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O
lixo numa abordagem educacional mais complexa
Berenice
Gehlen Adams
Um
dos assuntos mais trabalhados que configuram a inserção da Educação
Ambiental nas práticas educativas é a questão do lixo. As crianças aprendem
a separar o lixo seco do lixo orgânico, aprendem sobre compostagem,
aprendem sobre reciclagem e aprendem, também, a jogar o lixo no lixo.
Iniciar
um trabalho de conscientização ambiental a partir do lixo (um dos maiores
problemas ambientais) é extremamente válido, pois este é um problema
ambiental existente em todos os contextos sociais, logo, trata-se de algo
concreto, que pode ser visto, sentido e trabalhado, para que se processe a
aprendizagem significativa, que, conseqüentemente, conscientiza. Mas a questão
do lixo deve abordar, também, a questão do consumo. Não podemos abordar
somente as conseqüências de um problema se não abordarmos as causas do
mesmo. Sabemos que uma sociedade que é educada, tanto formal como
informalmente, para o consumo, em potencial, pode frear qualquer processo de
conscientização ambiental. Somos educados pela mídia para consumir.
Com
o consumismo desenfreado, além de estarmos causando problemas ao ambiente,
estamos desenvolvendo problemas de saúde também, principalmente no que se
refere aos hábitos alimentares. A cada dia surgem mais e mais estabelecimentos
que oferecem lanches rápidos. Além do baixo teor nutritivo, estes alimentos vêm
acompanhados de materiais descartáveis como copos, caixinhas decoradas, papel,
que contribuem para aumentar o problema do lixo produzido pela humanidade. Outro
fator que deve estar presente nesta abordagem é a do desperdício que ocorre,
principalmente, por parte dos mais favorecidos do nosso sistema social. É
impressionante o descaso daqueles que podem bancar seus excessos de consumo, e a
maioria destas pessoas são esclarecidas, e muitas delas freqüentam os
ambientes acadêmicos durante a vida inteira. Isto comprova que não é somente
a falta de informação que gera os problemas ambientais, mas sim, também, a
falta e conscientização em relação aos hábitos e atitudes da população.
Portanto,
para trabalhar a questão do lixo como uma abordagem sistêmica e complexa,
faz-se necessário um trabalho de conscientização para o consumo moderado e
para a escolha mais criteriosa de produtos que consumimos. Assim, as chances de
bons resultados das práticas educacionais ambientalistas, relacionadas ao lixo,
serão bem maiores.
Fonte: Projeto Apoema - Educação
Ambiental
www.apoema.com.br