Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 55) DIAGNÓSTICO DO CONHECIMENTO DE AGRICULTORES DE PALMEIRA EM BEBERIBE-CE SOBRE O CONTROLE MICROBIOLÓGICO.
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DIAGNÓSTICO DO CONHECIMENTO DE AGRICULTORES DE PALMEIRA EM BEBERIBE-CE SOBRE O CONTROLE MICROBIOLÓGICO.RAFAELA DOS SANTOS SOBRINHO1 & ERIKA FREITAS MOTA2

1Especialização em Educação Ambiental-UECE. Professora da rede municipal de Fortaleza. Email: rafitssobrinho@yahoo.com.br

2 Doutorado em Bioquímica-UFC. Professora do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará. Email: erika.mota@ufc.br

 

Resumo

 

O presente trabalho teve como objetivo verificar o conhecimento sobre a utilização do controle microbiológico como alternativa para substituir o uso contínuo de agrotóxicos em plantações, utilizando como instrumento a educação ambiental. Algumas considerações a respeito dos defensivos agrícolas foram apontadas como, por exemplo, os prejuízos trazidos por eles ao ambiente e as pessoas que lidam diretamente com o produto, com a intenção de fazê-los refletir sobre as agressões ao ambiente a partir da utilização de defensivos agrícolas e com o intuito de convencê-los que a utilização do controle biológico é viável para a substituição de agrotóxicos. Foi realizada a aplicação de um questionário no povoado de Palmeira, região de Beberibe-CE, com vinte agricultores, escolhidos aleatoriamente. Foram abordados alguns questionamentos como conhecimento dos prejuízos proporcionados pelos agrotóxicos, conhecimento do controle biológico e sua utilização e quanto ao acompanhamento de agrônomos na região. Após a aplicação dos questionários, os agricultores mostraram bastante interesse na informação divulgada sobre controle biológico. Ressaltamos que destes vinte agricultores, cinco já haviam participado de encontros promovidos no povoado pela Empresa de Extensão Rural do Ceará (EMATERCE), no entanto, apenas três informaram ter conhecimento do controle biológico e dois dos quais já experimentaram a técnica na sua cultura e tiveram bons resultados, mas não continuaram por falta de apoio do órgão mencionado. A partir dos dados coletados, constatou-se que se os agricultores recebessem orientação e incentivo, fariam uso de técnicas de controle biológico por microrganismos em substituição aos agrotóxicos. Faz-se necessária a prática da Educação Ambiental em toda a região.

 

Palavras chave: Educação Ambiental, Agrotóxicos, Controle microbiológico.

 

Introdução

 

O progresso econômico vem ocorrendo exponencialmente nos países mais desenvolvidos do planeta. Esses países são prestigiados com o desenvolvimento, mas prejudicados pelas consequências ambientais geradas pelo mesmo. Desde 1970, discute-se com certa relevância a Educação Ambiental em todo o mundo justamente devido à percepção dos danos causados ao ambiente pelas ações antropomórficas (RIBEIRO, 2010). Com o desenvolvimento e a grande taxa de crescimento populacional, há eminente necessidade de uma produção de alimentos em larga escala, o que vem exigindo que agricultores invistam em boa tecnologia para alavancar a sua produção e para suprir a necessidade de produção desses alimentos (MACIEL et al., 2005).

Uma das estratégias utilizadas para não interromper a produção na lavoura é o uso dos agrotóxicos, substâncias também conhecidas como defensivos agrícolas. Os agrotóxicos podem apresentar mais de 15.000 formulações, para cada 400 agrotóxicos distintos. Cerca de 8.000 formulações encontram-se disponíveis no Brasil, que é um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo (ANVISA, 2010). Esses defensivos contribuem significativamente para a degradação ambiental, pois têm efeitos negativos sobre o solo, as águas, o clima, os animais e a vegetação, provocando a seleção de mutantes resistentes, resultantes da forte pressão seletiva. Vale ressaltar, que o tempo de degradação no ambiente é da ordem de décadas, o que provoca um acúmulo e consequentemente concentrações elevadas dessas substâncias são encontradas ao longo da cadeia alimentar (FRAZZON et al., 2001).

