Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Você sabia que...
09/03/2005 (Nº 12) Existe uma nova Rede de Educação Ambiental?
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=297 
  
Nova pagina 1
Países de língua portuguesa criam Rede Lusófona de educação ambiental
Maria Liete Alves Silva


Educadores ambientais do Brasil, Portugal, Açores, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Príncipe, Macau, Timor Leste e mesmo da Galícia e de Mallorca, compõem, agora, uma Rede Lusófona. O espaço virtual de discussão surgiu em janeiro último, em Portugal, durante a XII Jornadas pedagógicas de educação ambiental da Aspea (Associação Portuguesa de Educação Ambiental), constituindo-se na “concretização de um antigo desejo”, afirma Michèle Sato, professora da Universidade Federal de Mato Grosso, convidada para proferir palestra no evento.

Embora tenha sido criada para debater a Carta da Terra, a Rede Lusófona tem desenvolvido acirradas discussões sobre a proposta ´´Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS- 2005/2014)´´, da Unesco, principal tema do encontro promovido pela Aspea. A grande questão da EDS é o deslocamento de eixo da Educação Ambiental (EA), que passa do ambientalismo para a economia, uma vez que a ênfase incide no conceito mercadológico de desenvolvimento. A este respeito, Michèle pondera dizendo que o importante não é divergir nos argumentos de contra ou a favor da proposta, mas sim superar a dicotomia na tentativa do diálogo entre os diferentes.

O espaço, que abriga essas discussões e já reúne cerca de 200 educadores ambientais, também discute um amplo leque temático. Além da EA e do Desenvolvimento Sustentável, outros interesses despertam calorosos debates, como a Carta da Terra, Agenda 21, Centros de EA, Juventude, Gênero, Relações Étnicas e outros eixos ligados a sustentabilidade planetária.

O diálogo, travado na rede, também vem privilegiar a literatura lusófona em EA, em especial a Brasileira, pois ela “é de riqueza acentuada e de consistência criativa que merece ser releva”, considera Michèle. Este fato vem em movimento contrário à tendência que o mundo das ciências tem em dar prioridade à produção em inglês, francês, ou mesmo em espanhol.

Mas, além de possibilitar o fortalecimento de uma identidade lusófona em EA, ela espera que a rede evolua para um movimento mais amplo, “onde as pessoas possam mostrar suas ricas experiências no seu próprio idioma e espelhar o status de uma produção internacional”. Este espaço pode vir com a criação de uma Revista Lusófona de Educação Ambiental, com possibilidade de estabelecer uma aliança com a Revista Brasileira de Educação Ambiental (Revbea), “que é uma proposição menos acadêmica e, portanto, mais significativa do ponto de vista social”, aposta a professora e educadora ambiental.

Quanto a sua participação no evento da Aspea, Michèle diz que foi uma oportunidade para mostrar o que está sendo produzido na UFMT e no Brasil e “uma forma de expressar a nossa identidade”. Ainda segundo ela, o diálogo entre educadores ambientais falantes da língua portuguesa, resulta num “bonito samba lusófono, talvez meio desafinado, mas até o dançar desajeitado é bem-vindo nesta passarela”, pois, o que importa é a singularidade dos sujeitos envolvidos no processo em comum de fortalecimento da EA, finaliza.

Fonte: Matéria publicada na página da UFMT/Ascom
http://br.groups.yahoo.com/group/RedeLusofona
Ilustrações: Silvana Santos