Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Para Sensibilizar
GOLFINHOS-FLÍPER
: GUARDIÕES DO ARQUIPÉLAGO DAS CAGARRAS Liliane
Lodi * Em
vários locais do mundo existe a possibilidade de encontros muito próximos
com golfinhos. O arquipélago das Cagarras, localizado a 3,5km ao sul da praia
de Ipanema, Rio de Janeiro, oferece
uma boa oportunidade para a observação de golfinhos-flíper (Tursiops
truncatus) em seu ambiente natural. O arquipélago é utilizado por esses
animais em algumas épocas do ano como área de alimentação, descanso e cria
de filhotes, comportamentos considerados críticos para a sobrevivência da
espécie. Portanto, nessa área os golfinhos-flíper são particularmente
vulneráveis a distúrbios. Com
o objetivo de desenvolver estratégias efetivas para a conservação dos
golfinhos-flíper no arquipélago das Cagarras, desde março de 2004, o
Instituto ECOMAMA vem desenvolvendo um estudo para obter informações sobre o
comportamento e a ecologia desses animais.
Através das observações realizadas pelos pesquisadores, foi
verificado que muitos freqüentadores do arquipélago podem causar danos
irreparáveis aos golfinhos e ao seu ambiente devido a conhecimentos
inadequados. Em
agosto de 2005, será implementado no arquipélago um programa educativo sobre
os golfinhos-flíper. Este trabalho conta com o patrocínio da Cetacean
Society International e apoio da operadora de mergulho Tempo de Fundo e
Faculdades Integradas Maria Thereza. Folhetos
e mini-cartazes serão distribuídos aos visitantes do arquipélago. Além da
distribuição do material impresso, informações sobre a importância de se
conservar a biodiversidade marinha do arquipélago em geral e os golfinhos-flíper
em particular serão disseminadas a bordo dos barcos.
Palestras também serão ministradas para as equipes das operadores de
mergulho e de ecoturismo que atuam na região e em escolas. Dessa maneira,
espera-se minimizar danos e comportamentos irresponsáveis. Convidamos você a participar e a colaborar com o nosso trabalho!
GOLFINHOS
NÃO SÃO BRINQUEDOS AQUÁTICOS OU ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO ... Quem
nunca assistiu a um episódio do famoso seriado de tevê Flipper?
Uma história mágica envolvendo um animal que é unanimidade no quesito
popularidade entre os humanos. O seriado tornou-se tão conhecido que
influenciou, inclusive, a denominação comum da espécie em português. No
entanto, nem sempre é benéfica a confusão entre ficção e realidade, entre
comportamentos naturais e comportamentos típicos de animais amestrados,
treinados a fazer gracinhas em troca de comida — o chamado “mito
Flipper”. Infelizmente, o seriado passa uma idéia falsa sobre o
comportamento e relacionamento natural entre os golfinhos e as pessoas. Embora
exista uma empatia e um interesse mútuo muito especial entre homens e
golfinhos em vários locais do mundo desde a pré-história, temos de lembrar
que o querido “Flipper”, como o também famoso cão “Lessie” e outros
personagens animais da televisão, era na verdade representado por mais de um
animal cativo e treinado. Os
golfinhos observados em seu ambiente natural, como no arquipélago das
Cagarras, são animais selvagens que podem sofrer sérias injúrias e
molestamentos se não forem tratados com a devida distância, admiração,
cuidado e respeito.
