Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Plantas medicinais
22/11/2007 (Nº 20) Uso Medicinal da Pata-de-Vaca - Bauhinia forficata
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Educação Ambiental em Ação<

Uso Medicinal da Pata-de-Vaca - Bauhinia forficata Link (Leguminosae - Caesalpinioideae)

José Martins Fernandes

Especialista em Plantas Medicinais

fernanbio@bol.com.br

 

Nomes populares: capa-bode, casco-de-vaca, ceroula-de-homem, miriró, mororó, pata-de-boi, pata-de-vaca, pé-de-boi, unha-de-anta, unha-de-boi, unha-de-vaca, unha-de-veado.

Caracterização: A Bauhinia forficata é encontrada no interior das florestas, capoeiras e beiras de estradas. No Brasil, sua ocorrência vai desde as regiões do sul até o nordeste,   sendo cultivada em outras partes do Brasil. É registrada sua ocorrência também na Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai. É facilmente reconhecida pelo hábito arbóreo (5 a 15 m de altura), ramos com espinhos; folhas unifolioladas, partidas até a metade, semelhante a uma pata de vaca; flores brancas; e frutos tipo legume, abrindo-se facilmente quando maduros.

Uso medicinal: As folhas são utilizadas na prevenção e/ou tratamento do diabetes, tratamento de parasitoses intestinais, elefantíase e cistites.

Receitas:

- Infusão de 2 xícaras (cafezinho) de folha picada em ½ litro de água ou 1 folha picada por xícara (chá). Tomar 4 a 6 xícaras (chá) ao dia (para diabetes).

- A infusão das flores desempenha efeitos purgativos.

- O pó da casca junto com o da folha seca  é preparado por decocção, usando-se 1 colher de sopa em 150 mL de água (em torno de 1 xícara), ingerindo-se  ½ a 1 xícara de chá ao dia.

Comentários: A pata-de-vaca representa para muitas famílias uma fonte de recursos medicinais e  financeiros. É extraída do meio natural de várias formas e com objetivos distintos. Há aquelas pessoas que a coletam de modo sustentável, visando ao consumo familiar sem agredir a continuidade da espécie na região, possibilitando algumas vezes, um acréscimo na renda familiar, quando comercializada.  Outras pessoas visam apenas à extração irregular e descontrolada, não se preocupando com a sua continuidade nos ambientes de coletas, mas com o “lucro mensal”. Desta forma, Bauhinia forficata é uma espécie que merece atenção quanto à sua conservação.

Referências consultadas

 

LORENZI, H. & MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 2002. 512p.

 

MARTINS, E. R.; CASTRO, D. M de; CASTELLANI, D. C. & DIAS, J. E. Plantas medicinais. Viçosa, MG: UFV. 1998. 220p.

 

OLIVEIRA-FILHO, A. T. Catálogo das árvores nativas de Minas Gerais: mapeamento e inventário da flora nativa e dos reflorestamentos de Minas Gerais. Lavras – MG: UFLA. 2006. 423p.

 

PAVAN-FRUEHAUF, S. Plantas medicinais de Mata Atlântica: manejo sustentado e amostragem. São Paulo: Annablume – Fapesp. 2000. 216p.

 

PIZZOLATTI, M. G.; JÚNIO-CUNHA, A.; SZPOGANICZ, B. & SOUSA, E. de. Flavonóides Glicosilados das folhas e flores de Bauhinia forficata (Leguminosae). Química Nova, São Paulo, v.26, n.4, 2003, p.466-469.

SILVA, G. M. da C.; SILVA, H.; ALMEIDA, M. V. A. de; CAVALCANTI, M. L. F. & MARTINS, P. de L. Morfologia do fruto, semente e plântula do Mororó (ou pata de vaca) – Bauhina forficata Link. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Campina Grande, v.3, n.2, 2003, p.1-15.

 

Ilustrações: Silvana Santos