Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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12/03/2011 (Nº 35) SUSTENTABILIDADE E CONSUMO CONSCIENTE: uso de campanha educativa
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A IMPORTÂNCIA DO MARKETING DE RELACIONAMENTO NA GESTÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PRIVADAS

SUSTENTABILIDADE E CONSUMO CONSCIENTE: uso de campanha educativa

 

Débora Cristina Lopes Martins, Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues

 

Resumo

 

Inseridas em um mundo globalizado e cada vez mais competitivo, as empresas buscam estratégias para diferenciarem-se da concorrência, seja através da diminuição de custos de produção ou melhoria de qualidade do produto. Para as empresas que valorizam a sustentabilidade, essa redução de custos pode ser obtida por meio de uma gestão de produção mais eficiente ou no caso de empresas de serviços, através da redução de gastos de recursos naturais como, por exemplo, energia elétrica. Essa redução de custos obtida por meio de redução de energia elétrica foi uma forma encontrada pelo Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA, para obter uma vantagem competitiva para seus serviços, uma vez que os ganhos obtidos com a redução no consumo, além de contribuírem para a qualidade de vida da comunidade acadêmica e de seus funcionários, vai de encontro ao papel fundamental das organizações que buscam a garantia de um meio ambiente sustentável. Através da implementação de campanha educativa, o UniFOA despertou a consciência ambiental entre seus funcionários e obteve reduções significativas no consumo de energia elétrica. A promoção da educação ambiental em ambiente não-formal foi traduzida em mudança de comportamento que instigou a organização e os funcionários a compreenderem que não são sujeitos à parte do meio ambiente onde vivem, mas que estão integrados, em harmonia, de forma coletiva e não individual.

 

Palavras-chave: Sustentabilidade, consumo consciente, campanha educativa.

 

1. INTRODUÇÃO

 

Segundo o Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), elaborado pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (1988), desenvolvimento sustentável é “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. (Dias, 2004, p.120)

O mundo corporativo tem um papel fundamental na garantia de preservação do meio ambiente e na definição da qualidade de vida das comunidades de seus funcionários (KRAEMER, 2004). Pessoas e organizações, inseridas no contexto de desenvolvimento sustentável, devem assumir sua parcela de responsabilidade em relação à preservação do meio ambiente. Hoje, é possível perceber como a sociedade civil e as empresas vêm se preocupando cada vez mais com a questão do meio ambiente, seja por iniciativa própria ou por pressões advindas de ambientalistas. O ambientalismo é um movimento organizado que congrega cidadãos, empresas e agências governamentais engajados, com finalidade de proteger e melhorar o ambiente em que vivemos (Kotler e Armstrong, 2007, p. 526). Finalidade essa que, no caso das empresas, pode trazer uma vantagem competitiva, pois preservação ambiental e economia de recursos naturais podem resultar em economia de recursos financeiros.

Embora, historicamente, a concepção de meio ambiente esteja associada à ecologia e o homem utilize seus recursos finitos num modelo de gestão capitalista que visa lucro a todo custo, sem se preocupar com os impactos ambientais e sociais de tais práticas, é importante percebermos que essa concepção vem mudando. Em seu livro, Dias (2004) destaca alguns acontecimentos importantes e decisivos na evolução do conceito de educação ambiental, como mostrado na Tabela 1.

 

Tabela 1: Marcos históricos para a educação ambiental

Marco Histórico

Ano

Características

Publicação do Livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson

1962

Com narrativas sobre as desgraças ambientais promovidas pelo modelo de desenvolvimento econômico, que junto ao ar das cidades envenenado, dejetos industriais despejados em rios, uso indiscriminado de agrotóxicos, seriam responsáveis por um quadro de devastação sem precedentes na existência humana.

Conferência de Estocolmo (Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano)

1972

Representou o marco da história para busca de soluções dos problemas ambientais, definindo a necessidade de mudanças profundas nos modelos de desenvolvimento, nos hábitos e comportamentos dos indivíduos e da sociedade, por meio da Educação.

Criação do Clube de Roma

1968

Discutia a crise atual e futura da humanidade. O Clube de Roma era composto por um grupo de 30 especialistas de diversas áreas liderados pelo industrial Arillio Peccei.

Conferência de Tbilisi

1975

Foi o ponto alto da primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental.

