EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTERDISCIPLINAR – FILME WALL-E EM CIÊNCIAS, PORTUGUÊS E EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Talita Fraguas 1, Carlos Eduardo Fortes Gonzalez 2, Alisson Antônio Martins 3

1 Curitiba. Mestranda UTFPR. Professora na Rede Estadual de Educação de Curitiba. Contato: tafraguas@hotmail.com

2 Curitiba. Professor, Doutor em Educação. Docente da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do PR, Campus Curitiba. Contato: cefortes@yahoo.com

3 Curitiba. Professor, Doutor em Educação. Docente da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do PR, Campus Curitiba. Contato: alimartins@gmail.com



Resumo: Com a inovação da tecnologia e com a vida atribulada dos pais, os estudantes deixaram de brincar de maneira saudável, para ficar na frente de equipamentos eletroeletrônicos e se alimentar de comida pronta. Com isso, surgiu a necessidade de desenvolver um método de ensino que abrangesse Educação Ambiental e Saúde. Na disciplina de Português, trabalhou-se a persuasão e textos acerca da temática meio ambiente; na disciplina de Educação Física, abordou-se a importância da alimentação equilibrada e de uma vida saudável e em Ciências trabalhou-se o lixo eletrônico e a logística reversa, contextualizando-se, desta forma, os temas “Educação Ambiental e saúde”, buscando-se melhor qualidade de vida do aluno e melhores condições do meio ambiente. O objetivo de realizar a sequência didática voltou-se para a importância de uma vida saudável, ao mesmo tempo em que se pensou a preservação do meio ambiente. Doze aulas, divididas entre as três disciplinas, foi a didática escolhida para este trabalho. Primeiramente, estudou-se a persuasão na disciplina de Português; informações sobre o lixo eletrônico em Ciências e a importância de uma vida saudável em Educação Física. Posteriormente, assistiu-se ao filme Wall-e e após a exibição, foi realizada em duplas, em conjunto nas três disciplinas, a produção de uma história em quadrinhos; em seguida, promoveu-se uma roda de conversa sobre, consumismo, capitalismo e as consequências para o meio ambiente. No término do projeto, os estudantes produziram cartazes em forma de propaganda sobre os malefícios do lixo eletrônico à saúde e ao meio ambiente. Os alunos se comprometeram com as atividades e delas participaram, no contexto das três disciplinas.

Palavras-chave: Educação Ambiental; Lixo Eletrônico; Qualidade de Vida.

Abstract: With the innovation of technology and the hectic life of the parents, students stopped playing in a healthy way, to spend their time in front of electronic devices and to eat frozen meals. This led to the need of developing a teaching method that included Environmental Education and Health. In the Portuguese course, we worked on persuasion and texts about Environmental Education; in the discipline of Physical Education, the importance of balanced nutrition and a healthy life style were discussed; and in Science, the electronic waste and reverse logistics were discussed, contextualizing, in this way, and uniting the themes in "Environmental Education and Health", seeking a better quality of life for the students, as well as the environment. The objective of carrying out this didactic sequence was about the importance of a healthy life style, at the same time as the preservation of the environment. Twelve classes, divided among the three disciplines, were the didactics chosen for this work. First, we studied in the discipline of Portuguese; information on electronic waste, in Science and the importance of a healthy life style in Physical Education. Afterwards, the film Wall-e was watched and after, the exhibition, it was done altogether the three disciplines, the creation of a comic strip in pairs; then a chat about consumerism, capitalism and the consequences for the environment was promoted. At the end of the project, students produced posters in the form of advertisement about the effects of electronic waste to health and the environment. Students were committed and took part in the activities in the context of the three disciplines.

Keywords: Environmental Education; Electronic trash; Quality of life;



Introdução

Este artigo tem a finalidade de compartilhar um projeto de Educação Ambiental desenvolvido com 65 alunos de duas turmas de 8º anos do Ensino Fundamental nas disciplinas de Ciências, Português e Educação Física no Colégio Estadual Deputado Olívio Belich, no Munícipio de Curitiba, Estado do Paraná́.

