Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Entrevistas
22/11/2007 (Nº 21) Entrevist@ com Aloísio Ruscheinsky para a revista eletrônica Educação Ambiental em Ação
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Entrevist@ com Aloísio Ruscheinsky para a revista eletrônica Educação Ambiental em Ação

Por Bere Adams


Apresentação: O entrevist@do da 21ª Edição da revista eletrônica Educação Ambiental em Ação é Aloísio Ruscheinsky, que é Doutor em Sociologia, foi professor do Mestrado de Educação Ambiental da FURG/Rio Grande/RS e autor de vários livros sobre a temática Educação Ambiental. Atualmente reside em São Leopoldo e dedica-se à docência na Unisinos e à pesquisa em temas das ciências sociais, em particular meio ambiente e consumo. Vamos conhecer sua trajetória e um pouco mais sobre o trabalho que ele vem realizando:

- Professor Aloísio, conte-nos como surgiu o seu interesse pela Educação Ambiental (EA) e desde quando o Sr. se dedica a esta temática:

O primeiro contato com as temáticas ambientais ocorreu em 1986/87 por ocasião dos "projetos de iniciativa popular à constituição", quanto da interface entre movimentos para definir as propostas e coletar as assinaturas a fim de enviar ao congresso constituinte. Na década de 90 tive uma dupla oportunidade: acompanhar pelos meios de comunicação e de ambientalistas o debate em torno da Rio-92 e também de lecionar no único curso de mestrado em educação ambiental existente, naquela ocasião, no país. Foi o momento de mergulhar de vez no estudo e na adesão as preocupações ambientais já em curso em diversos setores da sociedade brasileira. Esta atividade me serviu para observar diferentes paisagens e regiões do país e as respectivas implicações e impactos ambientais em curso.

- Então, podemos entender que a EA ainda está na sua "adolescência" , no Brasil, considerando que há aproximadamente 17 anos iniciou-se o primeiro mestrado em EA, e podemos dizer que a ECO 92 também foi um marco para alavancar iniciativas voltadas para o desenvolvimento da EA - como no meu caso o foi. E para o Sr., o que a ECO 92 representou?

De fato, no que diz respeito à EA, existe deveras uma ambigüidade posta: de um lado podemos considerar, que ela ainda está no Brasil na aurora da sua gênese, deitando os primeiros resultados no sentido de se espraiar no tecido social; de outro lado, estão postas no debate uma gama de ênfases que permitem observar a diversidade e sem previsão de um consenso sobre as principais metas. Sobre o que diz respeito a cursos de EA, é possível constatar uma profusão de cursos de extensão, de aperfeiçoamento e de especialização junto às universidades. Tal fenômeno revela uma perspectiva de que o conhecimento em diversas áreas anteriormente obtido em cursos de graduação, agora recebe os suplementos ou complementos da EA.

No que diz respeito ao significado da Conferência da ONU sobre Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, e que nós brasileiros denominamos de ECO 92 ou Rio-92, marco para despertar iniciativas voltadas ao desenvolvimento sustentável, não foram assinadas declarações referentes à EA. Foram sim  assinados os importantes acordos ambientais para a história da humanidade: Convenção do Clima e da Biodiversidade, a Agenda 21, a Declaração de Princípios para Florestas. A EA obteve um espaço significativo através de um capitulo no documento da Agenda 21 e talvez seja a parcela que mais frutos produziu nestes 15 anos. Digo isto porque a previsão era de que todas as cidades médias e grandes realizassem eventos para produzir a sua agenda 21 local. Nada tira a sua relevância como movimento de massa, mas os resultados nas redes sociais ainda estão emergindo. 

- Como o Sr. percebe a EA de uma forma geral? Ou, como a definiria, em poucas palavras, se é que isto seja possível?

