EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA: CONSTRUINDO UMA NOVA VISÃO PARA O PROBLEMA DO LIXO

Adriana Pessoa Gomes ¹; Josian Silva de Medeiros ²

    Bióloga e Integrante do projeto Chico Mendes / Recife – PE ¹

  Fonoaudiólogo pela Universidade Católica de Pernambuco e

Mestrando em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela Universidade Federal de Pernambuco ²

    E-mail: adriana_jpessoa@yahoo.com.br

Resumo

A Educação Ambiental é um processo participativo, onde o educando tem o papel central no processo de ensino e aprendizagem, participando ativamente na busca de soluções, para o meio ambiente. O presente artigo é um relato de experiências em uma instituição Municipal do Recife-PE, criando oficinas pedagógicas com alunos da 5º série do ensino de ciências na instituição, buscando construir uma nova consciência na preservação do meio ambiente para a conservação do planeta em relação ao tratamento do lixo.

Palavra - chave: Educação, Meio ambiente, Tratamento do Lixo.

1. Introdução

O presente artigo é um relato de experiências em uma instituição Municipal do Recife-PE, criando oficinas pedagógicas com alunos da 5º série, do ensino de ciências na instituição, com objetivo de desenvolver nos alunos uma nova visão em relação à educação ambiental focando o tratamento do lixo.   Acreditamos que a conscientização dos alunos em relação ao tratamento e reciclagem do lixo urbano, é uma das formas de ajudar  na preservação do meio ambiente, pois muitas soluções podem surgi se estabelecemos uma educação ambiental continua, para as pessoas que não tem o conhecimento da importância do tratamento do lixo, para sua sobrevivência e saúde, desenvolvendo trabalhos e projetos sócias que lhes forneçam melhores condições de vida, principalmente

no âmbito escolar, possibilitando uma interação maior entre os estudantes e professores  (SOUZA, 2000).

Como proposta para os gestores da instituição, foi desenvolvido junto com os professores, oficinas educativas com o objetivo de forma uma nova visão nos alunos da 5° serie do ensino de ciências para a preservação ambiental, focando o tratamento do lixo, com uma forma construtiva e participativa, utilizando matérias recicláveis para que os alunos pudessem construir brinquedos com esses materiais, e possibilitar a construção de uma nova consciência, buscando conscientizar os alunos na preservação do planeta e a importância da reciclagem, viabilizando um canal de interação com os alunos e professores, maiores detalhes serão descritos na metodologia.

2. O lixo

Podemos conceituar lixo como resíduos sólidos produzidos e descartados, individual ou coletivamente, pela ação humana, animal ou por fenômenos naturais, nocivos à saúde, ao meio ambiente e ao bem-estar da população (MOLEN, 2002).  O lixo industrial e doméstico se enquadra no sentido mais abrangente de poluição, mas analisando sob diversos aspectos, pode também ser visto como um problema social ou ao contrário, como uma solução, ou pelo menos, um paliativo para vários outros problemas, tudo depende de como ele é tratado (SCARLATO, 1992).

O lixo urbano é outro bom indicador das relações que o homem estabelece com a natureza no processo produtivo. É necessária uma analise da quantidade do lixo produzido por uma sociedade, de sua composição e do destino que lhe é dado, para uma correta mensuração da quantidade de desperdício de materiais que ele envolve e dos prejuízos por ele causados ao meio ambiente (DAMINELLI, 1993: p105; 106).

Diante dessas definições, fica clara a preocupação da educação ambiental, focando o tratamento do lixo, possibilitando que os alunos, trabalhem junto, não só em sala de aula, mas levem o aprendizado para sua casa.

3. Material e Método

Foram utilizados os seguintes materiais: livros de biologia para leitura de textos Ecologia de Yara Fleury Van der Molen (2002) e Biologia Programa Completo de Sérgio de Vasconcellos Linhares e Fernando Gewandsznajder (1991). Relacionando os textos para a preservação do meio ambiente. Garrafas PET e tesoura sem ponta para criação de brinquedos incentivando a reciclagem.

Inicialmente foi feita a leitura de textos dos livros focando a preservação ambiental, em seguida formamos um circulo com as carteiras em sala de aula, para debater sobre o assunto, debatemos e questionamos os alunos as seguintes perguntas: o que é lixo? Qual a importância da reciclagem para o meio ambiente?  Quais as conseqüências da falta de tratamento do lixo para o planeta terra? Após o debate foi feito uma oficina com os matérias recicláveis em sala, onde os alunos foram orientados a criarem matérias e utensílios que eles pudessem utilizar em sua residência, feito com garrafas PET, incentivando a reciclagem.  O presente debate e as oficinas ocorreram no dia 11 de Outubro de 2007, com 1 hora e 30 minutos para o debate (início das 13h 15 min às 14h 45 min) e 2 horas e 30 min para as oficinas (das 14 horas 45 min às 17h 15 min) totais de 4 horas de atividade. O método utilizado neste estudo foi o indutivo e qualitativo (LAKATOS, 1991).

