Educomunicação Ambiental e a inter-relação entre meio ambiente, comunicação e educação



Talita de Souza Correia

Engenheira Ambiental. Especialista em Gerenciamento Ambiental (FEALQ/ESALQ/USP) e Educação Ambiental (Senac); Funcionária do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB)

e-mail: talita-correia@uol.com.br

Joao Pedro Garcia Araujo

Biólogo da Eletronuclear; Professor da Universidade Veiga de Almeida;

Especialista em Educação Ambiental para Sustentabilidade pelo Senac

e-mail: jgarcia@eletronuclear.gov.br

Aline Luiza da Silva

Bióloga e Especialista em Educação Ambiental para Sustentabilidade pelo Senac; Educadora na empresa ArvorEser Educação ambiental.

e-mail: bio.alineluiza@gmail.com

Valdir Lamim-Guedes

Doutorando em Educação FEUSP; Professor no Centro Universitário Senac-Santo Amaro (São Paulo-SP).

e-mail: lamimguedes@gmail.com



“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 2003, p. 47).



Resumo: Neste texto, fruto de um processo colaborativo, apresentamos, inicialmente, o conceito de educomunicação e de educomunicação ambiental, sendo este segundo, a busca de uma inter-relação entre temática socioambiental, educação (especialmente, educação ambiental) e comunicação. A parte final do texto é destinada à apresentação de experiências de educomunicação ambiental ou socioambiental, com isto, pretendemos fornecer ao leitor um leque de possibilidades educomunicativas ambientais para serem adequadas a cada contexto.

Palavras-chaves: educação ambiental; educomunicação; aprendizagem colaborativa; processos educomunicativos.

Introdução

Este texto é o resultado de um processo de redação colaborativa e educomunicativo. A proposta de redação deste texto teve início durante a disciplina Comunicação e Educomunicação do curso de Pós-graduação em Educação para Sustentabilidade do Centro Universitário Senac – campus Santo Amaro, São Paulo-SP, oferecida na modalidade educação a distância para todo o país.

Esta disciplina foi oferecida nos meses de março e abril de 2018 para uma turma com 20 alunos participantes (aqueles que de alguma forma interagiram durante a disciplina, pois o número de matriculados na disciplina era de 27 alunos). Foram utilizados como recursos didáticos um material textual base e vídeos ou aulas narradas (vídeo com slides e voz) com conteúdo referente à comunicação e educomunicação. Além disto, buscamos compartilhar informações e relatos de experiência em um fórum, uma webconferência e usando a ferramenta de construção de textos coletivos wiki. Também foi proposta a construção de um vídeo coletivo, a partir do envio de gravações realizadas através de telefones celulares, na qual os alunos relatavam experiências com educomunicação ambiental, contudo esta atividade não teve êxito, com o envio apenas de dois vídeos.

Esta wiki tinha como proposta a construção de um texto coletivo sobre ações de educomunicação ambiental, no qual cada aluno podia inserir parágrafos com informações sobre conceitos e autores relacionados à educomunicação ou exemplos de trabalhos de educomunicação ambiental. Foi proposta uma estrutura básica na qual eram indicados os itens que deveriam constar no texto e que foi mantida aqui. A wiki ficou aberta por todo o tempo da disciplina, sendo que cinco alunos (três dos quais assinam este texto, pois fizeram contribuições importantes e mantiveram contato na fase seguinte de ampliação e finalização do texto) inseriram informações no texto colaborativo. Depois desta fase, o arquivo com as inserções dos alunos foi hospedado no Google Docs, plataforma on-line que permite a redação colaborativa, para ampliação do texto e finalização.

O fato de que apenas um quarto dos alunos participaram efetivamente da atividade não indica que apenas estes de fato tiveram algum envolvimento com a mesma, pois outros alunos podem ter lido, mas não inseriram informações no texto. Isto é chamado em educação a distância de “silêncio virtual”, ou seja, refere-se ao integrante de um ambiente virtual de aprendizagem que não escreve, que “se cala na escrita”. No entanto, é um aprendiz potencialmente leitor, seu acesso não é nulo, é por vezes frequente. Ele existe e está presente, mas não toma parte ativa, apresentando a sua opinião crítica sobre os debates desenrolados nos ambientes virtuais de aprendizagem – AVAs (OKADA; ALMEIDA, 2006, p. 271).

Desta forma, o texto a seguir é produto deste processo colaborativo. As contribuições individuais não serão destacadas, de forma a destacar que este é um produto final deste processo.



Inter-relação comunicação e educação

O final do século XX é caracterizado por muitas transformações de ordem social, histórica, econômica, política, tecnológica e ambiental. Conforme Pinheiro (2013, p. 67), citando a visão de Harvey (2003):

O momento sócio-histórico atual - “a condição pós-moderna” - se constitui em contraposição a um projeto de “modernidade”. Segundo [Harvey], a modernidade tem sido vista como a crença no progresso linear, nas verdades absolutas, no planejamento racional de ordens sociais ideais e com a padronização do conhecimento e da produção. A “pós-modernidade”, por outro lado, representaria uma espécie de reação à modernidade ou de afastamento dela, em que se passa a enxergar a heterogeneidade e a diferença como forças libertadoras.

