PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E O IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELOS VISITANTES NO HORTO FLORESTAL TOTE GARCIA, CUIABÁ – MT

PERFIL  SOCIODEMOGRÁFICO E O IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELOS VISITANTES NO HORTO FLORESTAL TOTE GARCIA, CUIABÁ – MT

 

Autores: Klayre Marques Botelho Ferreira, Rozilaine Ap. Pelegrine Gomes de Faria*, Carla Maria Abido Valentini

 

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso- campus Cuiabá-Bela Vista

Email para contato: rozilaine.faria@blv.ifmt.edu.br

 

 


PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E O IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELOS VISITANTES NO HORTO FLORESTAL TOTE  GARCIA, CUIABÁ – MT

 

Klayre Marques Botelho Ferreira - Graduada em Tecnologia em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia campus Cuiabá-Bela Vista, email: klayrembf@gmail.com

Rozilaine Ap. Pelegrine Gomes de Faria - Doutora em Agricultura Tropical, professora das áreas de Química e Ciências Ambientais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia campus Cuiabá-Bela Vista. Rua Dr Helio Ribeiro, Q. 8 Cs 4, Condomínio Bosque dos Ipês, Bairro Paiaguás, Cuiabá-MT. Email: rozilaine.faria@blv.ifmt.edu.br

Carla Maria Abido Valentini - Doutora em Agricultura Tropical, professora das áreas de Química e Ciências Ambientais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, campus Cuiabá-Bela Vista. Email: carla.valentini@blv.ifmt.edu.br

 

 

RESUMO

O Horto Florestal Tote Garcia de Cuiabá – MT, localizado na região Sul da cidade, garante a conservação de sete hectares de formação vegetal ameaçada em meio à urbanização e vem recebendo visitantes há 20 anos. No presente trabalho foi feito a análise do perfil sociodemográfico e os problemas de impactos que a visitação causou sobre a vegetação. Foram aplicados 100 questionários estruturados aos visitantes entre julho e agosto de 2012. Observou-se que a maioria (72,8%) tem ensino fundamental ou médio completo, são jovens com idades que variam de 8 a 77 anos e visitam o local com seus familiares. A maioria (64%) dos entrevistados não reconhece o Horto como uma unidade de conservação e 66% utilizam o Horto para passeio. Os resíduos encontrados sobre o solo da trilha mais visitada são indicativos de impactos ambientais ocasionados pela visitação. Trabalhos que contemplem a idade e o perfil sociodemográfico dos visitantes podem auxiliar nas atividades de educação ambiental a serem desenvolvidas no parque, com ações voltadas para o público jovem, a maioria dos visitantes.

 

PALAVRAS CHAVEZ: Educação ambiental, Impacto sobre vegetação, conservação da biodiversidade.

 

 

 

1. Introdução

 

A transformação do meio ambiente vem crescendo nos últimos anos, e a sociedade tenta encontrar saídas para diminuir os problemas advindos com a expansão urbana, entre as quais, o contato da sociedade com a natureza. Esse contato proporciona uma melhor qualidade de vida aliada à qualidade ambiental, onde a conscientização sobre conservação da biodiversidade pode ser alcançado através da educação ambiental (XAVIER et al., 2012).

Uma das formas deste contato do homem com a natureza é a criação das áreas verdes abertas à visitação pública nos ambientes urbanos (SILVA & CORRÊA, 2009), que também podem ser utilizadas com a finalidade recreativa para o desenvolvimento da educação ambiental (BENINI & MARTIN, 2005).

A temática ambiental se tornou um assunto comum e prioritário, em programas das esferas públicas administrativas, onde se busca alternativas viáveis que reduzam os possíveis impactos ambientais resultantes das visitações de parques e áreas verdes. Na ocupação do solo urbano, a lei de planejamento define área verde como um espaço com tratamento paisagístico reservado a atividades de recreação ou descanso (BRASIL, 1979). Estados e Município podem ter autonomia para gerenciar as áreas verdes, pelo poder da chamada constituição municipal, com o intuito de promover uma gestão ampla, como o zelar pelo interesse de seu território e do povo (CABRAL, 2005). No entanto, se tais atividades não forem planejadas respeitando as potencialidades e vulnerabilidade, podem vir a comprometer os estados de conservação (LADEIRA et al., 2007; RIBEIRO et al., 2007). Dentre esses impactos os mais comuns são a compactação do solo, poluição da água e distúrbios na vida silvestre (PARK et al., 2008).

