Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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05/06/2010 (Nº 32) A mediação dos professores na construção do saber ambiental: práticas pedagógicas e representações
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revista educação ambiental em ação 32

A MEDIAÇÃO DOS PROFESSORES NA CONSTRUÇÃO DO SABER AMBIENTAL: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E REPRESENTAÇÕES1



Autores
Valdir José Morigi (Dr. em Sociologia e prof. da UFRGS)
valdir.morigi@ufrgs.br
Vera T. S Costa (Mestre em Comunicação e Informação pela UFRGS)
verat@terra.com.br
Cristine Kaufmann (Mestranda em Comunicação e Informação pela UFRGS)
cristine.kaufmann@gmail.com

 

Endereço  para correspondência

Dr. Valdir José Morigi

Rua Visconde do Herval, 350/1103

Bairro Menino Deus

Porto Alegre/RS

Cep. 90130-150

Telefones 51 99427726 e 51 3273 3453

E mail valdir.morigi@ufrgs.br

RESUMO


            
As representações sobre as práticas ambientais dos educadores constituem-se em elementos fundamentais no processo da construção do saber ambiental, uma vez que eles são os mediadores responsáveis pela transmissão do conhecimento. O estudo buscou verificar quais as representações sociais dos professores sobre o meio ambiente no contexto atual. A pesquisa foi realizada com professores de escolas públicas e privadas do município de Estrela-RS, em 2007. Os instrumentos utilizados para coleta dos dados foram a entrevista e a observação. Concluiu-se que a mediação simbólica exercida pelos docentes, através de suas representações sobre o meio ambiente, está ligada às informações recebidas através da formação de curso superior e pelas práticas de educação ambiental desenvolvidas em conjunto com os alunos no contexto escolar.

 

Palavras-chave: Educação Ambiental, Representações Sociais, Meio Ambiente, Práticas Pedagógicas 

 

1 INTRODUÇÃO

 

Os professores são considerados essenciais na constituição de saberes sobre a questão ambiental. A escola é um local atravessado por mediações entre o estudante e o conhecimento, pela prática pedagógica, pelo contexto sociocultural e pelas representações sociais. Nas interações cotidianas estabelecidas, essas mediações revelam e constroem significados permitindo aos pesquisadores identificarem e compreenderem quais as representações sociais dos professores sobre as práticas ambientais que incidem em sua atuação como agentes de sensibilização através das práticas pedagógicas adotadas.

            Ao propor examinar a mediação através das práticas pedagógicas e, da mesma forma, as representações sociais dos professores sobre o meio ambiente, esta pesquisa buscou embasamento teórico nas propostas dos estudos culturais latino-americanos, em particular de Martín-Barbero (1988; 1997) e Orozco Gómez (2005), assim como os de García-Canclini (1997), no âmbito da cultura. Já as teorias acerca das representações sociais fornecem os subsídios através dos estudos de Moscovici (1978; 2003), Jodelet (2001) e Jovchelovitch (2000), bem como os de Reigota (1995) sobre as representações sociais relacionadas ao meio ambiente. Quanto à abordagem da prática pedagógica como uma prática social mediadora, foram considerados os trabalhos de D'Ávila (2005). Essas contribuições foram tecidas com os devires dos autores do artigo, constituindo-se numa tecelagem, na qual todos são co-autores.

            A metodologia utilizada consistiu na pesquisa qualitativa exploratória com coleta de dados, através de entrevistas semi-estruturadas e da observação do pesquisador. As entrevistas gravadas e, posteriormente transcritas, foram realizadas com diretores e professores da rede pública municipal e estadual – e privada. Após as transcrições, procedeu-se à análise das narrativas, procurando mostrar como se forma a tessitura da trama dos sentidos sobre o meio ambiente através das narradoras protagonistas, considerando como ambiente as escolas onde atuam. Para tanto, são considerados como personagens os alunos de 1ª à 8ª série do ensino fundamental.  