Com o passar dos anos e a inovação da tecnologia, ocorreu o aumento na produção do lixo eletrônico, devido à troca constante dos equipamentos eletroeletrônicos. Paralelo a esse fato, a população infanto-juvenil está deixando de brincar de maneira saudável, como pega-pega, pique-esconde, jogar bola, jogar betes, subir em árvores, pular corda, pular elástico e outras atividades semelhantes nas quais têm uma alta queima de energia para ficarem na frente de seus aparelhos eletroeletrônicos (tablets, smartphones, videogames e computadores) sentados jogando e em redes sociais, não praticando desta forma exercícios físicos. Com isso, pode haver uma alteração no metabolismo e as crianças se tornam sedentárias, acumulando energia e desenvolvendo problemas de concentração, de disciplina e de saúde.

Prova disso, se constatam nas diferentes classes sociais o crescente aumento de problemas de saúde, que antes se constatava apenas em pessoas de idade mais avançada. Assim, os equipamentos eletroeletrônicos tornaram-se razão de sedentarismo e acomodação, não permitindo ao organismo desenvolver suas habilidades; principalmente na idade da infância e adolescência.





Consumo e cuidado com o meio ambiente: um equilíbrio necessário

Entende-se que toda forma de excessos leva ao esgotamento não apenas dos recursos naturais, como também ao limite do próprio ser humano. Então, vê-se que é preciso encontrar o justo equilíbrio entre o que se produz e o que se consome, de tal modo que não se esgote nem recursos nem condições humanas para se viver melhor. O consumo deve ajudar o homem a viver bem e não o obrigar à escravidão.

O consumismo desenfreado aproveitou-se de uma sociedade que não soube (e ainda não sabe) se disciplinar para o uso dos equipamentos produzidos pelas novas técnicas. Em vista disso, considera-se o mercado a razão maior que leva ao uso e desequilíbrio desta geração. Este mesmo mercado, para ampliar ainda mais seus limites consumistas, chegou a todos os continentes, principalmente pela globalização da economia.

Segundo Goergen (2001, p.6):



Os desígnios do Deus mercado, regidos por lógica própria, não podem ser contrariados com o argumento de novo que seus resultados são parciais, que favorecem alguns e desgraçam outros. O grande mote da última década foi o da globalização da economia que desimpedida dos entraves do Estado e da preocupação social e deslizando pelos azeitados trilhos da tecnologia da informação, deu fim a qualquer projeto ou mesmo controle social e político.



As pessoas estão consumindo mais, sem pensar no meio ambiente e com o que acontecerá com o equilíbrio da biosfera. Por isso, é preciso criar na adolescência e na juventude uma consciência crítica em relação ao que se consome. Isso não se refere exclusivamente aos eletroeletrônicos, mas também aos outros tipos de consumo. Se houvesse da parte da escola um compromisso maior com a responsabilidade acerca do consumo e do meio ambiente, provavelmente teríamos mais garantias para um futuro imediato.

Percebe-se que, comumente, muitas crianças passam a noite acordadas, jogando e em salas de bate-papo e os pais não têm ciência deste fato. Outra situação que também está presente no cotidiano delas é a ingestão de alimentos que não são saudáveis, como doces e alimentos gordurosos e isso resulta uma população infanto-juvenil sedentária e ao mesmo tempo com problemas de saúde semelhantes a pessoas adultas.

Convém lembrar que a legislação brasileira prevê que as crianças têm direito a uma alimentação saudável e a espaços de estudo. Com isso, podemos estender a compreensão deste dado ao que se refere à alimentação e ao uso desordenado de eletroeletrônicos. Isso porque, tais atitudes e comportamentos prejudicam simultaneamente a Educação e a saúde. Por outro lado, também cabe à família priorizar os filhos, atendendo as necessidades fundamentais, sem lhes causar danos.

Segundo o artigo 6º da Constituição Federal de 1988: “São direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (BRASIL, 1988). Como se observa, a Constituição Federal também se preocupa com o bem-estar de nossa gente. Assim, cabe a toda a sociedade prevenir, fomentar e se necessário, remediar as questões que prejudicam o desenvolvimento físico, psicológico e intelectual das nossas crianças e adolescentes.

Uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos são essenciais para se ter uma vida saudável. Parece lugar-comum acentuar os aspectos referentes à alimentação saudável, e também se enfatiza a questão do uso sem controle e limites dos equipamentos eletrônicos. No que tange à saúde, é recomendável o consumo de frutas, legumes, verduras e carnes magras. O que ocorre é que as crianças e os adolescentes, por ser mais cômodo para os pais e devido às suas vidas atribuladas, não tendo tempo de fazer as próprias refeições em casa como as mães e as avós faziam, recorrem a fast food, entrega em casa e a alimentação equilibrada é deixada de lado. Este estilo de vida está prejudicando os indivíduos, que estão se tornando crianças doentes com quadros de diabetes, obesidade e pressão alta; doenças antes vistas somente em pessoas idosas.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei nº 8069/90, em seu Art. 4o (BRASIL, 1990) determina que:



É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.



O ECA reforça o dever de todos em relação à criança e ao adolescente, ou seja, que os pais ou responsáveis devem atender à alimentação e à saúde destes para que assim se tenha uma melhoria na qualidade de vida. Entretanto, é necessário chamar a atenção para que se atualize a lei no que se refere ao uso destes equipamentos, especialmente por crianças e adolescentes. O governo do Estado do Paraná, desde 2014, vendo o prejuízo causado à aprendizagem, legislou proibindo aos estudantes utilizarem equipamentos eletrônicos que não sejam para fins didáticos. Lei Estadual nº 18.118/2014-PR, de 24 de junho de 2014, proíbe o uso de aparelhos/equipamentos eletrônicos em salas de aula para fins não pedagógicos no Estado do Paraná (PARANÁ, 2014).

O prejuízo causado pelo uso indiscriminado de todo e qualquer equipamento não se restringe exclusivamente ao estudante e seu entorno, causa também danos ao meio ambiente, caso não seja destinado adequadamente para outro fim. Segundo Miguez (2018), “lixo eletrônico é todo resíduo material produzido pelo descarte de equipamentos eletrônicos”, que pode danificar o meio ambiente e prejudicar as diferentes formas de vida que entrem em contato com eles, em fase de deterioração.

São exemplos de lixo eletrônico: celulares, televisores, monitores, computadores etc. Estes, quando fabricados, contaminam o ar liberando substâncias tóxicas; quando descartados, por sua vez, contaminam o solo e a água. É preciso que haja uma política específica voltada para a possível descontaminação de solos já contaminados por esses resíduos.

Em contrapartida, há leis que determinam especificamente o modo de se produzir ou fabricar esses aparelhos, bem como importar, sabendo que ao se fazer quaisquer destas atividades, têm-se também a obrigação de destiná-los de modo correto, que não contamine o solo nem cause outros prejuízos.

A PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos, na Lei n° 12.305/2010, define a:



(…) responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos (BRASIL, 2010a).



Conforme a lei 12.305/2010, a responsabilidade dos produtos é de todos, ou seja, temos responsabilidade acerca dos resíduos produzidos: quem produz tem por obrigação ensinar e recomendar formas adequadas de destinar quando os produtos perderem sua utilidade; os usuários (consumidores) também têm suas responsabilidades, na medida em que legalmente encaminham para os lugares de coleta que não ponham em risco o meio ambiente e a nossa saúde.

De qualquer forma, é preciso que também os consumidores, inclusive crianças e adolescentes, tenham responsabilidade e compromisso com esta questão ambiental. Não é exagero pensar que o excesso de consumismo pode pôr limites às diferentes formas de vida. Pelo menos, o descarte final deve ser adequado.

Neste sentido, a logística reversa trata esta questão como relevante, justamente porque considera a extensão do problema e as consequências que isso pode ter, caso não haja destinação adequada para reaproveitamento dos aparelhos eletroeletrônicos que perderam sua utilidade.

Segundo a PNRS a logística reversa é:



[...] instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010a).



De acordo com o Decreto nº 7.404/2010, os sistemas de logística reversa serão implementados e operacionalizados por meio dos seguintes instrumentos: Regulamento expedido pelo Poder Público, acordos setoriais e termos de compromisso. Isso possibilita dispensar todo eletroeletrônico indiscriminadamente, como se cada um fizesse o que bem entendesse com o seu aparelho fora de uso (BRASIL, 2010b).

