Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/09/2009 (Nº 29) EDUCAÇÃO AMBIENTAL: HÁ DISCUSSÃO SIGNIFICATIVA NO UNIVERSO ESCOLAR?
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Educação Ambiental em Ação 29

EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

HÁ DISCUSSÃO SIGNIFICATIVA NO UNIVERSO ESCOLAR?

 

Damião Carlos Freires de Azevedo

Mestrando em Recursos Naturais/UFCG.

E-mail: olscargeo@yahoo.com.br

 

Sandra Sereide Ferreira da Silva

Mestranda em Recursos Naturais/UFCG.

E-mail: sandrasereide@yahoo.com.br

 

José Tarcísio A. Sales

Especialista em Educação pela FIP

E-mail: jtarcisio@yahoo.com.br

 

Minelle Enéas da Silva

E-mail: minele-silva@hotmail.com

 

Cícero de Souza Lacerda

Especialista em Ciências Ambientais FIP.

E-mail: lacerdatur@gmail.com

 

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi analisar e descrever os métodos e técnicas utilizados por professores no processo de ensino- aprendizagem correlato à educação ambiental. Diante desse fato tivemos a pretensão de Identificar as principais dificuldades na aprendizagem que influência na formação do aluno. Apontar alternativas capazes de solucionar problemas  nessa área do ensino-aprendizagem,Avaliar de forma criteriosa os resultados das práticas colhidos na entrevista com professores de duas  escolas a  Escola Estadual de Ensino Fundamental André Vidal de Negreiros, escola estadual e a E M E F Tancredo de Almeida Neves, financiada pelo município, ambas são situadas  no município de Cuité PB, onde todas  trabalham com ensino fundamental menor.  Nossa pesquisa limitou-se ao numero de 28 professores sendo 13 da escola municipal e 15 da escola estadual. Para compreendermos essa questão propomos uma entrevista com os professores das escolas referidas como também uma pesquisa bibliográfica e ainda analise dos diversos casos obtidos durante a entrevista. Diante disse fato notamos que, na escola não existe um Projeto Político Pedagógico, nem intenção dessa construção, o que pré-determinando dessa forma o cumprimento de tarefas burocráticas encaminhadas por autoridades educacionais, vistas como prontas e acabadas.  A falta de conhecimentos,  métodos de trabalhos definidos são impostos, disposição para a pesquisa, entre outros. Em termos de posicionamento teórico, o conhecimento empregado para analise dessa pesquisa apresentam e reafirmam a importância de uma abordagem teórica e metodológica dessa questão de maneira coletiva,  por parte de todos que fazem a escola.

 

 

PALAVRAS CHAVES: Educação Ambiental, Interdisciplinaridade e Aprendizagem significativa

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Diante de tantas pesquisas feitas na área de Educação Ambiental, onde nos mostra a grande falta de sensibilização por parte de muitas pessoas, justificado pelo fato de problemas ambientais sucedidos no dia-a-dia em nosso meio como: doenças causadas pelo fumo, álcool, má alimentação, água sem tratamento, problemas vindo do desmatamento, lixo, erosão, poluição sonora, etc.

Procuramos, então, a Escola Estadual Vidal de Negreiros - Ensino Fundamental e Médio e também, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Tancredo de Almeida Neves com o objetivo de descrever, a partir de uma entrevista, os métodos e técnicas utilizadas pelos professores no processo de ensino e aprendizagem, quando adotam práticas envolvendo Educação Ambiental e identificarmos as principais dificuldades na aprendizagem que influenciam na formação do aluno.

Tivemos a pretensão de apontar alternativas capazes de solucionar problemas nessa área do ensino e aprendizagem, avaliarmos de forma criteriosa os conhecimentos das práticas educativas, colhidos nas entrevistas com os professores.

Pretendíamos, portanto, construir um entendimento, a partir de uma entrevista realizada com os diretores buscando conhecer como se dá o trabalho das escolas e sua dimensão. Percebemos nas respostas dos diretores que nas escolas existem condições administrativas que propiciam o desenvolvimento de um trabalho pedagógico significativo, com isso as escolas atendem aos alunos da classe popular e não possuem um projeto político pedagógico; somente um planejamento que se dá de forma semanal, quinzenal e mensal acompanhado por uma supervisora escolar.