Neste trabalho, a amostra é intencional e parte de um critério básico: a existência de atividades de educação ambiental na escola. Assim, foram selecionados professores e diretores das escolas públicas e privadas da rede estadual e municipal de Estrela/RS, sendo cinco diretoras e quatro professoras, propiciando que fosse averiguada a atuação de diferentes funções do contexto escolar: a sala de aula e a instituição. Portanto, foi selecionada uma amostra que desse conta da diversidade dos grupos sociais envolvidos, formada por professores que mostraram disposição e interesse em participar da pesquisa. Com este objetivo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com roteiro, em conversas que duraram de meia hora à uma hora e meia, contendo ao final uma pergunta em aberto para livre manifestação. Os depoimentos foram organizados em blocos de acordo com as perguntas roteirizadas.

O município de Estrela é marcado pela colonização alemã e integra o Vale do Taquari, região centro-leste gaúcha. Em seus 184 km2 abriga 29.071 habitantes, sendo que desses, 86,6% vivem na área urbana. A economia se distribui entre a atividade agrícola, diversificada em pequenas propriedades dedicadas à suinocultura, avicultura e a produção leiteira. A indústria de transformação abrange materiais plásticos, embalagens metálicas, vestuário e calçados, alimentos e bebidas. Detentor de um PIB per capita de R$ 14.433,00, o município adquiriu importância estratégica para o escoamento da produção agrícola estadual por sediar o Terminal Intermodal (Entroncamento Rodo-Hidro-Ferroviário); interligando a BR-386 (Rodovia Presidente Kennedy), o Rio Taquari (Porto de Estrela) e o ramal ferroviário que faz ligação com a ferrovia do trigo (Porto Alegre - Passo Fundo)2.

Os professores deste trabalho pertencem a uma comunidade de imigração alemã que ainda mantém costumes e tradições trazidos no século XIX, incluindo-se o uso de velhos dialetos germânicos. Culinária, músicas e festas comunitárias estão presentes no cotidiano reforçando a identidade cultural dos grupos que valoram a limpeza e a educação formal. O site oficial da prefeitura dá destaque a eles ao informar: “Estrela preserva a beleza das cidades originárias da colonização alemã, caracterizando-se pela organização, ruas limpas, passeios floridos e praças arborizadas3.”

            Esses valores não afastam os problemas ambientais. Estrela é um dos dez municípios do Vale do Taquari4, situados às margens do Rio Taquari, que periodicamente são atingidos pelas cheias do rio, ocasionando perdas de lavouras, destruição de moradias e o aparecimento de doenças, devido à liberação de resíduos industriais e domésticos. A recorrência de tais fenômenos engendrou a implantação do Sistema de Previsão e Alerta de Enchentes (SPAE), gerenciado pelo UNIVATES.

A coleta seletiva dos resíduos sólidos domésticos na zona urbana (composta por 13 bairros onde vivem 82% da população) e a implantação de uma usina de reciclagem mobilizam a ação local da sociedade civil que também se radica na educação ambiental das escolas.

            Estrela orgulha-se de estar entre os 64 municípios com menor índice de analfabetismo do Brasil. A rede municipal pública tem 11 escolas de educação fundamental (EMEF), da pré-escola à oitava série, contando com 145 professores e 1842 alunos. Outras 10 escolas de educação infantil (EMEI) atendem crianças de 4 meses a cinco anos, onde atuam 147 professores responsáveis por 738 alunos, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Turismo5. No ensino fundamental, o município conta ainda com outras oito escolas públicas estaduais e dois estabelecimentos privados. O ensino médio é atendido por quatro unidades públicas estaduais e pelas duas privadas.

 

 

2 MEDIAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E REPRESENTAÇÕES

 

                Entre as mediações e as representações sociais existe uma profunda conexão realizada no cotidiano das interações urdidas nas relações em que o sujeito está inserido (a família, a escola, os espaços de lazer, o consumo, o papel social), a subjetividade (sua memória, história de vida, sexo, faixa etária, condição sócio-econômica) bem como nos processos comunicacionais (tanto nas conversações como pela mídia). Segundo França (2004, p. 20) o cruzamento destes dois eixos – representações e mediações – une a forma como interpretamos o mundo e suas imagens, num processo reflexivo (representações), e como lidamos com estas interpretações no terreno da experiência (mediações), que é o “[...] terreno da história, da cultura, da vida cotidiana, que intervém nos processos de apropriação.” Ou seja, as mediações dizem respeito ao “trabalho de consumir, assimilar, dar feição” às representações e imagens que são disponibilizadas e produzidas pelos indivíduos.    

