Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/09/2009 (Nº 29) Percepção de professores e alunos sobre os usos e a qualidade da água em uma região semi-árida brasileira
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PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E ALUNOS SOBRE OS USOS E A QUALIDADE DA ÁGUA EM UMA REGIÃO SEMI-ÁRIDA BRASILEIRA.

 

Ana Carla Iorio Petrovich1 e Magnólia Fernandes Florêncio de Araújo2.

 

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, carla.iorio@gmail.com

 

2 Doutora em Ecologia e Recursos Naturais, Professora Titular do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Campus Universitário, Lagoa Nova – Natal/RN. CEP 59.072-970. (84)3215-3437, mag@cb.ufrn.br

 

 

RESUMO: Apesar da nítida importância que as águas dos reservatórios apresentam nas regiões semi-áridas do nordeste brasileiro em função dos seus múltiplos usos, estas se encontram cada vez mais comprometidas em termos de qualidade. Com o objetivo de entender a concepção de vários aspectos relacionados ao tema “qualidade de água” de professores e alunos da rede pública da cidade de Acari - RN foi aplicado um questionário no período de 13 a 14 de novembro de 2008. A análise dos dados permitiu observar que em vários aspectos o grupo estudado percebe e tem consciência sobre os problemas ambientais relacionados à água na sua cidade. Porém, observou-se a necessidade de uma abordagem sistemática para esclarecimento de temas como cianobactérias, esgotos e doenças de veiculação hídrica de forma a esclarecer conceitos e alertar sobre os riscos que estão vinculados ao desconhecimento de vários aspectos sobre este tema.

 

Palavras-chave: Percepção ambiental; educação ambiental; qualidade de água; semi-árido; questionários; professores e alunos.

 

 

1.    INTRODUÇÃO

 

A região semi-árida brasileira apresenta clima seco, irregularidade das chuvas, com precipitações inferiores a 500 mm por ano e elevada evapotranspiração, características que levam a sua população a enfrentar longos períodos de estiagem. Visando minimizar os problemas acarretados pela seca, a construção de grandes açudes pelo poder público se tornou uma das mais importantes iniciativas para garantir água para a população, além de ser uma oportunidade de promover o desenvolvimento da região, em virtude de sua múltipla funcionalidade.  No meio rural, esses reservatórios constituem-se numa das alternativas mais viáveis para fixação do homem no campo, destacando-se na paisagem do semi-árido brasileiro como núcleos de vida além de assegurar a produção agrícola, a produção pesqueira e o abastecimento das populações e dos rebanhos. Porém, à medida que a economia se torna mais complexa e diversificada, mais usos são adicionados aos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, de tal forma que ao ciclo hidrológico superpõe-se um ciclo hidrosocial de grande dimensão e impacto ecológico e econômico (TUNDISI, 2001).

Apesar dessa grande importância que os açudes apresentam em regiões onde os recursos hídricos são escassos, estes, são constantemente afetados por efluentes domésticos não tratados e por agrotóxicos, acentuando assim a perda de qualidade da água. O desenvolvimento de alternativas tecnológicas e educacionais que visem aumentar a disponibilidade de água e a cuidar das fontes existentes é fundamental para garantir água de qualidade para a nossa geração e para as gerações futuras. Neste sentido, estudos de percepção ambiental e práticas de educação ambiental, podem ser utilizados como ferramentas de sensibilização e conscientização para os problemas ambientais relacionados à água.

A complexidade ambiental faz com que vários aspectos que são externalizados por determinados grupos e classes sociais não sejam vistos nem percebidos. Tentando visualizar estes aspectos, a percepção ambiental pode ser compreendida como o primeiro estágio para formação do conhecimento e da conscientização ambiental. Porém, segundo Miranda (2007) a percepção ambiental está além de nossos comportamentos e nossas respostas emocionais e educacionais; ela compreende toda a gama de satisfação psicológica entre o homem e o espaço físico, em que se difere o ser do ter, perante os processos cognitivos das ações dos julgamentos e das expectativas do individual para o coletivo. Portanto, a percepção não é somente o processo de captação e organização da informação, é também ação que supõe tomada de decisão, planificação e execução de respostas (KUHNEN; SILVEIRA, 2007).

