Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Para Sensibilizar
14/03/2006 (Nº 15) Os caminhos da Educação Ambiental e os descaminhos da Sociedade
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Os caminhos da Educação Ambiental e os descaminhos da Sociedade

Sandra Barbosa 

Estamos chegando ao final de mais um ano de expectativas, projetos, ansiedades e esperanças. Ao final deste período, tomamos a iniciativa de refletir sobre as decisões tomadas, sobre os caminhos escolhidos, sobre as posições definidas, assim preparamos-nos para o próximo ciclo – 2006 – e novamente recomeçaremos com a determinação de caminhar sobre o desconhecido e formar teorias sobre as situações. É nesta periodicidade de pensamentos que me transporto para a Educação Ambiental.

Este ano – 2005 – foi mais uma vez, de aprendizagem, de caminhar por caminhos desconhecidos, de ir longe pra entender, que o que estava perto era uma missão possível. Creio que todo este imenso país está passando por lições inesgotáveis de sabedoria, “ter confiança é acreditar sempre, e não abandonar o barco quando a maré está baixa”. Politicamente estamos vivenciando um importante momento de aprendizagem e crescimento, e por conseqüência a Educação Ambiental caminha passo a passo com a descoberta da cidadania de um povo. Vivenciar realidades diversas, neste imenso país,só nos é permitido através da tecnologia, já que hoje a Internet nos permite  conhecer a situação em tempo real, de um local geograficamente oposto, nos permite também trocar idéias e discutir situações  e soluções para os diversos problemas ambientais que se espraiam pelo Brasil, num curto espaço de tempo.

2005 trouxe consigo a discussão da “crise da água”, conseqüentemente, fala-se na ”Transposição do velho Chico”, trouxe os desastres ambientais em vários paises, inclusive o Brasil, discute-se documentos e acordos entre paises sobre “mudanças climáticas”. Mas lamentavelmente, em minha concepção, ainda os Homens não pararam para discutir sobre o RESPEITO, condição necessária para por em prática todas as mudanças de comportamentos, de paradigmas, de condutas... exigidas para que a Natureza tenha uma sobrevida com qualidade. Invadimos o Século XXI com a pretensão de reduzir a emissão de gases, de auxiliar paises mais pobres que o Brasil, de propor  e conduzir a Paz Mundial, de desenvolver mais pesquisas para a cura de doenças, mas não paramos para refletir e delimitar parâmetros para a Solidariedade, para reformar morais que são essenciais, para se tratar o outro com o Respeito necessário, mesmo que esse outro seja o Ar que respiramos, o Solo que plantamos, a água que nos beneficia com o crescimento de alimentos e sacia a nossa sede; elementos estes, que são necessários mas sem o “raciocínio inteligente”.

Quando a política cresce e evolui no tempo, apenas pela vaidade de grupos ideológicos, sem permitir a continuidade da lógica, só pelo fato de não ser o “criador” e sim só mais uma “criatura”, penso que a natureza está sendo castigada com a nossa presença sem ter direito a defender-se. Quando o homem se considera um ser superior e supremo capaz de criar e destruir, sem a preocupação da lei do retorno, desconsiderando as leis naturais da física, receio que a sociedade pagará o alto preço de caminhar em caminhos pedregosos, de ferir o amigo desconsiderando o olhar lado para assim perceber o inimigo.

2006 está nascendo, sob a tutela de passos mais cautelosos, será um ano de reflexões, de ponderações, de uso de uma sistemática singular para que consigamos atingir nossos objetivos, sem, contudo, “atropelar” nossos ideais. 

Será principalmente um ano de exercício da solidariedade e do respeito daqueles que acreditam nestas qualidades, de proliferação de “boas sementes”. Que usemos a nossa capacidade de ser inteligente para definir metas eminentemente, recuperadoras a todo o sistema universal. Que usemos das listas, das redes, dos encontros para conhecer e reconhecer atitudes sensatas e oriundas de vivências pessoais, de profissionais que antes de mais, nada pensam no ser humano como um irmão, com Respeito e Solidariedade, sem o preconceito de classes, raças, credo, condição política. Que nossa aprendizagem permaneça sempre em estágio intermediário, em crescimento. Então assim creio que a Educação Ambiental estará atingindo seu caminhos, percorrendo linhas e temáticas diversas, PERMANENTEMENTE estará CAMINHANDO.

Ilustrações: Silvana Santos