            Os estudos culturais latino-americanos, particularmente os trabalhos de Martin-Barbero (1997), situam as mediações no campo da comunicação, como processos em que novos significados vão sendo construídos na recepção, reconhecimento e apropriação dos conteúdos midiáticos, sendo influenciados pelos espaços, temporalidades e competências culturais dos indivíduos. A importância da cultura é destacada por Garcia-Canclini (1997), quando propõe pensar os processos de mediação e de comunicação na vida cotidiana como práticas culturais e políticas, espaços de criatividade.

 

            A mediação não é apenas um ato de passagem, mas um momento de construção de significados que se realiza nas interações, dentro de um contexto sócio-histórico e cultural. No contexto escolar, ela se realiza cotidianamente. Como salienta (D’AVILA 2001, p.45):

        Mediar não significa tão somente, efetuar uma passagem, mas intervir no
outro pólo, transformando o sentido da intervenção sob inúmeras formas, desde as modalidades mais amplas – como a mediação sociopolítica que pratica a escola/o fenômeno educativo face aos alunos que se formam - às modalidades que se inserem no âmbito da prática pedagógica, onde se posiciona, primordialmente, o professor como mediador.

 

            O espaço da medição pedagógica estaria justamente em considerar a bagagem cultural do aluno e os objetos do conhecimento formal para realizar “a tradução” adequada. Nessa bagagem cultural estão incluídos os conhecimentos que Martín-Barbero (2002) considera como dispersos, fragmentados e difundidos pelos meios de comunicação que, assim, questionam a escola como o único local da difusão do saber.

Esta diversificação e difusão do saber, por fora da escola, é um dos desafios mais fortes que o mundo da comunicação coloca ao sistema educativo. Frente ao professor que sabe recitar muito bem sua lição, está um aluno que por osmose com o meio ambiente comunicativo se ‘encharcou’ de outras linguagens e saberes que circulam pela sociedade. (MARTIN-BARBERO, 2002, p.13). 

 

            Orozco (2005) aponta como um problema da sociedade a falta de compreensão sobre o papel exercido pelos meios massivos enquanto instrumentos educativos, entre eles a televisão. À medida que os proprietários dos meios apregoam seus produtos como entretenimento e os professores negam o processo educativo estabelecido, um tipo de educação está se efetivando através do divertimento.

Como chama a atenção Martín-Barbero (2002), ignorar essas realidades pode conduzir tanto os professores como a escola a um “autoritarismo”, associado à negação de sua efetividade no cotidiano não atendendo às demandas da contemporaneidade. Ou, como aponta Orozco (2005), a uma atitude de combate aos meios massivos de forma ideológica sem o aproveitamento dos saberes que eles continuam irradiando. D’Ávila (2005) afirma que a mediação introduz uma nova perspectiva no processo de ensino-aprendizagem, indicando que as decisões pedagógicas e a reflexão dos alunos acontecem em espaços de conflitos e crítica onde se negociam entendimentos para efetivar o processo de aprendizado.

                Nos saberes de alunos e professores estão as representações sociais entendidas como uma forma de conhecimento elaborada e compartilhada por grupos sociais para explicar e compreender os fatos, as experiências, as ideias constituindo uma realidade comum.

Na escola entrecruzam-se dois universos do conhecimento: o reificado e o consensual. O primeiro é representado pela ciência fixando a forma pela qual os diferentes objetos devem ser entendidos pela sociedade.  O segundo expressa o conhecimento do senso comum, incorporando inclusive aqueles saberes elaborados pela ciência. Atribuir a circulação de representações sociais apenas aos estudantes iniciantes no conhecimento formal é colocar os educadores como imunizados às explicações consensuais que invadem o seu cotidiano nas interações sociais e entender que eles devem aplicar o rigor metodológico da ciência a todas as suas atitudes. As representações sociais, como ressalta Moscovici (2003), estão presentes em todos os universos e atuam de modo à convencionalizar objetos, pessoas ou acontecimentos classificando-os e permitindo uma compreensão comum. Elas se desenvolvem a partir de dois processos - a ancoragem e a objetivação - elaborados para que tudo o que é estranho, diferente, inovador possa ser compreendido.

