Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Trabalhos Enviados
16/03/2012 (Nº 39) MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS QUE VISAM AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1184 
  

MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS QUE VISAM AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

 

 

 

 Andreia dos Santos Freitas¹

Profª MSc. Elza de Fátima Bedani²

 

 

 

¹ Professora efetiva das redes municipal e estadual de São Paulo; pós-graduada em Língua Portuguesa pela PUC-SP; especialista em Língua Inglesa pela UNESP e pós-graduanda em Educação Ambiental pela Universidade Guarulhos. Endereço para correspondência: Rua Orlando Biagi Angu, 306 – apto. 12B – Macedo – Guarulhos – S.P. – CEP: 07197-090. Tel: (11) 8059.1474, e-mail: xxandreia@hotmail.com

² Professora e Pesquisadora da Universidade Guarulhos - Graduação e Pós-Graduação.  Endereço para correspondência: Praça Tereza Cristina, 88 - Centro - Guarulhos- SP  CEP: 07011-080  Tels: (11) 2464- 1708/2721 e-mail: ebedani@prof.ung.br.

RESUMO

            A preservação do meio ambiente parece inconcebível frente ao crescimento populacional e suas necessidades, porém são primordiais ações individuais e/ou coletivas que visem à sustentabilidade. Mas como iniciar essas ações além do “senso comum”, realmente internalizar que devemos preservar o Meio Ambiente e expandir esse conhecimento sem se passar por um “eco-chato”?

            O objetivo deste trabalho é realizar palestras de conscientização, a alunos de uma escola municipal de ensino fundamental situada na periferia da zona leste de São Paulo, sobre os impactos ambientais do consumo exacerbado e as conseqüências do destino incorreto dos resíduos provenientes deste consumo.

Palavras chave: desenvolvimento sustentável, meio ambiente, conscientização, mudança comportamental

 

ABSTRACT

            The preservation of the environment seems inconceivable before the population growth and its needs, but individual actions and / or collective aimed at sustainability are paramount. But how to start these actions beyond the "common sense" really internalize that we preserve the environment and expand this knowledge without going through an"eco-boring"?
            The objective of this study is to conduct awareness lectures, the students of a public  elementary school, located on the eastern outskirts of Sao Paulo, on the environmental impacts of consumption and exacerbated the consequences of incorrect destination of the waste from this consumption.


Keywords: sustainable development, environment, awareness, behavior change

 

1. INTRODUÇÃO

Não podemos nos esquecer que vivemos num mundo globalizado e capitalista e que o discurso de preservação da natureza não deve estar associado somente “ao cuidar da natureza”, e sim agregado a um significado palpável para a população, ou seja, deve estar atrelado ao capitalismo e gerar lucro ou renda, portanto, medidas simples e cotidianas devem ser internalizadas pelos cidadãos.

Mas de que maneira? De forma individual ou coletiva? Desde a tenra idade ou a partir do momento que o individuo tem o primeiro contato com a Educação Ambiental? E o que fazer com um dos piores - se não o pior problema ambiental de todos: “o lixo doméstico”? E como gerar energia de forma limpa – para não prejudicar ainda mais o Meio Ambiente – para essa quantidade de pessoas? E como unificar preservação do Meio Ambiente com lucro e geração de renda?

As perguntas acima devem levar o ser humano à reflexão sobre sua existência neste planeta e o que deseja para si e para ele. Assim, faz-se necessário e urgente não só a “informação” da população sobre estes problemas ambientais, mas a “conscientização crítica” que leve a uma mudança comportamental que vise ao desenvolvimento sustentável, pois somente assim poderemos ter uma expectativa de vida com qualidade.

 

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

            Apresentar aos alunos formas aplicáveis de reaproveitamento/reutilização dos resíduos sólidos provenientes do lixo doméstico (materiais recicláveis) e, como consequência, promover uma mudança comportamental com vistas ao desenvolvimento sustentável.

2.2. Objetivos Específicos

Propiciar situações teóricas em que o aluno possa por em prática sua capacidade de atuação na preservação do ambiente em que vive.

Conscientizar o discente sobre os problemas de degradação do meio ambiente, tornando-o um cidadão ativo na sociedade.

Encontrar novas possibilidades individuais e/ou coletivas para o desenvolvimento sustentável da comunidade em que o educando está inserido.

 

3. JUSTIFICATIVA

            Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o ensino fundamental que trata sobre os temas transversais, na parte sobre o Meio Ambiente (1999, p. 190), traz a seguinte menção sobre a significação do processo de ensino-aprendizagem de Educação Ambiental:

“O processo de ensino-aprendizagem de Educação Ambiental deve ser organizado de forma a proporcionar oportunidades para que os alunos possam utilizar o conhecimento sobre o Meio Ambiente para compreender a sua realidade e atuar nela, por meio do exercício da participação em diferentes instâncias: nas atividades dentro da própria escola e nos movimentos da comunidade. É essencial resgatar os vínculos individuais e coletivos com o espaço em que os alunos vivem para que se construam essas iniciativas, essa mobilização e envolvimento para solucionar problemas”.

