Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 53) PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO E DOMÉSTICOS EM CRIANÇAS/ADOLESCENTES, MULHERES, HOMENS E IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA
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PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO E DOMÉSTICOS EM CRIANÇAS/ADOLESCENTES, MULHERES, HOMENS E IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA

 

Iara Elisabete Romeiro Pires¹, Rayane Rabelo Barros1 ,Vanessa Valéria Viana da Silva1, Gina Andrade Abdala2 , Regina Lucia Herculano Faustino2

1Alunos do curso de Enfermagem, Centro Universitário Adventista de São Paulo. 2Professores do curso de Enfermagem do Centro Universitário Adventista de São Paulo Estrada de Itapecerica da Serra nº 5859, CEP: 05858001 Jardim IAE, SP. Email: iara.betinha@hotmail.com e ginabdala@gmail.com

 

Resumo

Objetivo: relatar o que a literatura apresenta sobre a prevenção de acidentes de trânsitos e domésticos em crianças/adolescentes, mulheres, homens e idosos. Métodos: foi realizada uma revisão integrativa da literatura em que foram selecionados artigos publicados nas bases de dados Lilacs e Medline, com os seguintes descritores: crianças/adolescentes, mulheres, homens e idosos, associados pela expressão "AND" com os descritores prevenção, acidentes, trânsitos, domésticos e quedas. No final da coleta de dados, foram selecionados 17 artigos que retratam a realidade brasileira e da França entre 2009 e 2013 sobre o tema em estudo. Resultados: em relação aos acidentes de trânsito, 33,18% são mais frequentes em homens jovens, e 23,8% destes casos são por motocicletas. Já os acidentes domésticos, são mais frequentes em idosos (75%) e crianças (36%). Os fatores associados às crianças estão relacionados principalmente pela falta de cuidado dos responsáveis na proteção e segurança deles. Quanto aos idosos, esteve relacionado aos fatores intrínsecos que predispõem ao risco de quedas, devido a idade avançada e alguns tipos de demência. Conclusão: Ao longo de dez anos, tem ocorrido melhorias pouco significativas na prevenção de acidentes de trânsito e doméstico. A educação populacional e a forte intervenção dos serviços públicos deveriam ser consideradas uma ferramenta de prevenção eficaz.

Palavras-chave: prevenção, acidentes domésticos, trânsito, criança/adolescente, mulher, homem, idoso

 

INTRODUÇÃO

 

As morbi-mortalidades causadas por acidentes de trânsito e doméstico vem crescendo constantemente no mundo. O Brasil é um dos países com maiores índices, ocupando o 5º lugar no ranking mundial de acidentes de trânsito, e os indivíduos mais vulneráveis são pedestres, ciclistas e na maioria homens jovens (GALVÃO et al., 2013).

Já a prevalência de acidentes domésticos vem sendo protagonizados principalmente na vida de pessoas idosas e crianças, pois os mesmos são mais vulneráveis. Outro fator importante que é necessário destacar é o fato de que os acidentes são coisas naturais, mas claro que podem ser evitados com medidas simples e fáceis, que, no entanto envolve mudanças de mentalidade e comportamento.

Hoje vem sendo criadas várias formas para prevenir esses acidentes. Algumas dessas medidas vem trazendo uma grande significância para a diminuição, mas ainda precisam ser investidas e criadas novas medidas mais eficazes, e atuar junto à população para que se obtenha um melhor resultado. Sendo assim, o objetivo desse estudo é verificar o que a literatura apresenta sobre a prevenção de acidentes no trânsito e domésticos em crianças/adolescentes, mulheres, homens e idosos, e quais as atualidades sobre o assunto.

 

DELINEAMENTO METODOLÓGICO

 

A pergunta norteadora para este estudo foi: quais as medidas preventivas para acidentes de trânsito e acidentes domésticos em crianças/adolescentes, mulher, homem e idoso? Este estudo é do tipo revisão integrativa que é um método de pesquisa que permite a busca, avaliação crítica e a síntese das evidências disponíveis do tema investigado, sendo seu produto final o estado atual do conhecimento do tema investigado, a implementação de intervenções efetivas na assistência a saúde e a redução de custos, bem como a identificação de lacunas que direcionam para o desenvolvimento de futuras pesquisas (MENDES, SILVEIRA & GALVÃO, 2008).

