Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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20/03/2004 (Nº 8) A Internet e o Meio Ambiente
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Por Vilmar Berna*

A internet deu ao conceito de aldeia global a sua real dimensão. No campo ambiental, cujas lutas são locais e globais, já que a poluição não respeita fronteiras, além de uma ferramenta poderosa de informação é uma ferramenta que proporciona a interatividade, a articulação e o exercício de cidadania, ampliando a capacidade de luta e dando voz aos cidadãos de todo o planeta na defesa de seus direitos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Num país de dimensões continentais, como o Brasil, e com problemas ambientais que ultrapassam muitas fronteiras, a Internet veio ocupar uma lacuna onde antes não existia nada, talvez só o telefone, ou o telex, com todas as suas limitações.

Graças à internet, a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental, ancorada no www.jornaldomeioambiente.com.br vem pouco a pouco se tornando uma referência para produtores e difusores de informações ambientais de todo o Brasil e mesmo no exterior, comprometidos com o objetivo de contribuir para a formação de uma nova consciência, novos valores, uma nova cultura ambiental em nosso país, através da democratização da informação ambiental, com a justificativa de que, quanto mais acesso a sociedade tiver a informações ambientais qualificadas, maiores serão as chances para o exercício dos direitos e deveres de todo cidadão. 

 

A REBIA desdobra-se em cinco versões regionais com o objetivo de promover a democratização da informação ambiental regionalmente nos estados brasileiros. Os interessados poderão inscrever-se livremente em quaisquer dos grupos, mas tratando temas regionais nas REBIAs regionais e temas nacionais na REBIA NACIONAL. Cada região escolherá dois representantes/moderadores que constituirão o Fórum Permanente Pela Democratização da Informação Ambiental, com a função de Secretaria Executiva da REBIA NACIONAL,

atuando como moderadores e incentivadores das redes regionais.

REBIA NACIONAL - Assinar: rebia-subscribe@yahoogrupos.com.br

REBIA CENTRO-OESTE - Assinar: rebiacentrooeste-subscribe@yahoogrupos.com.br
REBIA NORDESTE - Assinar: rebianordeste-subscribe@yahoogrupos.com.br
REBIA NORTE - Assinar: rebianorte-subscribe@yahoogrupos.com.br
REBIA SUDESTE - Assinar: rebiasudeste-subscribe@yahoogrupos.com.br
REBIA SUL - Assinar: rebiasul-subscribe@yahoogrupos.com.br

 

É importante que as novas gerações, que já nascem na ‘era Bil Gates' tenham acesso a esta tecnologia pois, assim como a leitura foi importante na ‘era Guttemberg', o mesmo se dará agora com a internet, sem excluir, claro, a cultura do papel, mas convivendo em sinergia. E o ideal é que esse processo de inclusão digital se dê pelo método semelhante ao do Paulo Freire, que alfabetiza ao mesmo tempo que conscientiza e estimula a formação da cidadania. É neste sentido que os Clubes de Amigos do Planeta, se assumem também como Clubes de Inclusão Digital, pois capacitam os jovens a se tornarem cidadãos planetários, o que só se torna possível com o emprego da internet.

O Projeto Clube de Amigos do Planeta propõe que durante o período de um ano alunos e professores reflitam, se manifestem e se organizem sobre as questões ambientais locais com as metas de CADA ESCOLA UM CLUBE, CADA CLUBE UMA AÇÃO CONCRETA MENSAL POR UM AMBIENTE MELHOR. Enquanto o projeto dos Voluntários Ambientais atua com uma demanda já existente na sociedade, o Projeto Clube de Amigos do Planeta irá estimular essa demanda junto aos futuros cidadãos ambientais planetários.

 

REDE DE CLUBES DE AMIGOS DO PLANETA

Assinar: redenacionaldeamigosdoplaneta-subscribe@yahoogrupos.com.br

REDE DE VOLUNTÁRIOS AMBIENTAIS

Assinar: redenacionaldevoluntariosambientais-subscribe@yahoogrupos.com.br

Vejo a evolução da internet, a grosso modo, em três ondas. A primeira, a do domínio dos equipamentos; a segunda, dos programas; e a terceira, a que estamos vivendo mais intensamente hoje, a dos conteúdos. Cresce a cada dia a quantidade de sites com conteúdo informativo, especialmente no campo ambiental, o que contribui para popularizar a internet e torná-la cada vez mais atrativa, pois raramente alguém não encontra o que procura e, quase sempre, consegue se surpreender positivamente com o que encontra, abrindo a sua frente um leque de possibilidades.