A percepção de cada indivíduo é um processo pessoal. Contudo, o indivíduo não age isoladamente em um determinado ambiente, mas de forma coletiva, uma vez que faz parte de um grupo com comportamentos e características semelhantes (GOMES, 2008). Este estudo parte da premissa de que pode haver discrepâncias significativas entre os problemas ambientais concretos relacionados à água e sua percepção ambiental por diferentes públicos como os professores e alunos, cuja respectiva visão também pode ser divergente.

O presente trabalho dá ênfase à percepção de aspectos relacionados à temática água, de grupos com dimensões sociais semelhantes, porém, com dimensões intelectuais e cognitivas distintas. O objetivo principal do trabalho foi saber quais as concepções de professores e alunos da região sobre o tema água, visando contribuir para a futura realização de trabalhos de educação ambiental com bases locais, partindo da realidade do público alvo.

 

 

2.  PERCURSO METODOLÓGICO

 

2.1 – Caracterização da Área de Estudo

 

O município de Acari se encontra localizado na microrregião do Seridó Oriental do estado do Rio Grande do Norte e inserido na região semi-árida do nordeste brasileiro. O açude público Marechal Dutra, também denominado Gargalheiras, apresenta o sétimo volume de água represada da bacia do rio Piranhas- Assu, com capacidade de acumulação de 40.000.000 m3 e foi construído com a finalidade de armazenar água para atender às necessidades da região. Na dependência dele vive hoje a população da cidade de Acari e cidades vizinhas. Esse reservatório vem sendo utilizado pela população para vários fins, destacando-se a atividade pesqueira como principal fonte de renda da comunidade local, seguida da exploração da agricultura de vazante, lazer e turismo, garantindo em época de estiagem água para a população. 

 

 

Foto_final[1]

Figura 1 – Localização do Açude Marechal Dutra – Acari, RN. (Fonte: SEMARH, 2008)

     

2. 2 - Metodologia

            O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário previamente elaborado com questões fechadas e abertas que visavam conhecer a percepção dos participantes sobre vários aspectos relacionados à água. O instrumento foi adaptado dos trabalhos desenvolvidos por Almeida e Kurtz dos Santos (1999) e por Sodré-Neto e Araújo (2008). Apesar de questionários com este formato poderem influenciar as pessoas com respostas já padronizadas, eles oferecem a vantagem da rapidez durante a aplicação, bem como a acessibilidade para a interpretação dos resultados. 

Os questionários foram aplicados durante a realização do Projeto “Mergulhando na Ciência”, que se trata de um projeto de divulgação científica que utiliza o tema água para sensibilização sobre os problemas ambientais locais, realizado nos dias 13 e 14 de novembro, na cidade de Acari. Para não influenciar as respostas dos professores participantes os questionários foram aplicados antes do ciclo de palestras. Explicou-se aos participantes que eles não precisavam se identificar, deixando-os mais a vontade para responderem o questionário. As informações pessoais dos alunos entrevistados foram restritas a: sexo, idade, local de nascimento e de moradia. Para os professores também foram solicitadas informações sobre formação acadêmica e disciplinas de atuação.

Os professores responderam ao questionário no local onde foi realizado o Projeto e para a aplicação dos questionários nas escolas, solicitou-se a dois professores de biologia, que estavam participando do curso, para que aplicassem, voluntariamente, os questionários com seus alunos. Isso foi feito antes que os professores ou alunos tivessem discutido sobre o tema, para que fosse possível eles responderem apenas com base no seu conhecimento prévio e com suas opiniões particulares.

