Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Breves Comunicações
16/09/2008 (Nº 25) Dengue no Brasil: prevenir e não apenas remediar
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Educação Ambiental em Ação 25

Dengue no Brasil: prevenir e não apenas remediar

Viviane Almeida Rezende

Licenciada em Biologia (UFS - 2000), especialista em Educação Ambiental (FANESE -2006), professora de Ciências e Biologia da Rede Estadual de Ensino de Sergipe (SEED - SE). Av. Franklin Campos Sobral, 1675, Grageru. Fone: 3179-4031. viviane_biologia@yahoo.com.br

RESUMO

Nos primeiros meses do ano de 2008 foram identificados no Brasil milhares de casos de Dengue, com registro de centenas de mortes. O que se questiona é a forma como a população e as autoridades vêm tratando o problema, que vai muito além de paleativos e/ou ações de combate. Deve-se pensar com urgência em estratégias de prevenção, com investimentos em vigilância ambiental em saúde, melhoria das condições sócio-econômicas da população e, claro, em Educação para o meio ambiente.

  

A Organização Mundial de Saúde apresenta a Dengue como um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Cerca de 80 milhões de pessoas se infectam anualmente, 550 mil são hospitalizadas e 20 mil vêm a falecer. Desde os primeiros meses de 2008, o Brasil vem presenciando índices alarmantes de casos, sendo também bastante expressiva a quantidade de mortes pela forma hemorrágica da doença.

Apesar da gravidade do problema, os órgãos públicos e a população pouco fizeram para o combate sistemático do problema. Cultiva-se ainda no Brasil um péssimo hábito de remediar ao invés de prevenir.

O que se tem evidenciado na mídia é a questão do péssimo atendimento nos hospitais e postos de saúde ou até mesmo a falta deles em algumas localidades, além da falta de leitos e médicos. Esse conjunto de fatores que são conseqüência de um sistema deficiente de saúde é apontado como os principais responsáveis pelo grande número de casos e mortes de dengue em todo Brasil. O que pouco se ouve falar é na importância que as ações preventivas representam para o enfrentamento do problema.

Quando se fala em prevenção, não se trata apenas de incorporar medidas que darão resultados em longo prazo, mas em esforços que atuem no controle dos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem no problema. Nesse caso, é fundamental o trabalho da Educação Ambiental que leva a mudanças significativas de atitudes e hábitos.

Pode-se dizer que o surgimento da Dengue e de outras doenças tropicais é estimulado pelo crescimento desordenado das cidades, pelo desmatamento, pela falta de coleta de lixo adequada, pela situação de moradia precária, pela falta de investimento em saúde e, mais precisamente, pela falta de educação. Aliado a tudo isso está o problema do aquecimento global que vem aumentando também a incidência de doenças mais restritas às regiões mais quentes. Além disso, as mudanças climáticas vêm provocando desastres naturais que geram ainda mais danos à saúde pública.

Diante desse panorama, é preciso investir mais em Vigilância Ambiental em Saúde, na melhoria das condições sócio-econômicas da população, em um sistema de atendimento à saúde mais eficiente e adequado e, claro em Educação Ambiental.

Nesse sentido, é extremamente necessário que as pessoas aprendam a restabelecer uma relação mais harmônica com o meio ambiente, a fim de garantir uma melhor qualidade de vida, o que seria a principal resposta contra a Dengue e outros males que vêm se alastrando pelo mundo.

Ilustrações: Silvana Santos