Para a visitação não comprometer a qualidade dos recursos, existem normais e regras que devem ser atendidas (GALANTE et al., 2002). Nesse sentido o uso público deve ser feito de forma planejada e controlada. Deve-se conhecer o perfil sociodemográfico e cultura de seus visitantes tornando mais eficazes o controle, a educação e a conscientização ambiental buscando a conservação desses ambientes (ABESSA & MAGINI, 2012; LEUNG & MARION, 2000; TAKAHASHI, 1998). É essencial destacar que a conservação e preservação devem fazer parte do planejamento do país, ou seja, do planejamento de qualquer área aberta à visitação, uma preocupação constante (MILANO, 1985).

E devidamente planejada, a visitação é um aliado das áreas protegidas, traz qualidade de vida com benefícios à saúde, lazer e recreação para a população (CEBALLO, 2006; VALLEJO, 2002).

Programas de visitação pública apontam para a possibilidade de maior compreensão e apreciação dos recursos naturais atuando como um vínculo de orientação de comportamento (VASCONCELLOS & TONHATI, 1998).

Conforme Park et al. (2000), os programas de gerenciamento de parques que abordam a educação ambiental como ferramenta para conscientização e manutenção do ambiente, devem levar em consideração o perfil e o nível educacional dos frequentadores e visitantes podendo enfatizar desde punições ao senso de altruísmo, justiça e equidade.

Identificar o perfil dos usuários é de fundamental importância, pois se torna possível a tomada de decisões com maior qualidade, aplicação de medidas técnicas mais objetivas gerando racionamento e otimização de recursos materiais, financeiros e humanos, permitindo assim instituir um manejo estruturado no gerenciamento dos parques (FREITAS et al., 2000). De acordo com Roggenbuck & Lucas (1987), o conhecer da área e do perfil com a idade, sexo, escolaridade dos visitantes permite saber melhor quem visita tais áreas podendo ter informações para compreender o comportamento do usuário, bem como as causas e potenciais soluções para problemas dos impactos presentes entre as trilhas.

Conforme SANTOS et al. (2012), o Horto Florestal de Cuiabá foi instituído como Unidade de Conservação em 1939, abrangendo uma área de 34 hectares definido como Parque Florestal Municipal em 1960, transformado em Parque Zôo-Botânico em 1982 e nomeado como Horto Florestal Tote Garcia em 1989, em homenagem a um dos primeiros compositores de rasqueado cuiabano, morador antigo da região do Coxipó.

Nesse período, houve a instalação de equipamentos, criação de trilhas, melhoramento da estrutura física dos prédios existentes e abriu-se a visitação publica e a implantação de um novo viveiro, com um incremento no setor produtivo e diversificação de espécies.  Em 1999 foi reinaugurado, sob a gestão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMADES), tendo já perdido cerca de 66% de sua área devido a pressão imobiliária (GUARIM & VILANOVA, 2008).

Mesmo com sua localização no centro do município, representa um refúgio para algumas espécies da fauna silvestre, como, por exemplo, Saguinus imperator (Sagui), Dasyprocta aguti (Cotia), Didelphis marsupialis (Gambá) além de répteis e pássaros..

Assim objetivou-se com esse estudo analisar a relação entre o perfil sociodemográfico e os possíveis impactos causados pelos visitantes no Horto Florestal Tote Garcia de Cuiabá – MT. O conhecimento do perfil sociodemográfico dos visitantes do parque possibilitará melhor desenvolvimento de programas que envolvam a comunidade com ações que abordem a educação ambiental, bem como  o despertar da preservação e da manutenção da biodiversidade do parque.