A Educação Ambiental está na legislação brasileira (BRASIL, 1999), de modo que a própria escola também deve ensinar os valores relativos aos cuidados com o meio ambiente.



Educação Ambiental é dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que imprime ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, com o objetivo de potencializar essa atividade humana, tornando-a mais plena de prática social e de ética ambiental. Essa atividade exige sistematização através de metodologia que organize os processos de transmissão/apropriação crítica de conhecimentos, atitudes e valores políticos, sociais e históricos. Assim, se a educação é mediadora na atividade humana, articulando teoria e prática, a educação ambiental é mediadora da apropriação, pelos sujeitos, das qualidades e capacidades necessárias à ação transformadora responsável diante do ambiente em que vivem. Podemos dizer que a gênese do processo educativo ambiental é o movimento de fazer-se plenamente humano pela apropriação/transmissão crítica e transformadora da totalidade histórica e concreta da vida dos homens no ambiente (TOZONI-REIS, 2004, p. 147).



Com isso, precisamos reconhecer que a escola deveria cumprir suas funções concernentes à conscientização e à responsabilidade social com respeito ao meio ambiente, ensinando as gerações do presente para que se tenha uso responsável e consciente nas gerações futuras.



O futuro na perspectiva do filme Wall-e

O filme é uma produção da Disney, de 2008, dirigido por Andrew Staton, que mostra o planeta Terra em 2700, devastado e coberto por lixo. Wall-e é um robô que tem a função de limpar o lixo do planeta e se apaixona por Eva, um robô que tem a missão de encontrar uma forma de vida existente que realize fotossíntese, ou seja, uma nova planta. Ao mesmo tempo, mostra a humanidade vivendo de forma provisória em uma nave com todas as comodidades e a mais alta tecnologia, mas com os membros inferiores atrofiados, obesos e com uma alimentação nada saudável. Também demonstra que se deve usar a tecnologia de forma consciente, para que assim ela não se aproprie do homem (WALL-E, 2008).

Como se nota o filme é futurista e pretende chamar a atenção para o problema do lixo que a humanidade produz, sem ter a consciência do que isto pode causar e, de repente, o planeta se torna inabitável de maneira que resta para a vida apenas uma nave, que não obstante toda a tecnologia, não é satisfatória para quem ali habita. A necessidade de se criar uma planta é, na prática, uma tentativa de se recomeçar uma vida destruída pela excessiva produção de resíduos.

Com o filme Wall-e, evidencia-se a temática do lixo eletroeletrônico, com tudo que ele pode causar não apenas às criaturas, mas à própria biosfera; abrange-se também a persuasão, que quer convencer as consciências sobre o uso adequado dos recursos naturais e a não produção de lixo; do mesmo modo não está presente a alimentação saudável e, por fim, denota os malefícios da ausência de atividades físicas para uma melhor qualidade de vida.



Metodologia

Em primeiro lugar, foram ministradas aulas sobre os resíduos sólidos, demonstrando imagens do lixo eletrônico, as estatísticas, os elementos químicos presentes e os malefícios causados ao meio ambiente e à saúde. Na disciplina de Português explanaram-se os conceitos de consumismo e capitalismo – tema recorrente na pauta cotidiana das nossas discussões. Na disciplina de Educação Física explicou-se a importância de uma alimentação saudável e a necessidade da prática de exercícios físicos.

Assistiu-se, em seguida, ao filme Wall-e; exigia-se a atenção porque haveria posteriormente, questionamentos a serem feitos sobre o tema apresentado no filme. Foi utilizada esta animação da Disney em função do apelo lúdico, que atrai esta faixa etária.

Na sequência, orientou-se à produção de história em quadrinhos, em duplas, em conjunto, nas três disciplinas, em folha de tamanho A3, sobre a importância de uma alimentação equilibrada e de uma vida saudável, bem como a preocupação com questões relativas à produção de lixo.