Uma alternativa bastante viável para regular essas pragas é o controle biológico que consiste na regulação das espécies do ecossistema através da ação dos inimigos naturais dos insetos que atacam as lavouras. Substituições como estas certamente podem auxiliar na redução aos danos causados à nossa biosfera e provocar mudança de atitudes e valores, direcionando para reflexões sobre nosso papel na natureza e sobre nossa responsabilidade com a sustentabilidade (FARIA, 2004). O controle através de organismos vivos pode ser realizado de três maneiras: controle biológico clássico, controle biológico aumentativo ou por incremento e controle biológico por conservação (MENEZES, 2003).

Buscar alternativas para substituir os agrotóxicos é necessário e dessa forma, a utilização do controle biológico através de microrganismos é uma alternativa que poderá resolver o uso excessivo de agrotóxicos em lavouras, agregando vários benefícios (BENTO et al., 2002). O controle microbiológico, é um método que utiliza microrganismos para diminuir ou erradicar uma população de pragas que ataca determinadas espécies de vegetais. É uma alternativa que requer conhecimento da morfologia e fisiologia da espécie parasitada e do agente microbiológico que vai combater o parasita, bem como períodos que o vegetal está mais susceptível ao parasitismo (MENEZES, 2003). Esse método é mais lento comparado à utilização de agrotóxicos e apresenta metodologia diferente. Enquanto na aplicação de agrotóxico é necessária uma resposta rápida, pois a cultura já está danificada, no controle microbiológico os insetos-pragas são monitorados e observados constantemente a fim de deixá-los em pequenas quantidades, sendo, portanto, esse controle mais eficiente (DALZOTO & UHRY, 2009).

Este trabalho teve como objetivo verificar o conhecimento sobre a utilização do controle microbiológico como alternativa para substituir o uso contínuo de agrotóxicos em plantações, utilizando como instrumento a educação ambiental. O controle microbiológico está associado ao poder tecnológico da biologia e utiliza a manipulação de recursos genéticos microbianos para diminuir danos causados a agroecossistemas com eficácia, deixa-os mais equilibrados e favorece a sustentabilidade do sistema (PEREIRA et al. , 2009). Normalmente o controle é feito com microrganismos como bactérias, vírus e fungos que são aplicados como bioinseticidas. Ele age diretamente na praga, não intoxica quem o manipula, não polui o ambiente, custa mais barato que defensivos agrícolas, não elimina inimigos naturais e impede a reaparição de pragas. Essa utilização melhora a qualidade do produto agrícola, diminui significativamente a poluição causada por resíduos agroquímicos e consequentemente preserva recursos naturais promovendo a sustentabilidade da agricultura (SUJII et al., 2002).

 

 

 

Metodologia

 

Foi realizada uma pesquisa descritiva para observar, registrar e analisar o conhecimento de agricultores da região de Beberibe, povoado de Palmeira, distrito de Paripueira. O município de Beberibe está localizado no estado do Ceará a 83,3 km da capital, Fortaleza. Possui uma área de 1.616,39 Km2, distribuída entre a sede Beberibe e mais cinco distritos: Parajuru, Paripueira, Itapeim, Sucatinga, Serra do Félix. Conta com uma população de 49.334 habitantes, segundo censo de 2010 do IBGE. Tem como vias de acesso a CE 040 e a BR 116. Está localizada nas seguintes coordenadas geográficas: Latitude S: 4º10’47’’ e Longitude W: 38º 07’50’’. Limita-se ao norte com o oceano Atlântico ao sul com os municípios de Morada Nova, Russas e Palhano, a Leste com os municípios de Fortim e Aracati e a Oeste com município de Cascavel. Inicialmente foi feita uma revisão de literatura sobre o uso de microrganismos como controle biológico de pragas da agricultura. Esse levantamento bibliográfico foi baseado em materiais publicados desde a década de 90 até os dias atuais. O material utilizado foi constituído por artigos científicos disponíveis em revistas científicas eletrônicas e principalmente disponibilizadas no sistema Scielo Brasil. Além de informações disponibilizadas em sites de órgãos competentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Em função da revisão de literatura foi elaborado um questionário semiestruturados, contendo 14 questões, tendo sido o mesmo aplicado durante a segunda quinzena do mês de Julho de 2011 a agricultores da região de Beberibe. Este questionário possibilita a coleta de dados, que após analisados e registrados ordenadamente serviram para a realização do diagnóstico proposto como objetivo do trabalho.

