Educação ambiental em ação 30
Entrevista com Mauro
Schorr, o Orua, para a 30ª Edição da Educação Ambiental
em Ação (www.revistaea.
org)
Por Bere Adams
Apresentação:
Esta edição apresenta uma entrevista muito especial, com uma pessoa que faz
a diferença por onde passa, e que não se cala diante dos absurdos que
encontra pelo caminho. Tive a alegria de conhecê-lo pessoalmente no VI Fórum
Brasileiro de Educação Ambiental, no Rio de Janeiro, ocorrido em julho deste
ano (2009). Ele tem uma voz diferente, imponente, que nem sempre encontra
respostas no eco de suas perguntas. Trata-se de Mauro Schorr, o Orua como
prefere ser chamado. Orua é o coordenador geral do Instituto Anima de
Desenvolvimento e Cultura Sustentável, ong bem conhecida e que recebeu o
maior prêmio ambiental de SVC este ano, o Prêmio Fritz Müller 2009, ele é
"Engenheiro Agrônomo, educador ambiental, naturopata e terapeuta, atua
como produtor de alimentos, ervas medicinais e de sementes agroecológicas, na
formação de projetos de agroecologia e permacultura, no paisagismo e na
proteção e vitalização de residências, e na ampliação da educação
ambiental em escolas, orgãos de governo e feiras livres de alimentos e de
artesanato. Sua grande contribuição está em unificar a agroecologia, com a
biodinâmica e permacultura, unindo ainda estas tecnologias ambientais com uma
filosofia de vida que valoriza uma nutrição saudável e uma medicina
preventiva, restaurando uma totalidade, um novo ritmo de vida que eleva
profundamente a qualidade de vida e sua sustentabilidade"
. Pois é, depois de toda essa apresentação, é claro que a curiosidade dos
nossos leitores, que ainda não conhecem o Orua, ficou aguçada, então, vamos
lá, conhecê-lo um pouco mais:
Revista Educação Ambiental Em Ação (REAEA) - Olá, Orua, antes de
mais nada e matando uma curiosidade pessoal, fale-me do por que de você
usar o nome Orua. Tem algum sentido especial?
MS - Orua (MS) - Tem relação com uma mutação, uma metamorfose minha,
pessoal, muito relacionada ao padrão religioso de minha família, onde a
religião praticada na real possuía muita limitação e o que surgia
visivelmente era um intenso materialismo, muito desconectado do respeito
a natureza, às questões sociais, então como tenho uma ligação muito
intima com o meio ambiente, a sustentabilidade do planeta, me deram este
toque, este nome mais indígena, xamânico, que combina mais com minha
realidade cultural e espiritual, e ele é forte, dizem que significa: 'aquele
que faz tudo brilhar", e isto tem uma relação mágica com o meu
trabalho e meu despertar espiritual de minha visão, ação e consciência,
onde sempre vou curando e organizando novamente tudo que posso por onde ando.
Trazendo muita luz a tudo. Em Curitiba me conhecem por Ghao, por que eu nascí
em Porto Alegre, sou ou fui um gaúcho arteiro. Em Brasília, Surya. Por que
hoje em dia me sinto um cidadão da galáxia, por enquanto!
REAEA - A sua caminhada pela melhor qualidade de vida para o Planeta já
vem de longa data, e muitas das suas pegadas deixam marcas incentivando novos
caminhantes pela trilha da sensibilização ambiental. Conta pra gente, como
foi o início dessa caminhada?