Os dados foram pesquisados no banco de dados científicos LILACS e MEDLINE à procura das melhores evidências científicas disponíveis. A coleta de dados ocorreu no período de 13 a 27 de Outubro de 2014.

Os descritores foram utilizados conforme o DECS - Descritores de Ciências da Saúde, sendo crianças/adolescentes, mulheres, homens e idosos, associados pela expressão "AND" com os descritores prevenção, acidentes, trânsitos, domésticos e quedas. Para selecionar os artigos, os critérios de inclusão utilizados foram artigos com recorte temporal de quatro anos (2009 a 2013), idiomas português e francês e dados referentes à realidade do Brasil e da França. Como critério de exclusão, não foram utilizados artigos de revisão bibliográfica.

Os 17 artigos selecionados foram lidos, analisados e os resultados encontrados foram organizados em forma de Tabelas (1 e 2).

 

Tabela 1 – Distribuição dos artigos sobre prevenção de acidentes de trânsito encontados na base de Dados da BVS (Medline, LILACS). São Paulo, 2014.

Prevenção acidentes Trânsito

BVS

Medline

LILACS

IDIOMA

ANO

ACEITOS

Crianças e Adolescentes

918

275

19

8

5

2

Mulher

10

4

6

5

4

1

Homem

32

0

20

7

6

4

Idoso

Não encontrados

 

------

 

------

 

------

 

-----

 

-----

Total

963

279

45

20

15

8

Fonte: dados primários

 

Tabela 2 - Distribuição dos artigos sobre Prevenção de acidentes domésticos encontados na base de Dados da BVS (Medline, LILACS). São Paulo, 2014.

Prevenção acidentes Domésticos

BVS

Medline

LILACS

IDIOMA

ANO

ACEITOS

Crianças e Adolescente

361

80

9

8

3

3

Mulher

5

2

3

3

3

1

Homem

Não encontrados

 

-------

 

-------

 

-------

 

-----

 

-----

Idoso

15295

1624

306

148

10

5

Total

15661

1706

318

159

16

9

Fonte: dados primários.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Foram analisados 16 artigos na íntegra e após análise de conteúdo temático, os temas abordados foram divididos nas seguintes categorias, acidentes domésticos em crianças e adolescents (seis artigos, três de trânsito e dois domésticos), acidentes de trânsito em homens (quatro artigos), acidentes de trânsito e acidentes domésticos em mulheres (um de trânsito e um doméstico) e acidentes domésticos em idosos (cinco artigos).

 

Acidentes com Crianças e Adolescentes (Quadro A)

 

O acidente doméstico tornou-se um problema significativo, interferindo no desenvolvimento da criança e no seu convívio familiar, pois estão intimamente relacionados com o comportamento da família e rede social, com o estilo de vida, fator educacional, econômico, social e cultural, como também com as fases especificas das crianças, caracterizada pela curiosidade aguçada e contínuo aprendizado (FOOK et al., 2013).

Desta forma, na faixa etária de 1 a 5 anos, os principais casos ocorridos no domicílio são representados pelas quedas, queimaduras, aspirações ou introdução de corpos estranhos e intoxicações exógenas (SOUZA et al., 2010).

A falta de cuidado dos responsáveis na proteção e segurança da população infantil ajuda a acentuar as causas dos acidentes. Assim, torna-se comum o desajuste na estrutura familiar, ocorrendo uma transferência de responsabilidade dos cuidados e educação dos filhos entre familiares. Tais situações levam a criança a vivenciar um atraso significativo em seu desenvolvimento e carregar as sequelas dos mais diferenciados tipos de acidentes (MALTA et al., 2012a).

Portanto, observa-se a necessidade de proteção e vigilância da família para que esses casos possam ser minimizados e as crianças vivenciem um processo de amadurecimento sem a necessidade de ter experimentado situações traumáticas e marcantes (CAVALCANTI et al., 2012).

Não se pode deixar de enfatizar que o cuidado de saúde no sentido amplo visa a uma harmonia do ser humano com seu micro e macro ambiente, proporcionando relações do bem-estar e crescimento saudável. Os fatores de risco presentes no ambiente doméstico podem comprometer o desenvolvimento da criança, contribuindo para desencadear diversos tipos de acidentes que, em determinados casos, podem originar graves lesões e sequelas irreversíveis (MALTA et al., 2012b).