Conferência Rio-92

1992

Teve vários objetivos, entre eles: identificar estratégias regionais e globais para ações apropriadas referentes às principais questões ambientais; promover o aperfeiçoamento da legislação ambiental internacional; recomendar medidas a serem tomadas, nacional e internacionalmente, referentes à proteção ambiental através de política de desenvolvimento sustentado, entre outros.

III Conferência das Partes para a Convenção das Mudanças Climáticas, em Kyoto no Japão.

1997

Teve por objetivo que as 38 nações industrializadas assumissem o compromisso de reduzir as emissões de gases estufa a níveis abaixo dos níveis verificados em 1990 até 2012. Nesse encontro discutiu-se também sobre o comércio de créditos de carbono, onde nações que poluíssem pouco poderiam vender seus créditos para outros países.

 

A natureza, atualmente, é vista através de uma ótica maior, onde se discute não só a natureza em si, mas os fatores sociais e econômicos que permitem sua depredação, o desrespeito à própria vida e a ameaça de extinção de várias espécies, entre elas, o homem (ANJOS, 2008). São vários os movimentos históricos em busca de promoção da Educação Ambiental. Quando governos, empresas e o próprio homem compreendem que o ser humano faz parte do meio ambiente e que essa relação para ser harmônica deve ser calcada em respeito, damos o primeiro passo para compreensão do que é educação ambiental. A Educação Ambiental integra uma verdadeira educação econômica: não se trata de “gestão do meio ambiente”, antes, porém, da “gestão” de nossas próprias condutas individuais e coletivas com respeito aos recursos vitais extraídos desse meio. (SAUVÉ, 2005). Portanto, a inserção nesse contexto acontece através de ações de preservação individuais e coletivas.

 

A educação ambiental vem se expandindo no Brasil em diversos espaços educativos formais e não-formais. A Educação Ambiental é provocadora de mudanças políticas, estimuladora de uma racionalidade ética e ecológica e promovedora de atitudes e valores pessoais e de práticas sociais compatíveis com a sustentabilidade da vida na Terra. (VASCONCELLOS et al, 2009, p. 29)

 

Em espaços não-formais, podemos observar grandes indústrias contribuindo para a educação ambiental através da adoção de práticas de gestão que diminuem o impacto ambiental, como coleta seletiva, destinação correta de resíduos sólidos e líquidos, adoção de prática de logística reversa, certificações ISO e normas técnicas, reciclagem etc. Para as empresas de serviço, cujos impactos ambientais são menores, fica o compromisso com a promoção da educação ambiental para melhoria da qualidade de vida. “Qualidade de vida” não significa apenas a quantidade e a qualidade dos bens e serviços de consumo, mas também a qualidade do meio ambiente (KOTLER E ARMSTRONG, 2007). Comunidades, interna e externa, devem estar engajadas em programas de redução de consumo dos recursos finitos do planeta. Ao reduzir o consumo de energia elétrica, por exemplo, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, é possível reverter os valores monetários economizados em ações que promovam bem estar para as comunidades locais e funcionários dessas empresas.

Nesse contexto, combater o desperdício de energia elétrica através do incentivo ao consumo consciente é uma forma de obtenção de vantagem competitiva, uma vez que, utilizando de forma racional esse recurso, os ganhos financeiros podem ser revertidos em ações de melhoria para clientes e público interno das empresas. Atos de consumo consciente, quando passam a fazer parte de uma filosofia de gestão, contribuem, até mesmo, para reduções significativas no passivo das empresas em relação aos fornecedores de energia elétrica. Porém, a utilização descontrolada das formas de energia pode causar grande impacto ambiental e, com o passar do tempo, pode levar as empresas a pagarem mais pelo uso da energia escassa. Portanto, a melhor solução é economizar recursos por meio de um consumo mais consciente. No entanto, a empresa só terá êxito em programas de consumo consciente se for capaz de envolver o público interno nessa tarefa, através de estratégias de comunicação eficazes. O efeito da comunicação é visto não como uma relação passiva, mas como uma relação contínua, na qual o hábito e a coerência são parte integrante do comportamento de um indivíduo (PALMER, 2006). Se o público interno estiver convicto de que a economia de energia é importante, ele será capaz de contagiar o público externo “vendendo” sua ideia de preservação ambiental como um fator positivo, que trará benefício para si próprio, para a empresa e para as gerações futuras.

Para contribuir com a filosofia da educação ambiental, através de uma comunicação concisa, capaz de despertar o interesse pela causa, o Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA, lançou uma campanha educativa de consumo consciente de energia elétrica dentro de seus campi.

