Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Breves Comunicações
16/09/2009 (Nº 29) Percepção do segmento universitário frente ao Tabagismo
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=741 
  
Educação Ambiental em Ação 29

Percepção do segmento universitário frente ao Tabagismo

1-Roosevelt S. Fernandes, M. Sc.

Coordenador do curso de Engenharia de Produção Civil da UNIVIX (Vitória – ES)

Coordenador do Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA – UNIVIX

Conselheiro titular dos Conselhos Estadual de Meio Ambiente e do Estadual de Recursos Hídricos, do Estado do Espírito Santo, bem como do Conselho Temático de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria.  roosevelt@ebrnet.com.br

2 – Clarissa Massariol Oliveira

Aluna do curso de Farmácia da UNIVIX e bolsista do NEPA – UNIVIX clarissamassariol@hotmail.com

 

Resumo

Apresentamos o relato preliminar dos resultados de uma pesquisa de avaliação da  percepção de estudantes universitários (33 diferentes cursos, turnos matutino e noturno), de 11 instituições de ensino, envolvendo os Estados de SP, MG, RS e ES, além do Distrito federal, envolvendo uma amostra de cerca de 1.600 estudantes. O autor explicita o interesse de ampliar a pesquisa para outros Estados, visando poder chegar a um perfil nacional da problemática do Tabagismo entre universitários.

 

1 – Introdução

O problema do Tabagismo prescinde de maiores explicações, quer como problema pessoal para quem é fumante, bem como para aqueles que vivem no entorno dos fumantes.

2 – Desenvolvimento da pesquisa

Deste modo, objetivando conhecer a realidade específica deste problema junto a um segmento especial da sociedade – o de estudantes de nível superior – o Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA desenvolveu uma pesquisa específica que envolveu cerca de 1.600 estudantes, de onze instituições de ensino superior localizadas em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Espírito Santo e o Distrito Federal, com a participação  de trinta e três diferentes cursos, com estudantes distribuídos ao longo de todos os períodos dos cursos envolvidos na pesquisa.

O grupo amostrado apresentou a predominância do gênero feminino (58%), com pesos entre 34 e 125 quilos, idade entre 17 e 60 anos, com predominância do grupo que não trabalha, apenas estuda (48%), seguido (17%) daqueles que recebem até R$ 500,00, sendo a grande maioria, solteiros (87%).

O grupo se dividiu entre não fumantes (84%), fumantes (9%) e 6% de ex fumantes, apresentando uma faixa entre 10 e 30 anos (predominância do intervalo 14 a 17 anos, com 9%) como resposta a pergunta “que idade começou a fumar”.

Entre os 33 motivos que os levaram a iniciar o ato de fumar, observa-se a predominância das opções “influência dos amigos” (5%) e “curiosidade” (4%), encontram-se também motivações como “modismo”, “briga familiar”, “ansiedade”, “associação à bebida”, “estresse”, “curtição”, “grupo social”, “status”, “término de namoro”, “achar bonito”  e “bobeira”.

O grupo de fumantes admite que em média fuma menos de cinco cigarros por dia (5%), seguido dos que fumam entre cinco e dez cigarros (3%) e os que fumam entre dez e vinte (2%), com apenas 0,4% para o grupo que admite fumar entre vinte e trinta cigarros.

Em relação aos ex fumantes o motivo apresentado para deixar de fumar foi “saúde” (2%), registrando-se opções como “influência da família”, “vontade própria”, “corte de despesas”, “gravidez”, “mau hálito”, “igreja”, “influência dos amigos”,  sem qualquer registro em relação à opção “por restrição legal”.

Em casa (68%) ninguém fuma, seguido de “alguns fumam” (23%) e todos fumam (2%), Já em relação aos amigos do dia-a-dia predomina a opção “alguns fumam” (70%), seguido de “ninguém fuma” (26%).

Quanto ao uso de bebida alcoólica, as opções assumidas foram: “não bebo” (33%), “bebo muito pouco” (30%), “bebo moderadamente” (24%), “acho que às vezes vou além do razoável” (10%) e “bebo acima da média” (2%).

Entre as formas de pensar dos componentes da amostra, 32% partem do princípio que “fumar deveria ser proibido em lugares fechados”, enquanto 37% são favoráveis ao fumo apenas em lugares especialmente destinados para tal. Observam-se opções como “proibição em lugares abertos e fechados” (19%) e 5% que admite ser não fumante, mas “não tem nada contra alguém que fume a seu lado”.

Quando perguntados (fumantes e ex fumantes) se sentiam algum efeito sobre a saúde como decorrência do uso do cigarro, as opiniões se dividiram: “não” (13%) e “sim” (11%), porém admitem (93%) que as pessoas no entorno dos fumantes são afetadas, bem como, segundo a opinião dos entrevistados, que até dez pessoas morrem por hora no Brasil, atribuídas ao tabagismo, apesar de haver 14% que admitem que este valor seja de mais de quarenta mortes diárias. Em contrapartida, quando perguntados se já tentaram deixar de fumar, 5% disseram “não”, 4% disseram “sim, e consegui” e “sim, por várias vezes, e não consegui” (3%). Em relação ao efetivo desejo de deixar de fumar, 4% disseram “sim”, 3% “não tenho certeza” e 3% “não”.

Admitem que o ato de parar de fumar depende de “ter desejo de parar” (48%) e “ter o desejo associado ao uso de medicamentos” (31%).

Por outro lado, enfatizam (62%) que o tema “tabagismo” deveria ser muito bem discutido no âmbito das instituições de ensino (do ensino fundamental ao superior), observando-se um grupo de 12% que “admite não ser necessidade”, destacando-se 23% que se oferecem como voluntários para desenvolver ações nas suas instituições de ensino.

Por último, para comentar apenas alguns pontos da pesquisa, os fumantes admitem que fumam o primeiro cigarro uma hora após acordar, seguido dos grupos “entre quinze e trinta minutos” e “entre trinta minutos e uma hora (ambos com 1% cada), havendo casos onde o cigarro é utilizado em menos de dez minutos (2%).

3 – Proposta de ampliação da pesquisa

Nossa intenção é transformar o presente estágio da pesquisa em uma consulta de âmbito nacional, envolvendo instituições de ensino superior de outros Estados, além daqueles já inseridos na mesma. Os interessados poderiam nos contatar, sendo que passaríamos aos mesmos todas as informações necessárias para o desenvolvimento da pesquisa, certamente explicitando o crédito no trabalho final, a todos que contribuírem para a mesma.

 

 

Ilustrações: Silvana Santos