Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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LUCIARA BILHALVA CORRÊA1; ÉRICO KUNDE CORRÊA2; LUCIA ICLÉIA SILVA COSTA3; JOSÉ LUIS COREZZOLLA4; ROSELEI DE FREITAS BARBOSA5 PALAVRAS-CHAVES: Educação ambiental, resíduos sólidos urbanos INTRODUÇÃO Atualmente enfrentamos sérios desafios, um deles é a complexidade e diversidade existente na problemática ambiental. Dentre as fontes de degradação ambiental os resíduos sólidos domésticos, quando gerenciados inadequadamente, oferece risco ao meio ambiente. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada no município do Rio Grande – RS, que integra a micro região litoral oriental da Laguna dos Patos. Apresenta um ambiente tipicamente costeiro, zona portuária.
Os dados coletados foram analisados por meio das respostas das entrevistas, através da apresentação de tabelas, gráficos e também foi realizado uma análise qualitativa através das falas dos sujeitos. RESULTADOS E DISCUSSÕESDe acordo com os dados obtidos no levantamento de campo da pesquisa, apresentamos os seguintes resultados: Tabela 1. Faixa etária e respectiva distribuição de freqüência.
Conforme os dados demonstrados na tabela 1, observa-se que dos 60 moradores entrevistados, 20 (33,3% do total) estão na fixa etária entre 40 e 49 anos. Na extremidade inferior desta variável, obtivemos 15% dos entrevistados, entre 20 e 29 anos, já por outro lado, apenas 3,3% dos entrevistados, (2 indivíduos), encontravam-se entre 70 e 79 anos de idade. Tabela 2. Número de moradores por residência e respectiva distribuição de freqüência.
Na tabela 2, apresentamos os dados referentes ao número de moradores por residência e respectiva distribuição de freqüência, ficando evidente que a maioria das residências apresentavam somente 3 moradores (28,3% do total). Apenas 5 residências, ou seja 8,3% do total, apresentavam um morador. Por outro lado, 3,3% do total das residências entrevistadas apresentavam 6 moradores.
De acordo com o Gráfico 1, fica evidente que o sexo feminino, em pleno século XXI, ainda é o que mais lida com os resíduos gerados nas residências, isto se deve ao fato de que a mulher ainda é a responsável pela lida doméstica, ou seja, não trabalharem fora.
Gráfico 3. Faixa salarial dos moradores O gráfico 3, nos mostra diferentes faixas salariais dos sujeitos. A grande maioria, com 48% dos entrevistados, esta na faixa de 1 a 4 salários mínimos, o que nos leva a ver que esse grupo gera mais resíduos orgânicos do que seletivos. Entretanto, os demais grupos com 32% e 17%, respectivamente 5 à 9 e 10 ou mais salários mínimos, devido a sua faixa ser mais alta, produzem além dos resíduos orgânicos, também um volume grande de resíduos seletivos. Novamente de acordo com Monteiro (2001, p.39), quanto maior o poder aquisitivo, maior a incidência de geração de materiais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica.
Conforme o Gráfico acima, quem mais maneja com os resíduos na residência, é a dona de casa num total de 63%; após com 20%, fica o casal como responsável; com 10% a empregada doméstica; e com 7% todos os membros da família. Deste modo percebe-se que a dona-de-casa, por ser quem mais maneja com o resíduo, pode ser o alvo dos programas de educação ambiental, fazendo-se necessário investimento em programas educativos referente aos resíduos, principalmente para este grupo dos entrevistados, devido ao fato de serem na maioria das vezes, as donas-de-casa que vão decidir o que fazer com os resíduos gerados nos âmbitos das residências.
De acordo com o Gráfico 5, a maioria dos moradores 65%, não possuem hortas em sua residência, enquanto que 35% possuem. Cabe destacar, que a maioria das residências que fizeram parte da pesquisa possuem espaço em seus terrenos para hortas, deste modo os resíduos orgânicos poderiam ser dispostos como adubos na mesma, após sofrerem processo de compostagem (Corrêa, 2003). Mas como foi verificado, esses resíduos são dispostos para a coleta. Entretanto as residências que tem hortas, utilizam os resíduos orgânicos como adubo, deste modo reaproveitando, retornando o resíduo ao ciclo.
O Gráfico 6 nos mostra, que 78% dos moradores têm conhecimento sobre o sistema de coleta seletiva realizada no município, enquanto que 22% desconhecem. Apesar de o maior número de moradores terem esse conhecimento, percebe-se que os mesmo não realizam a coleta seletiva na residência.