Interações irresponsáveis ou desenformadas entre o homem e esses animais
podem ameaçar a saúde e a segurança de todos. Existe
uma extensa documentação científica comprovando que o incremento da tolerância
a humanos e barcos podem comprometer golfinhos selvagens causando alterações
no comportamento natural, dependência e habituação fazendo com que os
animais fiquem vulneráveis a enredamentos, injúrias causadas por hélices e
vandalismo. UM
SIMPLES CÓDIGO DE CONDUTAS AUXILIAM A CONSERVAÇÃO DO GOLFINHO-FLÍPER. COMO
VOCÊ PODE COLABORAR ? A
observação de golfinhos em seu ambiente natural pode ser uma experiência
excitante e educativa se feita do modo correto. Em
consideração aos golfinhos e para preservar sua própria segurança, por
favor: ·
Não
arremeta qualquer tipo de embarcação ou “jetski” na direção dos
golfinhos; ·
Desligue
o motor da embarcação quando eles estiverem próximos para não oferecer
riscos aos golfinhos (a atenção deve ser redobrada nas proximidades de fêmeas
com filhotes); ·
Não
religue o motor sem avistar claramente os animais na superfície a uma distância
segura; ·
Nunca
persiga, interrompa ou altere o curso natural do deslocamento dos golfinhos
tentando conduzí-los a determinadas áreas; ·
Não
tente alimentar os golfinhos nem jogue qualquer objeto em sua direção; ·
Não
faça ruídos desnecessários (golfinhos possuem audição extremamente sensível); ·
Não
mergulhe intencionalmente com os golfinhos (nadar com golfinhos é uma
atividade de alto risco pois são criaturas grandes - 2,5 a 3,5m e 200 a 350kg
- e poderosas); ·
Caso
você for surpreendido dentro da água pela presença dos golfinhos – que
podem demonstrar curiosidade e se aproximar — coloque os braços para trás
em posição paralela ao seu corpo e evite fazer movimentos bruscos. Humanos
podem inadvertidamente tocar em partes vulneráveis do corpo dos golfinhos
tornando-os agressivos. Tentar perseguir um golfinho na esperança de “dar
um passeio de carona em sua nadadeira dorsal” é um sonho que só serve para
afugentar um animal curioso e cansar o nadador pretensioso. Equipamentos de
mergulho devem ser evitados. As bolhas produzidas assemelham-se as bolhas
exaladas pelos golfinhos durante a sua comunicação e em alguns
comportamentos de pesca, além de poder influenciar na sua capacidade de
ecolocalização, provocando irritação e/ou comportamentos de fuga; ·
Não
jogue qualquer tipo de resíduo na água (golfinhos podem ingerir objetos e
sofrer graves injúrias internas) e recolha o que por acaso encontrar
(principalmente material plástico e restos de redes), e ·
Não
derrame óleo ou qualquer outra substância poluidora na água. Causar distúrbios
no comportamento natural dos golfinhos-flíper, além de prejudicá-los
seriamente, é crime ambiental com sérias penalidades previstas pela Lei
Federal Nº 7643 (18 de dezembro de 1987) e Portaria do IBAMA Nº 117 (26 de
dezembro de 1996)! Golfinhos
podem .... Abandonar
uma área se forem continuamente molestados. Não
fazer parte do seu cotidiano, mas podem fazer falta na sua vida ! Lembre-se:
·
Golfinhos
não reconhecem fronteiras humanas; ·
Golfinhos
vivem no mar. Nós somos visitantes do seu território; ·
Golfinhos
habitam a Terra a milhões de anos. A maioria de seus problemas são
ocasionados pela nossa presença e o uso indevido dos recursos marinhos; ·
Muitas
coisas são boas para os golfinhos assim como para nós: ar e água limpos,
abundância de peixes, liberdade e convívio em família; ·
Tenha
interesse pela preservação dos golfinhos pois eles fazem parte da nossa
comunidade ambiental; ·
Você
é parte do esforço global para ensinar as pessoas a protegerem os golfinhos
e o seu ambiente. *
Instituto de Estudos da Ecologia de Mamíferos Marinhos (ECOMAMA)
Promovemos
palestras sobre os golfinhos-flíper e as medidas que devem ser adotadas para auxiliar na conservação desses
animais. Entre em contato conosco para levar a palestra para sua instituição
! Palestras
podem ser agendadas no seguinte e-mail: projetogolfinhos@projetogolfinhos.com.br |