 

2. Metodologia

2.1 Localização e caracterização da área de estudo

 

A pesquisa foi desenvolvida na unidade de conservação do Horto Florestal – Tote Garcia que se localiza no bairro Balneário São Joaquim, em Cuiabá-MT. O horto está situado na zona Sul da cidade, à margem esquerda do rio Coxipó, e apresenta coordenadas geográficas 15° 37’ 35 19” S e 56º 03’ 24 34” O. A área do horto é cortada por dois córregos, com cerca de 636 m de extensão, além da proximidade com o Rio Coxipó, que deságua no Rio Cuiabá, o principal da cidade.

A vegetação é composta de Mata Ciliar, que é uma formação florestal que assume características diferentes a medida a que toma distancia da margem do rio, evidenciando um gradiente de alturas crescentes e formando um dossel continuo. A diversidade de vegetação permite que diversas espécies da fauna silvestre residam neste Horto Florestal ou visitem a região, a procura de alimento (GUARIM & VILANOVA, 2008).

A infra-estrutura é composta por 6 Km de trilhas ecológicas subdivididas em pequenas trilhas com nomes relacionados as espécies da fauna e flora local, possibilitando o desenvolvimento de temas de educação ambiental, placas para identificação das espécies vegetais, playground, quiosque, viveiro onde são produzidas espécies nativas e exóticas para a arborização de toda a cidade, e a sede administrativa que possui sala de vídeo e biblioteca.

Desde 1992 são mantidas atividades de educação ambiental, como uma programação previa de eventos comemorativos na área de meio ambiente com a participação de escolas, universidades, órgãos públicos, grupos de escoteiros, entre outros. Também são realizados ao longo do ano agendamentos para escolas para atividades na área e campanhas de troca de mudas de arvores por garrafas plásticas para serem utilizadas na produção de mudas (GUARIM & VILANOVA, 2008).

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2.2. Coleta de dados

2.2.1 Análise de perfil sociodemográfico dos visitantes

 

Os dados foram coletados através de visitas semanais in locu e entrevistas com 100 visitantes do horto através da aplicação de questionário estruturado com 11 questões objetivas fechadas e uma questão subjetiva aberta, durante os meses de Julho e Agosto de 2012. Os visitantes foram abordados e de maneira voluntária se dispuseram responder as perguntas, de maneira a preservar a identidade do entrevistado. O estudo foi desenvolvido sob cuidados éticos conforme determinação do Conselho Nacional de Saúde-Resolução n. 196/1996 (BRASIL, 1996).

 

2.2.2 Avaliação do impacto ambiental através do nível de degradação das trilhas

 

A trilha avaliada quanto o nível de impacto ambiental foi a do Rio, pois é a mais visitada, e se localiza exatamente a margem esquerda do Rio Coxipó. A trilha do Rio tem aproximadamente um metro e meio de largura, não apresenta qualquer tipo de cobertura sobre o solo como cascalho ou brita; e é delimitada nas laterais por Sansevieria trifasciata, popularmente conhecida como Espada de São Jorge. Esta espécie foi utilizada ao longo das margens da trilha para evitar a invasão de gramíneas e espécie arbustivas encontradas no local facilitando assim a manutenção e limpeza. Ao longo da trilha não estão instalados coletores de lixo e a caminhada dos visitantes é feita diretamente sobre o solo. Para avaliar o nível de degradação da trilha foi verificada, a cada dois metros, a presença ou ausência e o tipo de resíduo disposto inadequadamente sobre o solo, semanalmente, no final do dia da visitação pública, durante o período de estudo.

 

2.3 Análises dos dados

 

Os dados obtidos foram analisados e comparados, sendo transformados em gráficos e relacionados com artigos e estudos já existentes. A análise das respostas da questão subjetiva foi alinhada por grupo de resposta parecido e quantificado aquelas palavras que apresentaram maior frequência.

 

3. Resultados e Discussão

3.1 Análise de perfil sociodemográfico dos visitantes

 

A idade dos visitantes variou entre 8 a 77 anos, sendo a maioria (60%) do sexo feminino. A idade média observada foi de 42 anos, 67% dos visitantes são jovens até 29 anos, em sua maioria (40%) com idade entre 8 e 18 anos (Figura 1). A maioria de jovens se justifica, pois os mesmos estão sempre à procura de novas experiências e diversões (LADEIRA et al., 2007), o que também foi verificado por Santos & Costa (2005) em trabalho desenvolvido em parques da cidade de São Paulo. Essa maioria de população jovem se justifica principalmente devido a presença de estudantes do ensino médio nas visitas escolares.