Neste contexto, o desenvolvimento de Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC), a partir da segunda metade do século XX, ampliou em uma escala sem precedentes o fluxo de informação, embora, no que tange ao acesso, parte da população mundial siga excluída. As NTICs tratam-se de um agrupamento de diversas tecnologias como a internet, webcams, possibilidade de gravar CDs e DVDs em casa, streaming, telefones celulares, sobretudo suas versões inteligentes, os smartphones. Este aumento de fluxo, corresponde também ao aumento da influência da mídia sobre diversos aspectos da vida das pessoas. Por essa razão, Baccega afirma que

Hoje, o mundo é trazido até o horizonte de nossa percepção, até o universo de nosso conhecimento. Como não podemos estar presentes em todos os acontecimentos, em todos os lugares, temos que confiar nos relatos. O mundo que nos é trazido pelos relatos, que assim conhecemos e a partir do qual refletimos, é um mundo que nos chega editado, ou seja, ele é redesenhado num trajeto que passa por centenas, às vezes milhares de mediações, até que se manifeste no rádio, na televisão, no jornal. Ou na fala do vizinho e nas conversas dos alunos. São essas mediações – instituições e pessoas – que selecionam o que vamos ouvir, ver ou ler; que fazem a montagem do mundo que conhecemos (2001, p. 21).

Para esta autora, esse conhecimento do mundo a partir dos múltiplos relatos aproxima os campos da comunicação e da educação em um dos maiores desafios da contemporaneidade. A escola e os educadores já não podem ficar alheios a temas como mediações, criticidade, informação versus conhecimento, entre outros, principalmente porque o mundo editado a que temos acesso é carregado de significados implícitos, de ideologias, geralmente ditados por interesses econômicos (BACCEGA, 2001).

Ao investigar o campo emergente da comunicação/educação, por meio de pesquisa com profissionais latino-americanos que atuam na área (veja quadro abaixo), Soares (1999) observou a importância atribuída a B.F. Skinner, pela disseminação de tecnologias da informação na educação; a Freinet e Freire, pelas perspectivas criativas da inter-relação comunicação/educação; a Martin-Barbero, pelos estudos entre comunicação e cultura e teoria das mediações; e a Kaplún por estudos que relacionam comunicação e processos educativos.

Quadro: alguns dos autores influentes sobre a educomunicação latino-americana.

Autor

Exemplo de obra relevante para a educomunicação

Contribuição conforme Soares (1999) e Pinheiro (2013)

Burrhus Skinner (1904-1990),

Tecnologia do Ensino. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1972.

Responsável por certa visão mecanicista/instrumentalista a partir da qual as tecnologias da informação foram, desde os anos 50 ou mesmo antes, concebidas e utilizadas no ensino. Tal contribuição parte da teoria do esforço e recompensa, que influenciou a visão instrumental dos meios de comunicação e para uma concepção funcional de uso de TIC na educação.

Célestin Freinet (1896-1966)

O Jornal Escolar. Lisboa: Editorial Estampa, 1974.

Fundador de uma perspectiva criativa da inter-relação Comunicação /Educação. Defendeu o uso da comunicação, especialmente do jornal, em sala de aula como forma de expressão e diálogo com a cultura.

Paulo Freire (1925-1997)

Extensão ou comunicação. Ed. 13. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

Fundador de uma perspectiva criativa da inter-relação Comunicação /Educação. Apontou para o caráter essencialmente dialógico dos processos comunicacionais para a constituição de uma “consciência crítica”.

Jesús Martín Barbero

(1937- )

Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2001.

Sólida reflexão sobre a relação Comunicação/Cultura e sobre as teorias das mediações; teoria das mediações, aproximação com as contribuições de Vigotsky e Gramsci; Ajudou a cunhar o conceito de ecossistema comunicacional.

Mário Kaplún (1924-1998)

Procesos educativos y canales de comunicación. Comunicar, 11, p. 158-165, 1998.

Pioneiro, na América Latina, no campo dos estudos que relacionam a comunicação com os processos educativos. Exercício da capacidade crítica, métodos e competência comunicativa e a comunicação como componente pedagógico.



Para Martín-Barbero a relação educação e comunicação sempre reduziu e continua reduzindo os meios a uma dimensão instrumental, deixando de fora o que seria estratégico pensar, que é a inserção da educação nos complexos processos de comunicação da sociedade atual, ou seja no ecossistema comunicativo – lugar ou lugares de redes complexas de saberes onde os atores são múltiplos como escreveu Lévy (SALVATIERRA, s.d., p. 3).