Com esse estudo pretendemos contribuir com idéias para uma proposta pedagógica significativa, voltada para a consciência ambiental, a fim de ressignificar a sensibilização, a preservação e a desenvolver o prazer de aprender e continuar preservando o meio ambiente.

 

 

MEIO AMBIENTE EM DISCUSSÃO

O conhecimento sistemático sobre Meio Ambiente e ao movimento ambiental são bastante recentes. Por essa razão não existe um conceito definido sobre essa idéia.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais Meio Ambiente e Saúde, Brasil, vol. 9, 1997 p. 30, “a própria base conceitual está em plena construção e de fato não existe consenso sobre esses termos nem mesmo na comunidade científica; com mais razão, pode-se admitir que o mesmo ocorra fora dela”.

A conferência de Tbilisi apud Silva (2003:102), considerou meio ambiente “o conjunto de sistemas naturais em que vivem o homem e os demais organismos e de onde obtêm sua subsistência”. Diante desse   fato o importante e que tenhamos a consciência de agir com o meio ambiente de maneira consciente para que dessa forma possamos ter uma preservação da natureza é com esse pensamento que surgiu recentemente a idéia de educação ambiental na sociedade e particularmente  no processo escolar  segundo PINESSO  2006 “A educação ambiental na escola ou fora dela continuará a ser concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas radicais, justas e pacificas “.

Diante dessa visão de PINESSO notamos que existe uma distancia enorme entre o sistema educacional e a Educação Ambiental, visto haver a necessidade do trabalho em conjunto, a busca de conhecimentos, entre outros.

 

 

Segundo a Política Nacional de Educação Ambiental artigo 1º:

Art. 1º Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para o meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

 

Diante dessa realidade da política nacional, no papel e não na prática, é necessário que a escola como uma instituição que trabalha com essa questão tenha condições estruturais e pedagógicas para tal prática, com isso se formos fazer uma análise das condições oferecidas para esse trabalho, percebemos que não é possível. No entendimento de  SATO e CARVALHO 2005 p 127  “ O momento em que surge a Educação Ambiental, está marcado por todas estas disputas, por isso , e pela necessidade de definir sua identidade frente a outros campos da educação, encontra no conceito de interdisciplinaridade um recurso muito conveniente”. Mas não se abre a um apropriado debate para lhe dar a especificidade requerida por um campo que se reconheça como de convergência, disciplina de área em conflito epistemológico e sócio profissional ; as ciências naturais e as ciências sociais.

 

A Política Nacional de Educação Ambiental  em seu artigo 2o diz que esse tipo de educação é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo está presente, de forma articulada em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal ou não-formal. No entanto SATO e CARVALHO apresentam uma realidade presente no sistema educacional

De acordo com a Revista brasileira de Educação Ambiental 2004 p 30 “A realidade atual exige uma reflexão centrada na inter-relação entre saberes e praticas coletivas que criam identidades e valores comuns e ações solidárias em face da reapropriação da natureza, numa perspectiva que privilegia o diálogo entre saberes”. 

Portanto, ao problematizarmos os limites de que já é visto, e que já vínhamos defendendo ao longo do texto, procuramos contribuir com a reflexão real pensável, para que tenhamos maior clareza conceitual, do que diferenciar as diversas abordagens, a partir do pressuposto de que existem condições objetivas para isso, com as visões que abordamos em seguida.

 

 

 

RELAÇAO DO HOMEM COM O MEIO AMBIENTE:

Percebemos que os problemas ambientais são resultantes das interações entre seres humanos e o ambiente, sendo necessário entender o conceito de ser humano exibido por Lima apud Silva (2003:103):

 

Homem é um ser capaz de modificar o seu ambiente, criando um novo ambiente. O ser humano é uma entidade biologia e social, produto de um processo evolutivo. Ele enquanto, ser biológico, habita o universo físico e biológico e constitui a cadeia alimentar. Enquanto ser social, ele atua sobre a natureza, procurando torná-la útil a sua existência, transformando-a.

 

Diante dessa visão, mostra-se a capacidade do ser humano e seu desenvolvimento, acreditamos e concordamos com Lima, mas achamos que é preciso proporcionar a ele meios para essas atitudes serem desenvolvidas, isso porque acreditamos que a socialização é um processo em construção, cujos agentes são o ser humano e o grupo social que o cerca.