 

Acidentes com o Homem (Quadro B)

 

A conduta masculina no trânsito é ilustrada através de vários números e dados que revelam um cenário um pouco agressivo. De acordo com o SETRANSP (Secretaria de Transporte de São Paulo) e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), houve um crescimento da frota de motocicletas, o que fez um aumento também nos acidentes com vitimas de 19,3% em 1995 para 24,8% em 2008. A letalidade referente aos motociclistas foi mais elevada que a dos pedestres e o risco de mortes foi sempre maior em homens do que em mulheres (MARÍN-LEÓN et al., 2012).

Com a municipalização da administração e gerenciamento do trânsito em Campinas, a EMDEC (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) intensificou a fiscalização do trânsito com a adoção de equipamentos eletrônicos para o controle da velocidade, aplicação de multas aos infratores, monitoramento dos pontos de maior frequência de acidentes para intervenção imediata, como a melhoria na sinalização, entre outras ações, além de ter desenvolvido importantes iniciativas, entre as quais se destacam as campanhas educativas sobre segurança no trânsito (MARÍN-LEÓN et al., 2012).

Segundo Marín-León et al. (2012) apesar das intervenções da EMDEC, o percentual de acidentes de trânsito com vítimas cresceu a partir de 2004, possivelmente em decorrência do aumento da frota de motocicletas, à semelhança do que foi observado em outros municípios. Diferentemente dos automóveis, as motocicletas não tiveram, no período do estudo, a incorporação de tecnologias para diminuir o impacto das colisões sobre os ocupantes. Além dos comportamentos infratores dos motociclistas, problemas climáticos e nas vias, a instabilidade própria deste veículo facilita derrapagens em curvas e nas conversões, podendo favorecer a ocorrência de acidentes de trânsito. Finalmente, cabe destacar que não têm sido adotadas medidas viárias destinadas a diminuir os acidentes de trânsito como as faixas segregadas e exclusivas para motocicletas usadas em alguns países asiáticos (MARÍN-LEÓN et al., 2012).

De acordo com Marín-León et al. (2012) foi constatado que as motocicletas são uma das maiores causas de acidente no trânsito. Seguido vem a ingestão de bebida alcoólica que é também um dos maiores fatores que envolvem os acidentes (MALTA et al., 2010).

Outro estudo realizado sobre as causas que levam a acidentes de trânsito diz que ao limitar a análise à população residente nas capitais dos estados brasileiros, observou-se para o conjunto das capitais, uma redução significativa no risco de morte por acidentes de trânsito (ATT) variando de 14,1/100 mil habitantes no período pré-Lei Seca para 12,4/100 mil habitantes após a implantação da Lei Seca. A redução foi observada em 67% (18/27) das capitais brasileiras, sendo maior na cidade do Rio de Janeiro (58,1%) e menor em João Pessoa (0,3%). Dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde apontam para uma redução na tendência das taxas de internação por ATT no Brasil, em especial no período pós-"Lei Seca” (MALTA et al., 2010).

De acordo com Galvão et al. (2013), não é só os abusos de velocidade nas motos e a ingestão de bebidas alcoólicas que causam a maioria dos acidentes, também um item que vem crescendo nesse âmbito é a bicicleta.

Outra vez, os homens aparecem com o maior número de mortes. No período de 10 anos foram levantadas 517 Declarações de Óbitos onde as mortes foram consequência de acidentes com bicicleta em Pernambuco, sendo mais frequentes em homens, entre 25-39 anos e 40-59 anos, pardos, solteiros e de escolaridade ignorada (DATASUS, 2008). O local mais frequente do óbito foi a via pública, indicando que a maioria das vítimas não sobrevive ao resgate. Ainda afirma que a distribuição espacial das mortes demonstra uma concentração maior dos óbitos na Região Metropolitana, seguida da região Agreste (GALVÃO et al., 2013).

Apesar de a casuística aparentar ser pequena, o problema com os acidentes envolvendo ciclistas é que, em geral, eles são mais graves, devido à falta de proteção deste tipo de veículo, e por este motivo geram uma maior letalidade (GALVÃO et al., 2013). Os autores afirmam que na maioria dos casos, os acidentes de trânsito ocorreram devido a deficiências nas estradas e dos veículos e/ou erros humanos. Entretanto, os benefícios apresentados pela prática do ciclismo (redução da emissão de poluição no ar, melhoria na saúde geral) compensam os riscos envolvidos com a prática da atividade (acidente de trânsito e lesões mais graves, inalação de gases poluentes, etc.). Todavia, para otimizar os benefícios para a sociedade, as políticas de incentivo ao ciclismo devem vir acompanhadas por planejamento de transporte adequado e medidas de segurança (GALVÃO et al., 2013).