Só para citar um exemplo, o site www.jornaldomeioambiente.com.br tem recebido a visita média de 100 mil internautas mensalmente. E este número não é 'chutado', mas auditado independentemente e é transparente. Qualquer pessoa pode ir ao menu do lado esquerdo, clicar em 'estatísticas' para ver os números de acessos diários, hoje, em torno de 3.500 ao dia. Qual é o veículo impresso especializado em meio ambiente que consegue manter uma performance como esta anos seguidos? No Brasil, nenhum, nem mesmo o Jornal do Meio Ambiente impresso. Tais números mostram que é crescente a quantidade de internautas que usam a internet como meio de informação ambiental.

Por mais que a internet ainda seja um luxo para uma pequena parcela da população brasileira, em torno de 10%, ou 17 milhões de brasileiros, a tendência desses números é crescente. Ainda serão muitos os excluídos digitalmente e talvez mais da metade da população brasileira jamais venha a sequer chegar perto de um computador, mas o segmento da população brasileira incluída digitalmente ainda crescerá muito, e mesmo os números de incluídos digitalmente hoje, já são maiores que o número de habitantes de países europeus, revelando o Brasil como um mercado consumidor que só demandará mais investimentos por parte dos fabricantes de equipamentos, desenvolvedores de programas e de conteúdos para a Internet, o que significará mais empregos em todas as frentes, inclusive na área de comunicação, em nosso caso, especializada em meio ambiente.

  Creio que a tendência é a internet crescer em importância em relação às demais ferramentas de comunicação devido à interatividade que proporciona, até por que entre os internautas de hoje, não sei precisar em que percentuais, estão também os leitores de jornais e revistas, telespectadores da televisão e ouvinte dos rádios. Não sei como a internet irá influir em seus hábitos. Tenho percebido uma sinergia cada vez maior entre os veículos tradicionais, que citam e remetem seus leitores, telespectadores e ouvintes para sites e fontes na internet, como forma de complementar o espaço curto e a ausência de canais de interatividade que o público, aparentemente, exige cada vez mais. O Jornal do Meio Ambiente impresso segue esta tendência. Não sei se isso estimulará uma migração para a internet, ou se acabará por fortalecer todas as ferramentas à medida que traz mais gente para ‘consumir’ informações.

Se ao telespectador da televisão, ao ouvinte do rádio, aos leitores de jornais e revistas só resta desligar ou usar o controle remoto para mudar de canal, ou não comprar um veículo com o qual não estiver afinado, com a internet ele é o próprio editor das informações, que estão ao alcance através de serviços de busca cada vez mais eficientes, como o Cadê, o Google, etc. E mais, se antes, não tinha como dialogar com outros leitores, a não ser através das 'cartas dos leitores' ou de complicadas e caras ligações telefônicas, agora pode tranqüilamente participar de fóruns de debates sobre temas do seu interesse, com pessoas que também estão afinadas no mesmo diapasão, criar seus próprios fóruns onde só entram convidados que aceitem as regras pré-estabelecidas.

Veja o exemplo do Grupo de Debates Ambientais do Jornal do Meio Ambiente, hoje com cerca de 500 leitores ativos em todo o Brasil e no exterior. Há pouco mais de duas décadas, reunir tanta gente para debater temas ambientais era algo inimaginável, hoje perfeitamente natural e possível graças à Internet. Agora, transformar essa interatividade em ações concretas no mundo real, é outra história. Mas um passo de cada vez, certo!? Estamos desenvolvendo um sistema de abaixo-assinado, que é uma das formas, não a única, da cidadania ambiental se expressar e cobrar seus direitos. A idéia é que, uma vez implantado, passe a ser relativamente simples encaminhar abaixo-assinados a autoridades e empresas, com a legítima opinião dos cidadãos ambientais e acompanhar, através do site, o andamento do problema apontado, as respostas das autoridades e empresas, etc.

