JOGOS DIDÁTICOS: FACILITAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM EM BIOLOGIA

Andréa Amorim Leite andreaamorim.bio@gmail.com

João Bruno de Oliveira Barbosa joaobruno1998@gmail.com

Rafaela Martins de Lima rafaelamartins2000@hotmail.com

 

 

Resumo

 

            O presente trabalho consiste na utilização de jogos didáticos para facilitar o processo de ensino-aprendizagem em biologia. O tema trabalhado foi: “os critérios de classificação do Reino Animalia”. Através de um cladograma, construído com restos de madeira, foi possível promover a interação dos alunos e facilitar a assimilação dos conceitos necessários para compreensão do tema. Vale enfatizar a necessidade de trabalhar com materiais de baixo custo, tornando possível a replicação desse tipo de trabalho em qualquer escola.  

 

 

Introdução

 

De forma geral, o tradicionalismo (quadro e giz) das aulas de biologia, realidade da maioria das escolas públicas e privadas, tem influenciado negativamente no interesse dos alunos pela disciplina, deixando-a como algo distante do cotidiano (MARANDINO, 2003; BORGES, 2002).

Na maioria das vezes, as aulas tradicionais consistem em um monólogo, onde apenas o professor passa as informações que juga necessárias aos alunos. Infelizmente esse tipo de aula impede ou até mesmo bloqueia a capacidade de interação do aluno, dificultando a aprendizagem do conteúdo ministrado.

Por si só, a biologia é uma disciplina fascinante, porém requer do educador a percepção de explorar o espaço a sua volta, utilizando materiais acessíveis. Uma alternativa para dinamizar as aulas de biologia é a utilização de jogos didáticos.

Segundo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006, p. 28):

“O jogo oferece o estímulo e o ambiente propícios que favorecem o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos e permite ao professor ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de ensino, desenvolver capacidades pessoais e profissionais para estimular nos alunos a capacidade de comunicação e expressão, mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosa e participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar, levando a uma maior apropriação dos conhecimentos envolvidos.”

 

Objetivo

 

       Auxiliar e dinamizar o processo de ensino aprendizagem em biologia, através de jogos didáticos com materiais alternativos e de baixo custo.

 

 

 

Metodologia

 

O presente trabalho foi desenvolvido com os alunos da 3° série do Centro Educacional Professor Felipe Tiago Gomes no município de João Pessoa –PB.

Primeiramente, foi realizando um levantamento com os alunos através de um questionário estruturado para diagnosticar os conteúdos de difícil compreensão. A partir desse diagnóstico, foi selecionado o conteúdo: “critérios de classificação do Reino Animalia”.

Baseado nesse tema foram selecionados alguns alunos para auxiliar na confecção do jogo. A ideia principal foi utilizar materiais de baixo custo, acessíveis a qualquer escola. A produção do jogo foi dividida em duas partes: 

Confecção do cladograma

 

Para a confecção do cladograma foram utilizados restos de madeiras encontradas no “lixo”. Essas madeiras foram serradas e coladas (Figura 1).

 

Figura 1. Esboço inicial do cladograma do Reino Animalia

feito com madeira encontrada no “lixo”.

 

 

            Posteiormente, o cladograma foi pintado e acrescentados pregos para serem inseridas as placas com as características de cada Filo (Figura 2).

Figura 2. Cladograma final do Reino Animal.

 

 

Confecção das carta

 

Para a confecção das placas também foram utilizadas restos de madeiras. Foi necessário imprimir os exemplares do Reino Animalia e suas respectivas características (Figura 3).

 

Figura 3. Confecção das placas com as características de classificação do Reino Animalia.

 

 

Resultados

 

Percepção dos alunos sobre tema

 

            Apesar do tema: “Critérios de classificação do reino Animal” ser um conteúdo de revisão na 3° série, a partir do Figura 4, observar-se que 60% dos alunos ainda consideram esse conteúdo de difícil compreensão.

 

Figura 4. Percepção dos alunos sobre a dificuldade na compreensão do conteúdo “critérios de classificação animal”.

 

 

 

             Apenas 5% dos alunos não consideram jogos ou atividades lúdicas como maneira de facilitar o ensino de biologia (Figura 5).

Figura 5. Percepção dos alunos sobre a importância dos jogos no ensino da biologia.

40% dos alunos afirmam conseguir diferenciar as características que segregam os Filos do Reino Animália (Figura 6).

 

Figura 6. Compreensão dos alunos sobre os conceitos das categorias de separação do reino Animalia.

 

 

 

Através da Figura 7, é possível observar que os alunos apresentam maiores dificuldades com as categorias: Parazoários, eumetazoários, enterocelomado e esquizocelomado.

 

Figura 7. Dificuldade dos alunos em compreender as categorias de classificação dos animais

 

 

 

 

 

 

 

Aplicação do Jogo

 

Na aplicação do jogo, observou-se a participação e interação dos alunos, promovendo habilidade de trabalho em grupo, e facilitando a aprendizagem através da troca de informações sobre os Filos (MIRANDA, 2001) (Figura 8). Esse tipo de atividade possibilita ao aluno uma discussão em grupo, auxiliando na compreensão dos conceitos abordados.

 

Figura 8: Aplicação do jogo sobre Classificação Animal com a turma da 3° série do Ensino Médio do Centro Educacional Professor Felipe Tiago Gomes.

 

 

 

Conclusão

 

            Apesar da falta de laboratórios para o ensino da ciência e biologia nas escolas, os jogos didáticos possibilitam uma alternativa para facilitar o processo de ensino-aprendizagem, despertando no aluno a criatividade e o trabalho em grupo. O presente jogo promove a utilização pratica do cladograma, fazendo com que esse tema não seja apenas decorativo, mas permite a compreensão das características embrionárias que possibilitam a segregação do Reino Animal.  

 

 

 

 

Referências Bibliográficas

 

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 2006. 28 p.

BORGES, A. T. Novos rumos para o laboratório escolar de ciências. Cad. Brás. Ens. Fís., v. 19, n.3: p.291-313, 2002.

MARANDINO, M. A Prática de Ensino nas Licenciaturas e a Pesquisa em Ensino de Ciências. Cad.Bras.Ens.Fís.,v.20, n.2: p.168-193, 2003.

MIRANDA, S. No Fascínio do jogo, a alegria de aprender. Ciência Hoje, São Paulo, v.28, p.64-66, jan. 2001.