Ao se perceber a escola como espaço interativo e mediador de condutas e comportamentos dos cidadãos, investe-se no papel dos professores como multiplicadores do saber e responsáveis pela formação do cidadão consciente. Para Jacobi (2003, p.6), a própria noção de educação ambiental está situada em um contexto de educação para a cidadania “[...] configurando-a como elemento determinante para a consolidação de sujeitos cidadãos.” A transmissão do conhecimento, através das práticas pedagógicas, adquire significação no contexto social. Conforme Freitas (2007, p.152): “A transformação no comportamento do estudante por meio da consciência ambiental tem grandes possibilidades de concretização por meio da ação educadora do professor em sala de aula e fora dela”. Como prática pedagógica podemos citar a educação ambiental.

       

3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: AS TENSÕES ENTRE O TRANSFORMADOR E O CONSENSUAL

 

                Nas últimas décadas, os danos ao meio ambiente e suas consequências solidificaram uma preocupação na sociedade com estas questões, invadindo todas as áreas de atuação. Passou a fazer parte também do campo da educação e foi regulamentada, no Brasil, pela Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que normatiza a “[...] educação ambiental como um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal (Artigo 2º)”. A lei também explicita que a educação ambiental não deve ser uma disciplina específica no currículo escolar mas “[...] como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.”

            A lei, por si mesma, não trará as mudanças desejadas, como afirma Brügger (1994), pois o problema ambiental não se origina na ausência de educação, mas repousa num modelo de desenvolvimento econômico hegemônico que instrumentalizou o uso dos recursos naturais de forma intensiva. Reigota (1999, p.25) afirma que a prática pedagógica se justifica na medida em que “[...] colaborar na busca e construção de alternativas sociais baseadas em princípios ecológicos, éticos e de justiça para com as gerações atuais e futuras”. Nessa perspectiva, a educação ambiental é vista como parte de um processo que promove no aluno a capacidade de construir conceitos, significações e saberes a partir de suas experiências de vida. Porém, a educação ambiental não deve ser apenas uma educação de conteúdo, mas, também, de postura e, para que isso aconteça, é preciso que os educadores ambientais compreendam e sintam para comunicar aos educandos que a relação com a natureza deve ser de equilíbrio, de prudência e harmonia. Portanto, precisamos de uma educação conscientizadora, dialógica, de comunicação e libertação. E, para que essa educação ocorra é preciso incentivar a colaboração e a participação dos educandos, estimulando a observação e a curiosidade dentro dos limites da ética (FREIRE, 2003).

            Nesses saberes ambientais, da escola básica ao ensino superior, estão incluídas as representações sociais. A formação dos professores não estabelece uma conceituação única para meio ambiente, como lembra Reigota (1999, p. 14): “[...] não existe um consenso sobre o meio ambiente na comunidade científica em geral. Por seu caráter difuso e variado considero então a noção de meio ambiente uma representação social.” Mas, mesmo que o meio ambiente apresente este caráter variado de discursos e conceitos, a difusão ambiental é de grande importância para a resolução da problemática ambiental atual, dado que a difusão de novos valores e a formação de uma consciência ambiental são facilitadas pelo saber oriundo de discussões e experiências que considerem devidamente tanto o conhecimento acadêmico quanto a sabedoria popular (ERIVALDO, 2003).

Azevedo (1999) propõe que o conteúdo ambiental desenvolvido na sala de aula não seja definido apenas pelo professor, mas constituído também a partir das representações sociais dos alunos sobre o meio ambiente. E, para identificá-las, recomenda a utilização de materiais de revistas e jornais selecionados pelos alunos reconhecendo, na perspectiva que assinalam Martin-Barbero (2008) e Orozco (2005), a existência de saberes veiculados pelos meios de comunicação.

Assim, as representações sociais tornam-se o ponto de partida na construção de novos conhecimentos, fornecendo subsídios aos professores para complementar o plano pedagógico, organizando atividades a partir dos temas escolhidos, através de um enfoque que realiza a mediação entre as representações sociais e o conhecimento científico na construção de um saber ambiental de nova significação. Entre os professores, representações sociais e conhecimento científico se tencionam e influenciam a prática pedagógica - ou no conteúdo ou na metodologia – dando ênfase à preservação ou à reciclagem. Portanto, as representações sociais realizam mediações no processo de ensino-aprendizagem.

