Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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12/12/2009 (Nº 30) DICIONÁRIO AMBIENTAL BÁSICO: UM PROJETO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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DICIONÁRIO AMBIENTAL BÁSICO:

UM PROJETO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 

 

José Fortunato Neto [1]

Ivan Fortunato [2]

 

 

 

Introdução: a questão ambiental

 

A Terra, seus pés são os meus pés,

A Terra, suas pernas são as minhas pernas,

A Terra, seu corpo é o meu corpo,

A Terra, seus pensamentos são os meus pensamentos,

A Terra, sua voz é a minha voz.

(Canto dos índios Navajo, In: TOOLAN, 1993, p. 12)

 

 

Compartilhar a compreensão holística presente nos versos em epígrafe é a missão da Educação Ambiental1, cujos objetivos, segundo Reigota (1991, p. 35), são: consciência, conhecimento, atividades, competência e participação.

 

Desde o seu surgimento no Planeta, o homem vem causando impactos ao meio ambiente e, à medida que foi desenvolvendo seu instrumental pela tecnologia e ampliando seu domínio sobre a natureza, os “impactos ambientais foram se ampliando em intensidade e extensão” (BRANCO, 1988, p. 18).

 

Antes mesmo dos seres humanos, havia uma natureza independente em cujo seio foram recepcionados, abrigados e protegidos. Entretanto, com o passar do tempo, e reunidos em grupos cada vez maiores, esses novos habitantes iniciaram um processo de usurpação desmedida do meio, que ainda se encontra em fase de modelagem, projetando uma nova natureza, pela inserção de valores artificiais, e encapsulando a matriz original dentro de um novo conceito de espectro amplo, denominado meio ambiente.

 

Hoje, reconhece-se que os impactos ambientais decorrentes das mais variadas intervenções antrópicas no meio tendem a causar efeitos imprevisíveis para a qualidade de vida das futuras gerações. Não é por outra razão que a mídia vem se ocupando dos assuntos relacionados às alterações climáticas. Reconhece-se, também, que esse legado é um traço marcantemente negativo no modo como as pretéritas e atuais gerações pensam o ambiente.

 

Daí que se torna importante partilhar conhecimentos específicos, por meio de instrumentos educacionais de caráter perene. Principalmente porque muitos projetos voltados à Educação Ambiental, ainda que importantes, se esgotam em seu objetivo, como a recuperação de uma área degrada ou a coleta seletiva de resíduos, para citar exemplos. Alguns, todavia, adquirem caráter de mero adestramento, por exemplo, quando se propõem a ensinar (sem o cuidado de buscar a sensibilização) que devemos economizar no uso de água tratada, no banho, na escovação de dentes, e assim por diante. Passado o impacto inicial do treino, a mensagem que deveria permanecer se esvazia, e o projeto deixa de se propagar no tempo; característica essencial para que os seus resultados tenham influência para as gerações por vir.

 

A percepção de que há inúmeros problemas ambientais é óbvia; porém, essa percepção ocorre de maneira fracionada; parte conscientemente, por meio dos nossos sentidos e parte de maneira subliminar. A conscientização ambiental é, portanto, variável. Por conta dessa flutuação no grau de percepção, quanto mais sensíveis (ou sensibilizados) formos, maior será nossa consciência ambiental. O objeto de estudo deste artigo – o projeto “Dicionário Ambiental Básico: iniciação à linguagem ambiental” (doravante Dicionário ou Projeto) – trata-se, na verdade, de uma espécie de publicidade ambiental subliminar, conforme apresentada por Fernandes (2006), que tem como propósito estimular o inconsciente do público alvo, pelo incentivo da leitura sistemática de termos ambientais, procurando moldar seu comportamento futuro pela aquisição de conhecimentos específicos.

 

Neste contexto, a publicidade subliminar é aquela elaborada com técnicas peculiares, focada na inserção de mensagens na memória inconsciente das pessoas, por meio da captação de estímulos não-consciencializados, com a finalidade de persuadi-las a um determinado comportamento (FERNANDES, 2006). Insiste-se: não se trata de mero adestramento ambiental – que pressupõe um condicionamento social –, mas de uma ferramenta sócio-educacional que surge com o propósito de buscar a máxima sensibilização ambiental. De outra parte, a análise demonstrou que o Projeto, embora promissor, carece de um “fator de fixação2”, para que sua mensagem se torne contagiante e se propague de forma viável.