Soares ainda destaca a importância do pensamento freiriano no estabelecimento das inter-relações entre comunicação e educação, onde a primeira é vista como um componente do processo educativo, resultando em um “modo de interação que afasta a ótica puramente instrumental da tecnologia comunicativa e informativa” (SOARES, 2000a, p. 19). Dentro desta inter-relação emerge um novo paradigma, que representa um discurso transverso, constituído por conceitos transdisciplinares, e que reivindica uma epistemologia própria (SOARES, 2000a). A este novo campo é atribuído o nome educomunicação.

O que é educomunicação?

De acordo com Tassara, o termo educomunicação refere-se a

processos de comunicação com intencionalidade educacional expressa e que envolve a democratização dos processos de produção e de gestão da informação em todos os veículos de comunicação e formatos audiovisuais. Processos de educomunicação podem ser definidos, também, como processos educativos que visam levar à apropriação das linguagens midiáticas e à produção democrática e autônoma de produtos de comunicação (audiovisuais, vídeos, programas de televisão e de rádio, jornais, revistas etc.), por meio dos quais os participantes passam a exercer seu direito de produzir informação e comunicação, divulgando suas ações e opiniões (TASSARA, 2008, p. 80 apud COSTA, 2008, s.p.).

Soares (2000b) lembra ainda que a educomunicação refere-se ao planejamento e à execução de políticas de comunicação educativa, para criar e desenvolver ecossistemas comunicativos mediados pelos processos de comunicação e por suas tecnologias. Estes ecossistemas se caracterizam por criar novos modos de percepção de tempo, espaço e velocidade, e por promover a dispersão e circulação do saber fora de locais tradicionais, como a escola, por exemplo. Neste processo, figuras sociais tradicionalmente tidas como detentoras do saber, como os professores, por exemplo, perdem parte de sua influência (MARTÍN-BARBERO, 2000).

O conceito de ecossistemas comunicativos, para Martín-Barbero, refere-se ao “entorno educacional difuso e descentrado em que estamos imersos” (SALVATIERRA, s.d., p. 3). O termo difuso faz referência à mistura de linguagens e saberes que circulam por diversos dispositivos midiáticos, mas, que são densos e intrinsecamente interconectados, enquanto o descentrado, é a característica marcante destas novas linguagens, por exemplo, que são muitos-para-muitos (situação contraposta à “de um-para-muitos”, como é o caso da televisão ou do rádio; com a internet, podemos gerar conteúdos para diversos receptores, bem como receber informações de muitas fontes). Assim, para Martin-Barbero, tais ecossistemas comunicativos “são formados pelas novas tecnologias, presentes em nossa cotidianidade, condicionando comportamentos e produzindo novos significados” (MOREIRA; SILVA, 2013, p. 113).

As ações de educomunicação podem ser divididas em dois grupos básicos: a) a compreensão dos meios de comunicação (o que alguns autores chamam de alfabetização midiática, para uma discussão sobre este conceito veja LAMIM-GUEDES; DICKMANN, 2017); b) a utilização das tecnologias de informação na criação de conteúdo, sobretudo colaborativo.

Neste contexto, reforçamos a visão de que o professor não é detentor do conhecimento, mas um facilitador do processo de aprendizagem, tal como afirmou Freire (2002), a educação não é o ato de transferir conhecimentos, mas criar as condições para a sua criação. Aliado a isto, ele também aprende com seus educandos, seja para acompanhar as inovações tecnológicas, seja por visões distintas sobre os assuntos tratados durante as ações educativas (LAMIM-GUEDES; DICKMANN, 2017).

Educomunicação ambiental

“Em suas essências, tanto a educomunicação como a educação ambiental compartilham dos ideais de uma educação integral e se situam como temáticas que perpassam todas as áreas” (MOREIRA; SILVA, 2013, p. 114). Desta forma, foi cunhado o termo educomunicação ambiental ou socioambiental, que, de acordo com Costa (2008), corresponde à dimensão pedagógica dos processos comunicativos ambientais, baseada em uma perspectiva participativa, coletiva e dialógica. Focada nas interações sociais e dos homens com a natureza, ela estimula um olhar crítico acerca da produção de conhecimento e de cultura, possuindo oito princípios, a saber:

A Educomunicação Socioambiental possui dois sentidos que lhe conferem extrema importância: “o sentido de quem produz e transmite o conhecimento e aquele de quem recebe tais informações. Ela é, portanto, um campo do conhecimento que, através de um espaço comunicativo de massa, transmite os ensinamentos socioambientais” (CCA/ECA/USP, 2009, s.p.).

Os ecossistemas comunicativos, a partir da visão de Costa (2008), correspondem ao movimento de gestão participativa, democratização e defesa do direito à comunicação em ambientes educativos.