De acordo com os resultados das pesquisas de Silva (2003:104), grande parte das pessoas pesquisadas apresenta uma visão antropocêntrica dominadora, isto é, vê o ser humano como ser superior aos demais elementos do meio ambiente. Em conseqüência, convive-se com a ameaça de extinção da vida do planeta terra. No entanto notamos que existe uma discussão entre os diversos setores da sociedade inclusive da ciência  com relação a preservação  do meio ambiente e  isso e verificado  na revista Ciência e Tecnologia no Brasil  Pesquisa FAPESP  2007 p 76 quando publica um artigo comentando sobre o polímero reciclado feito com PET inofensivo ao ambiente temos visto a escola  e outras instituições elaborarem  vários projetos não divulgado  pela ciência  onde ambos tem uma função maior  educar de forma consciente sem agredir o meio onde vivemos.

Percebemos que é grande a influencia dos padrões sociais na vida das pessoas, chegando até a interferir nos processos racionais do organismo, na percepção do eu, do outro, do mundo etc.

Segundo a teoria da Lovelock (Gaia), a terra é um ser vivo em evolução. Como ser vivo pode banir a espécie que ameaça a continuidade de sua vida. Atualmente, são os seres humanos que põe a vida de Gaia em risco, e é capaz de tirar de circulação aquela espécie que ameaça o seu desenvolvimento sustentável. Salvar a terra corresponde em salvar a própria espécie Homo Sapiens, de acordo com esse pensamento é preciso  termos conhecimentos dos diversos problemas ambientais a partir da Revista Aquecimento Global p 26 quando diz que “ O aquecimento Global está afetando os nativos e a exclusiva vida selvagem do Ártico. Além dos esquimós polares as nações indígenas da região à ruína de seu meio ambiente. Mas há quem pense em lucrar com tanta destruição esperando ansiosamente pelo derretimento do gelo na verão. 

Esses problemas não são diferentes na Amazônia O GUIA DO ESTUDANTE DE VESTIBULAR+ ENEM 2009 1º SEMESTRE,  diz que “ Em duas décadas o desmatamento já consumiu 17% da Amazônia brasileira, causado principalmente pelo avanço da pecuária e do corte de madeira ilegal.a grilagem de terras, a falta de regularização fundiária e a construção de grandes obras , como estradas e hidrelétricas contribuem para esse processo.

Entendemos que tanto a teoria Gaia, quanto o pensamento da revista citada e do guia para estudantes , surgem como uma estratégia emergente que reconhece a crise ambiental e tem a finalidade de despertar a consciência dos seres humanos, e não confinar a educação ambiental a uma só instituição, nem só aos seres humanos, mas coloca nas mãos de todos e de tudo que forma a sociedade, é uma espécie de consciência ecológica.

Portanto, desde muito tempo na história humana, a ecologia é de interesse prático. Para sobreviver, todos os seres vivos precisam conhecer o seu ambiente, isso possibilita uma melhor sobrevivência.

No entendimento de PHILIPPE  e PELICIONE 2005 p 381“ A resolução dos problemas ambientais  requer amadurecimento da espécie humana ruptura das hipocrisias sociais, construção de novos desejos, de novos horizontes, de novos estilos de pensamentos e de sentimentos. 

Para a autores citados o que se pretende com a educação ambiental “é a ligação do ser humano com a natureza interna e externa”.

 

Nesse tipo de educação é essencial que o educador associe a aprendizagem de informações e a vivência de atividades que possibilitem o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e da ludicidade com a prática de ações e atitudes.

Segundo o capítulo VI, artigo 225 da nossa Constituição Federal de 1988 “é incumbência do poder público possibilitar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, mas cada cidadã e cidadão devem colaborar para esse equilíbrio”. Dessa forma é preciso cada indivíduo dar a sua colaboração, a fim de permitir a continuidade da vida, e a escola necessita se apegar a Idéia e trabalhar a partir do seu planejamento visando dos cincos passos sugeridos por  GASPARIN 2007 sugere “Prática Social Inicial, Problematizarão, Instrumentalização, Catarse, Prática Social Final.