MS - Comecei minha caminhada enterrando lixo com minha vó, em Porto Alegre,
ela dizia: isto é o adubo de casa, que dá saúde às plantas, faça
agronomia, que é a profissão do futuro do mundo! Assim entrei na
faculdade de Agronomia da UFPR, com aquele pessoal na maioria vindo do
interior, muitos filhos de latifundiários e fazendeiros mais abastados, numa
escola mais conservadora e bastante elitizada, também com um montão daqueles
gênios físicos e matemáticos japoneses. Mas em uma semana a turma me
escolheu como seu representante, e no 2o. semestre como o representante geral
de todas as turmas, e aí tínhamos que participar das reuniões do centro
acadêmico Lycio Vellozo. E comecei a buscar dentro da universidade as soluções
para os problemas brasileiros, onde os principais eram o uso de agrotóxicos,
sobretudo clorados, muita concentração fundiária, falta de reforma agrária
e qualidade de vida e de cultura no interior do Brasil, ausência de
interdisciplinarida
de, muito problemas com a destruição ambiental, erosão, e a multicionalizaçã
o e transacionalizaçã
o da agricultura brasileira, sobretudo do grande produtor. Uma das primeiras
iniciativas foi conhecer o grupo de estudos de agricultura ecológica, o GEAE,
que tinha os caras mais criativos da universidade, E eram assuntos
mundialmente muito sérios naqueles anos de 1983, 84. Fomos ao Rio em Petrópolis
participar de um Encontro Nacional de Agricultura Ecológica, o IV EBAA, e lá
a gente explodiu com todo aquele conhecimento menos utópico e viável de
possibilitar resultados reais e financeiramente viáveis para todo o nosso
futuro sustentável, e foi interessante encontrar Lutzemberguer mais borracho
dançando conosco, ou a Ana Maria Primavesi como uma grande guerrilheira
verde, e outras feras como o Sebastião Pinheiro e o Adilson Pascoal. Então
voltamos deste encontro e começamos a montar um projeto no campus da
universidade, a formação de uma pequena fazenda piloto experimental em
agricultura ecológica. Batalhamos mesmo é juntando esterco de caprinos e
aves, espalhando em 2 hectares, juntando a palhada em linhas, fazendo assim
compostos enormes e plantando de tudo um pouco, depois conseguimos recursos
com o governo estadual, e montamos desde pomar, pasto, cerca viva de
bracatinga com acácia, pesquisas com adubos verdes, homeopatia veterinária,
economia familiar. O GEAE nos trouxe a coordenação nacional dos estudantes
de agronomia por duas gestões, e pudemos viajar por todo o Brasil visitando
as escolas, conhecendo os melhores caras, estudando as melhores coisas, se
envolvendo politicamente com todo o tipo de projetos de pesquisa ecológicos e
lutas sociais. Então dentro desta realidade começava a impulsionar a parte
prática deste assunto e que é a transformação social no Brasil, que
percebia que eram muito teóricas as opções de mudança, e que com a introdução
de uma agricultura orgânica, alimentação vital, cuidado com o corpo, educação
ambiental, terapêutica, a qualidade de vida e sustentabilidade harmoniosa e
transpessoal como acontece na China e na Índia há muito tempo e que poderia
ser ampliada em nossa nação. Assim me dediquei à política estudantil até
o III ano da escola, e dali comecei a navegar em estradas mais profissionais,
pois tinham novos clientes em hortas, chácaras, fazendas. Mas em resumo, foi
interessante o começo do meu estudo com o naturismo, em uma viagem com os
colegas do GEAE, levei arroz branco, miojo, feijão, caldo knorr, e fiz tudo
certinho para cozinhar, e os colegas zombaram e zombaram e aí me convidaram
para uma sopa e tanto, cheia de milho verde, verduras, legumes, toda pura e
natural, me disseram que isto forma um novo homem, uma nova humanidade, e meu
ego ainda resistia ... o ser ignorante ainda queria comer aquela porcaria até
que meu coração de anjo despertou para este mundo novo, e aí percebi que
era possível a salvação deste planeta, com a terra viva, o alimento saudável,
um homem puro, e percebi que isto era a prática dos ensinamentos de Jesus, São
Francisco, Gandhi, Aurobindo, Krsnamurti, Lazaeta, e de todos os grandes
exmplos de pessoa sábias e iluminadas.
REAEA - Durante esse percurso, quais são as dificuldades que você
encontrou que mais lhe proporcionaram aprendizados?