4. Resultados e discussões

Foram verificadas as seguintes duvidas em relação às perguntas propostas, quando perguntamos o que é lixo? O estudante A responde que é sujeira deixada pelas ruas, ao verificarmos, que A informa que lixo é sujeira deixada pelas ruas, salientamos que tudo que é deixado pelas ruas, para A seria lixo? O estudante B respondeu que lixo é sujo e não serve para nada, e fomos observando e discutindo o que é lixo, de acordo com Molen (2002), já citado anteriormente, podemos conceituar lixo como resíduos sólidos produzidos e descartados, individual ou coletivamente, pela ação humana, animal ou por fenômenos naturais, nocivos à saúde, ao meio ambiente e ao bem-estar da população. Após esta citação ao perguntarmos novamente o que é lixo? Foi compreendido pelos alunos que lixo não é apenas algo que não serve para nada como pensava o estudante B, ou que se encontra nas ruas, conforme A, mas resíduos e que esses resíduos, não deve ser jogado nas ruas. Foi nesse momento que questionamos Qual a importância da reciclagem para o meio ambiente? Como os estudantes foram orientados a criarem brinquedos com garrafas PET, foi observado pelos mesmos, que o lixo poderia ser reciclado e que há lixo recicláveis e outros que não podem ser reciclados os presentes nesta discussão, informaram outras experiências vivenciadas por seus pais, como o exemplo o aluno C, informou que seus pais trabalham na reciclagem de vidro, o que ajudou bastante para a compreensão da importância da coleta seletiva nas comunidades, para incentivar no trabalho da reciclagem do lixo, por ultimo chegamos a pergunta que fecharia essa discussão Quais as conseqüências da falta de tratamento do lixo para o planeta terra? O estudante D relatou o problema do esgoto, as doenças que podem ser adquiridos devidos à falta de tratamento do lixo.

Nessa discussão os presentes, no debate em sala de aula, através de um diálogo igualitário, respeitando o ponto de vista de cada um, chegaram a um consenso que é de extrema importância cuidar do planeta e preservá-lo. Todos os alunos compreenderam que o lixo é um problema que pode ser resolvido e que depende da consciência de cada cidadão e que projetos desse tipo poderiam ser aplicados e desenvolvidos em outras instituições escolares. Os utensílios e brinquedos criados pelos alunos com garrafas PET foram exibidos por eles no pátio da instituição no mesmo dia.

         Desta forma o presente relato, contribui para a conscientização dos jovens alunos, possibilitando que os mesmo, iniciem em seu cotidiano maneiras de ajudar na preservação do meio ambiente e que esses conhecimentos construídos em sala de aula, através do debate e das oficinas, possam ser aplicados no seu dia a dia e transmitidos a outras pessoas.  

5. Conclusões

Por seu caráter humanista e interdisciplinar a educação ambiental pode contribuir de modo significativo para renovar o processo educacional, trazendo a permanente avaliação crítica, a adequação dos conteúdos à realidade local e o envolvimento dos educadores em ações concretas de transformação desta realidade.

Contudo, verificamos que a educação ambiental é um instrumento que deve ser construído de forma interdisciplinar, assim podemos criar ações nas escolas, desenvolvendo a consciência e atenção nos cuidados com o meio ambiente, formando uma nova visão nas crianças e adolescentes.

6. Considerações Finais

A educação ambiental tem uma proposta um enfoque holístico, pois propõem uma nova ética, uma nova concepção do mundo considerando uma visão integra com a relação do conhecimento e do dialogo de saberes, sua filosofia está sustentada em uma nova ética ambiental, cujos princípios e valores estão caminhado juntos com a solidariedade a integridade e uma participação harmônica do homem com a natureza, desta forma a educação ambiental fornece as capacidades necessárias para que o ser humano tenha seu saber pessoal em relação ao meu ambiente através de um pensamento critico assim a educação ambiental passará a integrar-se a cultura, a vida de cada pessoa e a comunidade, formando uma nova consciência e cidadania.

6. Referências Bibliográficas

CALDERONI, S. Os bilhões perdidos no lixo. São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 2003.

CHERMONT, L.S. & MOTA, R.S. Aspectos econômicos da Gestão Integrada de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IPA, 1996.

DAMINELLI, Mario. Ecologia a qualidade da vida. 2. ed. São Paulo: SESC, 1993.

FRACALANZA, Hilário; AMARAL, Ivan Amorosino do; GOUVEIA, Mariley Simões floria. O ensino de ciências no primeiro grau. 2. ed. São Paulo: Atual, 1986.

GEWANDSZNAJDER, Fernando; LINHARES, Sérgio de Vasconcellos. Biologia Programa Completo. 10. ed. São Paulo: Ática, 1991.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

MOLEN, Yara Fleury Van der. Ecologia. São Paulo: EPU, 2002.

PEREIRA - NETO, J.T. Quanto vale o nosso lixo. Projeto verde vale. 2.ed.Viçosa: Ação e Promoção, 1999.

SCARLATO, Fernando; PONTIN, J. Do nicho ao lixo: ambiente, sociedade e educação. 1. ed. São Paulo: Atual, 1992.

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SOUZA, N. M. Educação ambiental: dilemas da prática contemporânea. Rio de Janeiro: Thex, 2000.

VILHENA, A. Guia da Coleta Seletiva de Lixo. São Paulo: CEMPRE, 1999.