Para mim Educação Ambiental não é apenas defender o meio ambiente, acima disto trata-se de socializar atitudes, conhecimentos, diálogos e a compreensão do íntimo nexo entre todos os elementos que compõe o ecossistema. Tendo este pressuposto em vista, posso elaborar planos de ação que possam recuperar o meio ambiente degradado, conscientizar o círculo de relações no meu cotidiano, vislumbrando uma sociedade sustentável. Sem visão de conjunto - sociedade, ser humano enquanto agente e meio ambiente - não existe Educação Ambiental, portanto todos os ambientes são passíveis da ação educativa. Ainda mais, a Educação Ambiental é um vasto campo com distintas interpretações, com as relações de causa e efeito, mas também com relação à busca de alternativas. A partir de seu amplo leque de questões em debate vemos que ela ampliou-se muito nos últimos anos, mas temos que ter consciência de não se tornar um campo de ação superficial e até mesmo tecnicista. É urgente superar uma atitude de muitos discursos ou seu caráter informativo, para acentuar diretamente os objetivos da ação, de repensar os níveis e os significados de consumo, de propor investimentos em saneamento básico, de aprofundar e formar cidadãos conscientes ou ativos.

- Penso que a raiz de muitos problemas ambientais está justamente na questão do consumo que o Sr. traz. A cada dia novos produtos são lançados no mercado e rapidamente se tornam uma necessidade obtê-los graças aos apelos dos diferentes campos da mídia (TV, jornais, revistas, internet, folhetos). Como incentivar a redução do consumo diante a "tsunami" de propagandas que transformam produtos desnecessários em objetos imprescindíveis?

Sem querer ser pretensioso este assunto poderá render uma outra entrevista ou até um artigo para publicar nesta revista, especialmente tendo em vista a relevância e o volume de informações que possuo sobre este fenômeno.

- Qual é, na sua opinião, o maior problema que a Educação Ambiental enfrenta?

Em primeiro lugar constata-se a questão da capacidade de acessar os fundamentos da crise ambiental, percebendo as causas sistêmicas e reagindo aos efeitos, sem temor das conseqüências na vida cotidiana. Além do mais, a participação e adesão ao movimento ambiental com convicção e ação, porque as alternativas existem, estão ao alcance de muitos, mas a procura ainda fica muito aquém do possível. Existem também fatores como uma correta capacitação dos professores, gestores e outros profissionais, juntamente com conteúdos suficientes destinados à compreensão em profundidade das temáticas ambientais.
Muitas vezes os debates interessantes sobre o meio ambiente no trabalho, no bairro, nas escolas e até mesmo nas universidades são relegados a plano secundário. Enquanto isto o mercado sobrepõe-se a necessidade de preservar o meio ambiente, a biodiversidade e um outro diálogo do ser humano com todas as outras formas de vida. É o que alguns autores denominam de romper com o antropocentrismo, com a cultura que entende o ser humano como o senhor absoluto dos bens naturais. Os inimigos das questões ambientais não devem ser assimilados, pois, com o tempo, levam à aniquilação da natureza, bem como dos seres humanos.
Se até o momento pensamos e discursamos sobre o meio ambiente, então chegou a hora de a educação forjar uma ação surpreendente. Ao mesmo tempo proporcionar a oportunidade para que se conectem  de forma consistente e crítica tantos temas relevantes que parecem desconectados na vida real.

- O Sr. levantou a questão da capacitação dos professores que é justamente uma atividade para qual me dediquei recentemente. Refiro-me ao Programa Experimental de Capacitação Apoema. Foi desenvolvido na sede do Projeto Apoema - Educação Ambiental - por não conseguir apoio, mesmo sendo gratuito -  durante um ano e meio, iniciando com oito professoras de séries iniciais das três redes de Educação Infantil e Ensino Fundamental (municipal, estadual e particular), e destas, cinco concluíram as duas etapas (2006-2007). O Sr. não acha que falta um olhar mais aprofundado sobre a capacitação dos professores das séries iniciais, tendo em vista a não existência de cursos sistematizados e programas para este público de professores/ as, e a falta de incentivo para que estes cursos de capacitação em EA ocorram?