            Mediações e representações sociais devem ser examinadas dentro de um contexto sócio-histórico considerando o repertório cultural do grupo/comunidade, bem como suas práticas sociais, pois o núcleo de intercessão entre estas duas forças – mediações e representações – está no terreno da sociabilidade, das práticas da vida cotidiana (FRANÇA, 2004).

            É por isso que a educação ambiental deve se basear na identificação dos problemas que interferem nas condições de vida dos indivíduos, favorecendo mudanças significativas de consciência que resultem em processos emancipatórios (ERIVALDO, 2003). Esses são alguns dos seus desafios, na medida em que, segundo Jacobi (2003), a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, visto que a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para a mesma, no sentido de promover o  desenvolvimento sustentável, tornando-se, assim, uma condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental.

 

4 A MEDIAÇÃO DOS PROFESSORES NA CONSTRUÇÃO DO SABER AMBIENTAL: AS REPRESENTAÇÕES SOBRE MEIO AMBIENTE E A PRÁTICA PEDOGÓGICA NAS ESCOLAS ESTRELA-RS

 

Compreender as representações sociais dos professores sobre o meio ambiente a partir da perspectiva da mediação da relação pedagógica na construção do conhecimento no cotidiano, conduziu a metodologias qualitativas de pesquisa, combinando-se procedimentos diferenciados que resulta em material consistente. Como o universo pesquisado é bastante amplo – o conjunto dos professores do ensino fundamental de Estrela - demandando tempo e custos que inviabilizariam o trabalho – foi feita a opção por uma amostra considerando a presença de instituições públicas (municipais e estaduais) e privadas, num total de cinco estabelecimentos.

Este artigo se detém nas representações sociais construídas a partir da pergunta: o que é meio ambiente para você? Depois, examina-se a definição de educação ambiental, entendida como uma prática pedagógica, através dos temas abordados na escola, a metodologia adotada e a recepção dos alunos a este processo. Encadeados, os depoimentos contam a história de algo que acontece(u) num período de tempo, formando um enredo contado pelas professoras e diretoras à maneira de cada uma. A prática narrativa é uma forma de conhecimento e organização do mundo que produz sentido tanto para o narrador como para os outros. Ao contar, o narrador quer se aproximar de seu público para construir um significado comum que será revelado na análise: “A análise busca verificar como se produz sentido através de expressões narrativas, como construímos significações e como construímos nossa argumentação através da expressão narrativa da realidade” (MOTTA, 2004, p. 12 - grifos do autor).

As narrativas aqui examinadas são as vivências do cotidiano escolar atravessadas pelas mediações das experiências das práticas pedagógicas, pelo contexto sócio-histórico e cultural de Estrela, pelo conhecimento formal das narradoras e pela recepção dos alunos aos temas desenvolvidos. Ao proceder a análise, tomando-se como parâmetro as orientações de Gancho (2004), as entrevistadas são narradoras e protagonistas de um enredo tecido no contexto de cada escola sobre o tema da educação ambiental. As narradoras serão identificadas por letras do alfabeto para acompanhamento entre as representações que fazem a partir da primeira pergunta : o que é meio ambiente para você?

Dois conjuntos de respostas sobre o significado de meio ambiente brotam nas narrativas relacionando aspectos naturais e sociais. No primeiro (das diretoras), o ser humano aparece inserido, mas sem o estabelecimento de uma relação direta de trocas.

[...] meio ambiente somos todos e tudo o que nos cerca. É o espaço onde se desenvolvem os seres vivos, onde a natureza se faz.  (a)

[...] o meio que a gente vive. (b)

[...] eu acho que é o ambiente onde a gente vive né, onde eu estou inserida, se estou aqui na escola eu preciso ter um meio ambiente favorável para mim, para as pessoas que trabalham um ambiente limpo, saudável, verde. (c)

Nessas narrativas, o meio é mencionado de forma genérica, quase uma abstração, mas a natureza é o fator preponderante. Já o segundo conjunto enfatiza a interação, destacando-se a dimensão ética na relação manifestada apenas por esta diretora :

[...] o ser humano que continua danificando e, muitas vezes, não querendo mudanças, ao invés de ‘ser’ em primeiro lugar, o ser humano coloca o ‘ter’, possuir, nós não fomos criados para a posse, mas pra ‘ser’ e isso também é meio ambiente: ser e deixar ser. (e)