Dessa maneira acreditamos ser possível amenizar e conscientizar os cidadãos sobre  os problemas ambientais, atualmente, e que eles  não aparecem somente como conseqüências do desenvolvimento econômico e social, mas a partir do uso desses, sem cuidados e sem planejamento eficaz, assim as pessoas pensam que a natureza é inesgotável e usufrui de seus bens de forma desordenada, em conseqüência, surgem a cada dia novos problemas ambientais assustadores, logo, os estudos voltados para a ecologia, sozinhos não mais dão conta de tamanha necessidade de preservação.

Sabendo dessa realidade mostrada pela ciência, se faz necessário rever nossas práticas como cidadãos construtores de habilidades de preservação ambiental, a fim de abordarmos essas temáticas de forma contextualizada, procurando construir uma nova formação.

De acordo com e Saviani (2008, p. 31),

 

“[...] trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade por meio da escola significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino de melhor qualidade possível nas condições históricas atuais.”

Assim, poderemos construir e mudar a situação vigente em nosso planeta, e a educação poderá cumprir seu verdadeiro papel, o de transformação.

                              

O  MEIO AMBIENTE NO PROCESSO EDUCATIVO

Pensar sobre as práticas sociais em um contexto evidenciado pela degradação contínua do meio ambiente e do seu ecossistema, envolve uma inevitável articulação com a produção de sentido sobre a Educação Ambiental.

Mas, como inserir Educação Ambiental? Como disciplina? Jamais, porque estaria em contradição com os seus documentos norteadores, inclusive com a Lei nº 9.795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Além do mais, entendemos que enquanto a atividade escolar estiver confinada as quatro paredes da sala de aula, onde fala em geral o professor e os alunos ouvem a introdução de uma nova disciplina com o nome Educação Ambiental, por melhores que sejam as intenções, transformar-se-á em um negócio em que alguém dá informação de novas idéias.

Desse modo, consciente da importância dessa lei, é preciso procurar por em prática o estudo de Seara Filho apud Silva (2003:138). Segundo ele deve sim, ser inserida de forma interdisciplinar e/ou transdisciplinar. Portanto, a lei anteriormente e o pensamento de Seara Filho descarta as práticas tradicionais de ensino que confina os alunos a escola e o professor como detentor do saber, para estes se a escola adotar a Educação Ambiental nessa perspectiva, transformar-se-á em negócio que leva o cidadão a agir de modo responsável, sabendo cumprir as suas obrigações, exigindo e respeitando os direitos próprios e os de toda comunidade.

Diante dessa idéia de interdisciplinaridade proposta pelos atores citados  SATO e CARVALHO 2005 p 121  diz que “ A interdisciplinaridade ano põe em xeque é o aprofundamento essencialista  do qual o discurso cientifico desfruta no pensamento ocidental. Quer dizer, a relação entre o conhecimento cientifico, a verdade e a realidade  objetiva em oposição aqueles conhecimentos que habitam o território das aparências e apresentam realidades deformadas ou destorcidas”.

O problema ambiental é de todos, não devendo se limitar aos cuidados dos ecologistas ou às obrigações dos políticos, ou mesmo ao educador de ciências e biologia. Pois, é o sistema educacional quem participa do desenvolvimento da criança, adolescente, jovem, enfim do adulto. Para alcançar que os alunos aprendam e os conhecimentos escolares sejam proveitosos, o professor tem que encarar alguns desafios, em que ele vai procurar incluir a dimensão ambiental junto ao contexto local, sempre buscando modelos através da realidade e práticas de vidas do próprio educando, que são a família, os locais prediletos de brincadeiras, passeios, jogos, os animais domésticos, ou as árvores junto à escola. Isso para nós forma uma cultura muito diversificada entre as relações, e que procuramos falar no próximo texto.

Essas atitudes nos levam ao inciso II, da Política Nacional de Educação Ambiental que diz:

 

As instituições educativas devem promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais, que desenvolvem. Isso nos alerta para que em tempos próximos os temas relacionados ao ambiente sejam debatidos de forma criativa, urgente e dinâmica, para assim preservar a vida humana na terra tornando-a digna, produtiva e saudável.