MS - Se fala muito em meio ambiente, mas quase sempre falta apoio real,
recursos, onde a aprovação de projetos emergenciais não é priorizada. Há
muita burocracia e burrocracia neste meio ambiental, se bem que para os
politicos que dominam o setor, não há burocracia nenhuma. Há lacunas
simples como a falta de tecnologia de sementes, pois as coisas simples os técnicos
de governo esqueceram ou nunca praticaram ou dão importância, e são eles
que detêm o poder e as decisões. Este papel é cumprido pelas ongs. Há
falta de equipes capacitadas e comprometidas, falta de visão holística e
interdisciplinar: pois a gente precisa é de uma filosofia de vida mais
verdadeira e sustentável e não apenas de trecos-nologia, e existe
muita ausência de capacidade de articulações: cada um defende o seu, e não
sabe ainda trabalhar junto. A gente aqui foca muito no "elixir da esperança",
que é buscar abrir mais espaço para o surgimento de novas lideranças,
sobretudo jovens, e difundir melhor as informações nas redes e nossas
ecofeiras. Queremos é transcender a excessiva burocracia; a pouca articulação
com a sociedade e diferentes organizações, onde praticamente não temos fóruns
de discussão e de união, sobretudo que esteja preparado para enfrentar situações
de grave crise ambiental por exemplo. E mesmo que tenhamos isso, nossas gerações
agem de forma muito acomodada e pouco profissional, viajam demais, em coisas não
reais. Precisam acordar para uma cidadania do III milênio. Há pouca
modernidade em se lidar com temas tão importantes que formam a base de um
verdadeiro desenvolvimento sustentável, sobretudo a relação e teia da vida
com a agroecologia + permacultura + nutrição saudável, e a colheita:
medicina integral e preventiva + educação ambiental. Isto quer dizer: milhões
sendo economizados, um mundo lindo e livre é possível. A política
centralizada urbana e consumista, demagógica, empobreceu demais a
conscientizaçã
o popular, pois precisamos despertar uma nova cidadania no meio rural e
semi-urbano sobretudo, de caráter muito mais socioambiental. Para isso
propomos a organização conjunta de seminários e reuniões com os agentes
governamentais e de ongs, articulação em 40 redes da net, sobretudo em nosso
grupo próprio: institutoanimateiad
avida@yahoogrupo
s.com.br e na rede social: http://permacultura
br.ning.com/ e em nosso belo site: www.institutoanima.
org
Maiores Aprendizados:
Que estamos colaborando diretamente em uma política mundial sensata contra o
aquecimento global e a perda de nossa biodiversidade natural e tradicional,
com o impulso à uma agricultura saudável, limpa, sustentável, ética, que
combata o problema do aquecimento global, a poluição de rios e do aqüífero
guarani, a destruição da mata atlântica e dos recursos marinhos, em aplicar
recursos em iniciativas populares ambientalistas e ecologistas práticas e não
apenas teóricas que podem realmente atingir as populações mais excluídas
de baixa renda, que aproveita o rol de conhecimentos adquiridos para serem
utilizados potencialmente com acesso livre e na própria qualidade das
empresas e organizações, como a venda e doação de nosso DVD completo
(http://permacultur
abr.ning.
com/group/
InstitutoAnima/
forum/topics/
dvd-do-anima-
em-nova-edicao)
. Outro ponto importante é que a gente aqui sempre busca atualizar-se e
participar diretamente na difusão de uma educação ambiental e agroecológica
fundamental para a segurança alimentar de nosso país e planeta. Mas é um
visão de um todo que praticamos, onde temos a terra para cuidar, o banco de
sementes, a produção de alimentos, de paes, granola, ervas, remédios,
pizzas integrais, alimentos orgânicos em atacado, CDs, artesanato, tudo um
trabalhão, ainda com a secretaria, projetos de consultoria, ecofeiras, mas dá
um stress gostoso, de sermos mais livres, prósperos e donos de nosso tempo e
destino. Portanto, nosso instituto é pioneiro no Brasil em unir a
agroecologia, com alguns princípios da agricultura biodinâmica, goetheanismo
e da permacultura primeiramente, que formam uma abordagem prática e potencial
na maior sustentabilidade dos recursos naturais. Porem agroecologia não pode
servir apenas como um fator importante na geração de renda, o chamado
“capitalismo verde”, porem pode ser fundamental na melhoria da qualidade
de vida, e isto significa, que é necessário estudar-se novos valores e hábitos
que possam ser utilizados em uma alimentação mais saudável e nutritiva. Os
alimentos agroecológicos chegam a ter 10.000 vezes mais vitaminas, sais
minerais, oligoelementos, enzimas e coenzimas que os convencionais ou
produzidos apenas agroquimicamente. Então temos este caráter inter e
transdisciplinar importante, na relação entre um solo vivo, agricultura biológica
viva, alimento vivo, que gera uma nutrição vital e integral viva e,
portanto, como conseqüência surge uma medicina preventiva mais integra e viável,
de menor custo. Isto é fundamental para as classes sociais mais
desfavorecidas e para a melhoria da consciência da base de nossa sociedade.