            Outras três narradoras, professoras graduadas em ciências biológicas, marcam a interação evidenciando um componente científico nas representações em um encontro entre o consensual e o reificado:

 

[...] o meio ambiente para mim é um conjunto de elementos bióticos e abióticos que interagem entre si estabelecendo relações harmônicas e desarmônicas nos diferentes ecossistemas . (f)

[...] é o local onde vivemos e retiramos, juntamente com os demais seres vivos as condições necessárias para nossa vida. É também nosso próprio corpo. (g)

                        Em uma maneira menos formal, esta professora estabelece a inter-relação:

[...] meio ambiente é tudo, é a natureza, somos nós, a relação que temos, todo o conjunto (h)

.

             As atividades pedagógicas de educação ambiental desenvolvidas nas escolas são bastante variadas, abarcando desde a separação de resíduo seco e orgânico, com aproveitamento para compostagem e organização de hortas, ao plantio de árvores e limpeza do entorno. A diferenciação verificada nas representações sociais acerca do meio ambiente aqui se mescla, mas com ênfase numa concepção preservacionista, acompanhada de desenvolvimento de novos hábitos. Instadas a definirem educação ambiental, as respostas são genéricas e amplas incluindo também os cuidados com higiene, alimentação, vestuário, mas sempre referidas para um outro: o aluno ou as pessoas em geral. As narradoras se colocam à margem do processo, como se nele o seu papel seja o de agente coordenador das mudanças porque detém mais saber e dificilmente como um ator social que possa ser educado nesta relação.

[...] educação ambiental consiste num modo de ver o mundo em que se evidenciam as inter relações dos diversos elementos de manutenção da vida. (a)

[...] preparação para a vida, pra contemplar o que nós temos de bonito e valorizar tudo isso, preservar. Ter cuidados com a gente também, com o corpo, com alimentação. Não é só plantar e preservar as árvores. (b)

[...] educação ambiental pra mim é toda e qualquer orientação que se dá com o objetivo de melhorar o local em que se vive.  (c)

            A educação ambiental é vista como a transmissão de conhecimento inscrita nos modelos tradicionais da relação ensino/aprendizagem onde a mediação entre o (des) conhecimento do aluno e o saber está nas mãos e na responsabilidade do mestre. No entanto, o saber ambiental é visto sob outras perspectivas. Leff (1999) entende que a educação ambiental deve promover a construção de saberes pessoais em um processo de confronto com a realidade e de diálogo com os outros em tensão entre a “objetividade” da ciência e as formas de significação atribuídas pelos indivíduos.

Entre os professores que revelaram representações sociais de interação entre a atividade social e o meio natural, o distanciamento está presente:

[...] educação ambiental é um conjunto de ações desenvolvidas pelas pessoas preocupadas e envolvidas com o meio em todas as esferas da sociedade. É entender o meio para nele agir conscientemente sem interferir nos ciclos naturais existentes, orientar, aplicar e demonstrar atitudes responsáveis e conscientes no ato de educar as pessoas que a nós foram confiadas no trabalho. (f)

            As exceções, a inclusão de si na dupla condição de educador e educando permanente, estão nas narrativas da diretora e duas professoras da escola privada católica de orientação franciscana que vêm mantendo por muitos anos o processo de educação ambiental. Em 2007, época destas narrativas, a escola estava engajada na Campanha da Fraternidade6, cujo tema era Amazônia e Fraternidade, com o lema Vida e missão neste chão com DVDs, CDs e livros especiais dedicados ao público infanto-juvenil. Neste caso, os valores defendidos pela fé católica não podem ser desprezados como um dos componentes desta representação ancoradas nas tradições da Igreja Católica partilhadas pelo grupo de professoras.

