Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Breves Comunicações
14/03/2008 (Nº 23) A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO NOS PROBLEMAS GERADOS POR RESÍDUOS SÓLIDOS
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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO NOS PROBLEMAS GERADOS POR RESÍDUOS SÓLIDOS

 

SIGFRIELD BERNICH: Secretário de Meio Ambiente de Esteio/ RS; siegfriedbernich@yahoo.com. br  CENED

 

Resumo

A geração de resíduos sólidos urbanos (Lixo) tem sido motivo para um significativo aumento de preocupação e polêmica quanto a sua geração e destinação. Por um lado temos uma sociedade estimulada ao consumo e por conseqüência maior movimentação econômica através dos processos de produção e daí a geração de empregos e renda, o que viabiliza maior acesso a produtos nem sempre necessários. Observa-se que nas escolas ou em ambientes que discutem a questão do resíduo sempre se remete ao fato de que as crianças devem ser o foco, pois se trata do seu futuro. Penso, no entanto que o futuro neste caso está muito distante. As crianças são crianças hoje, agora, e para que tenham futuro dependerá de uma atitude radical dos adultos de hoje.

 

INTRODUÇÃO

 

A geração de resíduos sólidos urbanos (Lixo) tem sido motivo para um significativo aumento de preocupação e polêmica quanto a sua geração e destinação.

Por um lado temos uma sociedade estimulada ao consumo e por conseqüência maior movimentação econômica através dos processos de produção e daí a geração de empregos e renda, o que viabiliza maior acesso a produtos nem sempre necessários.

De outro lado depois de feito o consumo, temos os resíduos dele gerados sejam embalagens de revestimento ou ainda os próprios já em desuso ou inservíveis que se tornam inconvenientes, gostaria de me atrever discorrer sobre a possibilidade de desenvolver um método de cultura na sociedade que a motive ser mais racional com o consumo e a destinação do resíduo (lixo) gerado.

Observa-se que nas escolas ou em ambientes que discutem a questão do resíduo sempre se remete ao fato de que as crianças devem ser o foco, pois se trata do seu futuro. Penso, no entanto que o futuro neste caso está muito distante. As crianças são crianças hoje, agora, e para que tenham futuro dependerá de uma atitude radical dos adultos de hoje.

Uma breve colaboração para esta questão que angustia consciências limpas

Algumas empresas têm desenvolvido políticas no sentido de fazer o resgate daquilo que se transformou em produto de consumo final. Ex.; empresas petroquímicas têm investido em escolas tecnológicas no sentido de viabilizar projetos na recuperação e transformação do plástico (filme) em tijolos;  reuso da borracha de pneus usados que serve de aruelas para fixação de telhas de fibrocimento retornando dessa forma ao beneficio humano.

 A parceria entre escolas técnicas e empresas petroquímicas no RS tem viabilizado o aprendizado sobre a formulação do plástico bem como forma de seu reuso ao publico que dele sobrevive (catadores). O curso desenvolvido pela Uned Sapucaia do Sul (CEFET) em 2006 contemplou jovens de 16 a 24 anos no programa Escola de Fabrica. No primeiro bloco, estabeleceu-se convenio entre governo federal e Prefeitura depois esta com o Funcefet.

O programa previu a formação de monitores funcionários da prefeitura que se multiplicaram levando o conhecimento á jovens da periferia e preferencialmente aqueles que já tinham alguma relação com o processo de coleta e separação de resíduos.

Outro parceiro importante do projeto foi a associação de catadores e recicladores de Esteio (ARCA). Esta acolheu os monitores e alunos no processo pratico, garantindo assim os conhecimentos dos materiais (filmes) separáveis e com potencial de negociação.

Há muito que fazer. O município de Esteio tem uma população estimada em 83.000 habitantes (IBGE) que produz em media 50 toneladas de resíduos urbanos (aterro Santa Tecla- Gravataí), Em janeiro de 2005 a associação (8 associados) separava e vendia materiais que lhes rendia algo em torno de R$28,00 mês. Com a participação do departamento de educação ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente Esteio, elaboramos um cronograma de sensibilização nas associações de moradores, condomínios, escolas ampliando os monitores ecológicos. Outro publico alcançado foi o dos eventos no Parque de Exposições Assis Brasil (FENASUL) em maio e (EXPOINTER) em setembro. Assim chegamos a separar e comercializar em torno de 10 toneladas mês. Estão envolvidos hoje 16 pessoas pela ARCA, mais 1 motorista e duas educadoras estes últimos cedidos pela prefeitura bem como toda a infra estrutura (caminhão, prensas, esteira e galpão. Materiais separados: papel, papelão, vidro, plástico (sacolas, pet, outros), ferrosos.

 

Bibliografia

 


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Ilustrações: Silvana Santos