Quando não levam à morte, os acidentes de trânsito deixam lesões que variam de traumatismos crânio encefálicos e traumas raquimedulares, consideradas extremamente graves; amputações de membros - muito graves; fraturas de membros inferiores - graves; fraturas de membros superiores - moderadas; e lesões diversas e luxações - leves (SCHOELLER et al., 2011).

 

Acidentes com a Mulher (Quadro C)

 

Segundo o DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito, 2014), o número de mulheres ao volante representa 37,6% dos habilitados do Distrito Federal, o equivalente a mais de 559 mil condutoras nas vias. Em relação aos motoristas envolvidos em acidentes fatais no DF em 2013, apenas 28 (5,3%) eram mulheres.

No último ano, dos 529 condutores envolvidos nos 357 acidentes com vítimas mortas, 476 eram homens (90%). Os demais condutores envolvidos em acidentes com morte não tiveram sexo informado. Um fato importante é que após representar cerca de 10% do total de condutores envolvidos em acidentes com morte em 2010 e 2011, e 6,5% em 2012, as mulheres reduziram este percentual para 5,3% em 2013. Em relação ao tipo de envolvimento no acidente, entre as mulheres mortas, 52,9% eram passageiras e 7,4% condutoras. Já entre os homens, somente 9% eram passageiros e 60,3% condutores (DETRAN, 2013).

De acordo com Davantel et al. (2009), as mulheres envolvidas em AT eram na maioria solteiras (49,2%) e na faixa de 21 a 30 anos (34,3%). A Organização Mundial de Saúde estima que em 2020 os acidentes de trânsito serão a 2ª causa de morte prematura no mundo.

Segundo mostram os estudos de Dutra et al. (2011), as queimaduras e suas consequências são consideradas um problema de saúde pública, uma vez que as vítimas representam um importante ônus social e econômico durante o período de internação e ao longo do processo de recuperação.

Os agentes causais mais comuns de queimadura são substâncias inflamáveis e os líquidos superaquecidos. As diferenças de gênero desempenham um papel significativo no risco de queimadura, uma vez que há uma predominância de mulheres queimadas em atividades domésticas (DUTRA et al., 2011).

Os acidente domésticos ocorrem principalmente na cozinha, envolvendo a utilização do fogão, com panelas mal adaptadas e a realização de frituras (DUTRA et al., 2011).

De acordo com Dutra et al. (2011), a faixa etária de mulheres adultas jovens foi a faixa de maior prevalência de queimadura. O ambiente doméstico foi o cenário de maior incidência assim como tem sido evidenciado em outros estudos.

 

Acidentes com Idosos (Quadro D)

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014), o número de idosos irá triplicar até 2050, chegando a quase 50 milhões. Por isso é tão importante se preparar para atender a essa população exigente, que combina forças e fraquezas relevantes. Os acidentes domésticos merecem destaque e são considerados como problemas de saúde pública, devido à alta frequência que ocorrem com esta faixa etária.

A morbidade e a mortalidade advindas desse evento, elevam o custo social e econômico, resultante das lesões provocadas e por isso a importância das medidas de prevenção e promoção de saúde para diminuir a ocorrência destes acidentes e minimizar as complicações secundárias (CRUZ et al., 2012).

Os resultados das pesquisas feitas com idosos apartir de 60 anos mostram que acidentes domésticos ocorrem mais frequentemente em pacientes com algum tipo de demência, como do tipo alzheimer. Segundo Bourgeois, Couturier e Tyrrel (2009), estas pessoas são mais vulneráveis à situações de quedas, principalmente se vivem sozinhos no seu domicilio. Neste mesmo estudo realizado na França, encontrou-se que existe um risco potencial de incêndio no domicílio de pessoas idosas com algum tipo de demência.

Avaliando a prevalência de quedas e outros fatores associados, segundo os estudos de CRUZ et al. (2012), cerca de 30% dos idosos caem, no Brasil, pelo menos uma vez por ano, e o risco pode ultrapassar 50% em idosos acima de 85 anos. As ocorrências de quedas associaram-se com idade avançada, sexo feminino, necessidade de auxílio para locomoção e diagnóstico auto-referido de osteoporose. A mulher idosa apresenta mais riscos pela quantidade de massa magra e de força muscular menor do que os homem da mesma idade; também maior perda de massa óssea devido à redução de estrógenos, aumentando a probabilidade de osteoporose, entre outros: maior prevalência de doenças crônicas e maior exposição à atividades domésticas.