            Baseando-se neste conceito de ensino-aprendizagem este trabalho tem como foco a noção de pertencimento e valorização do indivíduo, para que haja um aprendizado real e significativo, ou seja, aplicável.

3.1. Relevância

O trabalho com o tema Meio Ambiente é de grande importância para contribuir na formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de procedimentos.  (PCN, 1999, p. 187)

3.2. Hipótese

A perspectiva ambiental deve remeter os alunos à reflexão sobre os problemas que afetam a sua vida, a de sua comunidade, a de seu país e a do planeta. Para que essas informações os sensibilizem e provoquem o inicio de um processo de mudança de comportamento, é preciso que o aprendizado seja significativo, isto é, os alunos possam estabelecer ligações entre o que aprendem e a sua realidade cotidiana, e o que já conhecem. (PCN,1999, p. 189-190)

 

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Antes de qualquer ação efetiva para uma qualidade de vida baseada em princípios ecologicamente corretos é necessária a conscientização dos seres humanos por meio da Educação Ambiental, para torná-los cidadãos conscientes, críticos e atuantes na sociedade em que vivem, ou seja, protagonistas de suas ações,  de seus papéis reais neste mundo, preservando o planeta Terra com vistas ao desenvolvimento sustentável.

Um conceito sobre desenvolvimento sustentável que traduz o objetivo deste estudo é o de Jacobi (2003, p. 194-195) “o desenvolvimento sustentável não se refere especificamente a um problema limitado de adequações ecológicas de um processo social, mas a uma estratégia ou um modelo múltiplo para a sociedade, que deve levar em conta tanto a viabilidade econômica como a ecológica”.    

Em Leff (2001 apud Jacobi, 2003, p. 191) é mencionada a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento.

            A educação ambiental (...) trata-se de um aprendizado social, baseado no diálogo e na interação em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados, que podem se originar do aprendizado em sala de aula ou da experiência pessoal do aluno. Assim, a escola pode transformar-se no espaço em que o aluno terá condições de analisar a natureza em um contexto entrelaçado de práticas sociais, parte componente de uma realidade mais complexa e multifacetada. (JACOBI, 2003, p. 198). O autor ainda destaca que:

 

A educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. (JACOBI, 2003, p. 193)

Portanto, a Educação Ambiental, antes de qualquer coisa, deve buscar a transformação social, partindo do individual para o coletivo. Como objetivo principal deve ampliar o olhar para promover uma ação transforma que insira o homem no meio ambiente e no ambiente para educá-lo de que os recursos naturais não são inesgotáveis e que sua existência traz conseqüências negativas ao planeta e que este deve encontrar maneiras para minimizar os impactos ambientais.

Para que este objetivo se concretize é importante criar um sentimento de identidade e pertencimento local e social para que as pessoas construam um sentimento denominado: cidadania.

            Educação Ambiental não pode ser considera apenas uma disciplina da grade curricular, ou ser parte de projetos escolares, deve ser um processo permanente de educação, com vista a reprodução dos comportamentos sustentáveis de geração a geração.

5. METODOLOGIA

O método utilizado para o obtenção dos resultados esperados será um circuito de palestras, que mostrem os impactos ambientais do consumo exacerbado, aplicado a um grupo de estudantes do 8º ano de uma escola municipal de ensino fundamental, do Parque Paulistano, São Miguel Paulista, periferia da zona leste de São Paulo. Esta região está localizada na zona leste paulistana, bem próximo a uma região de várzea do rio Tietê, que engloba outros bairros como: Jd. Pantanal e Jd. Helena.

            Os participantes terão a orientação necessária (palestras, apresentação de slides) para a mudança comportamental que fuja do “senso comum” e produza um ser humano protagonista de suas ações e envolva toda a sociedade conscientizando-a sobre a importância do desenvolvimento sustentável em prol do consumo exacerbado e desnecessário.

5.1. Resultados Esperados

Conscientização sobre os problemas de degradação do Meio Ambiente; mudanças comportamentais individuais e/ou coletivas para promover o desenvolvimento sustentável da família/comunidade visando à preservação do planeta.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Para que qualquer projeto dentro de uma unidade escolar, seja ele Educação Ambiental ou não, é necessário o envolvimento de toda comunidade – interna e externa.

            Outros fatores relevantes que influenciam no sucesso de um projeto como este – que visa à conscientização e consequente mudança comportamental para o desenvolvimento sustentável é a instrumentalização dos professores, que devem estar aptos para construírem conhecimentos de Educação Ambiental com seus alunos, o levantamento das características do público-alvo, bem como suas necessidades.

           

7. REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais, p.. 187, 189-190. Brasília: MEC/SEF, 1998.

IBGE. Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período de 1980 - 2050 – Revisão 2008. Disponível em . Acesso em 25 jul. 2011.

JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. In: Cadernos de Pesquisa n. 118, p. 191-198, mar. 2003. Disponível em . Acesso em: 25 jul. 2011.

Ilustrações: Silvana Santos