A articulação de ecossistemas comunicativos no campo da educação ambiental é uma das linhas de ação norteadoras para execução de projetos/processos de Educomunicação que objetiva “promover a articulação e a manutenção da interação dialógica e da qualidade participativa em todas as instâncias e processos de educação ambiental, contribuindo para a sua ampliação e popularização” (COSTA, 2008, p. 24).

A indissociabilidade entre questões sociais e ambientais no fazer-pensar dos atos educativos e comunicativos é ressaltada pelo termo socioambiental. A dimensão pedagógica, nesse caso em particular, tem foco no “como” se gera os saberes e “o que” se aprende na produção cultural, na interação social e com a natureza (COSTA, 2008, p. 10).

É importante destacar que a “educomunicação socioambiental é diferente de marketing institucional da Educação Ambiental, porque se constrói no diálogo e na participação democrática” (COSTA, 2008, p. 8). O marketing institucional busca destacar as ações desenvolvidas por certa instituição, enquanto a educomunicação socioambiental está relacionada com processos coletivos de construção de um saber ambiental, que surge de uma práxis (LEFF, 2008), e busca mudar dada realidade.

Em ambientes educacionais, a contextualização das informações é essencial para manter o interesse dos educandos. Por exemplo, ao tratar de recursos hídricos, debater a situação do rio que passa próximo a escola é uma forma de aproximar os conhecimentos teóricos com a realidade local. Aliado a isto, o acesso à informação pela internet permite que o indivíduo possa ampliar seu conhecimento sobre os problemas socioambientais, sobretudo, porque estes problemas são variáveis quanto à escala (de locais a globais) e apresentam-se de forma dinâmica no tempo e no espaço (LAMIM-GUEDES, 2012). Isto toma uma perspectiva positiva quando levamos em conta a frase do ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no livro Ecologia e Cidadania (1997, p. 16): “A educação ambiental bem-ensinada e bem-aprendida tem de ter relação com a vida das pessoas, o seu dia-a-dia, o que elas veem e sentem, o seu bairro, a sua saúde, as alternativas ecológicas. Caso contrário, é artificial, distante e pouco criativa”. Neste sentido, a novidade em relação à educomunicação socioambiental está em, não somente ter acesso à informação, por exemplo, ao acessar um website, mas também criar conteúdo, seja através de um blog, rede social, vídeo colaborativo entre outras possibilidades (isto é, um contexto transmídia, termo advindo do inglês transmedia, que significa conteúdo que se sobressai a uma mídia única).

Este tipo de interação com a informação, que vai além do acesso e parte para a produção, sobretudo em contextos de coprodução, colaboração e difusão (compartilhamento), permite que os processos comunicativos tenham interferência na vida das comunidades, influenciando a mobilização e mudanças reais na realidade destes locais. Conforme Azevedo (2008), muitos educadores querem sugestões de práticas pedagógicas prontas, no entanto, a proposta é que o professor busque com os seus alunos formas mais adequadas para trabalhar a temática socioambiental. Esta autora ainda trata da importância de analisar representações sociais sobre meio ambiente: “Na área de meio ambiente a representação social de indivíduos ou grupos é necessária para se entender como esses atores sociais estão captando e interpretando as questões, e de certa forma, como pensam e agem em sua realidade próxima” (AZEVEDO, 2008, p. 62).

Na próxima seção, apresentaremos algumas experiências que aplicam o referencial teórico da educomunicação ambiental.

Práticas de Educomunicação ambiental

Neste item buscamos apresentar algumas experiências de educomunicação ambiental de forma a esclarecer como o referencial teórico apresentado acima é aplicado em ações práticas.

Educomunicação ambiental através do audiovisual

Segundo Mocellin (2014), o cinema surgiu no final do século XIX em decorrência do avanço científico e do aperfeiçoamento das técnicas de projeção de imagens empreendidas por diversos cientistas, e foi visto inicialmente como uma simples inovação técnica, contudo estabeleceu-se como uma diversão popular, e foi justamente a aceitação popular do cinema que influenciou seu uso político e sua utilização em 1917 como doutrinação do povo, e não sua "politização", no sentido de oferecer a possibilidade de formação política e conscientização em relação à realidade.

Posteriormente, na primeira metade do século XX, algumas escolas começaram a utilizar filmes como material didático. No Brasil, intelectuais ligados à Escola Nova, ou Escola Progressiva, também identificaram no cinema um forte potencial didático (MOCELLIN, 2014). Contudo, apesar das vantagens do cinema para o ensino, essa mídia também possui um potencial de criar visões distorcidas e parciais.

Pode-se citar o cinema como uma prática de educomunicação ambiental através da iniciativa da Organização Não-Governamental Ecofalante, fundada em 2003 com o objetivo de criar e trabalhar em projetos que contribuíssem para o desenvolvimento sustentável do planeta por meio da educação e da cultura e através da realização de documentários, formações, da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental e da Plataforma Ecofalante (ECOFALANTE, 2018).