 

Resultados e discussão

 

O questionário foi aplicado em um dos povoados de Paripueira, distrito pertencente ao município de Beberibe, denominado Palmeira, a 34 km do município, com uma população de aproximadamente 800 famílias das quais pelo menos 400 delas têm um representante que exerce a agricultura. Foram escolhidos aleatoriamente 20 agricultores de ambos os sexos para responder ao questionário de 14 perguntas relacionadas à atividade agrícola. As culturas cultivadas são principalmente Phaseolus vulgaris (feijão), Zea mays (milho) e o Anacardium occidentale (caju).  

Dos 20 agricultores entrevistados 95% deles já usaram ou ainda utilizam agrotóxico na cultura. O defensivo agrícola mais citado foi o de nome Folisuper 600 BR, tendo como princípio ativo a substância Parationa Metílica, que pertence à classe toxicológica I e é usado no combate a ácaros e insetos (MONTEIRO, 2006). Segundo relatos dos entrevistados, a utilização de defensivos agrícolas ocorre porque não conhecem ou não tiveram acesso a alternativas. Mesmo utilizando os agrotóxicos, os agricultores mostraram uma preocupação em relação ao consumo exagerado dos mesmos.

Vale ressaltar que os agricultores entrevistados apenas plantam para sua subsistência, mas justificam ser necessária a aplicação de defensivos agrícolas para combater as pragas, porque não querem ter prejuízos durante a colheita. Todos eles informaram saber dos perigos causados por agrotóxicos, embora não tenham o conhecimento específico de quais doenças podem ser causadas pela exposição, mostraram-se preocupados no contato excessivo com produtos químicos.

Dos agricultores entrevistados, 25% recebem ou já receberam visitas de técnicos agrônomos pelo menos duas vezes ao ano, através de um projeto da Empresa de Extensão Rural do Ceará (EMATERCE) que ocorre no próprio povoado. Nesses encontros, eles são informados de novas técnicas de plantio e de produtos do mercado que combatem pragas, mas um fato surpreendente é que apenas 15% do total de entrevistados foram orientados sobre o controle biológico como uma forma de combater pragas sem prejudicar o ambiente ou a saúde de quem o manipula e de quem consome os produtos e destes 70% tiveram oportunidade de aplicá-lo em sua cultura.

O controle biológico utilizado foi realizado com uma mistura de água e folhas secas moídas de Azaradirachta indica (Nim) e essa mistura após ser coada foi borrifada na cultura. Os agricultores que utilizaram a nova técnica ficaram surpresos, pois, no início não acreditavam que renderia bons resultados, mas após a aplicação e observação da safra puderam constatar a eficiência do controle biológico e mostraram-se satisfeitos com o resultado. O produto foi disponibilizado pela EMATERCE na ocasião da visita e os agricultores que o utilizaram em uma safra não tiveram oportunidade para continuar a técnica, pois segundo os mesmos, não foram instruídos como adquirir o produto.

No entanto, um deles se antecipou nas pesquisas e iniciou uma plantação de Azaradirachta indica, em local próprio para futuramente desenvolver a técnica em maior escala. Embora, não seja atitude muito adequada, pois essa espécie é considerada uma planta invasora, ao menos se iniciou uma tentativa de promover a utilização do controle biológico, no que diz respeito ao combate do uso indiscriminado de agrotóxico. Isso mostra a importância da informação sobre técnicas alternativas que despertou interesse e fomentou o desejo de disseminar a técnica para novas pessoas. Certamente esse agricultor já pode ser considerado um educador ambiental na região, pois se preocupa com o futuro do povoado. 