 

No caso do Projeto aqui discutido, a idéia subjacente é a de que, ao trazer a comunidade para sua elaboração e, depois, ao disponibilizar seus exemplares de forma gratuita para que todo o público alvo tenha acesso, e contando com o interesse e a mediação dos professores, as mensagens (que podem ser passadas inclusive por meio de outros projetos) produzam efeitos duradouros, já que sempre será possível consultar seus verbetes. Ademais, por se tratar de uma ferramenta educacional de consulta, cujo baldrame é o próprio vernáculo, alia-se, também, aos demais instrumentais aptos a facilitar o ensino da linguagem, porque traz em seu bojo alguns dos principais verbetes ambientais, muitos de conhecimento apenas endêmico, descritos com uma linguagem pedagogicamente adequada ao público alvo principal.

 

O projeto tem caráter perene, na medida em que o “Dicionário” se propõe a acompanhar o estudante pelos vários anos de sua vida acadêmica e até mesmo profissional. Ao fim, é um livro a ser entregue para estudantes e professores para experiências pedagógicas diversas na área ambiental, com o objetivo de ser tornar um instrumental pedagógico – utilizável em vários níveis de ensino e por docentes de disciplinas diversas – voltado à difusão da educação ambiental.

 

 

o projeto Dicionário Ambiental Básico

 

Editado pela primeira vez em 2004 na cidade de Brotas, estado de São Paulo (SP), o Projeto é fruto de uma ideação: reunir a comunidade de forma voluntária, selecionar os verbetes mais significativos, defini-los usando uma linguagem mais acessível; qual seja, elaborar um glossário em papel reciclado e distribuí-lo gratuitamente para o público alvo, inicialmente os estudantes do ensino fundamental que já contam com os rudimentos da alfabetização.

 

Outra característica intrínseca do Projeto é o altruísmo, ou seja, como um conjunto de ações humanas voltadas para o auxílio da propagação da idéia de proteção ambiental, sem nenhum outro objetivo, inclusive de cunho econômico, na medida em que o trabalho necessário para sua elaboração foi todo voluntário: incentivou-se o engajamento e comprometimento comunitário, e, na esteira da proposta original, estatuiu-se que o trabalho deveria ser voluntário e que aos colaboradores se impunha a renúncia a possíveis direito autorais.

 

O resultado dessa soma de esforços é um livro que deve ser entregue (e não vendido) para o público destinatário3. Para alcance do objetivo proposto, cativou-se patrocinadores para a causa ambiental: organizações interessadas em minimizar os impactos causados a partir de sua produção, que tiveram como único investimento financeiro o custo da impressão de cada uma de suas edições, aproximando-se da proposta de Sato:

 

A mudança de uma sobrevivência predatória a uma vida ética requer instrumentos e educação ainda em plena construção local. Isso não implica, entretanto, desprezar a cidadania planetária, mas antes, institui-se o desafio de sermos realmente justos em construir a requerida cidadania local. (SATO, 2005, p.37)

 

 

Desde seu lançamento, as sucessivas edições do dicionário ultrapassaram a casa dos 23.000 exemplares que foram distribuídos em quinze municípios do estado de São Paulo4, e em Uberlândia, Minas Gerais (MG). A primeira edição, com 2000 exemplares, ocorreu em 2004, tendo sido entregue para todos os estudantes que concluíam a então quarta série do ensino fundamental dos Municípios de Brotas e de Torrinha, ambos no centro do Estado de São Paulo.

 

Em 2005, uma segunda edição com 16.000 exemplares, foi distribuída para todos os estudantes que concluíam a então quarta série do ensino fundamental, dos municípios de Brotas, Torrinha, Cordeirópolis, Santa Gertrudes, Rio Claro, Corumbataí, Itirapina, Pederneiras, Jaú, Dois Córregos e Barra Bonita. Em 2006, uma edição limitada à Comarca de Brotas, com apenas 1000 exemplares (visando evitar solução de continuidade).

 

Com o passar do tempo, o projeto foi analisado em suas características pedagógicas. Para tanto, foram encaminhados questionários a vários professores de alguns dos municípios envolvidos, bem como foram realizadas algumas entrevistas pessoais e coletivas. Com resultado imediato, constatou-se que o período mais indicado para a distribuição dos exemplares é o início do ano letivo, razão pela qual a quarta edição veio a lume em fevereiro de 2008, com 6500 exemplares distribuídos aos estudantes de Brotas, Torrinha, Itirapina, São Pedro, Dois Córregos, Dourados e Ribeirão Bonito. (FORTUNATO NETO; ALMEIDA, 2008).

 

Em dezembro de 2008 foi lançada a 5ª edição do dicionário, em uma concepção diversa, procurando atingir público diverso, especialmente trabalhadores das indústrias dos municípios de Rio Claro e Limeira, também no interior do estado de São Paulo. Em novembro do mesmo ano, o Dicionário novamente ultrapassa sua proposta inicial ao ser lançada a sua 6ª edição no XI Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, em Uberlândia (MG), e distribuída para pesquisadores, estudantes e tomadores de decisão.