 

Segundo Penteado (2003:5), “estudos feitos pelas ciências revela e destaca o aspecto das avarias e danificações físico-químicos sobre a natureza e a falta de consciência ambiental dos seres humanos”. Para isso, conhecemos a escola como instituição social, que trabalha com o conhecimento e sua transmissão, de forma sistematizada, diante disso poderíamos dizer que, ela precisa trabalhar a questão ambiental como conjunto de temáticas relativas não só a proteção à vida no planeta, mas também a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida da comunidade. Portanto, acreditamos que é necessário conhecer as realidades das escolas atuais, porque quando falamos do que a escola faz, pouco sabe sobre seu papel, sentido e finalidade.

 

 

MATERIAL E MÉTODO

Quanto aos fins, o trabalho adotou um estudo descritivo de caráter exploratório, o qual para Cervo & Bervian (1996) se observa, analisa e correlacionam fatos e fenômenos variáveis sem manipulá-los. Este também é de caráter exploratório, sendo caracterizado por Sâmara & Barros (1999) pelo fato principal de ser informal, flexível e criativo, procurando-se saber um primeiro contato com a situação a ser pesquisada ou o melhor conhecimento sobre o objeto de estudo a ser levantado em um trabalho de pesquisa. Foi, ainda, realizada uma abordagem presencial do local foco da pesquisa, neste caso, escolas do município de Cuité PB. tendo como instrumentos de coleta de informações:  observação e entrevistas com professores 13 professores da rede municipal, onde  06 tem Curso de Pedagogia completo, 01 Curso de Pedagogia incompleto,01 Pro formação 05 Curso de Magistério a nível médio. Destes 01 Cinco anos de experiência em sala de aula, 03 Entre cinco e dez anos,04 Entre dez e quinze anos,02 Entre quinze e vinte anos,03 Entre vinte e cinco e trinta anos. Quanto a serie que lecionava 01 professor ensinava Pré-escolar,03 Série inicial,02 Primeira série,01 Segunda série,02 Terceira série,02 Quarta série,01 Primeira e segunda série multiseriado (EJA),01 terceira e quarta serie multiseriado ( EJA ) como também  15  Professores da rede estadual de ensino  deste 04 são formados em  Pedagogia,03 estavam cursando Pedagogia, 08 Curso Magistério a nível médio. A experiência de tempo de serviço em sala de aula  02 tem entre cinco e dez anos. 05 entre quinze e vinte anos, 05 entre vinte e vinte e cinco anos, 02 entre vinte e cinco e trinta anos, 01 tinha mais de trinta anos.Observando a serie que lecionava 02 Série inicial,03 Primeira série, 03 Segunda série, 03 Terceira série, 02 quarta série, 01 Reforço Escolar, e 01 Terceira e quarta séries multiseriado (EJA).

       Segundo Cervo & Bervian (1983 p.50) “[...] a pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos”. Conforme Longaray et al Beuren (2002), pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias são as que utilizam, fundamentalmente, de contribuições já publicadas sobre o tema estudado; como por exemplo: teses, dissertações, monografias, artigos de anais, artigos eletrônicos, publicações avulsas, livros, revistas e jornais.

 

CONSIDERAÇOES FINAIS

 

Com relação à escola, ela ainda apresenta o planejamento como único recurso orientador da ação pedagógica, pré-determinando dessa forma o cumprimento de tarefas burocráticas encaminhadas por autoridades educacionais, assim, não provém de um Projeto Político Pedagógico, o que dificulta o processo de elaboração do conhecimento de forma significativa.

Quanto aos processos de aquisição de conhecimentos sobre o meio ambiente, verificou-se que os professores estão habituados a uma proposta de trabalho, em que os conceitos são apresentados como regras prontas e acabadas para serem memorizadas e aplicadas nas diversas situações cotidianas que lhes são apresentadas e impõe um obstáculo ao aluno de desenvolver-se como ser atuante frente ao meio em que vive.

No que diz respeito à necessidade de abordar o tema meio ambiente em sala de aula, constatou-se que os professores fazem uso dessa questão nos diversos momentos das suas práticas educativas, o que nos leva a dizer que a maioria dos professores subestima a capacidade dos seus alunos, quer seja pelo desconhecimento de uma proposta de trabalho voltada para o aluno, quanto sujeito de sua aprendizagem, quer seja pela ação limitadora do processo pedagógico assumido pela escola.