 

2.3 – Amostragem 

Foi aplicado um total de 94 questionários. Responderam ao questionário 50 professores e com relação aos alunos, eles foram aplicados em dois grupos, o primeiro correspondendo a alunos do 9° ano do ensino fundamental do turno matutino da Escola Municipal Major Hortêncio de Brito, e o segundo grupo correspondendo a alunos do ensino médio da Escola Estadual Professora Iracema Brandão de Araújo, onde foram aplicados para alunos do 2° ano do EJA (Educação de Jovens e Adultos) e para alunos do 30 ano (Tabela 1).

 

Tabela 1 – Sujeitos da pesquisa e número de questionários aplicados

PÚBLICO

  QUESTIONÁRIOS APLICADOS

Alunos do 9° ano (matutino)

16

Alunos do 2° ano (EJA – noturno)

9

Alunos do 3° ano (noturno)

19

Professores – ensino fundamental e médio

50

TOTAL

94

 

2.4 – Eixos temáticos do questionário

O tema água é extremamente abrangente, dinâmico e é instrumento de estudo em diversos segmentos da educação formal.  Com a finalidade de identificar a percepção dos participantes em várias vertentes relacionadas à temática água, optou-se pela elaboração de um questionário que abrangesse questões sobre qualidade de água e suas interligações com os temas: tipos de usos da água do açude, escassez de água, esgoto, doenças de veiculação hídrica e cianobactérias. Os temas foram escolhidos de acordo com a importância que podem representar em regiões semi-áridas, pois a escassez de água faz com que as águas dos reservatórios sejam utilizadas para múltiplos usos. No entanto, observa-se que efluentes domésticos são lançados nessas águas afetando diretamente a sua qualidade e podendo representar um risco à saúde da população, visto que várias doenças apresentam veiculação hídrica. Além disso, podem favorecer o aumento da população de cianobactérias que por sua vez podem causar prejuízos econômicos como também serem prejudiciais à saúde humana, devido à possível produção de toxinas.

Os dados dos questionários foram trabalhados do ponto de vista quantitativo e qualitativo, e posteriormente foram examinados com base no referencial teórico para cada tema estudado.  Na maioria das questões, pelo fato do percentual das respostas dos alunos do ensino fundamental ser semelhante a dos alunos do ensino médio, estas foram analisadas considerando apenas dois grupos, o de professores e alunos.

 

3.  RESULTADOS

 

3.1 – Perfil dos professores e alunos

A idade dos professores fica numa faixa de 25 a 57 anos sendo que a maioria está na faixa dos 30 aos 40 anos (46%). Os alunos do 90  ano do ensino fundamental têm entre 13 e 16 anos. No ensino médio, a idade dos alunos do segundo ano variou de 20 a 45 anos, uma vez que se tratava de uma turma do EJA (Educação de Jovens e Adultos), e os alunos do terceiro ano de 17 a 27 anos.

A maioria dos professores era do sexo feminino (92%) enquanto, entre os alunos, havia um equilíbrio entre os sexos (51% eram do sexo feminino e 49% do masculino). De todos os participantes, 60,6% nasceram na cidade onde foi realizado o estudo e 88,3% são moradores da cidade de Acari.

A maioria dos professores participantes possui formação acadêmica em Pedagogia (58%) e atuam como professores polivalentes no ensino fundamental.