 

2. O UniFOA.

 

2.1 Histórico do UniFOA

 

O UniFOA é uma instituição de ensino superior, sem fins lucrativos, mantida pela Fundação Oswaldo Aranha. Possui atualmente 970 colaboradores, sendo 472 professores e 498 funcionários administrativos. Oferece à comunidade cursos de graduação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu.

O UniFOA, assim como toda universidade e centros universitários, vivencia em sua gestão financeira, situações de desperdício relacionadas ao mau uso de recursos, entre eles a energia elétrica.

O consumo consciente de energia elétrica pode proporcionar uma economia monetária, a qual viria a ser revertida em investimentos de infraestrutura, elevação da qualificação do corpo docente, através do fornecimento de bolsas de incentivo, bem como melhoria das condições de trabalho dos funcionários administrativos.

Diante desse cenário, percebeu-se a necessidade de criar um programa que pudesse engajar os funcionários, especialmente os da área administrativa, na adoção de hábitos de consumo consciente dentro da instituição.

O UniFOA instituiu o programa de consumo consciente que partiu de uma estratégia de comunicação capaz de despertar no funcionário o desejo de contribuir com a causa, caso contrário, ele poderia associar a necessidade de redução do consumo de energia a uma restrição imposta pela instituição, quando na verdade, essa prática traria um benefício para seu próprio bem estar, emprego e meio ambiente.

 

Praticar o consumo consciente consiste numa atitude de liberdade de escolha e de protagonismo da própria existência. É uma tomada de posição clara, democrática e ética. O consumo consciente fatalmente irá gerar uma reflexão e tal reflexão pelos consumidores deverá gerar uma cadeia de estímulos que irá contagiar positivamente as empresas e seus funcionários, sua família, colegas e amigos que, diante do exemplo, serão impelidos a refletir sobre os seus próprios atos de consumo (INSTITUTO AKATU PELO CONSUMO CONSCIENTE, 2010)

 

Durante o ano de 2008, o UniFOA vivenciou momentos onde o consumo de energia quase ultrapassou o limite de energia contratada, especialmente nos meses de abril e dezembro.

O ar condicionado, grande vilão de consumo de energia elétrica, é encontrado com frequencia nos locais de trabalho e salas de aula. Atualmente, o UniFOA possui 314 aparelhos, sendo 234 no campus Três Poços, 36 no Campus Tangerinal, 29 no Campus Aterrado, 13 no Campus Vila e 02 no Campus Colina. A maioria dos aparelhos fica ligada no horário de ponta que compreende o horário de 17h30min às 20h30min, exatamente quando os cursos noturnos iniciam suas atividades. As demais 21 horas do dia, compreendem o horário fora de ponta.

A instituição estava ciente de que, para atingir a meta proposta de redução de 10% no consumo de energia elétrica, além da campanha educativa, deveria incluir no programa estudos para aquisição de geradores automáticos para redução do consumo de ponta, onde o fornecimento de energia é mais oneroso. No entanto, o envolvimento dos funcionários em uma campanha interna, onde os mesmos se conscientizassem da importância de desligar aparelhos de ar-condicionado quando ligados em ambientes de trabalho vazios, inclusive salas de aula, bem como manter luzes apagadas e computadores desligados quando da ausência no local de trabalho, contribuiria significativamente para o alcance dessa meta de redução de 10% estabelecida pela direção do UniFOA.

 

3. A CAMPANHA EDUCATIVA.

 

Para despertar nos funcionários administrativos o interesse pelo consumo consciente, foram empregadas estratégias de comunicação que compreendiam o envio de e-mail marketing através de um canal de comunicação intitulado “Imprensa Agora”, distribuição de cartazes e folders promocionais impressos em papel reciclado. Anúncios no informativo institucional Via Campus, colocação de papel de parede nos computadores dos locais de trabalho dos funcionários, com personagens criados especialmente para a campanha, seguidos de dicas de consumo consciente de energia. Veiculação de spots de 30 segundos e entrevistas com a direção da instituição na Rádio Web UniFOA, além de promoção promovida pela rádio intitulada “flagrante de consumo consciente”. Funcionários flagrados em atos de consumo consciente eram presenteados com porta-recado e ainda concorriam ao sorteio de camisetas produzidas com fibras de garrafa PET.