[...] isso precisa estar dentro de nós, nós temos que nos movimentar dentro disso, é um conteúdo de vida, é mais do que ler um livro, é mais do que passar no vestibular.(e)

[...] é o conjunto das teorias e práticas aplicadas no nosso dia-a-dia, onde discutimos a relação dos seres vivos entre si e com o ambiente, onde repensamos nossas ações em relação ao habitat e com as demais espécies para que a vida tenha continuidade e harmonia. (h)

[...] educação ambiental é justamente esse cuidado com o todo que somos nós, que nós fazemos parte, é o cuidado que tem que ter e passar isso para as crianças, passar isso para os adultos. (i)

              Temas e atribuições pedagógicas para educação ambiental também revelam uma continuidade das representações sociais de acordo com os dois conjuntos de representações. Dada à complexidade da questão ambiental, tanto no que se refere às causas, como no entendimento e na reflexão crítica necessária para fundar o saber ambiental, a interdisciplinaridade tem orientado os pesquisadores da área. Nos relatos das diretoras este enfoque é reiterado, mas a atividade é atribuída mais a algumas disciplinas do que a outras e, entre elas, às ciências biológicas.

[...] conservação do ambiente, prevenção a doenças, alimentação saudável, limpeza, higiene. A escola contempla as questões ambientais em todas as disciplinas, porém mais em Ciências, Língua Portuguesa, Geografia, Artes, Ensino Religioso. (a)

[...] água, lixo. Eles mudam todos os anos. Já tivemos reflorestamento com as sextas séries. Coleta de materiais recicláveis. Antes era só o professor de Ciências que abordava a questão, hoje já temos uma interdisciplinaridade. Os professores procuram formar parcerias entre si. (b)

[...] desde o jardim até a oitava série o tema é transversal. Trabalhamos por projetos. Na reunião de professores a gente mostra o tema e eles planejam as atividades. Já tratamos do lixo, plantio. Os alunos visitaram a Usina de Tratamento de Lixo de Estrela e ficaram bem chocados com os catadores trabalhando. ( c )

[...] trabalhamos mais a preservação, a reciclagem nas disciplinas de Ciências, Geografia, Química e Física a gente envolve as experiências, envolve o meio ambiente. História nem tanto. (d)

            Os temas escolhidos – reciclagem, reaproveitamento, plantio, água, reflorestamento – trazem a marca da reparação à natureza. Conforme aponta Sato; Santos (2007, p. 254): “Embora a maioria ainda compreenda que ‘ambiente’ seja sinônimo de ‘natureza’, essa visão tem sido modificada ao longo dos anos, dando lugar a uma percepção mais crítica, com elementos culturais e naturais, conferindo uma preocupação social adequada na dimensão ambiental.” No entanto, as abstrações do meio ambiente tornam-se concretas no que dizem respeito à comunidade onde estão os alunos. Mas um problema da região – as enchentes enquanto motivo da implantação de um programa de recuperação da mata ciliar do Rio Taquari - só foi trabalhado em uma escola com a ida dos alunos ao rio acompanhando as explicações dos técnicos municipais sobre as causas e consequências das agressões ao ambiente. As escolas estão mais engajadas na reciclagem dos lixos produzidos e a usina de reciclagem da cidade mostra-se uma opção mais simples de atividade fora do espaço escolar.

             A metodologia empregada pelas professoras na sala de aula é variada; é marcada – apesar de inovações – pela transmissão de conhecimento. 

 

[...] faço dinâmica de grupos, trabalho pesquisa na internet, análise da realidade do município e valorização da riqueza de ambientes que temos no nosso país principalmente usando slides e vídeos.

[...] às vezes sai de uma história, às vezes de uma brincadeira da pracinha. Daí nós viemos socializar aqui na escola sempre buscando pra ficar bem prático e bem presente para eles.

             Duas professoras, entre aquelas com visão interacionista, trabalham com uma noção de mediação de saberes e construção de conhecimento, como atestam os relatos delas, que atuam na rede estadual do município:

[...] trabalho com pesquisa, vídeos, palestras, cursos e produção de materiais para cada projeto que desenvolvemos. Primeiro eu faço a sondagem com os alunos, com os pais e especialistas. Enfim os alunos vão fazer entrevistas em vários locais em que o tema sugerido é desenvolvido procurando entender todos os fatores que envolvem o tema. (f)

[...] com muito diálogo. Quando se começa a falar sobre determinado assunto, os alunos sempre têm algo a falar, coisas que eles viram, ouviram ou leram. (g)

            Nas avaliações gerais sobre a recepção dos alunos às práticas pedagógicas desenvolvidas na escola, as narrativas das diretoras revelam diferenças. A competência do professor em instaurar debates, abrindo assim espaço para que as representações sociais dos alunos sejam expressas, é valorada pela diretora, que destaca a natureza como maior significação para o meio ambiente: 