Pelos dados analisados dos estudos de Almeida et al. (2012), confirmou-se que, entre os fatores intrínsecos que predispõe ao risco de quedas e fraturas estão : faixa etária mais elevada, autopercepção ruim da visão e autopercepção ruim da saúde ; e os fatores extrínsecos são tipo de moradia, e renda igual ou inferior a um salário mínimo.

De acordo com os estudos de Cruz et al. (2012); Almeida et al. (2012); Chianca et al. (2013), os riscos de quedas mais relacionados referiram-se ao sexo feminino, acuidade visual diminuída e história de quedas. Entre os fatores extrínsicos estão: piso escorregadio nos domícilios, banheiro sem piso antiderrrapantes, tapetes e objetos soltos nos ambientes, baixa luminosidade e uso de calçados inadequados.

No estudo descritivo, transversal e quantitativo de Borges Filho (2010) cujo objetivo foi correlacionar o equilíbrio e o ambiente domiciliar como risco de quedas em pacientes acometidos pelo acidente vascular encefálico (AVE), depois de um episódio de AVE, pelo menos dois terços dos sobreviventes apresentaram algum grau de deficiência decorrente dos déficits neurológicos. Como sequelas geradas, tais como contraturas e deformidades que resultaram na perda de movimentos, espaticidade e posicionamento imprópio, alteraram a biomecânica articular normal, provocando alterações no equilíbrio e instabilidade postural, levando à uma suscetibilidade de acidentes domésticos. Confirmando outros estudos, as mudanças precisam ser feitas nos domicílios, pois a presença de um ambiente de risco aumenta o desafio para os idosos.

Segundo Chianca et al. (2012), evitar quedas é considerado hoje uma conduta de boa prática gerontólogica, tanto em hospitais e instituições de longa permanência quanto no ambiente domiciliar. Na mesma linha de pensamento de Bourgeois, Couturier e Tyreeal (2009), destaca-se a importância de identificar os riscos dos pacientes para orientar os cuidadores nas mudanças que podem ser feitas no domicílio, afim de otimizar a segurança do idoso(a) e de seus familiares.

A maior parte das quedas ocorrem no próprio domicílio como relatado em outros estudos, remetendo à importância do ambiente domiciliar e fatores extrínsicos para a ocorrência/ausência de acidentes domésticos. Sendo assim, as formas de prevenção são: iluminação adequada, piso não-escorregadio, disposição adequada do mobiliário e objetos, ausência de tapetes, uso de anteparo para assento durante o banho e algum recurso antiderrapante, barras de apoio para facilitar o acesso a escadas e degraus, e outros (CRUZ et al., 2012).

Resultados semelhantes foram apontados na literatura nesse sentido, mudanças demográficas e epidemiológicas implicam a compreensão e o entendimento da demanda da população idosa sob um novo olhar, baseado na integralidade do cuidado, com ênfase na prevenção e promoção de saúde. Quedas e seu impacto possuem considerável importância na vida dos indivíduos, nos altos custos econômicos e sociais e na sobrecarga dos serviços de saúde. Tornam-se necessários o reconhecimento dos grupos mais vulneráveis, a compreensão do evento, as quedas e a atuação preventiva de sua ocorrência em equipe interdisciplinar, considerando sua natureza multifatorial (CRUZ et al., 2012).

 

CONCLUSÃO

 

Este estudo objetivou traçar o perfil dos acidentes tanto de trânsito como doméstico em todas as faixas etárias, e refletir sobre as medidas de prevenção que existem.

As crianças e os idosos são os mais vulneráveis aos acidentes domésticos. Obervou-se  nesse estudo que para um numéro de pessoas os acidentes domésticos com crianças são considerados normais dependendo do nível da lesão, e que só passam a se preocupar quando o tipo de lesão ocasiona algo grave no estado físico da criança e evidencia uma sensação de perda muito forte. Pesquisas mostraram que acidentes tem relação com a idade da criança, etapa de desenvolvimento psicomotor, fatores ambientais, educacionais, socioeconômicos e culturais, os quais estão relacionados com o comportamento e estilo de vida. E que as quedas ocorrem em locais diversos, como residência, via pública, escola, local de trabalho ou lazer.