Além disso, a Ecofalante promove debates sobre os filmes de diversos temas, passados durante as Mostras realizadas, além de concursos de filmes de curta metragem como forma de incentivar a produção de audiovisual de estudantes universitários e de escolas técnicas. Ou seja, é uma iniciativa que promove através do cinema um processo educativo em temas ligados a questões socioambientais, além de motivar a própria produção de material.

Outro exemplo de uma prática de educomunicação através do audiovisual é o projeto Circuito Tela Verde desenvolvido pelo Departamento de Educação Ambiental (DEA), da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC), do Ministério do Meio Ambiente. Este circuito está na 10ª edição da Mostra Nacional de Produção Audiovisual, na qual são reunidos vídeos com conteúdo socioambiental para serem exibidos em todo território nacional e em algumas localidades fora do Brasil (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2018). Ainda segundo o sítio eletrônico do Ministério (2018), o projeto Circuito Tela Verde objetiva a divulgação e estímulo de atividades de educação ambiental, participação e mobilização social por meio da produção independente audiovisual, bem como atender a demanda de espaços educadores por materiais pedagógicos multimídias.

Moreira e Silva (2013) descrevem as ações de dois projetos de educomunicação da Universidade Federal de Mato Grosso. A equipe do projeto “Tocando o futuro: uma experiência de linguagem audiovisual” auxilia alunos de escolas rurais da região de Cuiabá a produzirem pequenos vídeos. Assim, os alunos produzem os roteiros e captam as imagens. Após a edição e montagem dos filmes, estes são exibidos dentre as ações de outro projeto, “Cinema Ambulante”, que instala equipamentos e exibe para toda a comunidade.

Educomunicação na escola

Moreira e Silva (2013) indicam duas formas simples de inserir atividades educomunicativas em escolas: (a) debates sobre conteúdos advindos, por exemplo, de propagandas, novelas, clips musicais, jornais ou revistas. Este tipo de ação é importante, tanto para uma análise crítica deste conteúdo, quanto para a aproximação dos alunos e o mundo dos adultos, assim como, pela compreensão da realidade em que estão inseridos, isto é, uma importante ação de contextualização; (b) fazer comunicação, que se refere à gestão de conteúdos produzidos, isto é, simulação da atuação do editor. O conteúdo a ser selecionado pode ser produzidos pelos próprios alunos, por exemplo, textos para o jornal mural, vídeos ou fotografias gerados com aparelhos celulares; (c) produção de um jornal escolar, que pode ter circulação interna à escola, ou distribuído para a comunidade do entorno, neste caso, a produção de conteúdo colaborativo, como a edição deste, são ações educomunicativas, que podem envolver a temáticas socioambiental. A produção de vídeos e a posterior exibição para comunidade é um processo educomunicativo bastante rico, como descrito no item anterior, a partir de Moreira e Silva (2013).

Azevedo (2008) faz algumas sugestões de como trabalhar a temáticas socioambientais com jornais e revistas em sala de aula.

Antes de começar a utilizar qualquer um dos materiais sugeridos, deve-se preparar a turma, motivá-los para o trabalho que será realizado, utilizar tempestade de ideias [do inglês, brainstorming], perguntar, explorar os acontecimentos ambientais recentes, as imagens veiculadas pela televisão, enfim, ser criativo.

Ainda segundo Azevedo (2008), se o professor planeja analisar jornais ou revistas em sala de aula, pode-se tomar dois caminhos: (a) pedir para os alunos trazerem textos, o que demonstra seus interesses e/ou a qual material tem acesso; (b) se o planejado é tratar de algum tema específico, o professor pode selecionar os textos previamente. Em relação à representação social, pode-se (a) trabalhá-la individualmente, com cada aluno apresentando o texto escolhido ou confeccionando um painel com colagens, pode-se, alternativamente, pedir a redação de um texto com as sínteses das notícias e posicionamento crítico do aluno, (b) se o trabalho for em grupo, indicam-se inicialmente quais pontos serão analisados e formam-se pequenos grupos para análise do material reunido pelos alunos ou fornecido pelo docente; é interessante depois ampliar os grupos para a troca de informações e debate. Por fim, pode-se fazer um painel coletivo ou outra forma de produção que reflita este processo educativo. As sugestões apresentadas por Azevedo (2008) são voltadas mais para a análise das reportagens, parte importante da educomunicação de compreensão dos discursos, incluindo a variação entre estes. As atividades de redação e montagem de painéis são importante momentos de produção e colaboração que deixam o processo mais rico.

Zerlotti (2016) trabalhou em escolas rurais de Corumbá, Mato Grosso do Sul, com professores e alunos. Ela utilizou ferramentas de comunicação para tratar de questões ambientais e culturais das comunidades ribeiros do Pantanal. O objetivo foi o “oferecer novas práticas de ensino-aprendizagem para os professores e valorizar os conhecimentos dos alunos” (p. 37). As ações desenvolvidas envolveram ações de formação continuada de professores, como cursos de ecologia do Pantanal - para aproximar os docentes da realidade dos alunos -, comunicação e de educação ambiental; e, oficinas de comunicação e arte com os alunos, que envolveram o uso de rádio, jornal escolar, fotografia e teatro.

