MERCADO HUMANO
Ainda, estamos nas cavernas de nossos ancestrais,
Locais habitados por fantasmas e feras.
A cada raio nos recolhemos nos cantos,
Esperando não ser a próxima vítima para o sacrifício.
Chegamos até aqui por altos e baixos,
Romanos já não existem mais entre nós.
Restou o direito que está sendo suplantado,
A economia e seus resultados é que valem.
Fomos sendo amestrados por diversas correntes,
Mitos, religiões, partidos, grupos e grupelhos.
Deixou de existir o humano e a humanidade.
A natureza já há muito tempo não conta.
Agora somos submissos a toda propaganda
Que vende de tudo para todos.
Tornamo-nos meras peças de produção,
Consumidores idiotas do modismo passageiro.
Está aí o mercado humano
De pessoas que não mais se reconhecem,
A não ser por aquilo que aparentam.
O primeiro que reclamar toma ducha de água fria.
Continuamos os mesmos.
Continuamos com medo,
Porque nunca aprendemos
A conviver com o medo que é comum a todos.
Cláudio
Loes
Especialista em Educação Ambiental e escritor