 

3.2– Análise dos resultados de cada eixo temático

 

3.2.1 - Importância e tipos de uso do açude

A identidade com o lugar é o ponto de partida para a discussão da percepção que os moradores têm do seu espaço vivido (MOURA, 2008). Na região semi-árida os açudes representam não somente uma fonte de água, mas também se encontram no imaginário popular como fonte de vida e esperança e possuem um significado bastante amplo, pois estão relacionados com a própria fixação do homem no campo.  Neste sentido, perguntou-se aos participantes se eles conseguem imaginar a cidade sem o açude (Figura 2) e observou-se que 82% dos professores e 40,9% dos alunos responderam que não. No entanto, a resposta nunca pensei nisso foi a predominante entre os alunos (43,2%). Estes dados demonstram que os professores reconhecem o açude como elemento indispensável ao ambiente, enquanto que um grande percentual de alunos demonstra certa imaturidade na percepção deste tema. Este acontecimento deve estar correlacionado ao fato de os professores possuírem idade e escolaridade mais elevada que a maioria dos alunos e que, no seu imaginário, o açude já é um elemento da paisagem natural. Para Galvão (2005), o açude Gargalheiras significa para os seus nativos a mais forte relação do homem com a natureza, pois nos períodos de estiagem suas águas representam o fator de maior resistência às adversidades impostas pela seca, além de proporcionar uma visão de grande beleza quando “sangra”, ou seja, quando a vazão de águas é grande e acontece o transbordamento.

 

Figura 2: Percentual de respostas dadas com relação à pergunta: você consegue imaginar a sua cidade sem o açude?

 

 

Procurou-se entender se os participantes percebiam que as águas do açude são utilizadas para múltiplos usos, visto que esta é a principal característica destes corpos de água e justificam a grande importância que eles apresentam em regiões onde este recurso é escasso. Observou-se que os professores e os alunos, conseguem identificar esta característica (Figura 3). Estes dados demonstram que os entrevistados percebem que a utilidade do recurso hídrico presente no açude, não se restringe ao consumo humano e que está relacionado com várias funcionalidades. 

 

Figura 3: Percentual das respostas de professores e alunos sobre a percepção da utilização da água do açude da cidade

 

 

Os participantes percebem que a água do açude apresenta problemas, o que foi demonstrado ao indicarem que eles não a utilizam para beber. No entanto, estas águas são utilizadas para realização de todas as outras necessidades dos participantes (Figura 4). 

 

Figura 4: Percentual de respostas afirmativas para diferentes tipos de utilização da água do açude (1) beber, (2) atividades domésticas e (3) no ambiente escolar.

 

 

Com estes resultados observou-se que os entrevistados apresentam uma percepção de grande valorização do recurso hídrico presente no açude, pois conseguem compreender que as águas ali represadas são necessárias para múltiplas funções e que o açude tem um papel consolidado a ponto de grande parte dos entrevistados (62,76% do total geral) não conseguir imaginar como seria a cidade sem ele.

 

3.2.2      - Escassez de água

No presente estudo perguntou-se se a escassez de água influencia o desenvolvimento econômico da cidade, 90% dos professores e 59% dos alunos concordaram com esta afirmação. Segundo Ribeiro et al. (2000) mesmo nas situações de escassez, a água dificilmente ganha um recorte destacado, pois a escassez torna-se norma, incorpora-se às rotinas do cotidiano, à vida, à cultura. Observa-se então que o grupo de professores percebe a escassez de água como fator limitante ao crescimento econômico da cidade, mas muitos alunos talvez por estarem em processo de formação educacional, não possuam o entendimento da interligação da água com as atividades econômicas ou ainda por conhecerem apenas as características do seu município, em que a carência de água é uma realidade freqüente, não percebem a escassez como um problema, incorporando esse fator ao seu dia-a-dia. 

 

3.2.3 - Esgoto e qualidade de água

A eutrofização cultural, que é aquela produzida pelas atividades humanas, é atualmente um dos principais problemas relacionados à qualidade da água e disponibilidade de recursos hídricos no mundo.  O estabelecimento de atividades humanas nas bacias de drenagens eleva o aporte de nutrientes nos lagos, rios e reservatórios, através de descargas domésticas e industriais e águas residuais urbanas e agrícolas. Este fato leva a mudanças nas características tróficas destes corpos aquáticos, como também pode restringir o tempo de vida útil destes ecossistemas (BARBOSA et al., 2006).  Dada a importância que estes reservatórios representam para a população residente em locais que apresentam escassez de água, foram elaboradas questões que permitissem avaliar como o grupo em estudo associa o fato de, ao produzirem esgoto, poderem estar, de alguma forma, prejudicando a qualidade das águas do açude.