Para ganhar o porta-recado (Figura 1), os funcionários foram avisados através de e-mail marketing sobre a forma de participação do “flagrante de consumo consciente”. A Rádio UniFOA, responsável pelos flagrantes, visitou, no período de 09 de fevereiro a 30 de abril de 2009, todos os campi da instituição. Embora o funcionário soubesse do período da campanha, a Rádio realizava os fragrantes sem prévio aviso, com objetivo de que as ações fizessem parte do dia-a-dia do funcionário. Se fossem avisados com antecedência sobre a visita, a situação de economia poderia não corresponder à realidade do cotidiano. Ao final da campanha, 97% dos funcionários receberam o porta-recado para afixar no computador de uso profissional.

Para concorrer ao sorteio das camisetas de fibra de garrafa PET (Figura 1), além de ser flagrado, era necessário também enviar sugestões para economia de energia elétrica. Os sorteios das camisetas eram semanais e ocorreram até o final do período da campanha.

A Gerência de Comunicação e Marketing do UniFOA, criou um selo com a inscrição “Eu Faço” (Figura 2), com objetivo de reforçar a ideia de que cada um de nós é responsável pela manutenção do planeta e que a atitude do consumo consciente é, antes de tudo, individual, para em seguida fortalecer o coletivo. E para dar um tom bem humorado à campanha promocional, foram criadas duas mascotes: a Luzia, representada por uma lâmpada “gorducha” (Figura 2) que simbolizava a necessidade de economizar energia elétrica para continuar acesa, uma alusão à condição humana da necessidade de economizar energia para continuar desfrutando desse benefício no futuro. A outra mascote, Luiz, foi representada por um vaga-lume (Figura 3), que é um inseto que tem luz própria. Esses personagens, durante toda a campanha, forneceram dicas importantes sobre como economizar energia (Figura 4).

 

 

  

Figura 1: Porta-recado e camisa em malha de garrafa PET

(elaborados por Jader Mattos)

 

 

 

Figura 2: Selo do Consumo Consciente e Personagem Luzia

(elaborados por Jader Mattos)

 

Figura 3: Personagem Luiz (elaborado por Jader Mattos)

 

 

Figura 4: Material Promocional com dicas de consumo consciente

 (elaborado por Jader Mattos)

 

 

4. RESULTADOS.

 

Durante o período de 09 de fevereiro a 30 de abril de 2009, a equipe da Rádio UniFOA flagrou 20 setores praticando atos de consumo consciente. Dentre aqueles que enviaram sugestões para concorrer ao sorteio de camisetas, 105 foram contemplados com o brinde produzido em fibra de garrafa PET.

Dentre as sugestões, destacamos aquelas que permitiram ação imediata ou implementação em curto prazo pela direção do UniFOA. Foi sugerida a instalação de mais interruptores em salas onde existem muitas lâmpadas, porém apenas um interruptor, fazendo com que todas as lâmpadas fiquem acesas, quando poderia ficar acesa apenas a quantidade suficiente para iluminar o ambiente. Outra sugestão foi mudar as janelas de um dos prédios que, por possuir janelas antigas, da época do ciclo do café, não foram projetadas para receber ar condicionado, portanto, por ficarem fechadas durante todo o tempo, o uso do ar condicionado acontece em tempo integral. A instalação de molas em todas as portas dos setores administrativos também foi uma solução apontada pelos funcionários para reduzir a perda de ar frio gerado pelo ar condicionado, além da colocação de avisos com as frases “apague a luz ao sair”, “desligue o ar condicionado”, próximo aos aparelhos e interruptores. Desligar os bebedouros no fim de semana, instalar detectores de presença nos banheiros e corredores e trocar monitores de tubo por monitores de LCD, foram sugestões igualmente bem recebidas pela direção do UniFOA.

A campanha recebeu também elogios de funcionários. Destacamos alguns que são capazes de representar o engajamento e comprometimento dos mesmos em prol do consumo consciente.

 

O projeto é muito importante porque envolve economia e meio ambiente. É através de projetos educativos que se muda a consciência. (Dep. número 5)

 

Na minha opinião, é uma ótima iniciativa, pois aprendendo no local de trabalho, levamos isso para o nosso dia-a-dia, pois ficamos mais tempo no serviço do que em casa. No que depender de mim, com certeza irei ajudar e fazer a minha parte. (Dep. número 38)

 

O consumo consciente é uma ótima oportunidade para que possamos nos educar e ser conscientes de que estamos fazendo parte dessa ideia. Não custa nada ajudar e colaborar. Tenho notado que os funcionários estão se educando e levando a sério. (Dep. número 64)

 

O consumo consciente serve de modelo não só para o UniFOA, como também de base para nossos lares e familiares. (Dep. número. 98)

 

Entre as medidas institucionais adotadas pela direção do UniFOA, destacamos as seguintes:

·         Reunião com várias empresas que atuam no ramo de eficiência energética para colher informações sobre as diretrizes a serem tomadas.

