ou
o disfarce, o simulacro e o jeitinho, adaptando-se.
Diante dessas evidências, parece que os integrantes da comunidade
precisam ser motivados a participar da organização de uma estratégia popular,
de forma cooperativa, de modo que não esteja voltada basicamente para a questão
da subsistência e sobrevivência, porém, com um caráter mais político, saindo da
condição de dominação e alienação.
A organização de uma estratégia popular, desalienante,
emancipatória, com uma participação política, poderia se dar através dos
Núcleos em Educação Ambiental (NEA).
NÚCLEO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ESPAÇO POSSÍVEL PARA TRANSFORMAÇÃO
As
participantes sentiram a necessidade de socializar as informações adquiridas e
do engajamento de outras pessoas da comunidade, de modo a ampliar a participação
popular na discussão das questões sócio-ambientais. “A
possibilidade de maior acesso à informação potencializa mudanças
comportamentais necessárias para um agir mais orientado na direção da defesa do
interesse geral” (JACOBI, 1998, p. 11). Nesta citação, é salientada a
importância da participação de uma comunidade informada e esclarecida, fazendo
despertar o “desejo” de mudanças, de maneira que possam unir forças,
tornando-se sem dúvida, prioritário nessa luta.
Então,
em um primeiro momento, solicitou-se a participação de um representante da
Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), órgão governamental responsável pela
construção do projeto dos Núcleos de Educação Ambiental, para explanar e
detalhar a proposta.
Este encontro teve como proposta a troca de vivências
e experiências entre o grupo e a representante da SQA, onde o grupo explicitou
o que havia assimilado das atividades que participou e a representante da
secretaria explicitou, para o grupo, as atividades realizadas pela secretaria, como
proposta de aproximação com a comunidade e de incentivo para a implementação do
Núcleo de Educação Ambiental nos bairros da cidade.
Neste
encontro a auto estima do grupo parece ter crescido, pelo envolvimento da
representante de uma Secretaria do governo municipal, e demonstravam entusiasmo
com a possibilidade de implementação do núcleo no bairro.
De
qualquer modo, o grupo propôs em um segundo momento ampliar a discussão, com a
participação de outras pessoas, em especial aquelas que tem uma inserção na comunidade
e pessoas da própria comunidade.
Após uma
dinâmica de sensibilização, realizada com as presentes, o conhecimento da
problemática ambiental do CAVG e BGV assimilado ao longo dos encontros pelas
participantes dos ED, foram transmitidas aos presentes no encontro.
Compartilhar
a responsabilidade entre a comunidade e o poder público é apontado como
necessário. Acreditam que se a comunidade fizer a sua parte, a cobrança aos
dirigentes de uma política pública que atenda aos seus anseios, poderá ser
efetivada com mais sucesso.
Os vários
questionamentos que surgiram ao longo desse estudo, favoreceram a busca de
caminhos que oportunizassem um esclarecimento e uma maior politização das
pessoas da comunidade a respeito das questões sócio-ambientais, do seu direito
à cidadania, assim como da relevância e necessidade de uma participação ativa e
coletiva.
Os núcleos
em EA poderão dinamizar a participação da comunidade a partir de uma nova
postura, com o objetivo de discutir e enfrentar os problemas vivenciados pela
população, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e críticos em
suas tomadas de decisões, pressuposto básico para a construção de uma sociedade
sustentável. O núcleo poderia constituir-se em espaços para o exercício da
cidadania.
Os espaços de participação política em uma
comunidade, oportunizando a discussão de questões sócio-ambientais, como já
dito anteriormente, praticamente inexistem no bairro. Entretanto, nos núcleos de EA, pela característica de
ser uma proposta idealizada e implementada por um órgão do governo, a
comunidade teria este espaço, com mais força política para reivindicar os seus
direitos.
Certos
direitos naturais inalienáveis, como: trabalho digno; direito à alimentação;
direito ao tratamento médico; moradia com dignidade; direito à educação e
direito à segurança, dependem de serem reconhecidos pelos dirigentes, como tal,
em relação ao indivíduo. “É possível que exista um indivíduo, que vive em uma
sociedade, na qual não possui todos os direitos de um cidadão típico? ”(GOUVÊA,
2002, p. 11).
Esse
questionamento simples e óbvio possui um sentido sagaz, na tentativa de alertar
para uma situação que pode não estar visível, no entanto não é invisível,
bastando querer enxergá-la.
A
dificuldade encontrada na comunidade parece ser a de mobilização de algumas
potencialidade que existem no bairro, mas que se encontram adormecidas pela
descrença não só nos dirigentes, mas no ser humano e na sua capacidade de
articulação e força.
O grupo
foi sendo ampliado e, adquirindo certa autonomia e iniciativa, sendo
fortalecido pela participação coletiva. Enfim, nos últimos contatos
estabelecidos pareceu que eram muitas as possibilidades de implementação do
núcleo em EA no Bairro Getúlio Vargas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A postura
utilitarista e fragmentada, empregada aos recursos hídricos, vem sendo
discutida por organismos nacionais e internacionais, entretanto torna-se
evidente a relação sócio-ambiental desta problemática, com todas as implicações
desta relação.
A injusta
distribuição espacial, com as péssimas condições ambientais observadas nas
zonas periféricas das cidades, pelas conseqüências da falta de políticas
públicas adequadas e justas, como também por uma postura equivocada das
comunidades, é uma característica presente no BGV.
Na minha
aproximação com a comunidade foi possível perceber que algumas questões eram
prementes para as pessoas daquela comunidade: a fome; a insegurança, a
violência, a exclusão, o assistencialismo, a dominação, a necessidade de
liderança, dentre outras.
Nos
encontros democráticos dois momentos tiveram maior reflexão e descoberta: a
trilha, que ampliou o conhecimento das participantes a respeito da problemática
ambiental do CAVG e sua relação, numa visão sistêmica , com o BGV,
compartilhando responsabilidade entre a comunidade e o poder público ; A
metáfora foi compreendida com o filme Vida de Inseto, que mostrou como a força
de um coletivo pode provocar mudanças, reconhecendo a semelhança no modelo de
dominação, tal como a nossa sociedade.
O grupo
sentiu necessidade de socializar as informações e de ampliar a participação, de
modo a comprometer mais pessoas com a proposta de implementação do Núcleo de
EA.
A
capacidade de aprender e trocar experiências diferenciadas, ampliando
mutuamente o conhecimento foi uma constante em todo este processo.
O Núcleo
de EA poderá ser o espaço para discussão, servindo como estratégias que
reforçarão e concretizarão a idéia fundamental de pensar a EA não formal, para
o enfrentamento da problemática ambiental, comprometendo algumas entidades
representativas, pessoas da comunidade e dirigentes governamentais.
Esta pesquisa não teve a pretensão de
resolver as questões ambientais apresentadas no CAVG E BGV, mas partilhar com
outras pessoas aquela situação que eu havia constatado em minhas andanças.
Neste percurso, como já explicitei, muitas indagações foram formuladas e outras
tantas ficaram sem resposta.
Durante
todo o percurso deste trabalho, redimensionei inúmeras vezes a importância de
discutir as questões sócio-ambientais com as pessoas desta comunidade, diante
da situação de pobreza e exclusão, entretanto, a necessidade de ampliar os seus
horizontes, a vontade de saber mais sobre o que desconhecem impulsionou esta
pesquisa.
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