Primeiramente, quando se perguntou se eles achavam que produziam esgoto, encontrou-se que 68% dos professores e 75% dos alunos acham que sim e que este esgoto pode contaminar a água do açude. Para Almeida e Kurtz dos Santos (1999) é mais fácil pensar sobre as suas casas produzindo esgotos do que fazer a relação entre o esgoto produzido pelas pessoas que habitam as casas. No entanto, é importante que esta associação seja sempre concreta, pois para garantirmos a sustentabilidade em todos os aspectos ambientais é necessário que todos sintam que estão participando dos lançamentos de esgotos que podem chegar a contaminar as águas do açude.

Foram formuladas várias questões relacionadas ao destino dos esgotos, como a representada na Figura 5, abaixo:

 

Figura 5: Percentual de respostas afirmativas sobre o conhecimento que os entrevistados sobre o destino dos esgotos de sua casa (1), sua escola (2) e sua cidade (3).

 

 

Observou-se que os professores demonstraram um maior conhecimento sobre o destino dos esgotos quando comparados aos alunos, o que remete à possibilidade de uma abordagem em sala de aula tratando deste assunto. Ainda podem ser direcionadas práticas de educação ambiental que possibilitem os alunos acompanhar o destino dos esgotos, permitindo assim que eles sejam capazes de observar se algum despejo de esgoto está ocorrendo de maneira inadequada.

 

3.2.4- Qualidade de água

O conceito de qualidade de água pode variar de acordo com os diferentes usos que a água possa ter.  Neste sentido, ele não está diretamente relacionado a um estado de pureza, mas às características químicas, físicas e biológicas que irão determinar diferentes finalidades para a água (MERTEN; MINELLA, 2002). Como evidenciado por Santos et al. (2008), geralmente o conhecimento e o saber popular sobre qualidade de água estão intimamente relacionados com a aparência e a cor que ela apresenta.

Ao perguntar aos participantes se quando a água do açude apresenta-se com coloração esverdeada, eles consideram que ela esteja com condições impróprias para o consumo, 80% dos professores e 70,4% dos alunos responderam que sim, e com relação ao odor 82% dos professores e 88,6% dos alunos consideram que quando a água do açude está com cheiro desagradável é sinal que ela está contaminada.

Em estudo realizado por Amaral et al. (2003) em propriedades rurais no estado de São Paulo, observou-se que 100% dos entrevistados consideravam a água das propriedades de boa qualidade, porém elevadas percentagens das fontes de água utilizadas por eles estavam fora dos padrões microbiológicos de potabilidade para águas de consumo humano. Este estudo demonstra que muitas vezes a percepção dos usuários sobre a qualidade de água que consomem difere da real qualidade desta água, podendo então representar um fator de risco considerável na ocorrência de enfermidades de veiculação hídrica.  Como pode ser observado na Figura 6, 54% dos professores e 47,7% dos alunos consideram que consomem uma água de boa qualidade no seu dia-a-dia. Estes dados demonstram que existem diferentes tipos de concepção sobre qualidade de água, evidenciando uma dúvida sobre o que seja realmente uma água de boa qualidade ou então desconfiança relacionada à água que é fornecida para o consumo.

 

Figura 6: Percentual das respostas dos entrevistados com relação ao consumo de água de boa qualidade no dia-a-dia.

 

 

Na questão aberta (Figura 7) os participantes foram solicitados a responder se conheciam as características que a água deve ter para ser classificada como uma água de boa qualidade. Um percentual de 45,5% dos alunos correlacionou água de qualidade com água tratada, embora não soubessem identificar as características como representado pela resposta de um aluno “nem sempre a água transparente é água boa, mas não faço a mínima idéia de quando ela é boa”, e 29,5% apresentaram “inodora, incolor e insípida” como resposta.