Na moderna educação ambiental, valoriza-se muito a integração da
agroecologia, com a nutrição integral e vital e a medicina natural. Outra
questão é no âmbito do aproveitamento das sementes e produtos agrícolas,
onde destacamos a importância do artesanato, da arte popular, e de sua geração
de renda, onde tudo pode ser fator decisivo na fixação do agricultor
familiar no campo, refletindo em alternativas de renda melhores para sua família,
gênero feminino e jovem. A mesma linha de pensamento é importante nas
favelas e bairros de maior pobreza urbana. Os resultados deste olhar e
forma de atuação se refletem positivamente no sentido de que não apenas o
ator mais ativo das famílias atendidas através de nossos projetos é
diretamente beneficiado por nossas metas, que correspondem aos pais e os
trabalhadores, mas toda a sua família assimila gradativamente as novidades,
reaprendizados e resgates dos conhecimentos tradicionais que costumamos
apresentar e destacar. Assim o papel da mulher também é valorizado e adquire
uma grande importância quando enfocamos a alimentação saudável, que
combate à fome, a miséria e a subnutrição, ou as atividades artísticas,
novas sementes, usam de instrumentos da arte-educacão e artesanato que são
muito observadas pelas crianças. Por isso que há uma atmosfera de alegria e
de entusiasmo nas nossas atividades práticas, na busca conjunta de soluções
para as comunidades, onde irradiamos a força e qualidade de nossos projetos e
iniciativas. Contudo, há na realidade o destaque a educação de crianças e
jovens, que estão mais abertos, críticos e exigentes na absorção de novos
conteúdos, sobretudo ecológicos. Toda esta gama de ações poderá ser
articulada com associações de produtores rurais, com as federações
representativas como a Fetaesc, Fetraf-Sul, Rede Ecovida, sindicatos rurais,
empresários, certificadoras, UFSC, UDESC, UNISUL, Univalle, Unioeste, para
que surjam alternativas para a melhoria da qualidade de vida e preservação
da agricultura familiar em nosso estado, país e planeta.
REAEA - E quais foram os momentos mais significativos, aqueles que se
tornam inesquecíveis, que fazem valer a pena continuar?
MS – Quando busquei me encontrar aos 22 anos, e tive um processo forte com a
bionergética, onde pratiquei uma maratona de 42 dias, obtendo um tremendo
despertar e salto quântico, percebendo que não somos a mente, os
pensamentos, mas um ser, que possui unidade com o criador, com a natureza e a
energia. Somos na verdade uma unidade aprisionada olhando para sua parte, uma
célula aparente da criação. Tive outros saltos importantes com pesquisas e
jornadas xamãnicas com aoasca, e perseverando na harmonia e na firmeza, na
dedicação ao ser verdadeiro, obtive outras formas sublimes de despertar.
Estudando a formação holística na Unipaz na granja do Ipê, agradecendo
pela vida toda a vivência com o mestre Pierre Weil, que nos mostrou que é
possível e muito importante uma educação voltada a paz. Quem busca a paz não
destrói. Outro momento bonito foi quando estudante de agronomia, na coordenação
geral do CONEA de 1986, o Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia, onde
pude ser um instrumento de meus ideais de democracia e de valorização de
talentos e de potenciais da equipe que participou de sua organização, que
foi um tremendo sucesso. Na minha vivência em ecovila durante 4 anos em Pirinópolis
– GO, na fraterunidade, comnidade Vale Dourado, com os cânticos, o yoga, o
trabalho com a fartura da terra, os banhos de cachoeira, de 30 metros de
altura com um poço de 4 ms de profundidade, água limpinha e azul do lindo
Rio das Almas. Na formação do Sitio Cristal Dourado, aqui em Floripa,
plantando pedaço por pedaço, com sol e com chuva, com trovão e ventania,
sempre perseverando, afiando a vontade e o foco interior. São inúmeros bons
momentos, e sinto que colhemos vitórias aqui todos os dias.
REAEA - Como você percebe a Permacultura? Você acha que as pessoas
estão abertas para essa prática?