·         Reuniões com os Coordenadores dos Cursos de Engenharia do UniFOA e com atual Reitor para tomadas de decisão e correções no sistema atual;

·         Ativação da Sub Estação 12 para atendimento aos Laboratórios das Engenharias;

·         Substituição de lâmpadas 42 w para 32 w, mantendo a mesma eficiência;

·         Descarte correto das lâmpadas queimadas através da NATURALIS BRASIL;

·         Acompanhamento das contas de energia elétrica para evitar a ultrapassagem da demanda contratada;

·         Redução de alguns pontos de iluminação, mas sempre verificando a manutenção da qualidade / segurança do local;

·         Substituição da utilização do ar condicionado por janelas abertas nas salas na parte da manhã;

·         Acompanhamento, através de gráficos mensais, do consumo de energia, chegando à redução significativa nos meses de maio, julho, agosto, setembro e novembro / 2009 da demanda medida, comparados a 2008;

·         Redução / eliminação da energia reativa, através da instalação de novos bancos capacitores queimados;

·         Instalação de exaustores na Estação Principal para redução do aquecimento no local;

·         Aprovação da compra dos Grupos Geradores junto ao Conselho Diretor, que atenderá à demanda do Campus Três Poços nos próximos 10 anos;

·         Adequação / Atualização dos painéis elétricos através das normas vigentes;

Tomando como referência abril de 2009, mês que finalizou a campanha educativa de energia elétrica, pudemos perceber resultados positivos a partir da análise das contas de energia elétrica. Nos meses de maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro, houve redução de energia elétrica na ordem de 25%, 24%, 31%, 58%, 39%, 27% e 26% respectivamente. No mês de dezembro de 2009, mês em que ocorreram obras no Campus Aterrado, a redução foi de apenas 10%, ainda assim significativa, considerando que essa era a meta de redução estipulada pela direção do UniFOA.

 

 

5. CONCLUSÃO.

 

Ao instituir o programa de consumo consciente, o UniFOA despertou no funcionário o desejo de contribuir com a causa, evitando que a economia de energia elétrica fosse entendida como uma restrição imposta pela instituição. Os funcionários perceberam que essa prática traria um benefício para seu próprio bem estar, emprego e meio ambiente. A meta de redução de 10% estipulada pela Direção do UniFOA foi atingida e superada por meio da conscientização ambiental, bem como da adoção de medidas institucionais que demandaram investimentos. A promoção da educação ambiental em ambiente não-formal foi traduzida em mudança de comportamento que instigou à organização e aos funcionários compreenderem que não são sujeitos à parte do meio ambiente onde vivem, mas que estão integrados, em harmonia de forma coletiva e não individual. O objetivo maior de contribuir para a sustentabilidade da empresa e do planeta através do uso de campanha educativa foi atingido e demonstrou que o público interno pode ser um agente de mudança indispensável para obtenção de vantagem competitiva para as organizações.

 

 

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004.

 

ANJOS, Maylta Brandão dos. Educação Ambiental e Interdisciplinaridade: reflexões contemporâneas. São Paulo: Libra Três, 2008.

 

PALMER, Adrian. Introdução ao Marketing: Teoria e Prática. São Paulo: Ática, 2006.

 

KOTLER, Philip, ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

 

VASCONCELLOS, Hedy Silva Ramos et al. Espaços Educativos Impulsionadores da Educação Ambiental. Caderno CEDES, Campinas, v. 29, n. 77, p. 29-47, jan/abril. 2009.

 

SAUVÉ, Lucie. Educação Ambiental: possibilidades e limitações. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 317-322, maio/ago. 2005.

 

Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. Consumo Consciente: O que é? Disponível em Acesso em: 20 jan. 2010.

 

KRAEMER, Maria Elizabeth Pereira. Responsabilidade Social: uma alavanca para sustentabilidade. Disponível em:

3?base=./gestao/index.html&conteudo=./gestao/artigos/sustentabilidade.html> Aces-so em: 15 fev. 2010.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ilustrações: Silvana Santos