Com relação às respostas dos professores, um percentual de 38% não respondeu e 32% apresentaram “inodora, incolor e insípida” como resposta, 20% acham que a água de boa qualidade é água “limpa e tratada” e 10% deram respostas variadas.  Esta mesma pergunta foi feita no trabalho de Sodré-Neto e Araújo (2008), e 27% dos professores entrevistados apresentaram, “inodora, incolor e insípida”, como resposta para o que seria uma água de boa qualidade.  Para estes autores, essas características organolépticas da água, provavelmente oriundas dos livros didáticos, se confundem com o conceito de qualidade de água, revelando uma mistura entre esses conceitos por falta de esclarecimento do que de fato seja uma água de boa qualidade.

 

Figura 7: Percentual das respostas dos professores e alunos para a questão aberta sobre qualidade de água.

 

 

Os dados observados direcionam para a necessidade de uma intervenção para esclarecimento do assunto. Afinal, o tema é essencial para a educação sanitária, que é uma das medidas de grande importância para o controle das doenças de veiculação hídrica especialmente em regiões onde há escassez de água.

 

3.2.5 - Doenças de veiculação hídrica

Apesar de a água ser um elemento essencial à vida, ela também pode funcionar como veículo de doenças que podem causar sérios prejuízos à saúde humana, podendo ser considerada um elemento contraditório já que é responsável pela vida, mas também pode trazer, assim, a morte.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (2009), a água e a saúde das populações são duas coisas inseparáveis. A disponibilidade de água de qualidade é uma condição indispensável para a própria vida e mais que qualquer outro fator, a qualidade da água condiciona a qualidade de vida. Portanto, o entendimento de como a água e a saúde estão relacionadas permitirá a tomada de decisões com mais efetividade e impacto.

Várias doenças infecciosas podem ser transmitidas através da água, seja por contato ou ingestão direta de bactérias e vírus patogênicos presentes em água contaminada, como também através de parasitas encontrados em organismos que vivem na água, ou ainda por insetos vetores, cujos ciclos de vida envolvem fases aquáticas.

A diminuição da qualidade da água é um grave problema que precisa ser enfrentado.  Os esgotos e excrementos humanos são causas importantes da deteriorização da qualidade da água em países em desenvolvimento. Estima-se que, no mundo em desenvolvimento, 90% das doenças estão relacionadas com a qualidade da água (SELBORNE, 2001) e que, em média, até um décimo do tempo produtivo de cada pessoa se perde devido a doenças relacionadas com a água (MORAES; JORDÃO, 2002). Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (2001), a cada 8 segundos uma criança morre devido a uma doença relacionada à água. Por outro lado, estima-se que o saneamento básico adequado e a água tratada podem reduzir as taxas de morbidade e mortalidade de algumas destas doenças de veiculação hídrica de 20 a 80%.

Pode-se observar que tanto professores como alunos sabem que podem adquirir doenças tanto por ingestão como por contato com águas contaminadas por esgoto (Figura 8). O conhecimento dos mecanismos de aquisição de doenças associado a mecanismos de observação da qualidade da água, podem ajudar na sua prevenção.

 

Figura 8: Resposta afirmativa de professores e alunos sobre o conhecimento dos mecanismos de aquisição de doenças de veiculação hídrica.