 

Seu propósito é, portanto, aproximar seus públicos-alvo, da linguagem ambiental simplificada pelo aporte de um instrumento que não colima veicular informações a partir de um emissor para um receptor, mas para por em comum (objetivo da comunicação) conceitos presentes em seu cotidiano e, cumprindo assim seu papel mediador, como esclarece Martín-Barbero (2002, p. 55): “[...] o eixo do debate deve se deslocar dos meios para as mediações, isto é, para as articulações entre práticas de comunicação e movimentos sociais, para as diferentes temporalidades e para a pluralidade de matrizes culturais”.

 

 

Figura 1: As seis edições do Dicionário; da esquerda para direita, 1ª ed. 2004, 2ª ed. 2005, 3ª ed. 2006, 4ª ed. 2008, 5ª ed. 2008 e 6ª ed. 2009.

 

 

sustentabilidade, sensibilização e o projeto

 

Termo muito em voga, a denominada sustentabilidade ambiental perpassa pela conjugação dos conhecimentos técnicos e jurídicos aplicados à gestão dos atributos naturais, ou seja, pela efetividade dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, como descritos na Lei nº. 6369/81 (BRASIL, 1981); porém, somente se tornará eficaz quando, aos conhecimentos técnicos necessários à boa gestão ambiental, forem alicerçados os conceitos de Educação Ambiental, por meio da qual, em síntese, o respeito a todas as formas de vida agrega um valor para além daqueles de natureza econômico-financeira. Se à aridez dos procedimentos técnicos se imiscuir o viés holístico que informa a Educação Ambiental, o resultado, sem dúvida, importará em maiores e melhores benefícios para todos.

 

A princípio de forma despreocupada, os seres humanos sempre se utilizaram dos bens naturais desbravadamente; porém, a partir da chamada revolução industrial, o cabedal tecnológico posto à sua disposição capacitou-os a destruir todo o planeta em pouco tempo. Se, à iminência da catástrofe final ainda se opõem forças beligerantes, ao sucateamento paulatino da qualidade ambiental pouco se tem feito para evitar que, embora de maneira menos precipitada, mas ainda assim não menos trágica, a destruição ambiental, que é notória, seja incontestável.

 

Obviamente, a tarefa proposta é gigantesca; nada obstante, o baldrame deve ser informado pelos conhecimentos elementares, em todos os locais possíveis, e, em especial, de forma transversa, em meio aos currículos escolares, cravejando as futuras gerações com conceitos elementares, todavia de imperiosa importância.

 

Tem-se visto que a partir da utilização dos exemplares resultantes do presente Projeto em apoio às mais diversas atividades escolares, o Dicionário revelou-se uma ferramenta ao mesmo tempo simples e eficaz de auxílio à transmissão de conhecimentos ambientais, avivando a natural curiosidade juvenil. (FORTUNATO NETO; ALMEIDA, 2008)

 

Tendo como premissa o reconhecimento da carência de conscientização ambiental aqui discutida, foi que surgiu a proposta do Projeto, que objetiva apoiar aquela que os autores consideram a principal fonte para satisfação dessa necessidade, qual seja, a Educação Ambiental quando destinada à percepção e à conscientização ambiental. Acredita-se ser possível torná-la tangível não somente através de discursos pedagógicos e políticos, mas pela utilização de ferramentas que sustentem a prática docente e sensibilizem os estudantes (e até mesmo a comunidade) para a verdadeira compreensão ambiental.

 

Para tanto, entende-se que aos conhecimentos formais adquiridos nos bancos escolares e àqueles obtidos ao longo de nossas vidas devem ser acrescidos e fomentados os relativos à Educação Ambiental em sentido amplo, para que esta possa permear todo o arcabouço social, com o fito principal de permitir a busca por uma visão holística do ambiente em que vivemos. Assim como explica Reigota:

 

A educação ambiental na escola ou fora dela continuará a ser uma concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas radicais, justas e pacíficas. (REIGOTA, 1998, p. 43)

 

 

Como alternativa ao ensino formal e superando os preceitos da antiga escola de comunicação5, segundo qual, a utilização de meios de comunicação acontecia de forma autoritária, isto é, servia ao professor para ilustrar um conhecimento, ampliar a quantidade da audiência ou trazer para sala de aula algo observável somente nos livros – um vídeo sobre o pólo norte ou a vida selvagem na África, por exemplo, surge o Dicionário nessa proposta mediadora por apresentar verbetes indicados pela comunidade que podem ser debatidos na sala de aula, nas reuniões de professores e/ou com a comunidade escolar (pais, familiares, moradores da região, etc...), de conformidade com os interesses e/ou preocupações locais. Esse sentido foi bem explicitado por Pelicioni:

 

Educar é prover situações ou experiências que estimulem a expressão potencial do homem e permitam a formação de sua consciência crítica e reflexiva. Implica adesão voluntária. Assim, para que a educação se efetive é preciso que o sujeito social motivado incorpore os conhecimentos adquiridos, que, a partir de então, se tornarão parte de sua vida e serão transferidos para a prática cotidiana. (PELICIONI, 2005, p. 140)

 

 

Consciente que o projeto é uma semente plantada que poderá gerar frutos, Fortunato Neto (2008b) afirma que divulgar termos ambientais será insuficiente para revolucionar a consciência sócio-ambiental necessária, mas que a mediação e a busca pela construção dessa consciência pelo caminho do conhecimento poderão ser possíveis respostas: o desafio que enfrentaremos (nós humanidade) neste século, durante a qual vimos, exponencialmente, utilizando de nossos recursos naturais esgotáveis e não-renováveis para satisfazer uma lógica de consumo (recentemente colocada em xeque por mais uma crise mundial6).

 

Entende-se que o Dicionário apresentado é uma excelente ferramenta que possibilita esse engajamento; todavia, os autores reconhecem que o Projeto não carrega em si uma solução pronta para o problema aqui discutido, na medida em que as ferramentas de comunicação para sensibilização ambiental precisam, sem sombra de dúvida, de ação dos dois lados – emissor e receptor. Há, portanto, a necessidade de engajamento de todos os autores sociais, para que a idéia central do projeto germine nesse novo ambiente, e possa, enfim, avançar por toda a sociedade e possibilitar uma visão mais consciente do ambiente em que vivemos.

 

Por derradeiro, da percepção de que algumas lacunas do ensino oficial privam os estudantes da aquisição de conhecimentos elementares, somada à preocupação com o fato de que a compreensão mais acurada das questões ambientais exige o domínio de termos específicos (inclusive conceitos técnicos), surge o Projeto com o propósito de que, coligindo aqueles mais significativos e descrevendo-os por meio de uma linguagem menos rebuscada, e, assim, mais apta a permitir a compreensão integral, fazendo-os chegar a um número significativo de pessoas, é possível a aquisição de conhecimentos primários acerca do meio ambiente.

 

Dessa forma, pela mediação para sensibilização proposta pelo Dicionário, poderão os conjuntos discente/docente, líderes/comunidade e governo/sociedade, trabalhando em harmonia, burilar concepções de cunho protetivo e conservacionista em prol das questões ambientais.

 

 

Referências

 

BRANCO, S. M. O meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 1988.

 

BRASIL. Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília: Senado Federal, 1981.

 

BRASIL. Lei n º. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília: Senado Federal, 1999.

 

FERNANDES, D. B. Responsabilidade civil e direito do consumidor em face das mensagens subliminares. 2ª. ed. Curitiba: Juruá, 2006.

 

FERREIRA, G. M. O desenvolvimento das teorias da comunicação: para além do determinismo comunicacional. Trabalho apresentado na NP Teorias da Comunicação no XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Natal: 2008.

 

FORTUNATO NETO, J. (org.). Dicionário ambiental básico: iniciação à linguagem ambiental. 5ª ed. Brotas: Gráfica e Editora Rimi, 2008a.

 

FORTUNATO NETO, J. O Ministério Público e a Educação Ambiental. Anais do VIII Simpósio do Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos: múltiplos olhares e saberes. São Carlos: USP/EESC/CHREA, 2008b.

 

FORTUNATO NETO, J.; ALMEIDA, J. Dicionário Ambiental Básico: Iniciação à linguagem ambiental. Monografia apresentada no Curso de Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos. São Carlos: CRHEA / EESC / USP, 2008.

 

GLADWELL, M. O ponto de virada. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

 

MARTÍN-BARBERO, J. América Latina e os anos recentes: o estudo da recepção em comunicação social. In: SOUSA, M. W. (org.). Sujeito, o lado oculto do receptor. São Paulo: Brasiliense, 2002.

 

PELICIONI, M. C. F. Educação ambiental como processo político. In: PHILIPP JR, A.; ALVES, A. C. (orgs). Curso interdisciplinar de direito ambiental. Barueri, SP: Manole, 2005.

 

REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: CASCINO, F.; JACOBI, P.; OLIVEIRA, J. F. (orgs.) Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA/CEAM, 1998, pp. 43-50.

