Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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19/09/2003 (Nº 3) EDUCAÇÃO AMBIENTAL: VIDA, SIMPLESMENTE VIDA
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: VIDA, SIMPLESMENTE VIDA


Eis um eufemismo ou um simples andar qual a gotejar... na taça permanentemente insaciada... da nossa procura ambientalmente “correta”...



Falamos em paradigmas,

cada um de nós no seu dia a dia vai se transformando.



Os paradigmas não podem mais ser estáticos, aliás nunca o foram:são mutantes e dentro dessa mutabilidade entendo a partir deste meu mundo holístico que nos os educadores ambientais deveremos ser fiel reflexo dessa “mutabilidade”, dessas mudanças paradigmáticas,

Quando cada um de nos escolhe qual o caminho a trilhar,

Ou melhor, quando o caminho escolhe qual o educador ambiental a lhe seguir estamos construindo uma teia maravilhosa que temos, devemos, cuidar dia a dia.



Cada um de nos desde seu computador, nestas redes virtuais...são várias de fato, representa e sustenta um elo, e este elo vá crescendo...crescendo...qual cadeia/rede “ad infinitum”.



Esta cadeia/rede desde e da qual falamos habitualmente vai se entremeando e surge assim, digamos que "magicamente" numa/uma consciência nacional/sul-americana/planetária e bem brasileira do que seja ou possa vir a ser o nosso trabalho intelectual somado ao braçal.

Entendendo como braçal o ato de ensinar, dar aula, transmitir, multiplicar conhecimentos e atitudes em todo e qualquer ambiente apropriado para este fato, seja ele formal, informal ou não-formal.



Somos uma simbiose de artesãos com intelectuais, buscadores (Gurdgieff) cada um a sua maneira, de um equilíbrio ambiental que normalmente começa na casa, no lar de cada um...ou no espaço que lhe for mais ameno.

E neste contexto que Capra consegue delinear as diferenças éticas entre ecologia e meio ambiente: a ecologia é sempre ética, o meio ambiente depende de “n” fatores: políticos, econômicos....pessoais.



Não podemos esquecer que nem todos os colegas e amigos gozam da mesma liberdade para exprimir seus desejos de liberdade (valga a repetição): de ser "verde".



As razões são muitas, mas a maioria das vezes este sentimento de pseudo-rebeldia que nos os ambientalistas, e mais ainda os educadores ambientais carregamos de forma digamos “ancestral” nos compõe e recompõe.

Não fosse a sociedade a nos obrigar a andarmos bem arrumadinhos e certinhos (?) tal vez fossemos uma nova categoria de "hippies" do século XXI tentando modificar um "status quo” inexoravelmente em mutação...

E por que não atrevermos a dizer que somos sim de fato os “anarquistas” bem intencionados, mas que em pró de tudo aquilo no que acreditamos encaramos o “sistema” como um limite, tentando assim na nossa labuta cotidiana impor conceitos, “atitudes”.



Muitos de nos ainda conseguem transpassar e passar/transmitir essa sensação de rebeldia ou pseudo-rebeldia através das suas atitudes, suas vestes... do seu discurso...seus adereços!



Quando nos sentamos...ou andamos... horas a fio pensando como transmitir a um aluno, seja ele formal ou não-formal um paradigma/conceito/modelo básico do que seja a natureza, a relação do homem com a sociedade, com a pesquisa. A relação as vezes implacável que o reduz.. Como diria Morin o obriga a desaparecer...”...de reconhecer a unidade dentro do diverso, o diverso dentro da unidade; de reconhecer, por exemplo, a unidade humana em meio às diversidades individuais e culturais, as diversidades individuais e culturais, as diversidades individuais e culturais em meio à unidade humana.”1



O arquiteto , por exemplo, padece de uma falta quase que “brutal” de falta de organicidade ambiental / natural.

Vejamos as nossas cidades, geladas e quentes...Sim! Geladas pela falta de aconchego e quentes pela pouca habilidade na escolha dos materiais a construir-las...pela pouca ou às vezes ausente harmonização de conhecimentos x avanços tecnológicos!