[...] Os alunos se interessam sempre por atividades práticas e bem planejadas. O interesse deles depende muito do professor que conduz as atividades. Eles se envolvem na medida em que o professor abre espaço e problematiza a questão. (a) 

            Os traços culturais da cidade preocupada com a limpeza são destacados por apenas uma delas:

 [...] eles recebem naturalmente [...] talvez porque Estrela já tenha um trabalho mais intenso de mais tempo, isso para eles já faz parte do dia-a-dia, então eles recebem de uma forma muito natural. Alguns se empolgam mais, outros menos. (b)

            Os dois conjuntos de representações sociais dos docentes sobre o meio ambiente - um mais focado na relação com a natureza e o outro questionador da dimensão ética da relação homem/natureza – acarretam diferenciados rumos à prática pedagógica de educação ambiental. As atividades daí resultantes realizam a mediação entre os objetivos propostos de conhecer/preservar em um caso e o de conhecer/questionar. Nesses processos, são estabelecidas múltiplas tensões, combinando-se as diferentes concepções de meio ambiente com as tensões oriundas da própria prática pedagógica.

 

5 CONCLUSÕES

 

A mediação preponderante que emerge das narrativas é a do professor como detentor do saber. A ele cabe o total protagonismo no processo onde prevalece a transmissão de conhecimentos porque é ele quem detém o “saber ambiental”. No espaço escolar duas atitudes se sobressaem: de um lado, os saberes dos alunos são desconsiderados e não subsidiam as atividades; esta postura pedagógica implica na segunda característica: a mudança de hábitos que cabe ao professor desenvolver como único responsável no processo.

 

Os professores desempenham um papel fundamental como decodificadores da informação científica junto à comunidade, um aspecto considerado essencial na constituição de saberes sobre a questão ambiental. A informação quando transformada em conhecimento social adquire significação, possibilitando as transformações no entorno. Entretanto, é necessário o diálogo entre os educadores e educandos, uma vez que estes não são agentes passivos no processo educativo. Nesse sentido, a escola como espaço de capacitação de agentes multiplicadores, precisa rever suas práticas pedagógicas se quiser ter pleno êxito na sua tarefa de formar cidadãos conscientes a respeito de sua realidade.

 A educação ambiental é atravessada por múltiplas tensões que se expressam de diferentes formas: de um lado, os desastres naturais, o avanço da tecnologia, o modelo de desenvolvimento hegemônico versus uma nova racionalidade produtiva e, de outro, vive-se a exclusão do aprendiz na relação de constituição do saber ambiental no espaço escolar. As narrativas mostram unicamente o protagonismo do educador, desconsiderando a contribuição e a participação dos educandos no processo de mediação e construção dos saberes ambientais.

            A perspectiva dialógica pressupõe uma prática que considere a perspectiva do Outro como legítima, permitindo que nas mediações aí estabelecidas seja produzido um saber ambiental capaz de contribuir para uma melhor compreensão do conhecimento. Dessa forma, é possível escapar de uma dicotomia entre o autoritarismo do saber científico e o universo consensual para constituir um saber ambiental que seja reconhecido como legítimo pelos atores no contexto escolar.

 

 

Notas

 

1 Esta produção científica é resultado de estudo empírico realizado por pesquisadores do grupo de pesquisa Práticas Ambientais e Redes Sociais, ligado ao PPG Ambiente e Desenvolvimento do Centro Universitário Univates, de Lajeado RS.

 

 2 As fontes dos indicadores e dados do município citados neste artigo são: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE (2005/2007), Fundação Estadual de Economia e Estatística (FEE) do RS e da Prefeitura Municipal de Estrela.

 

3 Dados constantes no site oficial da Prefeitura Municipal em http://www.estrela-rs.com.br/.

 

4 A região é composta de 36 municípios. Os municípios abrangidos pelo SPAE são: Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Colinas, Roca Sales, Encantado, Muçum, Bom Retiro do Sul e Taquari.

 

5 Dados constantes no site oficial da Prefeitura Municipal em http://www.estrela-rs.com.br/.  Acesso 6/11/2008.

 

6 Desde 1964 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB organiza campanhas anuais com temas sociais aplicadas em todas as organizações da Igreja Católica no país.

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Ilustrações: Silvana Santos