Sobre a experiência narrada não posso opinar, pois não a conheço. A capacitação docente ou a atualização encontra-se em diversas áreas. Para exemplificar, digam os docentes do ensino fundamental sobre a sua competência para ligar com a cultura da violência que está se instalando também no recinto escolar. Os incentivos para a capacitação em EA poderão advir sob diversas formas, mas terá pouco respaldo e sucesso na situação atual, se não mudar o empenho subjetivo dos cidadãos e o institucional.

- Como o Sr. vê hoje, de uma forma geral, a condição ambiental do planeta?

A rota assumida pelo progresso não é confortável para quem observa da janela da aeronave os impactos ambientais. O progresso a qualquer preço é catastrófico e gera riscos imprevisíveis à vida do ser humano. Este último corre o risco de senhor da tecnologia, tornar-se o seu servo. Da condição ambiental do planeta vejo a emergência longínqua de consciência da finitude dos recursos hídricos em face da velocidade das mudanças. Precisa-se de pausa emergencial e reflexão mundial sobre o tema.
O poder que o avanço da tecnologia adquiriu somado com o aumento cada vez maior da população mundial ocasiona impactos ambientais altamente degradantes ao planeta. Todavia se ocorresse uma desaceleração desta busca incessante pelo consumismo exacerbado, acabaria ocasionando crises econômicas e crises sociais oriundas dos altos índices de desemprego. É nesta situação de "círculo vicioso" que está situado o planeta hoje. É por conta dos direitos humanos que se aceita aumentar a industrializaçã o dos países que ainda não chegaram a esta etapa da satisfação de necessidades dos seus cidadãos, mas a elevação do consumo ocasiona uma degradação ao planeta. Paradoxalmente, se reduz o consumismo e a degradação, o grande risco é ocasionar mais ainda o desemprego em massa. Portanto, é uma situação muito complexa e de difícil resposta.

 - O Sr. colocou a situação de "círculo vicioso" em que se encontra o planeta que eu associo, também, à nossa cultura cíclica de datas comemorativas das quais ninguém escapa. E quando estas datas se aproximam tudo se volta para elas. O dia das mães, depois a Páscoa, dia dos namorados, e por aí vai, até começar tudo outra vez. Todas estas datas incentivam o consumo desenfreado e aceleram a humanidade em todo o globo terrestre.  E muitas destas "datas especiais" são trabalhadas nas séries iniciais da escola. Assim, já começamos a "educar para o consumo", desde pequeninos.. . O que o Sr. pensa sobre isto?

De fato a suas interrogações colocam aspectos fundamentais a serem refletidas pela ótica da EA. Neste sentido, na cultura de consumo se multiplicam datas e razões para gerar fluxo de consumo e com significado em si mesmo. Datas comemorativas incluem-se nos mecanismos para o mercado escoar produtos do estoque ou ainda promover períodos de liquidação para entulhar-nos de bens e supérfluos. Ao lidar com o efêmero quebram-se os laços duradouros com o emprego, com as mercadorias, com os outros. Neste processo configura-se uma profunda contradição: de um lado, a aparência de permanente inovação na estética das mercadorias, e, de outro, o consumo implica em mutilações do espírito de lealdade, a depressão por reconhecer desejos inatingíveis e o tédio em meio à rotina de substituir relacionamentos humanos pelos bens. Sintoma deste fenômeno são as considerações que se tecem sobre a necessidade de dar presentes em determinadas datas e o tipo de agrado em termos financeiros que é obrigatório entre os pares. É o mais nítido processo onde os indivíduos no mais das vezes desapercebem- se do que as mercadorias trocadas escondem para além do valor simbólico expresso.

- A Internet tem-se revelado como uma importante ferramenta para a consolidação da Educação Ambiental. Como o Sr. vê esta questão?