 

 

De acordo com a percepção dos participantes, poucos relataram já ter tido alguma doença relacionada com o consumo de água contaminada (38% dos professores e 21% dos alunos). Segundo Santos et al. (2008) como a maioria das doenças de veiculação hídrica é causada por microrganismos que não são vistos e identificados pela população, isto certamente dificulta a percepção de que certas doenças possam estar relacionadas ao consumo de água. Para complementar, foi solicitado que citassem quais foram as doenças que eles já tiveram. Alguns alunos e professores citaram dor de barriga e coceira, que são sintomas, e não a doença em si. Este dado também foi observado por Oliveira et al. (2007) ao estudar a percepção ambiental relacionada ao uso sustentável dos recursos hídricos em comunidades do cariri paraibano. Porém, alguns professores citaram, corretamente, verminoses (14%) e micoses (12%) como doenças que adquiriram através da água, e também 8% dos professores e 4,5% dos alunos, citaram diarréia.  Carlos e Kligerman (2005) ao realizar estudo sobre a percepção das condições de saúde pública e ambiente de moradores de comunidades rurais de São Paulo do Potengi (RN), ao questionar doença de veiculação hídrica ou transmitida por falta de saneamento que ele ou seus familiares tiveram recentemente, 35% dos entrevistados responderam diarréia.

Segundo Villar et al. (2008), a percepção sobre as doenças existentes e suas formas de transmissão, prevenção e controle torna-se importante na medida em que os indivíduos passam a adotar medidas capazes de protegê-los dessas doenças.  Os dados encontrados indicam a necessidade de se fazerem programas de educação ambiental que visem alertar a população com mais clareza de que certas doenças, por vezes graves e até fatais, podem estar relacionadas com a água.

 

3.2.6 - Cianobactérias e qualidade de água

As cianobactérias são microrganismos procarióticos e fotossintetizantes, isto é, tem estrutura celular que corresponde à célula bacteriana e são componentes naturais dos ecossistemas aquáticos. Porém quando os corpos de água se encontram comprometidos por grandes descargas de efluentes domésticos ou agro-industriais, estes microrganismos podem se proliferar de maneira acentuada, provocando as chamadas florações de cianobactérias. Estas causam grande impacto ambiental, social e econômico, pois comprometem a qualidade da água e do pescado, bem como podem causar problemas de saúde nas pessoas. Os principais efeitos observados na água são alterações na cor sabor e odor, tornando-a imprópria para consumo humano, porém o efeito mais grave é o fato de várias espécies serem capazes de produzir e liberar toxinas (cianotoxinas). As pessoas podem se intoxicar bebendo água, comendo peixes ou camarão contendo a toxina ou em atividades de recreação e podem apresentar sintomas semelhantes às gastroenterites, tais como vômitos, dor abdominal e diarréias (COSTA et al., 2006)

O açude Gargalheiras tem freqüentes e duradouras florações tóxicas de cianobactérias (COSTA et al., 2006; PANOSSO et al., 2007).  Dada a grande importância que estas florações podem representar para a comunidade que necessita da água deste açude, foram elaboradas questões com o intuito de identificar o conhecimento do grupo de professores e alunos da região sobre o assunto.

Inicialmente foi perguntado se eles sabiam o que são cianobactérias e como a definiam. A maioria dos professores e alunos afirmou não saber o que são ciaonobactéras (Figura 9).

 

 

 

Figura 9: Percentual das respostas de professores e alunos sobre o conhecimento das cianobactérias.

 

 

Poucos entrevistados tentaram definir cianobactérias e observou-se que as definições eram parcialmente corretas como: “são componentes do reino Monera e podem causar doenças” dada por um aluno do 90 ano ou “bactérias minúsculas causadoras de doenças”, por um aluno do 30 ano. Com relação aos professores alguns responderam “bactérias causadoras de doenças encontradas na água”.  Alguns alunos do 20 ano associaram as cianobactérias erroneamente aos “vermes”. As cianobactérias só causam prejuízos à saúde através da ingestão ou contato com as cianotoxinas que são liberadas por elas.  A atividade pesqueira sempre é prejudicada quando acontecem as florações de cianobactérias no açude, prejudicando a economia da região. Embora os participantes não soubessem exatamente o que são as cianobactérias 82% dos professores e 72,7% dos alunos acreditam que a presença elevada de cianobactérias pode afetar a qualidade do pescado. 