Um único estudo mostrou a importância do cuidado com os produtos de limpeza, pois podem trazer sérias complicações, sendo uma delas a intoxicação com crianças, principalmente na faixa etária de 1 a 5 anos, a “idade da descoberta”. Não podendo deixar de enfatizar o cuidado dos profissionais de saúde atuando junto à população e conscientizando sobre as medidas eficazes a serem tomadas.

O que todos os artigos tinham em comum era a clareza sobre a importância de destacar a prevenção do acidente doméstico, pois ele tem se revelado como uma das principais causas dos atendimentos, internações, incapacidades e óbitos em crianças, precisando ter um maior cuidado, principalmente dos responsáveis, pois muitos acidentes poderiam ser evitados se os pais tivessem mais cautela e observassem suas crianças.

Segundo um artigo publicado na França, idosos com algum tipo de dêmencia, são mais frágeis, por este motivo a ocorrência de quedas se torna mais elevada. E o risco pode aumentar se os idosos viverem sozinhos em seus domicílios. Em muitos casos, pacientes acometidos por demências, são considerados um ''fardo'', para suas famílias por isso há a necessidade da intervenção dos profissionais da saúde através de orientações, para que haja uma conscientização a respeito da importância da presença dos familiares.

Entre os fatores de risco, o incêndio é o mais ocorrido. As causas mais frequêntes de queimadura, são com idosos que entram em banho quente sem auxílio de um familiar, ou cuidador, e também contato com cigarro, e outras atividades na cozinha. Dos cinco artigos escolhidos, três confirmam, que a prevalência de quedas está mais relacionada com a faixa etária elevada, sexo feminino, e autopercepção ruim da visão. A falta de segurança nos domicílios também é um fator que predispõe a queda. É importante destacar a importância do exercício fisíco para manter a independência, aumentar a força muscular e o equilíbrio.

Observou-se que muitos idosos não são orientados em relação aos cuidados, e as mudanças externas que são simples que podem ser feitas sem nenhuma dificuldade. O estudo mostra que há uma importância nas mudanças no domicílio, pois estes fatores remetem a um quadro preucupante, tornando necessário a criação de medidas que visem a prevenção das quedas, com o intuito de melhorar a qualidade de vida da população.

No trânsito tem-se maior prevalência de acidentes envolvendo os homens e a maioria dos acidentes decorreu de uma série de eventos que aparecem juntos numa sequência e resultando em numerosas mortes. Observou-se também que as motocicletas foram as maiores envolvidas quando se trata de acidentes de trânsito, por isso deveria melhorar o custo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e tornar o processo mais rígido e eficiente, para que assim os motociclistas sejam mais prudentes no trânsito além de aumentar a fiscalização nas ruas. Outro fator importante seria a incorporação de novas tecnologias para diminuir o impacto das colisões sobre os ocupantes. Já o número de mulheres envolvidas em acidentes de trânsito é baixa em relação aos homens, isso é devido a questão de gênero, pois os homens estão mais frequentes ao volante. As mulheres que sofreram acidentes, na maioria eram passageiras do veículo.

De acordo com um dos artigos mostrados nesse estudo, os acidentes no trânsito tiveram uma redução visível depois da implementação da lei Seca, ao mesmo já propõe algumas medidas que deveria entrar em ação. Para que haja uma prevenção mais eficaz, as medidas de fiscalização deveriam ser ampliadas, visando atender todo o país não somente nas capitais como mostra este estudo. Os hábitos também influenciam bastante, por isso também se deve investir em educação.

O profissional da saúde pode estar contribuindo para a prevenção de acidentes orientando as vítimas e também realizando pesquisas que ajudem na elaboração ou melhoria de intervenções eficazes para esse assunto que também é um problema de saúde pública e necessita de atenção previlegiada.

 

COLABORADORES

 

I. E. R. Pires participou da concepção, delineamento, além da redação do artigo. R. R. Barros participou da concepção, delineamento e redação do artigo. T. A. Francisco  participou da concepção e redação do artigo. V. V. V. Silva participou da elaboração e redação do corpo dest artigo além do delineamento. G.Abdala e R. Faustino realizaram importantes contribuições à versão final. Todos os autores participaram da análise dos dados.