Ainda sobre Azaradirachta indica, vale salientar que esta espécie adapta-se e reproduz-se com bastante facilidade em diversos ambientes, mas pode ocasionar desequilíbrios, pois, compete principalmente por espaço, luz solar e nutrientes e com espécies nativas, chegando até em alguns casos a modificar o ecossistema (TORRES, 2006). Além de ser usada na ornamentação, a Azaradirachta indica pode ser encontrada em quase todo litoral cearense. Um dos fatores que tornam essa espécie de interesse e contribui para sua propagação no estado é a característica de funcionar como repelente para insetos (TORRES, 2006).

É interessante chamarmos a atenção para a quantidade ínfima de pessoas que se interessam em assistir as palestras promovidas pela EMATERCE na região. Não existe cobrança de nenhuma taxa para a participação, mesmo assim não há um empenho de agricultores em buscar conhecimentos novos, e para aqueles que participam ainda resta apenas o conhecimento de novos agrotóxicos do mercado. Quando na verdade o mais apropriado seria a divulgação intensa de técnicas menos prejudiciais para o ambiente e a saúde dos agricultores como o controle biológico, por exemplo. Sabemos que não seria possível uma amostragem e experimentação para todos simultaneamente, mas ao menos saberiam que é possível cultivar suas plantações com segurança. Somente 10% do total de entrevistados tiveram a oportunidade de utilizar em sua cultura um tipo de controle biológico como já foi mencionado. Se todos os vinte agricultores que foram entrevistados tivessem recebido corretamente a orientação e tivessem sido apoiados a dar continuidade ao projeto, rapidamente teríamos uma comunidade comprometida com o ambiente e muitos problemas de saúde seriam resolvidos ou pelo menos minimizados.

O posto de saúde do povoado recebe com frequência pacientes relatando dores de cabeça, náuseas e tonturas. Fato que chama a atenção para o uso contínuo de agrotóxicos, já que 40% dos agricultores que participaram do questionário relataram sintomas como esses durante ou após a aplicação dos produtos na lavoura. Quando os pacientes são mais idosos, como requer um cuidado maior, então estes são encaminhados para o município de Beberibe, onde podem fazer exames mais detalhados. Isso demanda tempo, dinheiro e prejuízo ao estado, podendo causar transtornos maiores na vida das pessoas e consequentemente nesse contexto aos cofres públicos, mas se trata de um problema simples de ser sanado, bastando apenas a prevenção.

É interessante ressaltar que os 60% dos agricultores restantes, não aplicam o defensivo agrícola, já cientes de problemas de saúde, contratam pessoas para realizar tal tarefa. A política Nacional de Educação Ambiental traz em seu 2º artigo inciso VI a informação que compete à sociedade manter-se alerta para valores e atitudes que facilitem a ação individual e coletiva direcionada para a prevenção de problemas ambientais. Muitas situações podem ser previstas antes mesmo de sua realização, como uma breve reflexão sobre possíveis problemas ambientais antes de iniciar uma atitude que comprometa o ecossistema, ajudaria bastante na prevenção de alguns casos. Questionamentos como o porquê realizar determinado procedimento e se de fato será imprescindível a realização do mesmo auxiliaria bastante na mudança de valores.  

Pensar nos males causados ao ambiente pelo uso dos agrotóxicos é um exemplo de que não estamos tão somente prejudicando aquela safra, mas sim o solo, o rio que dá suporte a região, a comunidade que vai alimentar-se do produto e que inala ou mantêm contato cutâneo com o defensivo e ainda outras espécies de seres vivos. Esse efeito dominó pode inclusive permanecer por mais tempo que o esperado dependendo da quantidade e do tipo de agrotóxico que foi aplicado. Voltamos então ao questionamento anterior. Será que de fato era necessário aplicar o agrotóxico?  E as quantidades estão em conformidade com a proporção da lavoura? Não haveria outra maneira de exterminar ou reduzir a praga? Nem sempre estamos habituados a refletir dessa forma, o pensamento mecanicista influencia-nos a agir sem mesmo pensar e nos impede de enxergar o óbvio.