Entre os resultados do projeto “Escola das Águas”, Zerlotti (2016) destaca a relevância que o mural escolar teve. Em um ano foram montados cinco murais, cada um focado em um dos projetos de extensão desenvolvidas na escola. Esta ferramenta permitiu um diálogo intercultural na comunidade escolar, superando um dos desafios indicados pela autora que é a comunicação vertical entre direção-professores e entre professores e alunos, assim como, a falta de comunicação entre professores. Apesar da comunicação ainda ser uma barreira, deu-se um passo para uma escola mais democrática e que envolvesse temáticas mais próximas do dia-a-dia dos alunos.

Educomunicação no ensino superior

Como comentamos acima, este texto é resultado de um processo educomunicativo que teve início durante a disciplina comunicação e educomunicação, que integra o curso Pós-graduação em Educação para Sustentabilidade do Centro Universitário Senac – campus Santo Amaro, São Paulo-SP. Em um fórum desta disciplina, o aluno João Pedro Garcia Araújo comentou que:

Antes de iniciarmos esta disciplina, eu havia pensado a comunicação do TCC através dos seguintes canais/meios:

- Redes sociais das escolas e cartazes, para atingir professores e alunos;

- Intranet, e-mail marketing e quadro de avisos da minha empresa para atingir os funcionários da manutenção de áreas verdes;

- Página na internet e semana de meio ambiente da empresa, rádio local e placas informativas na entrada da vila residencial e de bairros próximos, para atingir a comunidade em geral.

Como vocês devem ter percebido, nos três tópicos acima eu usei o verbo atingir. Acho que isso indica que eu tinha uma visão da comunicação como mera transmissão de informações, um tanto unilateral e prescritiva (…). É possível que essa percepção se deva ao fato de eu nunca ter tido contato com o conceito de educomunicação antes desta disciplina.

Por enquanto, ainda não redefini as estratégias de comunicação do TCC, mas penso que o primeiro passo seja discutir com os grupos diretamente envolvidos quais os meios/canais de comunicação eles gostariam de utilizar e convidá-los para uma produção conjunta do conteúdo a ser utilizado. Uma ideia que me ocorreu é apresentar o conceito de educomunicação, sua relação com a educação ambiental e deixar definida apenas a metodologia a ser utilizada com os grupos para envolvê-los na comunicação do projeto. Contudo, imagino que no caso do terceiro tópico que apresentei acima (comunicação para o público em geral) esta estratégia não seria viável, sendo razoável, nesse caso, manter algo parecido com a minha ideia original.

E aí, o que vocês acham?

De forma geral, ter acesso ao conceito de educomunicação e suas possíveis aplicações nas atividades de educação ambiental permitem mudanças dos educadores de forma a reforçar o papel transformador que esperamos das ações educativas. O item a seguir também advém do mesmo fórum desta disciplina, sobre a qual uma aluna afirmou que percebeu como as pessoas aplicavam aspectos de educomunicação ambiental na mobilização social que estava envolvida.

A atividade final da disciplina comunicação e educomunicação consistia em que cada aluno desenvolvesse um plano de comunicação para seu Trabalho de Conclusão de Curso. Assim, os alunos, de forma semelhante ao comentado na citação longa acima, mudaram o discurso da transmissão de informações, para a construção colaborativa de conhecimento, com a posterior divulgação deste.

A perspectiva da transmídia, isto é, quando o conteúdo se sobressai a uma mídia única, foi usada na disciplina comunicação e educomunicação, como comentado na introdução. Em outra disciplina deste curso do Senac, intitulada Educação Ambiental no Ensino Formal, a discussão sobre o Projeto de Lei do Senado (PLS) 221/2015, que propõe a criação da disciplina de educação ambiental na educação básica. Foram utilizadas nas discussões, a partir do ambiente virtual de aprendizagem, as ferramentas de NTICs fórum, envio de arquivos (atividade avaliativa) e webconferência. Foi adotada também a revisão por pares para os textos que os autores indicaram que aceitação a publicação em um livro digital sobre o tema do PLS. Por fim, foi organizado um livro, intitulado Educação Ambiental na Educação Básica: Entre a disciplinarização e a transversalidade da temática socioambiental (LAMIM-GUEDES; MONTEIRO, 2017), cujo processo educomunicativo foi descrito por Lamim-Guedes e Monteiro (2018).