 

REFERÊNCIAS

 

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MALTA, D. C.; MASCARENHAS, M. D. M.; BERNAL, R. T. I.; ANDRADE, S. S. C. A.; NEVES, A. C. M.; MELO et al. Causas externas em adolescentes: atendimentos em serviços sentinelas de urgência e emergência nas Capitais Brasileiras – 2009. Ciênc. saúde coletiva. Vol.17, n.9. Rio de Janeiro, Sep. 2012.

 

MALTA, D. C.; SILVA, M. M. A.; MASCARENHAS, M. D. M; SÁ, N. N. B.; NETO, O. L. M.; BERNAL, R. T. I.; MONTEIRO, R. A.; ANDRADE, S. S. C. A.; GAWRYSZEWSKI, V. P.; Características e fatores associados às quedas atendidas em serviços de emergência. Rev. Saúde Pública. Vol. 46, n.1. São Paulo, fev. 2012.

 

MARIN- LEÓN, L.; BELON, A. P; BARROS, M. B. A; ALMEIDA, S. D. M; RESTITUTTI, M. C. Tendência dos acidentes de trânsito em Campinas, São Paulo, Brasil: importância crescente dos motociclistas. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro. V. 28, n. 1. p. 39- 51, 2012.

 

MENDES, K. D.S.; SILVEIRA, R.C.C.P.; GALVÃO, C.M.; Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. Florianópolis. V. 17, n. 4. p. 758- 764. Out-Dez, 2008.

 

SCHOLLER, S. D ; BONNETTI, A ; SILVA, G. A ; ROCHA, A ; GELBCKES, F. L ; KHAN, P. Características das vítimas de acidentes motociclisticos atendidas em um centro de reabilitação de referência estadual do sul do Brasil. Revista Acta Fisiatr. Vol 18, n. 3, p.141- 145, 2011.

 

SOUZA, D. F. M.; SANTILI. C.; FREITAS. R. R.; AKKARI. MIGUEL.; FIGUEIREDO. M. J. P. S. S.; Epidemiologia das fraturas de face em crianças num pronto-socorro de uma metrópole tropical, Acta ortop. bras. Vol.18, n. 6. São Paulo, 2010.

 


 


QUADRO A

 

Acidentes com Crianças e Adolescentes

Base de dados dos artigos

Investigadores (autores)

Título do artigo

Fonte e ano de publicação

Tipo de estudo e objetivo

Tipo de amostra (quantos, masc, feminine)

Variáveis estudadas

Resultados e

Análise estatística

 Scielo

Cavalcanti et al

Traumatismos Maxilofaciais em Crianças e Adolescentes em Campina Grande, Paraíba, Brasil

Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 2012

Estudo Tranversal.

Objetivo: Avaliar os traumatismos maxilofaciais em crianças e adolescentes no município de Campina Grande, Paraíba, Brasil.

 

632 Masculino

309 feminino

Faixa etária e razão entre sexos.

Crianças de baixa idade são as vítimas mais comuns de traumatismos maxilofaciais, com a maioria dos casos ocorrendo nos finais de semana e as quedas e os acidentes de transporte terrestre constituindo-se nos principais agentes etiológicos.

Scielo

Malta et al (a)

Causas externas em adolescentes: atendimentos em serviços sentinelas de urgência e emergência nas Capitais Brasileiras.

Ciênc. saúde coletiva vol.17 n.9 Rio de Janeiro Sep. 2012

 

Estudo Quantitativo com objetivo de analisar as ocorrências de causas externas em adolescentes de 10 a 19 anos atendidos em serviços sentinela de urgência e emergência no Brasil

 

Foram utilizadas uma amostra de 1.500 atendimentos para adolescentes.

Faixa etária

Foram analisados dados do inquérito da Vigilância de Violências e Acidentes (Inquérito VIVA 2009) em 74 Unidades de Emergência em 23 capitais e no Distrito Federal. Os achados mostraram que 6.434 (89,8%) adolescentes foram vítimas de acidentes e 730 (10,2%) de violências.

Scielo

Souza

 et al

 

Epidemiologia das fraturas de face em crianças num pronto-socorro de uma metrópole tropical

 

Acta ortop. bras. vol.18 no.6 São Paulo  2010

 

Estudo retrospectivo com o objetivo de realizar um estudo epidemiológico das fraturas de face em crianças em um serviço de urgência.

