Comentários
sobre o “Guia Pedagógico do Lixo”
O Guia
Pedagógico do Lixo traz atividades interdisciplinares que
ampliam o conhecimento acerca dos processos e etapas da produção do lixo, cuja
intenção é oferecer aos educadores exemplos práticos que os orientem e animem a
criar dentro de sua disciplina e em conjunto com outras áreas, exercícios e
experiências, buscando novas atitudes e um consumo mais responsável. Apresenta
os resultados da Agenda 21, extratos da legislação brasileira, endereços de
entidades, cursos e bibliografia sobre o assunto.
A obra é
também um guia de educação ambiental que aborda principalmente a problemática
do lixo e suas conseqüências no meio ambiente, visando auxiliar especialmente
professores do ensino fundamental e médio. A cada atividade busca-se trabalhar
com a conscientização e mudança de hábitos referentes à questão do lixo assim
como novas formas de reduzir a sua geração.
Afinal,
o que é lixo? Não podemos nos prender a um único conceito entre
vários. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo (1998), lixo
pode ser todo e qualquer material sólido que sobra das atividades humanas
provenientes da natureza, como folhas, terra, areia e galhos de árvores. Pode
ser aquilo que não tem mais utilidade e nem valor agregado.
A
palavra lixo apresenta um caráter pejorativo, para aquilo que
consideramos ser sujo, inútil, velho ou que não tem mais valor. As pessoas
associam com rejeição, que deve ficar escondido e afastado de nossas casas,
principalmente, não pode ficar em lugares visíveis em nossa sociedade.
Lixo
e desperdício estão diretamente ligados a uma sociedade
extremamente consumista que descarta e substitui por produtos mais modernos que
poderiam ter outras finalidades.
A
Coleta Seletiva é uma operação que facilita o reuso, o
reaproveitamento e a reciclagem dos materiais presentes no lixo, no qual
consiste em coletar separadamente os materiais recicláveis. A coleta seletiva
permite a reintegração desse material na cadeia produtiva de forma a atribuir
valor. Existem três tipos de coleta seletiva:
1.
Porta-a-porta:
quando os materiais recicláveis são previamente separados e colocados em dias
específicos para serem recolhidos das residências.
2.
Sistema P.E.V. (Posto de Entrega Voluntária):
onde contêineres específicos são utilizados para recolher os materiais
recicláveis levados pela população. Esses PEV’s podem ser colocados pelo
serviço municipal de coleta, em vias públicas de grande circulação.
3.
Mista: quando os
dois sistemas (porta-a-porta e PEV’s) coexistem. Para que o projeto de Coleta
Seletiva tenha êxito é necessária uma articulação entre a separação do material
reciclável e a destinação para indústrias recicladoras (SMA, 1998).
A Secretaria do Meio Ambiente (1998), destaca a
importância de um projeto de educação ambiental com o propósito de eliminar os
hábitos consumistas e a substituição de produtos por uma atitude mais
consciente em respeito ao meio ambiente, reduzindo o consumo excessivo ou
desnecessário de produtos de difícil decomposição. Propõem para minimização da
produção de lixo o conceito dos três R’s – Redução, Reutilização e
Reciclagem.
Contudo, o melhor a fazer é a prevenção, ou
seja, comprar e usar somente o necessário, escolher produtos com o mínimo de
embalagens. Na questão da produção, deve-se minimizar a geração de resíduos em
todas as etapas do ciclo de vida dos produtos, desde a extração da
matéria-prima.
Entretanto, devemos adotar o conceito de consumo
sustentável: “que respeita a capacidade da natureza de suportar, de absorver
os resíduos decorrentes. Significa um limite na quantidade e até exclusão de
certos tipos de material.” (SMA, 1998, p. 36).
Referência Bibliográfica:
OLIVEIRA, J.
F. de.(coord.) Guia Pedagógico do Lixo. Secretaria do Meio
Ambiente. Coordenadoria de Educação Ambiental. São Paulo. 1998, 96 p.
Colaboradora: Juliana da
Costa Miranda. Aluna do 5º ano de Geografia-licenciatura, IGCE/UNESP, Rio Claro/SP.
jucmiranda@ig.com.br