Estratégias de educomunicação no movimento popular Salve o Rio Itapanhaú

A aluna da Pós-graduação em Educação para Sustentabilidade do Centro Universitário Senac, Aline Luiza da Silva, apresentou no fórum criado na disciplina comunicação e educomunicação um relato de experiência sobre o processo de mobilização popular na cidade de Bertioga, litoral do Estado de São Paulo. Tal mobilização deve-se ao posicionamento contrário da sociedade civil organizada à transposição das águas do Rio Sertãozinho, um dos principais afluentes do Rio Itapanhaú, para o sistema do Alto Tietê, como parte do empreendimento “Obras de Aproveitamento da Bacia do Rio Itapanhaú para o Abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo” proposto pelo Governo do Estado de São Paulo e a SABESP. O Rio Itapanhaú percorre 40 quilômetros pelo bioma de Mata Atlântica e ecossistemas frágeis, como matas paludosas, mata alta de restinga, manguezais e matas ciliares. Esta obra, se realizada, afetará muito a região social e ambientalmente, causando danos irreversíveis. Foram adotadas algumas formas de educomunicação nas ações socioambientais realizadas pelo movimento popular: oficinas de produção de faixas, divulgação em redes sociais, divulgação em rádio e tv, carro de som, produção de camisetas, criação de bloco de carnaval com marchinhas próprias, gravação de vídeos, criação de memes e de material gráfico, abaixo assinado, e uma intervenção na qual uma frase foi escrita com pessoas na praia, entre outras ações, dentro da campanha popular Salve o Rio Itapanhaú, que continua ativa até a paralisação do processo de licenciamento da obra.

Para acompanhar mais informações sobre esta inciativa acesse a página: https://www.facebook.com/naoatransposicaodorioitapanhau/.

A seguir estão algumas fotos das atividades realizadas.









Produção de faixas e cartazes.







Manifestação popular contra transposição do Rio Itapanhaú.



Manifestação popular contra transposição do Rio Itapanhaú.





Participação popular no Fórum Alternativo Mundial da Água





Divulgação Festival das águas.







Intervenção artística - Frase formada com pessoas na praia.





Sugestões de leituras

O documento Educomunicação socioambiental: comunicação popular e educação, decorrentes das políticas públicas de educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente, organizado por Costa (2008), apresenta um rico material, incluindo os capítulos:

O livro Política de água e educação ambiental: processos dialógicos e formativos em planejamento e gestão de recursos hídricos (PAULA JUNIOR; MODAELLI, 2013), apesar de não ser focado em educomunicação ambiental, traz várias práticas afins, como o incentivo à participação e o relato de experiência de alguns projetos voltados à gestão de recursos hídricos.

O ebook Educomunicação e diversidade: múltiplas abordagens (MACHADO; SOARES; ROSA, 2016) traz na parte I Educomunicação: diversidade socioambiental traz sete capítulos:

O Guia de Educomunicação: Conceitos e práticas da Viração (VIRAÇÃO, s.d.) é um material bastante didático que apresenta algumas metodologias em construção. Há dois capítulos que focados na discussão que trazemos aqui: Educomunicação (p. 21) e Estratégias - Comunicação e Mobilização.

Referências

AZEVEDO, G. C. Uso de jornais e revistas na perspectiva da representação social de meio ambiente em sala de aula. In: REIGOTA, M. (Org.). Verde Cotidiano: o meio ambiente em discussão. 3 ed. Petrópolis: DP et alli, 2008, p. 59-71.

BACCEGA, M. A. Comunicação/Educação: alguns caminhos. Revista USP, v. 48, p. 18-31, 2001.

CCA/ECA/USP. Educomunicação Socioambiental. 2009. Disponível em: <http://www.cca.eca.usp.br/node/613>. Acessado em 9.set.2018.

CORREIA, F. L.; FASSARELLA, S. S. A educomunicação nas práticas de educação ambiental: relato de experiência do Projeto de Extensão Coleta Seletiva – CEUNES/UFES. Guará, n. 4, p. 81-90, 2015. Disponível em <http://periodicos.ufes.br/guara/article/view/11485>. Acesso em 9.set.2018.

COSTA, F.A.M. (Org.). Educomunicação socioambiental: comunicação popular e educação. Brasília: MMA, 2008. Disponível em <http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/txbase_educom_20.pdf>. Acesso em 9.set.2018.

ECOFALANTE. 6ª Mostra Ecofalante de cinema ambiental. 2018. Disponível em: <http://www.ecofalante.org.br/mostra/sobre/> Acesso em: 03 de abril de 2018.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 23 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

HARVEY, D.A. A Condição Pós-moderna. São Paulo: Loyola. 12 ed. 2003.

LAMIM-GUEDES, V. WEB 2.0 e a construção do conhecimento de forma interativa: educação e meio ambiente. Educação Ambiental em Ação, v. 42, 2012. Disponível em: <http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1390&class=41>. Acessado em 9.set.2018.