A internet é um formidável instrumento de informação e de divulgação para grupos alternativos. Possui aspectos positivos e negativos. È positivo obter diversas informações em curto espaço de tempo, para fins construtivos como através de Ong´s que utilizam tal ferramenta para divulgar projetos e atitudes de preservação ambiental. Impossível imaginar hoje a formação do cidadão urbano e a informação circulando hoje sem Internet. Entretanto, entre os milhares de sites há também muito lixo ou opiniões sem fundamento. Então, entre como aspecto negativo está a exposição de opiniões sem fundamento, atentados à dignidade ou o simples copia e cola sem refletir sobre as informações. Cabe as pessoas utilizarem para o bem esta ferramenta, para relacionamentos coerentes com a ética e com a promoção de direitos.


Estamos vivendo em um momento em que a globalização da cultura e a rapidez da informação se processam com muita intensidade. A internet com certeza é um caminho, mas temos que levar em consideração que não é todo mundo que tem acesso, como a população que é excluída digitalmente ou ainda outros que possuem pouco interesse pelos assuntos, principalmente os adolescentes que pensam em outras coisas.


Para a educação ambiental é possível viajar pelas paisagens de muitos ambientes naturais sem se locomover na distância. Veja-se a este respeito as muitas e diversas revistas sobre educação ambiental povoam o mundo virtual, de no plano da impressão em papel não circulariam com tanta amplitude.

- De toda sua experiência, conte-nos a que lhe foi mais significativa, desde que iniciou seu trabalho com Educação Ambiental:

Trabalhar mais profundamente com eventos catastróficos como a mortandade de peixes do rio dos Sinos em 2006. Por que? Acompanhei o caso por notícias de diversas fontes, entrevistas, jornais e fotos. O fato despertou-me o quanto a conscientizaçã o é ainda uma das necessidades de mudança urgente, mas ao mesmo tempo insuficientes. Em visitas as cidades afetadas pela degradação do rio e em busca da mudança de postura por parte dos cidadãos fui confrontado com fatos marcantes: creio que não haja alguém que ao ver as fotos não se espante com um "que horror", todavia a maioria, dentro de suas condições de possibilidades, não se move e nem endossa de maneira substantiva propostas alternativas. Daí concluo que o que é dever do Estado, despoluir o rio, será mais prontamente atendido se os cidadãos cumprirem com seus deveres e exercitarem seus direitos exigindo e sacudindo os cofres públicos para destinar recursos para esta finalidade.

- Sobre a mortandade dos peixes no Rio dos Sinos, muitas crianças assistiram ao desastre em primeira mão - no barco Martim Pescador, em plena atividade de Educação Ambiental. Daí vem a importância de os/as professores/ as das séries iniciais estarem aptos, capacitados a levarem este assunto para dentro da sala de aula, diluindo o efeito catastrófico - que mais imobiliza -  com "doses homeopáticas" de sensibilização. Se nós ficamos assustados, imagine as crianças. E elas precisam de respostas! É preciso capacitar professoras e professores! A começar por oferecer ao corpo docente bons livros de EA. Quais autores o Sr. considera importantes na área da EA que possam servir de referência para o incentivo das ações educacionais ambientalistas:

Autores do Brasil: Michele Sato, Marcos Sorrentino, Carlos Rodrigues Brandão, Carlos Frederico Loureiro, Leonardo Boff. Alguns gaúchos: Isabel Carvalho, Mauro Grun, Sônia B. B. Zakrzevski,  Jovilles Vitório Trevisol e além do mais autores e textos diversos em  
http://www.fisica. furg.br/remea/
Há com certeza também um conjunto não desprezível de textos didáticos dirigidos à educação fundamental e médio. Caberia pesquisar.

- Seus livros são importantes referências para a Educação Ambiental brasileira. Aponte-nos alguns destaques de sua obra:

Publiquei um número vasto de artigo sobre a educação ambiental, com diversos enfoques. Alguns estão disponíveis on-line. Organizei dois livros: Educação ambiental: abordagens múltiplas, foi publicado em  2002 pela editora Artmed e Sustentabilidade: uma paixão em movimento foi publicado em 2004 pela editora Sulina. O intuito é uma contribuição para com a reflexão crítica e menos apresentar material didático para o sistema de ensino.