 

REIGOTA, M. Fundamentos teóricos para a realização da educação ambiental popular. Em Aberto, Brasília, v. 10, n. 49, jan./mar., p. 35-40, 1991.

 

SATO, M. A educação ambiental tecida pelas teorias biorregionais. In: FERRARO, L. (org.) Encontros e caminhos: formação de educadores(as) ambientais e coletivos educadores. Brasília: Diretoria de Educação Ambiental, MMA, 2005, p. 35-46.

 

TOOLAN, D. S. O homem, a natureza e a nova era. Tradução de Maria Neusa Dias Mendes Ferreira e Bernardete de Lima Galvão. 1ª. ed. São Paulo: Saraiva, 1993.

 

 

 

Notas

 

[1] Definição legal, conforme disposto no artigo 1º, da Lei Federal nº. 9.795, de 27/4/99 (BRASIL, 1999): “Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

 

[2] Segundo Malcolm Gladwell (2009, p. 31), ‘fator de fixação’, seria o mote específico capaz de fazer com que uma mensagem contagiante se torne inesquecível, por exemplo, simples alterações na apresentação e na estruturação das informações podem causar grande diferença na intensidade do seu impacto.

 

[3] Eis a proposta inicial do Dicionário, conforme descreve Fortunato Neto no prefácio de sua 5ª edição: ‘’[...] disponibilizar para todos os estudantes das primeiras séries do ensino fundamental, aos quais já houvessem sido transmitidos os conhecimentos básicos de alfabetização, um instrumento que pudesse servir de fonte perene de consulta, e, ainda, auxiliasse os docentes de diversas disciplinas na difícil, porém necessária, tarefa de cuidar das questões relativas ao meio ambiente’’.

 

[4] Brotas, Torrinha, São Pedro, Itirapina, Dois Córregos, Dourados, Ribeirão Bonito, Pederneiras, Barra Bonita, Jaú, Cordeirópolis, Santa Gertrudes, Rio Claro, Limeira e São Paulo (Bairro da Penha).

 

[5] Trata-se do estudo dos códigos, das mensagens e dos meios que, segundo G. Ferreira (2008, p. 1), era “marcado pela linearidade cuja genialidade da produção (emissor) determinava o controle sobre o que era difundido, levando a uma assimetria na relação emissor-receptor”.

 

[6] Em referência à crise financeira mundial de 2008/2009 que teve início no mercado imobiliário norte-americano em meados de 2008, conforme a matéria “Entenda a evolução da crise que atinge a economia dos EUA”, publicada no caderno dinheiro da Folha Online em 05.12.2008. Acesso em setembro de 2009.

 

 

 

Informações sobre os autores:

 

[1] José Fortunato Neto

Mestre em Ciências da Engenharia Ambiental (EESC-USP); Especialista em Educação Ambiental (EESC-CRHEA-USP), Bacharel em Direito (UNIMEP).

Contato: jfort@linksat.com.br

 

[2] Ivan Fortunato

Mestrando em Comunicação (UNIP), pós-graduado em Psicodrama Sócio-Educacional (FEBRAP), Pedagogo (UNESP).

Contato: ivanfrt@yahoo.com.br

 

 

 

RESUMO

Esse artigo analisa o Projeto “Dicionário Ambiental Básico: iniciação à linguagem ambiental” enquanto instrumento sócio-educacional para a Educação Ambiental. Ao propor diálogo sobre a questão e o conceito amplamente divulgado de sustentabilidade ambiental, reconhece-se a potencialidade do Projeto para a sensibilização ambiental que, com o fito de enfrentar o desafio de tentar evitar ou minimizar a destruição dos bens naturais esgotáveis e não-renováveis para satisfazer a lógica do consumismo, capaz de projetar um desenvolvimento econômico, porém inconseqüente para as futuras gerações, estabelece-se como ferramenta perene para a causa ambiental.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Ecologia. Consciência Ambiental. Inclusão Social. Sensibilização.

 

ABSTRACT

This paper analyses the Project named “Dicionário Ambiental Básico: iniciação à linguagem ambiental” (Simple Environmental Dictionary: an introduction to the

environmental language) as a social and educational instrument for the Environmental Education. It proposes a discussion about the overspread concept of environmental sustainability. The Project has great potential for environmental sensitization intending to reduce or eliminate the destruction of renewable and non-renewable resources, in an attempt to unite it to the logic of consumerism – capable, however to project economical development – with minimal impact to the forthcoming generations.

Key words: Environmental Education. Ecology. Environmental Conscience. Social Inclusion. Sensitization.

Ilustrações: Silvana Santos