LAMIM-GUEDES, V.; DICKMANN, I. As Diversas Alfabetizações: diferentes contribuições para ler o mundo. In: ALMEIDA, M. T. F.; SOARES, I. M. F.; SILVA, R. M. (Org.). Temas em debate. 1ed. Rio de Janeiro: Dictio Brasil, 2017, v. 1, p. 249-279. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/0B4uYprBdP-V8ellYRUlxb1djQmc/view>. Acessado em 9.set.2018.

LAMIM-GUEDES, V.; MONTEIRO, R.A.A. Educação Ambiental na Educação Básica: Entre a disciplinarização e a transversalidade da temática socioambiental. 1. ed. São Paulo-SP: Perse, 2017. Disponível em: <https://www.dropbox.com/s/vqmbm0awmlk0ol2/Ebook%20EA%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o%20b%C3%A1sica.pdf?dl=0>. Acessado em 9.set.2018.

LAMIM-GUEDES, V.; MONTEIRO, R.A.A. Quando se tem algo a dizer: construção coletiva de um livro sobre educação ambiental na educação básica. Educação Ambiental em Ação, v. 63, 2018. Disponível em: <http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=3122>. Acessado em 9.set.2018.

LEFF, E. Saber ambiental. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

MACHADO, S.; SOARES, I. O.; ROSA, E. Educomunicação e Diversidade: múltiplas abordagens. São Paulo: ABPEducom, 2016. Disponível em: <https://issuu.com/abpeducom/docs/ebook_-_educomunicacao_e_diversidad> Acesso em: 29 de agosto de 2018.

MARTÍN-BARBERO, J. Retos culturales: de la comunicación a la educación. Nueva Sociedad, n. 169, p. 33-43, 2000.

MINC, C. Ecologia e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1997.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Circuito Tela Verde. 2018. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/educomunicacao/circuito-tela-verde#resultado> Acesso em: 29 de agosto de 2018.

MOCELLIN, R. História e Cinema: educação para as mídias. São PAULO: Editora do Brasil, 2014.

MOREIRA, B.D.; SILVA, M.L. A educomunicação e a educação ambiental no espaço escolar. In: SATO, M; GOMES G.; SILVA, R. Escola, Comunidade e Educação Ambiental: Reiventando sonhos, construindo esperanças. Cuiabá, 2013. P. 111- 119. Disponível em: <https://gpeaufmt.blogspot.com/p/materiais-e-apoio-pedagogico.html>. Acessado em 9.set.2018.

OKADA, A.L.; ALMEIDA, F.J. Avaliar é bom, avaliar faz bem: os diferentes olhares envolvidos no ato de aprender. In: M. SILVA; E. SANTOS (orgs.), Avaliação da Aprendizagem em Educação Online. São Paulo: Edições Loyola, 2006, p. 267-287.

PAULA JUNIOR, F.; MODAELLI, S. Política de água e educação ambiental: processos dialógicos e formativos em planejamento e gestão de recursos hídricos. 3 ed. Brasília: MMA/SRHU, 2013.

PINHEIRO, P. P. Práticas colaborativas de escrita via internet: repensando a produção textual na escola. Londrina. Eduel, 2013.

PINHEIRO, R.M. A educomunicação nos centros de pesquisa do país: um mapeamento da produção acadêmica com ênfase à contribuição da ECA/USP na construção do campo. 2013. 223f. tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Escola de Artes e Comunicação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

SALVATIERRA, E. Ecossistema Cognitivo e Comunicativo. Núcleo de Comunicação e Educação da USP. Sem data. Disponível em: <http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/201.pdf>. Acessado em 9.set.2018.

SOARES, I.O. Comunicação/Educação emergência de um novo campo e o perfil de seus profissionais. 1999. Disponível em: <http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/140.pdf>. Acesso em: 29 de março de 2018.

SOARES, I.O. Educomunicação: as perspectivas do reconhecimento de um novo campo de intervenção social: o caso dos Estados Unidos. EccoS, v. 2, n. 2, p. 61-80, 2000b.

SOARES, I.O. Educomunicação: um campo de mediações. Comunicação & Educação, v. 19, p. 12-24, 2000a.

TASSARA, E. Dicionário Socioambiental: idéias, definições e conceitos. São Paulo: FAART, 2008.

VIRAÇÃO. Guia de Educomunicação: Conceitos e práticas da Viração. Disponível em <https://issuu.com/portfolio_viracao/docs/guia_educomunicacao>. Acesso em 12.set.2018.

ZERLOTTI, P. D. Escolas das Águas do Pantanal: uma experiência de valorização da diversidade cultural e ambiental por meio da educomunicação. In: VIANA, C. E.; ROSA, R.; MACHADO, S. P. (Orgs.) Educomunicação e Diversidade: integrando práticas. São Paulo: ABPEducom, 2016. p. 36-49. Disponível em <https://issuu.com/abpeducom/docs/ebook_3_-_integrando_praticas_-_v01>. Acesso em 12.set.2018.