- Sabemos que as atividades de sensibilização são importantíssimas para o desenvolvimento da consciência ambiental. Uma das seções mais acessadas da nossa revista é a seção de Dinâmicas - que promovem a sensibilização, e eu lhe pergunto: a Educação Ambiental deve privilegiar a sensibilização?

Com certeza, especialmente em que tal atividade de sensibilização for acompanhada da compreensão de projetos que prevêem alternativas. Todavia, é também fundamental que tome em consideração os diversos níveis de compreensão: há os endurecidos de coração e de mente, que se movem ou mudar de olhar a partir do momento em que alguma atitude pesa no seu bolso. Neste sentido, a sensibilização também possui os seus limites, ou seja, compreende sempre uma adesão do próprio sujeito em interação com o seu meio.


De outra forma, entendo que a propaganda trabalha intensamente com a sensibilização para angariar adesão por parte dos consumidores. Com certeza, uma sensibilização para observar com novo olhar como nossas necessidades básicas são dependentes dos quatro elementos básicos: ar, água, terra e fogo. Hoje vemos uma naturalização dos acontecimentos degradantes que afetam a todos de uma maneira geral, acha-se que nada se pode contra o sistema ou que já está tudo perdido e que nada pode se fazer. Diante deste fenômeno o papel da educação ambiental é apresentar-se como uma chama de esperança. Diante das descrença ou do vandalismo de todos os tipos, despertar a consciência ética pela sensibilização.


O trabalho em escolas pode ser preconizado a fim de estimular uma escala, onde os alunos sensibilizem seus pais, criando um círculo de informações, um efeito dominó: do filho para o pai, para o tio, avô, vizinho, etc.

- Sem dúvida a EA deve ser inserida no contexto social e escolar de forma interdisciplinar. Qual o argumento que o Sr. daria para professores que defendem a Educação Ambiental como Disciplina Curricular, uma vez que a EA - segundo os argumentos destes professores - não se consolida de forma interdisciplinar?

Este debate possui alguns anos e neste percurso imagino que ambas as tendências possuem algo de relevante e que certas situações serão encaminhadas melhor por uma ou outra. O fato de que a educação ambiental requer uma abordagem interdisciplinar parece que ninguém duvida. Argumentos favoráveis me dizem que ao ser inserida no contexto social e escolar de forma interdisciplinar torna-se atribuição e responsabilidade de todos. Entretanto, como não há mágica para tornar este preceito uma realidade, também se corre o risco se é de todos pode virar assunto de ninguém! O argumento favorável à defesa da Educação Ambiental como uma disciplina específica dentro do currículo é de que com certeza e de uma forma sistemática alguns assuntos urgentes serão abordados. Entretanto, desta forma a situação pode conduzir não só a uma fragmentação do processo, senão também diluir a visão de que toda educação conecta-se com os problemas ambientais, quer queira, quer não.  Argumentos importantes ambos os lados apresentam, mais fundamental ainda é que a Educação Ambiental se consolida e produza efeitos na prática social.

- Para finalizar, deixe uma mensagem aos/as leitores/as da Educação Ambiental em Ação.

Primeiramente gostaria de agradecer o convite e desejar muito sucesso neste projeto. O que poderia dizer  ainda aos leitores/as é que atualmente vemos sinais de mudança na sociedade em relação ao meio ambiente e acredito que é possível uma ampliação de práticas ambientalmente corretas,  que será possível com a sensibilização proposta! Aos leitores e leitoras digo: aproveite todas as oportunidades para socializar as experiências positivas de preservação do meio ambiente e tente sempre se informar e informar pessoas ao seu redor. O meio ambiente depende de você, da sua visão e adesão ao consumo, pois a Educação Ambiental é a busca da sustentabilidade através da ação do ser humano, como a palavra chave.

- Professor Aloísio, agradeço profundamente pela sua participação em nossa revista. Foi um prazer aprender com o Sr.!

Berenice Gehlen Adams e equipe da Educação Ambiental em Ação.
www.revistaea. org

Ilustrações: Silvana Santos