MS – Acredito que seja o último salto e capacidade que a humanidade possui
de reciclar e economizar a energia das coisas. Ela pode ser muito libertadora
da influência capitalista das grandes empresas, empreiteiras, do jogo sujo do
capitalismo e seu poder na mídia e na política, no aprisionamento espiritual
da nossa civilização, neste final de ciclo. A questão é que estão fazendo
dela outro grande e lucrativo negócio, impondo PDCs, cursos formais de
capacitação, e esquecendo que muitos de nós já são permacultores muito
antes do Bill Mollison faturar bastante com o assunto. Por que esta coisa,
infelizmente, de luta de classes, hoje ela é um pouco mais amena que no início
do século, mas há muitos pequenos burgueses querendo curtir a permacultura,
ter altas rendas com este tema, e não socializar, popularizar, influenciar
políticas públicas, em eleger nossos candidatos, isto não é valorizado em
suas ações. Nosso movimento com a permacultura é bastante ativo, político,
queremos praticar, unir institutos e organizações de forma livre e saudável,
oferecer cursos e informações gratuitas e de baixo custo, populalizar, e
salvar o que pudermos salvar. Isto não é fácil, as portas não estão muito
abertas para quem não está praticando neo-liberalismo ecológico de fachada,
marketeirismo ambiental, por isso que partimos para a venda e produção de
nossos produtos mais sustentáveis. Nós é que vamos financiar nosso sonho de
um mundo melhor, não está dando para esperar muito de nossa sociedade, está
muito manipulada. E se somos fracos, nos esmagam ou desprezam mais
ainda.
REAEA - Como você entende a Educação Ambiental e como você a integra em
seu dia-a-dia e em seu trabalho?
MS – Uma forma de ver a vida com mais respeito. Fazermos ter o nosso
respeito a singeleza da vida, a evitar que estragamos nosso planeta. Educação
não só com o ambiente, mas com o homem também, o ser humano. Ele também é
parte do nosso planeta. Temos que ter uma educação voltada ao sagrado, a
paz, a humildade, ao esforço, isso pode tornar a necessidade de uma educação
especializada em meio ambiente, ser somente de caráter científico, por que
um ser humano atento, educado, sábio, desperto, ama muito a vida e a
natureza, pratica EA naturalmente. Nós aqui reciclamos nosso lixo, residuos,
boa parte de nossa comida a gente planta, as sementes a maioria a gente colhe,
faz artesanato de sementes, fazemos muito paes, pizzas integrais com nossas
verduras e legumes, vendemos muitos chás, meditamos e oramos, enaltecemos a
vida, vamos ainda em escolas dar palestras e executar obras de regeneração e
revitalização praticamente completa. Nossas músicas são bastante
curativas. Muitos jovens vem nos visitar e fazer estágios. A gente escreveu
um manual nosso de EA: Programa de Educação Ambiental do III Milênio do
Anima, um livro muito bonito e completo com a EA formal e não formal, que está
em nosso DVD e que podemos fornecer a parte, por e-mail.
REAEA - Sabemos que é muito importante ter tolerância,
principalmente diante daqueles que ainda não se sensibilizaram pelas questões
ambientais. Como você age diante das pessoas ditas como insensíveis e o que
você acha que poderia ser feito para que pudéssemos sensibilizar os
"insensíveis"
?
MS – Seja um exemplo da mudança que queremos. Irradie pelos seus olhos a
sua ou nossa verdade comum. Eduque com calma, compaixão, peça um espaço
para explicar as coisas verdadeiras, as pessoas tem muitas resistências, mas
podem abrir brechas importantes. Ninguém vai ser igual a você, cada um tem
sua forma de pensar, de refletir, e de exercer a vida. É preciso respeitar
cada um, saber somar, unir, valorizar talentos, aptidões. Potencializar uma
meta é melhor quando ninguém se coloca como chefe, líder, mestre, mas como
igual e de mesmo valor com todo mundo. A gente tem que buscar ser mestre e
discípulo da vida ao mesmo tempo. Os insensíveis, precisam antes de mais
nada ser ouvidos. E se somos realistas, eles curtem mais do que ouvir nossos
sonhos. Por isso que quando começamos a produzir nossos produtos, o sonho
fica mais real e palpável, e desta forma tem maior visibilidade e é mais
aceito.
REAEA - Quais são as pessoas que você tem como referência, que lhe
dão suporte teórico e prático em suas ações?
MS – Dos mestres mais conhecidos, Osho pela energia libertadora mais do que
a sua postura materialista, Krishnamurti pela educação voltada ao respeito
pela liberdade, Pierre Weil pela sua inteligência acadêmica que busca os
valores nobres e sua educação para a paz mundial. Jesus, pela sua perfeição
divina e imensa sabedoria. Mikael Aivanhov, outro ser muito coerente.