Observou-se que nenhum dos agricultores entrevistados tem conhecimento do controle biológico por meio de microrganismos, na realidade, para eles esses pequenos seres vivos apenas trazem malefícios, como doença às plantas e ao próprio ser humano. É fato que pouco se sabe no meio rural sobre microrganismos, mas não é porque ainda não são bem vistos que não merecem destaque para suas proezas no controle biológico.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Um trabalho de divulgação desses microrganismos e de educação ambiental no povoado de Palmeira seria muito útil para promover o conhecimento sobre estes seres vivos e em concomitância à divulgação do controle das pragas através dos mesmos, visto que são altamente específicos e resolveriam os problemas de ataque nos vegetais de forma natural sem a degradação de ecossistemas. Ainda poderiam ser promovidos projetos de continuidade das técnicas com os microrganismos com o objetivo de disseminar a educação ambiental e promover na região aplicação de novos projetos sustentáveis.

Consequentemente como nunca houve informação na região sobre este tipo de controle biológico, também nunca foi possível sua experimentação, situação que nos deixa a lamentar, pois o controle biológico através de microrganismos é uma técnica simples que poderia ser realizada no povoado sem problemas para a comunidade e que só agregaria conhecimento e benefícios aos agricultores.

Todos informaram saber que defensivos agrícolas são prejudiciais para o ambiente. Alguns mencionaram inclusive a morte de insetos que não prejudicam a cultura e a contaminação de rios e córregos. Embora, não tenham total conhecimento de onde pode chegar esse efeito são cientes que o produto químico não agride somente a eles, mas também aos demais seres vivos. Sem dúvida este seria um contexto para discutir a educação ambiental no povoado, já que, aliado ao desejo de não utilizar mais os defensivos agrícolas estaria o fato do cultivo de lavoura de subsistência com uma maior qualidade.

O fato de cultivarem a maioria dos produtos para o consumo próprio também agrega outro benefício, porque, a pouca quantidade de vegetais e a ausência da cobrança de uma produção de larga escala por possíveis compradores não interfeririam no processo de produção das espécies através de microrganismos.

Os agricultores questionados foram enfáticos ao mencionar que não teriam nenhuma objeção em trocar o uso de defensivos agrícolas por outra maneira menos agressiva. O fato é que ainda não tiveram a oportunidade de experimentar outra técnica.

O número de agricultores que receberam a informação do controle biológico foi proporcional aos que receberam visitas de técnicos agrônomos. No entanto, ainda é um número insatisfatório para o contexto que vivemos atualmente. Dos vinte agricultores somente três receberam a orientação sobre controle biológico, fato que merece atenção já que no povoado ocorre pelo menos duas vezes ao ano encontros com técnicos agrícolas. Seria estimado que pelo menos todos cinco que foram aos encontros já tivessem sido apresentados ao controle biológico.

Pôde-se perceber que o povoado de Palmeira acolheria com bastante afinco novas alternativas de controle biológico, inclusive através de microrganismos. Não haveria resistência, pelo contrário, a comunidade se empenharia na divulgação e prática deste controle. A questão é somente a falta de conhecimento, que no povoado teria total condição de ser promovido por órgãos competentes, já que existe inclusive um acompanhamento, embora escasso, da comunidade. A divulgação dessa técnica provocaria nos agricultores a discussão voltada para questões ambientais e até mesmo a aplicação de outras técnicas sustentáveis, promovendo a educação ambiental na comunidade, e consequentemente a valorização do ambiente.

 

 

Referências bibliográficas

 

AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA- ANVISA. Disponível em: <www.anvisa.gov.br >Acesso em: 09 Julho 2010.

BENTO, J.M; BOTELHO, P.S; FERREIRA, S.C and PARRA, J.R. Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São Paulo. 1ª edição, 2002. Disponível em: http://books.google.com.br. Acesso em 09 Maio 2011.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm> Acesso em: 20 Setembro 2011.