Conforme o gráfico acima, a maioria 85% dos moradores, não reaproveitam os resíduos orgânicos na residência, apesar de terem espaços nos terrenos. Já 15% demonstram que reaproveitam os resíduos, através de adubos na horta.
De acordo com o Gráfico acima 52% dos moradores não realizam a segregação dos resíduos na residência. E um grupo de 43% moradores demonstram que realizam a segregação na origem. Deste modo fica evidente que existe um grupo significativo que não segregam os resíduos, contribuindo para o desperdício de matérias, desgaste dos recursos naturais. De acordo com a Lei 9.921/93, em seu artigo 1º a segregação dos resíduos sólidos na origem, visando o seu reaproveitamento otimizado é responsabilidade de toda a sociedade que devera ser implantada gradativamente nos municípios, mediante programas educacionais e projetos de sistemas de coleta segregativa.
Conforme o Gráfico 9, fica evidente que a maior parte dos moradores, 98% reconhecem que os resíduos são um problema para o meio ambiente. Apenas 2% dos moradores desconhecem. Apesar deste grande percentual de moradores reconhecerem o problema, ainda são poucos que colaboram com a coleta seletiva dos resíduos do município.
Conforme o Gráfico acima, a grande parte dos moradores 53% demonstraram que a informação foi obtida pelos meios de comunicação geral. Outro grupo com 35% demonstraram que obtiveram informação apenas através da televisão. Já 7% obtiveram através do rádio e apenas 5% através dos jornais. Deste modo torna-se claro que os meios de comunicação em geral, estão informando as pessoas sobre a problemática dos resíduos sólidos, e o que estes quando mal gerenciados causam na saúde e no meio ambiente.
De acordo com o Gráfico acima, 88% dos moradores, consideram o resíduo um problema e apenas 12% reconhecem que não. Cabe destacar que os resíduos são considerados um problema devido a inúmeros fatores, como condições de acondicionamento, armazenamento, coleta, entre outros.
De acordo com o Gráfico 12 a maioria dos moradores 88%, reconhecem que os resíduos são de responsabilidade coletiva, e apenas 12% dos moradores, reconhecem como uma responsabilidade individual. Conforme Decreto 38.356/98 em seu artigo 1º, a gestão dos resíduos sólidos, é responsabilidade de toda a sociedade e deverá ter como meta prioritária a sua não geração, devendo o sistema de gerenciamento desses resíduos buscar a sua minimização, reutilização, reciclagem, tratamento ou destinação.
Conforme o Gráfico acima, 87% dos moradores afirmam a existência da coleta seletiva em seu bairro; após um grupo de 10% demonstram que não existe e apenas 3% dizem que desconhecem. Apesar de o maior grupo ressaltar que existe a coleta seletiva, demonstram que não realizam a segregação dos materiais no âmbito das residências.
O Gráfico acima demonstra que 63% dos moradores não receberam informação sobre como realizar a segregação dos resíduos, para auxiliar na coleta seletiva, enquanto que 37% afirmam que receberam informações. Cabe destacar que é necessário mais investimentos em campanhas de educação para informar os indivíduos sobre a coleta seletiva. É possível que as informações que o poder público municipal passam para a comunidade seja ainda ineficientes.
De acordo com o Gráfico acima, a maioria dos moradores 73% afirmam não terem conhecimento sobre o destino dos resíduos seletivos, enquanto que 27% demonstraram que o destino destes resíduos são encaminhados para as cooperativas recicladoras.
De acordo com o Gráfico 16, a maioria dos moradores 77% demonstram que não conhecem o destino dos resíduos orgânicos, e apenas 23% dos moradores afirmam que o destino destes resíduos são no lixão do município. Assim, torna-se evidente o quanto à população ainda é desinformada sobre a questão dos resíduos. É possível que isto ocorra pelo fato do lixo ainda não ser um objeto de preocupação da população.
CONCLUSÕES Diante dos resultados, concluímos que:
6 - REFERÊNCIAS CORRÊA, E.K. Produção de suínos sobre cama. Pelotas: Universitária, 2003
1Economista Doméstico pela UFPEL. Especialista em Tecnologia de Alimentos pela UCS. Mestre em Educação Ambiental pela FURG. E-mail: luciarabc@terra.com.br
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