 

Figura 1- Classe de idade dos visitantes do Horto Florestal Tote Garcia, Cuiabá –MT.

 

Em relação a escolaridade, 72,8% dos visitantes se declarou com ensino fundamental ou médio completo. Observou-se assim que a maioria dos visitantes do parque são jovens e de grau de escolaridade de ensino médio. Este fato sugere que os programas de educação ambiental que possam ser desenvolvidos no parque devem atender principalmente esse perfil de público visitante, possibilitando êxito com a preservação da fauna e flora do local. Pessoas de maior idade buscam no horto, ampliação do conhecimento ou simplesmente a observação da natureza, conforme observado no local de estudo. Conforme Abessa & Magini, (2012), conhecer o nível de escolaridade do público alvo direciona trabalhos e programas de educação ambiental, pois pessoas com nível de escolaridade mais elevado absorvem ou compreendem as informações transmitidas de maneira mais efetiva.

Dentre os entrevistados 56% afirmam estar visitando pela primeira vez o Horto Florestal. A frequência diária do número de visitantes em parques e hortos é bastante irregular e no caso do Tote Garcia existe pouca influência em relação ao hábito de caminhadas. A procura por lazer e diversão condicionada pelos passeios, justifica a necessidade de se sentir livre perante a era moderna que se caracteriza pela vida frenética (TAKAHASHI, 1998). Entre as atividades mais comuns praticadas pelos visitantes está o passeio, com 66% de preferência (Figura 2), juntamente com a opção de observar os animais presentes pelas trilhas (25%), melhorar o aumento de conhecimento sobre fauna e flora (22%) e por fim a aquisição de mudas cultivadas e distribuídas pela administração no setor de Parques e Jardins. De acordo com Zimmermann (2006), as visitações em parques é uma influência completamente interligada, relacionada com eventos e estímulos de programas para a visitação pública.

 

Figura 2 - Atividades desenvolvidas pelos visitantes no Horto Florestal Tote Garcia, Cuiabá – MT.

 

Segundo Takahashi (1998) os visitantes estão à procura de alternativas para fugir das preocupações urbanas e assegurar uma melhor qualidade de vida, ainda é pouco o interesse em aumentar conhecimentos sobre o local. Mas, muitas vezes, apenas a aproximação do homem com o meio ambiente, já influencia positivamente em sua conscientização ambiental.

O meio de transporte mais utilizado para chegar ao horto é o transporte próprio representado pela preferência de 55% dos visitantes. Apesar de que as moradias no entorno do horto são de moradores pertencentes à classe média, pessoas de outras regiões da cidade frequentam o horto durante a semana em veículos próprios.

A busca por material informativo está condicionada com a idade do visitante. Os mais jovens são os que têm menos preocupação na busca de informação sobre a conservação e preservação de parques, a visão é de apenas passeio, um lugar para o prazer, o contraste, pois são os que mais visitam (ARAÚJO & CARIELO, 2012).

O impacto sobre a vegetação é condicionada a atitude de retirada de partes de galhos e estruturas reprodutivas como flores e frutos por parte de alguns visitantes (17%). Sendo essa atitude negativa sugerindo a falta de interesse na preservação do local visitado (LEUNG & MARION, 2000). No entanto, a maioria (83%) leva como lembrança do horto fotografias e lembranças na memória. Essa atitude positiva sugere a idéia de preservação do ambiente proporcionando um contato positivo que o horto traz aos visitantes (VAZ, 2010).

As visitas são um tipo de turismo conhecido como Ecoturismo e que conforme o Ministério do Turismo tem, por definição, o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentivando sua conservação (BRASIL, 1998). Para verificar o nível de conhecimento sobre Ecoturismo que os visitantes tinham em relação à atividade de visita ao horto, a maioria respondeu como sendo um tipo de turismo (52%) enquanto que a minoria (12%) respondeu como sendo atividades em áreas abertas (Figura 3).