BRASIL. Lei n.9795, de 27 de Abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=321> Acesso em 20 Setembro 2011.

DALZOTO, P.R & UHRY, K.F. Controle biológico de pragas no interior do Brasil por meio de Beauveria bassiana (bals.) Vuill. Biológico, São Paulo, v.71, n.1, p.37-41, jan./jun., 2009. Disponível em:< www.biologico.sp.gov.br/docs/bio/v71_1/dalzoto.pdf>>. Acesso em: 17 Julho de 2010.

FARIA, H. Eficácia de gestão de unidades de conservação gerenciadas pelo Instituto Florestal de São Paulo. Dissertação- Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia. São Paulo. 2004. Disponível em: Acesso 10 Setembro 2011.

FRAZZON, A.P.; FRANCESCHINI, M.; GUIMARÃES, A.P.; CAMASSOLA, M.; BARATTO, C.M.; KOGLER, V.; SILVA, M. V.; DUTRA, V.; NAKAZOTO, L.; CASTRO, L.; SANTI, L.; VAINSTEIN, M. and SCHRANK, A. Biotecnologia Aplicada ao controle Biológico. O entomopatógeno Metarhizium anisopliae. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento. N.23Novembro/dezembro 2001. Disponível em: < www.biotecnologia.com.br/revista/bio23/biotecnologia.pdf> Acesso em: 17 Junho 2010.

MACIEL, J; SILVA, E.; FARIA H. and PINHEIRO, T. Agrotóxico e trabalho: uma combinação perigosa para a saúde do trabalhador rural. Ciênc. saúde coletiva vol.10 n. 4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2005. Disponível em: < http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-81232005000400013&script=sci_arttext > Acesso em 17 Junho 2005.

MENEZES, E. Controle Biológico de Pragas: Princípios e Estratégias de Aplicação em Ecossistemas Agrícolas. Documento164. Seropédica, 2003. Disponível em: < www.cnpab.embrapa.br/publicacoes/download/doc164.pdf Acesso em 09 Maio 2011.

MONTEIRO, D. Efeitos do inseticida organofosforado metil paration (folisuper 600 br ) sobre biomarcadores do estresse oxidante no teleósteo de água doce Matrinchã Brycon cephalus (Günther, 1869) e o papel da suplementação de selênio na dieta.Universidade Federal de São Carlos, 2006. Disponível em: < www.cipedya.com/web/FileDownload.aspx?> acesso em 05 Novembro 2011.


PEREIRA, Alex Furquim; BUTNARIU, Alessandra Regina; OLIVEIRA, Eduardo

Augusto. Ocorrência de parasitismo em pentatomideos pragas da soja

na região de Tangará da Serra e Nova Marilandia – MT. 2ª Jornada Científica

da Unemat, Outubro, 2009.


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RIBEIRO, L. Problemática Ambiental da Evolução Foz do Douro Após 25 de Abril de 74. Dissertação da Universidade de Aveiro. 2010. Disponível em: < ria.ua.pt/bitstream/10773/3545/1/4217.pdf> Acesso 10 Abril de 2011.

SUJII, E.; PIRES, C.; SCHMIDT, F.; ARMANDO, M.; BORGES, M.; CARNEIRO, R.and VALLE. J. Controle biológico de insetos-praga na soja orgânica do distrito federal. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.19, n.2, p.299-312, maio/ago. 2002. Disponível em: < webnotes.sct.embrapa.br/pdf/cct/v19/cc19n2_06.pdf> Acesso em 17 Junho 2010.

TORRES, A.; BOIÇA, A.; MEDEIROS, C.; BARROS, R. Fitossanidade efeito de extratos aquosos de Azadirachta indica, Melia azedarach e Aspidosperma pyrifolium no desenvolvimento e oviposição de Plutella xylostella. Universidade Federal de Pernambuco. Bragantia, Campinas, v. 65, n.3, p.447-457, 2006. Disponível em: < http://www.scielosp.org/scielo> Acesso em: 05 Outubro 2011.

 

 

Ilustrações: Silvana Santos