Educadores, gostei muito do Capra, do Maturana, de Paulo Freire e do Darci
Ribeiro. A Obra de Rudlf Steiner ampliou muito minha visão linear passada do
mundo. Os fundadores da Permacultura, Donald Holmgren e Bill Mollison, também
foram importantes em determinado momento. Mas é um conjunto de coisas, de
assuntos, que me fazem acordar mais para a vida. Se relacionam com
agricultura, nutrição, fitoterapia, medicina, psicologia, psiquiatria, metafísica,
bioarquitetura, onde observo que a gente vai passar por aqui sabendo mesmo
muito pouco, mas a essência deste saber, deste aprender a aprender sempre, é
o que podemos realmente levar e é o caberá dentro, da bagagem de nosso coração.
REAEA - Diante das tantas calamidades ambientais que se acentuam, ano
após ano, o que você pensa sobre um trabalho educacional para preparar as
pessoas para enfrentarem situações como as das enchentes, por exemplo, que
tem inundado a vida de muitas pessoas, em todo país e no mundo?
MS – Justamente é isso que nós estamos levando muito a sério, pode haver
graves problemas ambientais e a mídia corporativa continua vendendo milhões
de unidades de automóveis ano a ano, os celulares explodem o planeta de radiação,
o agronegócio transforma tudo em deserto verde, e isso tudo atrás de um
stress diário de 8 hs por dia no mínimo, 6 dia por semana. É muito difícil,
este sistema de frear seu ritmo de desenvolvimento insustentável. Mas temos
que nos esforçar para amenizar, propor soluções, evitar os efeitos danosos
e excessivamente capitalistas de nosso progresso. A conscientizaçã
o aumenta ano-a-ano, mas o povo ainda está distante de valorizar realmente a
EA e outros processos mais ambientais. Propomos muitas soluções no
texto:http:/
/permaculturabr.
ning.com/
group/revoluosil
enciosa/forum/
topics/com-
pes-muito-
velozes-de-
barro-2.
REAEA - Fale um pouco do Instituto Ânima, de como é e o que você
oferece lá. É possível efetivar cursos em parceria com outras ONG's? O que
você pensa sobre estes intercâmbios entre organizações?
MS – Recebemos um prêmio estadual de meio ambiente por que propomos a formação
de um Fórum Permanente de Agroecologia e de Permacultura para o nosso estado
e que interaja com o Brasil e planeta. Os cursos acontecem por afinidade, e
isto é bem possível. Os intercâmbios ocorrem hoje naturalmente e são
fundamentais. Todos nós, o povo do bem, precisa se fortalecer, não se
vender, mas aprofundar em sua prática de seus bons princípios, seremos o
espelho para as novas gerações, que vão ter que cair mais na real, sobre o
risco de termos um perigoso futuro.
REAEA - Deixa-nos uma frase especial, uma que não sai da cabeça e
que serve de energia para recarregar nossas esperanças por um mundo melhor:
MS – Vamos aceitar que podemos ousar nos libertar, nossa saúde espiritual
depende muito da energia natural, a educação ambiental pode harmonizar o
nosso desenvolvimento, sem nos stressar e nem destruir, podemos continuar a
refletir sobre um mundo novo, começando com a nossa prática de uma vida mais
saudável, colocando nossas teorias e sonhos, em ações harmonizadas com o
ritmo e o pulsar vital de nosso divino planeta.
REAEA - Orua, nós da revista Educação Ambiental em Ação ficamos
muito agradecidos pela sua participação nesta edição, e desejamos que sua
caminhada continue a transformar nossas ideias e nossos corações, por um
mundo mais sadio e pacífico, muito obrigada, Bere Adams e Equipe da revista
eletrônica Educação Ambiental em Ação.
Saiba mais sobre o
trabalho de Orua:
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Prêmio Fritz Müller 2009 - Governo do Estado de SC
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Fones 48 3338 2267 - 8442 7424
Sites: www.institutoanima.
org e www.permaculturabr.
ning.com
Produtos: http://www.mercadol
ivre.com.
br/jm/myML?
as_section=
ACT_ITMS
Portal de Informações: http://site.
pop.com.br/
institutoanima
Entre
em Nossa Rede
"Instituto Anima Teia da Vida": Copie e cole no navegador... http://br.groups.
yahoo.com/
group/institutoa
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Energia, Nutrição Vital e Integral e a Medicina Natural na Educação
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