Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Reflexão
05/06/2010 (Nº 32) Dados sobre o desmatamento da Mata Atlântica
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revista educação ambiental em ação 32

Para refletir sobre o desmatamento...

 

Desmate na Mata Atlântica cai, mas ainda é grave
26 Mai 2010, 15:31


Nesta quarta-feira, pela manhã, a a SOS Mata Atlântica e o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgaram os dados do novo Atlas dos
Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. O trabalho, que cobre o período
entre 2008 e 2010, analisou 9 dos 17 estados em que o bioma está presente.
Os estados do nordeste ficaram de fora em virtude da alta incidência de
nuvens no período analisado. O relatório mostrou que houve uma queda de 21%
no desmatamento em relação ao período anterior (2005-2008). Mesmo assim,
vinte mil oitocentos e sessenta e sete hectares de floresta nativa foram
suprimidos, o equivalente à metade da cidade de Curitiba, capital do Paraná.

O Paraná, aliás, está entre os campeões da derrubada de árvores, ao lado de
Minas Gerais e Santa Catarina. Apenas Minas Gerais registrou de fato
crescimento no desmate em comparação aos anos anteriores: 15%. Paraná e
Santa Catarina na verdade conseguiram reduzir em 19% e 75% o ritmo de
devastação. A explicação para tamanha mudança no perfil de desmatamento de
Santa Catarina, que por anos foi o campeão, foi a redução no ritmo economico
durante a crise e a ocorrência de fenômenos naturais extremos, como as
fortes chuvas que assolaram o estado nos últimos anos.

Já no Rio Grande do Sul, a taxa deu um salto de 83%, mas ainda não o
suficiente para lhe dar a desonrosa medalha de bronze.

"O Paraná é o grande desafio. Ele foi muito resistente à lei da Mata
Atlântica, há setores que não consideram determinadas áreas como fragmentos.
Mas o maior problema foi na região metropolitana. Temos um fenômeno novo e
precisamos observar o que está acontecendo", disse Mario Mantovani, diretor
de políticas públicas da SOS. Marcia Hirota, diretora de gestão do
conhecimento da entidade, falou especificamente de Minas Gerais, onde estão
também os cinco municípios que mais retiraram árvores ilegalmente.

"Lá, existem muitos problemas, como a expansão das fronteiras agrícolas e
agropecuárias. A Assembléia Legislativa também apresentou um projeto de lei
para excluir a Mata Seca da lei da Mata Atlântica, o que é inconstitucional.
Também precisamos de um diálogo com a indústria siderúrgica", explicou.

Ao todo, cerca de 72% da área total do bioma foram estudados, nos seguintes
estados: Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O restante
deve sair até o fim do ano. Hirota reforçou que, embora a tendência seja de
queda, ainda estamos longe do desmatamento zero, principalmente porque
vivem, na Mata Atlântica, 112 milhões de pessoas, ou 61% da população
nacional. Ela também explicou o que é preciso fazer para chegar cada vez
mais próximo deste objetivo.

"Além de criação de novas UCs, é preciso desenvolver novos negócios aliados
à conservação, como turismo sustentável. O Rio de Janeiro, por exemplo, deve
dobrar, até o final do mandato do atual governo, as zonas integralmente
protegidas. É algo exemplar, e também estão lançando novas normas sobre uso
público em parques. Isto é muito importante", ressalta. Mantovani, por fim,
declarou a importância das Reservas Particulares do Patrimônio Natural
(RPPN) e manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente
(APP). (Felipe Lobo)

Fonte: http://www.oeco.com.br/

Ilustrações: Silvana Santos