HORTAS ESCOLARES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ECONOMIA E PROMOÇÃO DA SAÚDE

 

 

 

Neucy Teixeira Queiroz

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Montes Claros

Pós Graduanda em Recursos Hídricos e Ambientais - UFMG

 

 

 

Resumo: As escolas tem se tornado um espaço de educação interdisciplinar que visa cada vez mais a qualidade do ensino. Visando essa interdisciplinaridade, o aprendizado coletivo, e a aproximação do aluno com a sua realidade, o trabalho visa explorar a horta escolar no contexto da educação ambiental, economia e promoção da saúde. Foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica através de uma abordagem qualitativa. Para atingir o objetivo proposto, prevaleceu a pesquisa do tipo exploratória para proporcionar maior contato com o tema e realizar um estudo mais detalhado acerca da temática. Foi possível concluir que a horta exerce uma relação positiva na promoção da saúde, na economia e na educação ambiental, pois o aluno aprende como funciona uma alimentação saudável, economia familiar já que é possível montar uma horta em casa e assim reduz gastos, é possível conservar o solo, controlar água na irrigação, demonstrando assim preocupação socioambiental.

 

Palavras-chave: Horta escolar;meio ambiente;saúde

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

O espaço educacional tem se tornado um espaço que busca propor uma educação cada vez mais de melhor qualidade, ultrapassando o conteúdo teórico e utilizando diferentes estratégias de ensino a fim de que o aprendizado torne-se efetivo. São realizados métodos na forma de aulas práticas, de campo, laboratório, atividades lúdicas, científicas e culturais de forma que o aluno tenha possibilidades diversas de aprender.

A horta escolar tem sido uma boa opção no que refere à educação ambiental, à promoção da saúde e a relação econômica, já que a escola pode usufruir da horta. É possível, ainda, abordar diversos pontos curriculares que o aluno precisa aprender.  “Numa horta escolar há possibilidade de se trabalhar diversas atividades, dentre as quais, os conceitos, princípios, o histórico da agricultura, a importância da educação ambiental, a importância das hortaliças para a saúde. Além das aulas práticas onde se trabalham as formas de plantio, o cultivo e o cuidado com as hortaliças.” (CIBB, 2010). O presente trabalho Para tem como objetivo verificar como a horta escolar contribui para a educação ambiental, econômica e promoção da saúde. Para atingir esse objetivo, foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica através de uma abordagem qualitativa.

 

 

 

 

MATERIAIS E MÉTODOS

 

Para verificar como a horta escolar contribui para a educação ambiental, econômica e promoção da saúde foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica através de uma abordagem qualitativa. Para atingir o objetivo proposto, prevaleceu a pesquisa do tipo exploratória para proporcionar maior contato com o tema e realizar um estudo mais detalhado acerca da temática.  Foram utilizados como fonte de pesquisa e leituras: artigos científicos dos principais sites como scielo e portal capes, além do Google acadêmico que traz artigos diversos de pesquisadores a que tratam de temas relacionados à hortas no ambiente escolar.

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

A educação ambiental é importante para o aluno compreender os problemas ambientais e a forma como eles podem nos afetar. A sociedade é dependente da natureza, por isso, precisa estabelecer com ela relação de equilíbrio, para que seja feito o uso dos recursos naturais sem prejuízos para o meio ambiente. A horta escolar é um espaço propício para os alunos compreenderem esse processo e ainda associá-lo ao seu cotidiano. Cribb (2010), relaciona a importância da horta escolar, da seguinte forma:

 

A importância da Educação Ambiental proporciona aos alunos conhecimentos sobre um tipo de agricultura mais natural, o perigo da utilização de agrotóxicos e o mal que estas substâncias causam à saúde humana, aos animais e aos ecossistemas. Também é uma maneira dos estudantes descobrirem a importância dos legumes e verduras para a nossa saúde. Além disso, a possibilidade de sair da sala para assistir aula em um espaço aberto, e estar em contato direto com a terra, com a água, poder preparar o solo, conhecer e associar os ciclos alimentares de semeadura, plantio, cultivo, ter cuidadocom as plantas e colhê-las torna-se uma diversão. (CRIBB, 2010).

 

O contato dos alunos com a terra faz ainda eles refletirem sobre vários conteúdos relacionados com o solo, fotossíntese, uso sustentável da água, dentre outros; fazendo associações entre esses conhecimentos. É preciso deixar os alunos atentos sobre os problemas dos agrotóxicos, pois eles podem ser prejudiciais à saúde, uma vez que quando aplicado às frutas ou verduras, são ingeridos por quem as consomem. Os agrotóxicos, quando usados indevidamente, além de prejudicar a saúde das pessoas, podem alterar ecossistemas. Sobre o uso de agrotóxicos, o portal do Meio Ambiente (2008), citado por Cassal et. al.(2014) ressalta:

 

O processo produtivo agrícola brasileiro está cada vez mais dependente dos agrotóxicos e fertilizantes químicos. A lei dos agrotóxicos (Lei Federal no 7.802, de 11 de julho de 1989, atualmente regulamentada pelo Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002), define que essas substâncias são: “os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos bem como substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento”. Essa definição exclui fertilizantes e químicos administrados a animais para estimular crescimento ou modificar comportamento (PORTAL EDUCAÇÃO, 2008, apud CASSAL et. al, 2014)

