Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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19/09/2003 (Nº 3) Lixo: maior problema ambiental dos municípios
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Lixo: maior problema ambiental dos municípios

Na sociedade compartimentalizada em que vivemos, coube aos ecologistas o papel de responsáveis pela fauna e flora. Saindo disso, qualquer outro assunto pode parecer intromissão e cara alheia. Os ecologistas, entretanto, recusam este gucto, pois os problemas ambientais acabam permeando todas as atividades humanas e de qualquer administrativas públicas. Afinal, as agressões ambientais podem ser dividias em dois grandes blocos interrelacionados entre si: o do conjunto das poluições e agressões à fauna, flora e ao planeta como um todo – onde é pacífica a atuação a atuação dos ecologistas; e o do conjunto de agressões que a espécie humana prática entre seus próprios indíviduos – onde a atuação dos enologistas costuma ser questionada.

Relaciona-se entre as agressões que cometemos contra nós próprios as diversas poluições do ar, das águas, do solo, dos alimentos do som, da paisagem em nossas cidades. Elas atingem diretamente a pessoa humana, sua saúde, seu bem-estar. Nesse sentido, a defesa da ecologia é fundamentalmente uma defesa da qualidade de vida. Afinal, nossa espécie também faz parte da natureza.

Dentre os problemas ambientais mais graves enfrentados pelas prefeituras, o saneamento e o lixo são dos mais sérios, urgentes e os que causam maiores seqüelas, tanto para o meio ambiente quanto para a saúde da população. Em boa parte dos municípios, o tratamento de água e as redes de esgoto são de responsabilidade do estado, o que não tira do município o dever de zelar pela saúde o bem-estar dos cidadãos. É obrigação do Município cobrar do estado o cumprimento de suas tarefas, paralelamente à elaboração de programas alternativos de abastecimento e tratamento de água e sistemas alternativos de coleta e tratamento de esgotos, enquanto não chega as obras definitivas a serem realizada pelo estado.

O lixo já é outro caso , cabendo geralmente às prefeituras a responsabilidade pela limpeza urbana, a coleta domiciliar a destinação final. Cada uma dessas fases envolve muito funcionários e equipamento, acabando por se deficitário o serviço, devido a falta de recursos.

Entretanto, mais que um problema técnico, existe uma questão filosófica com relação ao lixo que produzimos. A população considera lixo como uma coisa suja e que deve ser colocada no lugar mais longe possível, num canto qualquer distante de tudo. Acontece que lugares assim não existem, e o vazadouros e aterros sanitários acabam agredindo a natureza e a própria população.

Por outro lado, a população não colabora com a limpeza da cidade, pois costuma achar que as ruas e praças são terra de ninguém, não têm dono, e portanto pode-se jogar papel de bala de sorvete no chão sem nenhum problema. As pessoas não percebem que as ruas e praças, ao contrário do que se pensa, têm muitos donos, pois pertencem a todos os cidadãos e contribuintes da cidade.

O que os ecologistas defendem é que o lixo não é coisa imprestável a ser jogada fora num canto escuro qualquer, mas, ao contrário, ode e deve ser reaproveitado, reciclando materiais como papel, metal, vidro, plástico e produzindo composto com o material orgânico. Claro que isso envolve diversas mudanças, não só nos equipamentos, pessoas e operação do serviço, como também com relação à mentalidade da população e dos administradores públicos. Não é à toa que é tão difícil mudar as coisas. A coleta seletiva do lixo pode ser um bom exemplo dessa nova filosofia. Após um trabalho prévio de divulgação e educação ambiental numa das rotas da coleta, a prefeitura pode coletar num dia apenas o material reciclável e, em outro, o material orgânico. O morador que não separasse o seu lixo não receberia a coleta. Aos poucos o serviço de coleta seletiva seria estendido às outras rotas até abranger todo o serviço. O material reciclável seria separado e vendido, e o material orgânico transformado em adubo. Com isso, a vida útil dos aterros sanitário seria multiplicada.

Vilmar Berna
http://www.jornaldomeioambiente.com.br
Ilustrações: Silvana Santos