 

 

Figura 3 - Conceito de ecoturismo definido pelos visitantes do Horto Florestal Tote Garcia – Cuiabá-MT

 

Este reconhecimento foi observado com as respostas subjetivas em que as definições

“É um tipo de turismo ligado a Ecologia”; ou

É o tipo de turismo em relação com o meio ambiente.

foram comuns nas respostas aninhadas.

Foi variável o número de pessoas que sabem o que é o ecoturismo e é importante compreender sobre o que os mesmos têm por definição para tal tipo, pois ecoturismo em unidades de conservação mostra-se uma opção de interessante busca por sustentabilidade. E não é só no Brasil que funciona esse sistema de ecoturismo em unidades de conservação, mas também em outros países (ABESSA & MAGINI, 2012).

O fato de não identificar a importância da área visitada para a conservação da biodiversidade já demonstra a falta de informação sobre a área verde visitada, o que sugere que os visitantes não têm noção de que além do lazer, outros aspectos deveriam ser considerados como manutenção da qualidade de vida para os visitantes do horto (LOBODA & ANGELIS, 2005).

A análise do perfil sociodemográfico dos visitantes é importante para os administradores orientar as atividades de manutenção e conservação de parques e áreas verdes, possibilitando melhor conservação dessas áreas em ambientes urbanos.

Existe entre os visitantes um desejo de contato com o meio, no entanto, a falta de informação e às vezes a desmotivação podem ser fatores que favoreçam os impactos negativos.

 

3.2 Avaliação do impacto ambiental através do nível de degradação das trilhas

 

Os tipos de resíduos mais comuns encontrados ao longo das trilhas foram plásticos e papéis distribuídos ao longo de 33 pontos de deposição sobre o solo.

Os resíduos sólidos de fragmento ambiental urbano é um tipo de impacto negativo ocasionado pela disposição inadequada em diferentes ecossistemas e caracterizam as práticas locais de visitação intensa de ambientes como o Horto Florestal (MUCELIN & BELLINI, 2008). Em locais com alto índice de visitação é provável uma maior disposição de resíduo sobre trilhas como os eventos relacionados com visitas em férias escolares (TEIXEIRA, 2007).

Como observado, nas trilhas não há qualquer tipo de informativo ou ação positiva para que os visitantes não joguem lixo no chão ou ocasione algum tipo de degradação sobre a vegetação do horto. Para melhorar tais problemas é sugerido à criação de placas informativas e condutas a serem seguidas, bem como informações sobre o ambiente visitado.

As trilhas criadas no Horto são abertas para a comunidade e tem o intuito de favorecer o contato da população com o meio. No entanto, percebe-se que a visitação tem apresentado danos materiais e ambientais, como lixo jogado no chão, o que pode atrair vetores de doenças; pequenos animais extraídos do ambiente natural; pisoteio de mata nativa e rasteira; quebra de galhos de árvores importantes.

Após a análise do perfil dos visitantes e impactos causados na unidade será possível à administração adotar medidas de educação ambiental como a utilização de placas e faixas colocadas para a manutenção e preservação do horto, por parte dos visitantes. Afinal um bom nível de conscientização ambiental contribui com a manutenção da biodiversidade melhorando a qualidade de vida, seja com a melhoria de conforto térmico ou um local que ofereça condições para desenvolvimento de atividades físicas.

 

 

4. Conclusão

 

Concluiu-se que fatores como idade, escolaridade e atividade desenvolvida pelos visitantes refletem nos impactos ambientais decorrentes das visitações públicas demonstrando a necessidade de um direcionamento no gerenciamento do horto.

A relação entre idade e conservação ambiental sugere que o público, por ser maioria dos jovens, não compreende a necessidade da conservação da biodiversidade, proposta pelas áreas verdes. A idéia de que é necessário conservar não fica demonstrada quando se tem disposição de resíduos sobre o solo bem como depredação da vegetação através de retirada de galhos e flores. O público de maiores idades apresenta a concepção da importância que tais áreas representam para a sociedade.

 

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