 

Para participar dos debates e trocas de informações com outros leitores interessados em meio ambiente, basta enviar e-mail para assinar-noticiasdojornaldomeioamb@grupos.com.br e confirmar sua inclusão (o Yahoo envia automaticamente para o seu e-mail) no Grupo de Debates dos Leitores do Jornal do Meio Ambiente. Para passar a enviar mensagens e participar dos debates do grupo envie uma breve apresentação para o e-mail jornaldomeioambiente@yahoogrupos.com.br sobre você, seus trabalhos, projetos, sugestões, idéias para o grupo que reúne leitores do Jornal do Meio Ambiente como você. Você pode cancelar sua assinatura a qualquer momento, basta enviar uma mensagem para jornaldomeioambiente-unsubscribe@yahoogrupos.com.br

 

Hoje, o internauta interessado em meio ambiente pode ainda se inscrever em serviços de notícias gratuitos, como o oferecido pelo Jornal do Meio Ambiente, recebendo por e-mail, diariamente, informações focalizadas em sua área de interesse. Há cerca uma década, seria impossível reunir tanta informação qualificada sem se dedicar por horas e horas de muita 'poluição da informação', tendo de lidar com uma quantidade enorme de assuntos e informações e gastar muito dinheiro com a assinatura de diversos veículos impressos.

 

Para receber diária e GRATUITAMENTE em seu correio eletrônico as notícias e mensagens ambientais enviadas pelo Jornal do Meio Ambiente basta enviar um e-mail para: assinar-noticiasdojornaldomeioamb@grupos.com.br Uma vez feito isso, você receberá uma mensagem do www.grupos.com.br pedindo sua confirmação de inclusão no Grupo de Notícias do JMA, que você deve confirmar para ingressar automaticamente no grupo, sem depender de aceitação ou recusa de moderadores.

 

Comparo um pouco a invenção da internet com a invenção do automóvel. Logo que surgiu era barulhento muito poluidor, lento, desconfortável, caríssimo, assustava os cavalos, os primeiros motoristas faziam o que queriam pois não haviam regras. Essa falta de limites e regras é natural para uma tecnologia com menos de uma década de popularização. Mas é preciso pensar nestas regras, principalmente pensar na inclusão digital de milhões e milhões de jovens que estão neste momento nos bancos escolares e precisam ter acesso e dominar esta tecnologia, para não serem os excluídos digitais de amanhã, onde a tendência é a internet baratear ainda mais e se tornar mais e mais acessível. Também é importante debater a ética e as regras na internet, pois elas se estabelecerão de qualquer forma, por bem ou por mal. Lembro novamente do automóvel. Acabou dominando e estabelecendo as suas regras para as ruas que antes pertenciam aos carroceiros, bicicletas, pedestres, que, por falta de debate ou por medo da nova tecnologia, não conseguiram se organizar adequadamente e estabelecer limites que favorecessem a maioria e, hoje, os 20% da população que possuem automóveis são os donos das ruas, pontes, túneis e viadutos das cidades, onde não há mais lugar nem para pedestres, cavalos ou bicicletas. 

 

* Vilmar Berna é jornalista, escritor e ambientalista. Fundou e edita o Jornal do Meio Ambiente, com mais de 2 milhões de exemplares distribuídos no Brasil, em 8 anos de existência, e o site www.jornaldomeioambiente.com.br É autor de mais de 13 livros publicados pela Editora Paulus, entre os quais destacam-se O Desafio do Mar, A Criação e a Ação Humana, É Possível Ser Feliz, O Tribunal dos Bichos, Parábola da Felicidade e Como Fazer Educação Ambiental, temas freqüentes de suas palestras. Considerando as tiragens somadas das edições e reendições, Vilmar já vendeu cerca de 500 mil livros no Brasil e no exterior, atingindo um público superior a 2 milhões de leitores uma vez que seus livros são adotados em escolas e lidos por mais de uma pessoa. Como ambientalista fundou diversas associações ambientalistas sem fins lucrativos como os Defensores da Terra, Univerde e o IBVA – Instituto Brasileiro de Voluntários Ambientais, com mais de 9 mil filiados em todo o Brasil, e do qual é o atual presidente. Através do IBVA e do Jornal o autor coordena os projetos de sua autoria Rede de Voluntários Ambientais, Clube de Amigos do Planeta e REBIA – Rede Brasileira de Informação Ambiental. Foi o único brasileiro homenageado em 1.999, no Japão, pelas Organizações das Nações Unidas, com o Prêmio Global 500 Para o Meio Ambiente, concedido antes a personalidades como Chico Mendes e Betinho. Em setembro de 2003, Vilmar recebeu também o Prêmio Verde das Américas. E-mail: vilmarberna@jornaldomeioambiente.com.br

 

Ilustrações: Silvana Santos