De fato, observa-se uma fragilidade relacionada ao assunto, talvez pelo fato do conteúdo programático das disciplinas não estarem adequados aos problemas regionais ou mesmo, devido à necessidade de uma maior divulgação científica, para complementar os conhecimentos já existentes sobre o assunto. Isto pode ser realizado por meio de ciclos de palestras para os professores, onde o tema “cianobactérias” pode ser abordado de maneira mais completa e esclarecedora. Embora estas atividades já venham sendo realizadas há algum tempo, pelo grupo de pesquisa ao qual se vincula este estudo, observa-se a necessidade que elas sejam intensificadas (SODRÉ-NETO; ARAÚJO, 2008).

 

 

4. CONCLUSÕES

 

O presente estudo permite concluir que:

·         Os professores e alunos reconhecem que o açude tem grande importância para a cidade e identificam as múltiplas funcionalidades das suas águas.

·         A concepção dos professores sobre o destino dos esgotos difere da dos alunos, fato provavelmente derivado de um maior conhecimento da situação local por parte dos professores.

·         A maioria dos entrevistados percebe que a água do açude apresenta problemas, pois embora a utilizem para as atividades domésticas e na escola, não a utilizam para beber.

·         Embora os professores e alunos percebam que doenças podem ser adquiridas através da água, muitos não conseguem identificar quais são estas doenças e, principalmente os alunos, demonstram ainda não possuírem o entendimento do real perigo a que estão expostos.

·         Predominou a fragilidade sobre o conhecimento das cianobactérias desde sua definição até os prejuízos que estão relacionados à presença delas no açude.

 

 

5. CONSIDERAÇÔES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS

 

Além do fato da água ser um recurso natural, sua importância como bem essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem estar social faz com que mereça uma atenção em vários setores acadêmicos e sociais.  Em especial na região semi-árida, devido à escassez desse recurso, esta se torna fator limitante de sobrevivência.  Por este motivo a água do açude é utilizada para diversos fins, principalmente para o abastecimento da população, mas também para atividade pesqueira, recreação e turismo. Apesar disso, encontra-se em estado de constante comprometimento de sua qualidade. 

Com os dados obtidos detectou-se a necessidade do estabelecimento de políticas e ações de saúde pública, com o intuito de alertar e prevenir doenças de veiculação hídrica, e que várias questões relacionadas à água poderiam fazer parte de um grande projeto de educação ambiental na cidade.

Espera-se, então, que os dados obtidos neste trabalho possam servir de base para a elaboração de atividades de educação ambiental na região semi-árida do estado do Rio Grande do Norte. Embora tais ações já venham sendo sistematicamente desenvolvidas naquela região, em função de resultados de pesquisa sobre a qualidade da água local, quando se conhece o que pensam os habitantes locais sobre o ambiente aquático, as atividades podem ser melhor estruturadas e dirigidas para auxiliar a disseminação das características ambientais típicas de cada açude, visando também atingir o objetivo principal que é a sensibilização para que os recursos hídricos, que já são escassos na região, não sejam deteriorados por ações que podem ser evitadas.

Assim, em face das necessidades detectadas pelo instrumento utilizado, o questionário, será possível planejar atividades formativas para os professores em forma de cursos e oficinas, contribuindo assim para um maior conhecimento sobre qualidade de água e para a motivação de ações de preservação ambiental.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALMEIDA, M. T.; KURTZ DOS SANTOS, A. C. “Um estudo com alunos do ensino fundamental de Rio Grande, sobre problemas sócio-ambientais no entorno da escola, tendo como base a modelagem semiquantitativa: resultados parciais”. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande,RS, n. 5, p. 199-217, 2001. Disponível em: . Acesso em: 12 de junho de 2009.

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Ilustrações: Silvana Santos