Lixo: quando menos é mais

Veja dicas para reduzir o volume de resíduos que jogamos fora

Esvaziando a lixeira - No que você pensa quando adquire alguma coisa? Preocupar-se com qualidade e preço é fundamental, mas a hora de fazer compras também pode se tornar um ato ecologicamente correto. O consumo é o início de um ciclo que acaba no lixo. Quanto mais você comprar, mais vai descartar. Isso não significa necessariamente consumir menos. Escolher produtos com menos embalagens ou materiais recicláveis ou biodegradáveis é um bom começo.

Pet ou vidro (1) - Lembra quando você ia ao supermercado com garrafas de vidros vazias para comprar refrigerantes? Pela praticidade e menor custo, o plástico foi tomando o lugar do vidro. Sendo o vidro um material reutilizável quase infinitamente, com as pets a geração de lixo aumentou. A estimativa do Programa Ambiental das Nações Unidas sobre o número de plástico flutuando em cada milha quadrada (cerca de 3,4 quilômetros quadrados) dos oceanos do mundo, que hoje é de 46 mil peças, deverá aumentar.

Pet ou vidro (2) -  Considerando o combustível gasto no transporte e a água usada no processo de fabricação do refrigerante, a pet traz mais vantagens para o ambiente do que o vidro. "Além disso, todas as nossas fábricas brasileiras apoiam pelo menos uma cooperativa de reciclagem" - justifica José Mauro de Moraes, diretor de meio-ambiente da Coca Cola, empresa que introduziu a embalagem pet no Brasil.

10 lições

1. Sacola de palha está na moda - As sacolinhas de plástico fornecidas nos supermercados para carregar as compras demoram 450 anos para se decomporem e ocupam de 15% a 20% do volume de um lixão. O grupo Pão de Açúcar, desde o ano passado, vende sacolas retornáveis para os clientes carregarem suas compras.

2. Garrafa e caneca a postos - Garrafas de material durável estão se difundindo entre academias de Porto Alegre, diminuindo a produção de plástico dos copos antes utilizados. A dica vale para o ambiente de trabalho também: deixe no escritório uma caneca. Na Copa do Mundo da Alemanha, foram vendidos copos retornáveis durante os jogos. Depois da primeira compra, o torcedor levava o mesmo copo para comprar bebida novamente.

3. Menos papel, mais árvores em pé - Prefira ler textos no computador a imprimi-los. Use o verso de folhas de papel e reutilize envelopes, colocando etiquetas adesivas nos endereços. Relembre os tempos da vovó: adote um coador de pano para preparar o café. Cerca de 20 árvores deixarão de ser cortadas para cada tonelada de papel reutilizado.

4. A era do a granel - Em vez de comprar dois pacotes de 300g de queijo, enfrente a fila e peça 600g a granel. Será uma embalagem plástica a menos. Essa tática pode ser aplicada a frios, salsichas, geléias e muitos outros alimentos.

5. Palmas para o refil - Prefira comprar produtos com refil, que utiliza menos matéria-prima. Assim, você colocará menos quantidade de plástico fora após a segunda compra. Empresas como Natura e Boticário já adotaram a medida.

6. O bebê quer pano - Fraldas descartáveis podem ser práticas, mas as de pano são mais amigas do ambiente- Até os dois anos, um bebê utiliza cerca de oito fraldas por dia. No total, cada criança usa, em média, 5.840 fraldas.

7. Adeus à marmita de alumínio - Quem busca almoço ou janta em restaurante e leva para casa nas famosas marmitas de alumínio, deve comprar os modelos antigos, feitos de plástico durável.

8. Recarregando as energias - Pilhas e baterias recarregáveis têm vida útil muito maior do que as pilhas comuns ou alcalinas.

9. Vidro sim, plástico não - Entre uma embalagem de vidro e outra de plástico, opte pela primeira. Potes de requeijão podem virar copos, e potes de pepino em conserva, embalagens para doces.

10. Nada de papel nas sinaleiras - Evite pegar os papéis distribuídos junto aos semáforos. Um dia, quando ninguém mais pegar, essas propagandas deixarão de ser feitas, e menos lixo deixará de ser produzido.

Números:

* Cada brasileiro joga fora, em média, por ano: 90 latas de bebida; 107 frascos de vidro; 70 latas de alimento; 45 quilos de plástico, volume de papel equivalente a duas árvores e 10 vezes seu peso em materiais orgânicos. 

(Fontes: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe);  educadora ambiental Monica Borba; diretor de meio-ambiente da Coca-Cola José Mauro de Moraes; Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), Programa Ambiental das Nações Unidas, Instituto Akatu; WWF-Brasil; Câmera 2).

Texto veiculado no GEAI/Grupo de Educação Ambiental da Internet

Fonte: http://www.ambientevital.com.br/noticia_ler.php?idnoticia=388