Quanto à aprendizagem significativa em sala de aula, verificou-se que os alunos não são estimulados a construir seus próprios pensamentos, a partir desses referenciais, o que reforça a idéia de que a escola, não tem trabalhado a autonomia e a competência pensante como recurso para a elaboração e ampliação do conhecimento.

Em relação as habilidades construídas, verificou-se que os professores estão habituados a uma proposta didática voltada ao método tradicional de ensino, em que prevalece a aplicação de exercícios convencionais, onde os alunos fazem uso de técnicas e regras prontas para fixação de conteúdos envolvendo meio ambiente, o que nos leva a dizer que a escola não valoriza os conhecimentos prévios dos alunos, nem mesmo o contexto em que está inserido.

Considerando o exposto, sugerimos que a escola ressignifique e reconsidere o seu processo de planejamento, a fim de rever práticas de ensino e aprendizagem, com a finalidade de possibilitar ao aluno o envolvimento com atividades prazerosas e significativas, que venham atender ao seu interesse. Sugerimos também que ela reveja sua proposta didática, possibilitando ao professor autonomia para desenvolver um trabalho, junto ao aluno, pautado no conhecimento e preservação integrando as demais áreas do conhecimento, como recurso para uma aprendizagem significativa e reflexiva.

Portanto, se faz necessário ressaltar a contribuição da Educação Ambiental nas aulas do ensino fundamental de 1ª fase, através de métodos que propiciem uma aprendizagem significativa, na medida em que os recursos utilizados possam propiciar ao aluno fazer uso dos conhecimentos prévios na elaboração dos novos conhecimentos, favoreçam a ressignificação de papéis, fazendo o aluno atribuir significados e compreender o que está aprendendo, sentir-se sujeito de sua aprendizagem, ao argumentar, justificar, validar e/ou rever suas escolhas, além de possibilitar ao professor conhecer os obstáculos que impedem o aluno de avançar na construção e elaboração dos novos conhecimentos.

Ciente de que tratamos o tema em estudo de forma abreviada, até porque não é nossa pretensão esgotá-lo, esperamos que esse trabalho venha contribuir significativamente no processo de ensino e aprendizagem de todos os envolvidos com a Educação Ambiental.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL, MEC, Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e saúde/Secretaria de Educação Fundamental, 1ª edição – Brasília: 1997. 

EDUCAÇAO AMBIENTAL: pesquisa e desafios / organizado por Michele Sato e Isabel Cristina Moura Carvalho . Porto Alegre: Artemed 2005.

EDUCAÇAO AMBIENTALE SUSTENTABILIDADE .

Arlindo Philippe Jr. Maria Cecília Focesi Pelicioni, editores Barueri SP: Manole , 2005

SILVA, Mônica Maria Pereira da. A Crise Ambiental. In: Coletânea de textos didáticos/ UEPB – Campina Grande: 2003. V. X. Ciências Naturais. P. 102, 107.

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999.

PENTEADO, Heloísa Dupas. Meio ambiente e formação de professores. São Paulo: Cortez, 2003, 5a edição (Coleção Questões da nossa época) v.38.

PINESSO D. C. C. A Questão Ambiental Nas Séries Iniciais: Práticas de Professores do Distrito Anhanguera, 2006. p. 211. Dissertação em Geografia Física Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Geografia São Paulo 2006.

GUIA DO ESTUDANTE: Atualidade Vestibular + ENEM  1º semestre 2009 p 93.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 40.ed. Campinas – SP: Autores Associados, 2008. (Coleção Polêmicas do nosso tempo, vol. 5).

GASPARIN, J. L. Uma didárica para a Pedagogia Histórico-crítica. 4.ed. rev. e ampl. Campinas – SP: Autores Associados, 2007. (Coleção educação contemporânea).

REVISTA Aquecimento Global  Ano I Nº 04

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇAO AMBIENTAL / Rede Brasileira de Educação Ambiental: n o ( Nov 2004) – Brasília  Rede de Educação Ambiental.2004

CERVO, Amado Luiz e BERVIAN, Pedro Alano. Metodologia Científica. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

SAMARA, Beatriz Santos e BARROS, José Carlos. Conceitos e Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: Makron Books, 1997.

REVISTA  CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO BRASIL Pesquisa FAPESP  Maio 2007 nº. 135

Ilustrações: Silvana Santos