Bem disse Leonardo Benévolo no 82 quando apresentamos o Rio de Janeiro para ele que os arquitetos cariocas eram muito atrevidos: vendendo uma paisagem...faziam e ainda fazem a antiarquitetura, aquela que Frank Lloyd Wright se atreveu a contestar e a transformou - ou melhor a resgatou - num algo orgânico que permanece ate hoje impregnando a memória dos que o escolhemos como o arquiteto “Guru”....e ele também tinha os seus, entre eles: Gurdgieff!...que não era arquiteto de canteiro, mas de idéias, um ser que crio/formou uma escola de vida/de buscadores, dentro dos moldes sufistas, que hoje muitos de nos seguimos sem saber ter sido ele um dos artífices a resgata-la... junto com Peter Ouspensky e outros... na busca do “Quarto Caminho”. 3



À medida que as pesquisas cientificas avançam, embora tentando reduzir e re-conduzir o homem a por exemplo....ou através de... um simples "fígado" gerado da clonagem brutal que já estava escondida/ acaçapada por trás dos laboratórios de pesquisa e hoje mais a "vontade" expressa e expõe suas pesquisas este homem renasce, qual Fênix dentre tantos "cacos" e “conceitos" e se aloja na mente e consciência também desse cientista que embora criou um elemento humano em separado e o devolve à vida tentando agora fabricar "pedaços" de homem para ver se assim o reconstrói e lhe da mais sobrevida...



Mas de que haverá de servir tanta sobrevida se as guerras e injustiças sociais adquirem cada dia dimensões maiores e desproporcionais à vontade do Homem planetário, globalizado pelo sistema neo-liberal, aquele que clama, mas não é ouvido!

Aquele que grita por sossego, mas também não o tem ou detêm!



Em fim, por um lado avançamos muito...Mas pelo outro o sistema acaba/esgota implacavelmente a/com quem não tiver amparo ou não pertencer a algum grupo seja este organizado de forma espontânea: tribo, seja este organizado de forma ortodoxa...



Ou pior esses grupos que estão constituídos por miles, e miles de ilhas humanas/ilhas virtuais teclando por trás de um visor e já não lembram o cheiro da vida!



Nos, também cidadãos planetários, “mas”, sul-americanos: brasileiros e argentinos, uruguaios e chilenos, bolivianos e equatorianos, cubanos ou nicaragüenses... fomos abençoados por essa incerteza constante de nunca saber o que vai acontecer amanha...Para onde a vida haverá de nos levar...o que ela haverá de nos dar ou exigir em troca de tanta liberdade e ao mesmo tempo de tão pouca liberdade...(!)



A irônica mutação faz sua parte, no aparte...

É nossa sombra,

esconde-se no espelho trás o qual a prata também acaçapada junta/ajunta miles e miles de energias que insolitamente transmutamos, muitos de nos sem tão sequer saber que a prata tem essa propriedade, que o vidro veio do arenisco...



Que a energia/as energias vem desde o profundo da/de Gaia/Gália e mandam e desmandam...(!) seja através da rede das linhas Hartmann, 2sejam energias telúricas não qualificadas...Elas estão aí, a nosso lado, embaixo dos nossos corpos, dormem conosco da forma mais insólita, mais impensada...mas descompensada!



Os extremos se unem, formam um circulo,

Circulo este muito, mas muito grande, infinito se nos permitem o eufemismo...que nos, dia a dia vamos preenchendo.

Preenchendo com alegrias, com frustrações, mas vamos, vamos o tempo todo...e vou ficando por aqui, com minha alma de educadora ambiental apertada, muito apertada esperando qual será o próximo excesso que a impudência do Homem “terrícola” que não abraçou ainda a causa “planetária” haverá de provocar: outro derramamento de óleo, incêndio ou derrubada nas florestas para não termos mais incêndios 4 (!), queimadas...



Liliana Halbritter

Arquiteta ambientalista e educadora ambiental

Mestranda em Sistemas de Gestão Ambiental (UFF/LATEC)



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1 MORIN, Edgar. A cabeça bem feita.Ed. Bertrand do Brasil.2001.5a.edição

2 Rede linhas Hartmann: linhas magnéticas que em rede formam um conjunto de “paredes energéticas invisíveis “ que percorrem o planeta dentro da modulação N-S de 2,00m e L-O de 2,50m com 21cm de espessura, atravessando todos os obstáculos físicos já que são compostas por energia. Salvo, Salvatore de.A energia cósmica e você.Casa Editorial Schmidt..2a.ed1994.

BUENO, Mariano: El gran libro de la casa sana.Ediciones Martínez Roca S.A..Coleção Nueva Era.1992. Espanha.

3 OUSPENSKY, Peter. O quarto camino.Ed. Pensamento.

4 Derrubar as florestas para acabar com os incêndios: idéia insólita publicada no mês de novembro em todos os jornais de maior circulação do mundo e atribuída ao Sr. George Bush.



Educação e Etica Ambiental na Arquitetura do Verde.
Visite o site de Educação Ambiental Holística: www.arqverde.com.br
Quem voce acha que deveria ser responsavel pela Educação Ambiental?
http://www.enquetes.com.br/popenquete.asp?id=103427
Ilustrações: Silvana Santos