Em seguida, promoveu-se uma roda de conversa sobre consumismo, capitalismo e as consequências para o meio ambiente, na interdisciplinaridade, constatando-se surpresa da parte dos alunos quando tiveram contato com aparelhos de gerações anteriores que lhes eram estranhos. Na disciplina de Educação Física os alunos foram incentivados a brincar como no passado, antes do surgimento de equipamentos eletrônicos. Notou-se que a maioria não interagia naquelas brincadeiras porque se sentiam alheios a elas. Isso mostra o quanto estão distantes de práticas propriamente físicas que não envolvam as tecnologias de sua geração no presente. Por isso se sentiam incomodados e até constrangidos por não saberem lidar com aquela situação. Eram brincadeiras como pega-pega, pique-esconde, pular corda, pular elástico, que exigem mais esforço físico do que técnico.

Para o término do projeto os estudantes, em conjunto nas três disciplinas, produziram cartazes em forma de propaganda sobre os malefícios do lixo eletrônico à saúde e ao meio ambiente e logística reversa.

Nesta metodologia, como estava programado, houve momentos em que os estudantes trabalhavam em conjunto nas três disciplinas, interagindo entre eles e participando de forma muito proveitosa; em outros momentos, trabalhavam separados e cada grupo ficava com sua disciplina específica, com os temas correspondentes a cada uma das áreas envolvidas.



Resultados

Com este projeto, trabalhou-se em alguns momentos de forma interdisciplinar e outros de forma multidisciplinar, percebendo dessa forma que é sempre possível abordar o tema Educação Ambiental e Saúde, sempre em conjunto, buscando melhora na qualidade de vida de todos e do meio ambiente.

A partir disso, foi possível notar o interesse pelo debate dos temas desenvolvidos, demonstrando que essa consciência certamente transforma a mentalidade que se tem e a que objetivo se quer chegar.



Colocando, portanto, a necessidade de transformar as relações sociais de dominação como ponto central da sustentabilidade ambiental que busca a educação ambiental, consideramos a crise socioambiental atrelada à desigualdade de classes e das diferenças econômicas que, por sua vez, levam à desigualdade de aptidões e faculdades da natureza humana. (TOZONIREIS et al., 2013, p.72).



Por fim, nesta atividade, foram produzidas histórias em quadrinhos sobre alimentação equilibrada e vida saudável, com a contribuição de uma rica rodada de conversas, mostrando que dessa forma é possível relacionar capitalismo, meio ambiente, saúde e lixo eletrônico em um contexto e que também a produção de cartazes em forma de propaganda sobre os malefícios do lixo eletrônico à saúde e ao meio ambiente e logística reversa, mostrou que haviam compreendido a intenção e a mente do projeto.



Considerações finais

No final deste trabalho, foi possível constatar a necessidade de se ter mais processos de ensino aprendizagem voltados à políticas específicas que se preocupem tanto com o meio ambiente quanto com o ser humano no âmbito de sua vida e experiência. A discussão planejada e elaborada através desta pesquisa nos leva a perceber que é possível não apenas refletir sobre o tema, como também mudar a maneira de pensar e a própria consciência que se tem formada sobre este importante tema. .

Se por um lado, há leis que legislam a favor da Educação Ambiental, estudada na escola, deve haver também a preocupação com a criação de uma consciência nova sobre o consumo e o esgotamento da capacidade de produção do próprio planeta. A escola deve ser a vanguarda dessa discussão e prática, alavancando estudos, pesquisas, experiências e práticas demonstrativas de que as possíveis mudanças favorecem à vida e ao meio ambiente.

Acrescenta-se a isso outro fator importante que diz respeito à alimentação saudável, de modo que se torne prática constante das gerações futuras alimentarem-se com qualidade ao mesmo tempo em que se tenha cuidado com o meio em que vivemos. Essa conscientização deve tornar-se matéria de discussão constante na interdisciplinaridade do Ensino Fundamental e Médio.

Assim, vê-se como resultado a mudança de mentalidade da parte dos adolescentes e jovens que estão abertos às mudanças que estão por vir, graças ao esforço que empreendemos na discussão desses temas. É gratificante ver e sentir como as experiências são e sempre hão de ser enriquecedoras.



Bibliografia

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TOZONI-REIS, Marília Freitas Campos. Educação ambiental: natureza, razão e história. Campinas: Autores Associados, 2004.

WALL-E. Direção: Andrew Staton, produção: Jim Morris. EUA. Pixar Animation Studios, 2008. 1 DVD, 1h37min.