 

 

Morgado (2006), relata que o conhecimento dos valores nutritivas das hortaliças e o seu conhecimento como fonte de vitaminas, sais minerais e fibras, provoca mudança no comportamento alimentar dos alunos onde segundo Turano

(1990), citado por Morgado (2006) estendem-se atingindo a família e toda a comunidade envolvida. Quando o aluno coloca em prática o conhecimento adquirido, principalmente fora do ambiente escolar, há resultados positivos, pois o objetivo da escola é a expansão do conhecimento. Outra vantagem do plantio de hortaliças é no aspecto econômico. A escola ganha muito com isso porque pode acrescentar em seu cardápio alimentos produzidos pela horta escolar, reduzindo assim gastos. Além do ambiente escolar, quando o aluno aprende como plantar e como cuidar das hortaliças, pode sugerir aos pais que plantem em casa, o que reduzirá gastos familiares. Ademais, caso a família possua uma casa com um quintal grande, além do uso doméstico é possível a comercialização dos produtos cultivados, aumento desta forma a renda familiar.

Sobre os benefícios da Horta escolar, o site Pensamento Verde (2013) destaca: “Entre os benefícios alcançados com o projeto horta escolar, se destacam a produção e consumo de alimentos naturais pelos alunos, atividades ligadas à culinária na escola, troca de conhecimentos, inserção de assuntos como a economia doméstica, a influência nas escolhas alimentares das crianças, além de apresentar na prática as consequências que ações do homem têm em relação ao meio ambiente.”

A educação ambiental tem se constituído como uma ferramenta importante para o desenvolvimento dos estudantes de educação básica e projetos que visam à construção de uma horta escolar, tem tido efeitos positivos, pois proporciona aprendizado de caráter interdisciplinar, pois envolve ecologia, plantas, solos, recursos hídricos, fotossíntese, alimentação, dentre outros conteúdos possíveis de se associar ao tema. Além disso, práticas pedagógicas desse tipo desenvolvem nos alunos maior interesse pelo aprendizado. Sobre as aulas práticas, Silva (2011) mostra que: “as aulas práticas podem ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos” (Lunetta 1991 apud Leite; Silva; Vaz, 2008, p.03, citado por Silva,2011).

Com base nas referências pesquisadas, foi possível perceber a importância dos da horta escolar como estratégia pedagógica para a educação ambiental, econômica e promoção da saúde. Fiorotti et. al. (2009), ressalta que : “O cultivo de alimentos tem papel importante muitas vezes para a atividade agrícola familiar, contribuindo para o seu fortalecimento e garantindo sua alimentação. As hortaliças apresentam-se como uma boa alternativa, considerando que a escola possui uma área disponível, podendo haver uma pequena diversidade de produtos.” Além disso, Fiorotti et.al. (2009), apresenta uma tabela com a informação nutricional de algumas hortaliças, as quais seriam interessantes serem usadas na composição da horta escolar. As hortaliças e suas informações nutricionais estão presentes na tabela1.

 

 

 

Tabela 1. Informação nutricional de algumas Hortaliças. 

Fonte[1]: Fiorotti et, al (2009)

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A horta escolar representa uma estratégia de ensino-aprendizagem diferenciada e interdisciplinar que além de despertar o interesse dos estudantes pelo aprendizado, proporciona-lhes a ação prática do conteúdo teórico; podendo o aluno fazer correlações entre temas diversos que envolva conteúdos com plantas ou e a alimentação que trabalha plantas através dos efeitos de seus nutrientes. Pela revisão de literatura feita, pode-se concluir que a horta escolar contribui para uma alimentação mais saudável e nutritiva dos alunos, tanto no ambiente escolar como fora dele, já que o próprio aluno pode repassar para residência os que aprendeu em sala de aula. Além da promoção da saúde, há contribuição na economia escolar e fora dela, além da educação ambiental, como por exemplo, conservação do solo, controle de água durante a irrigação, ausência do uso de agrotóxicos que pode causar a morte de insetos, dentre outros aprendizados.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

CRIBB, S.L.S.P. Contribuições da educação ambiental e horta escolar na Promoção de melhorias ao ensino, à saúde e ao ambiente. REMPEC - Ensino, Saúde e Ambiente, v.3 n 1 p. 42-60 Abril 2010. ISSN 1983-7011.

 

CASSAL, V.B. et. al. Agrotóxicos: uma revisão de suas consequências para a saúde pública. Revista do Centro do Ciências Naturais e Exatas - UFSM, Santa Maria Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental – REGET e-ISSN 2236 1170 - V. 18 n. 1 Abr 2014, p.437-445.

 

MORGADO, F. S. A horta escolar na educação ambiental e alimentar: experiência do Projeto Horta Viva nas escolas municipais de Florianópolis. Florianópolis (SC), 2006. Disponível em: . Acesso em 03/11/16

 

Fiorotti, J.L et. al. HORTA: A importância no desenvolvimento escolar. XIV Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e X Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, 2009. Disponível em: . Acesso em 03/11/16.

 

Pensamento Verde .A importância de projetos de horta escolar dentro da educação ambiental. 2013. Disponível em: . Acesso em 03/11/16.

 

 

 



[1] Disponível m em: http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2010/anais/arquivos/0566_0332_01.pdf Acesso em: 03/11/16