 

Foram utilizados 42 pacientes com idades variaveis entre 0 a 17 anos.

Média de idade por fator etiológico.

Entre os resultados encontrados, houve predominância do gênero masculino com 81% da casuística, a fratura de mandíbula foi a mais prevalente, com mais de 70% dos casos, os acidentes de trânsito e as quedas foram os agentes etiológicos que mais causaram fraturas. O verão foi a época do ano com mais casos de fratura e mais de 80% destas necessitaram de intervenção cirúrgica para o seu tratamento.

Scielo

Fook et al.

Avaliação das intoxicações por domissanitários em uma cidade do Nordeste do Brasil

Cad. Saúde Pública vol.29 n.5 Rio de Janeiro May. 2013

Estudo expositivo com o objetivo de avaliar os intoxicados por saneantes domésticos na região que são predominantemente crianças no ano de 2013.

Masculino 291

Feminino 362

Faixa etária

A intoxicação por domissanitários em Campina Grande e região deve ser tratada com ações específicas de prevenção e controle junto à população, como a avaliação da facilidade de acesso aos venenos agrícolas, para que se consiga atingir as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde

Scielo

Malta et al.

(b)

Características e fatores associados às quedas atendidas em serviços de emergência

Rev. Saúde Pública vol.46 no.1 São Paulo Feb.

 2012

Estudo transversal com o objetivo de analisar as características dos atendimentos decorrentes de quedas em serviços de urgência e emergência e identificar fatores associados.

Masculino 7125

Feminino 5492

Faixa etária, cor e escolaridade.

As estratégias para a prevenção das quedas devem ser implantadas particularmente em residências, escolas e ambientes de trabalho.

 

QUADRO B

Acidentes com o Homem

Base de dados dos artigos

Investigadores (autores)

Título do artigo

Fonte e ano de publicação

Tipo de estudo e objetivo

Tipo de amostra (quantos, masc, feminino)

Variável

Resultados e

análise estatística

 Scielo.

Marín-León et al.

 

Tendência dos acidentes de trânsito em Campinas, São Paulo, Brasil: importância crescente dos motociclistas.

 

Caderno de saúde pública 2012

Estudo descritivo. Objetivo de descrever a tendência de ocorrência de acidentes de trânsito, sua mortalidade, tipo de veículo envolvido, tamanho da frota e perfil das vítimas em Campinas SP.

Moradores de Campinas.

Sexo, faixa etária, causas dos acidentes.

Houve um crescimento da frota de motocicletas, o que fez um aumento também nos acidentes com vitimas de 19,3% em 1995 para 24,8% em 2008. A letalidade referente aos motociclistas foi mais elevada que a dos pedestres. E o risco de mortes foi sempre maior em homens do que em mulheres.

Lilacs

Malta et al

 

Análise da mortalidade por acidentes de transporte terrestre antes e após a Lei Seca - Brasil, 2007-2009

Revista epidemiol. Servico de saúde, 2010

Comparar o risco de morte por ATT antes e depois na implantação da Lei 11.705 (Lei Seca). 

Foram avaliados os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de 2007 a 2009.

Sexo, idade, períodos estudados.

Há uma redução de mortalidade por ATT no Brasil, mediante a adoção de medidas legislativas de restrição à ingestão de bebidas alcoólicas.

 

 

 

Lilacs

 

Galvão; Pestana; Pestana; Pedrosa Campello; Souza

 

 

Mortalidade devido a acidentes de bicicletas em Pernambuco, Brasil

 

 

 

 

Ciência. Saúde coletiva 2013

 

Estudo descritivo e analítico quantitativo.

O artigo tem por objetivo analisar os casos de morte nos acidentes com bicicleta ocorridos em Pernambuco entre 2001 e 2010.

Todas as Declarações de Óbitos (DO) registradas no Banco de Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM, DATASUS) entre 2001 e 2010 foram estudadas.

As variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária, raça, estado civil e escolaridade) e a causa básica de óbito foram cruzadas e analisadas com teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher, quando o primeiro foi impraticável. Medidas de tendência central (mediana, médiaemoda)foram identificadas para a idade absoluta.

 

As morbi-mortalidades causadas por acidentes de trânsito e doméstico vem crescendo constantemente no mundo. O Brasil é um dos países com maiores índices, ocupando o 5º lugar no ranking mundial de acidentes de trânsito, e os indivíduos mais vulneráveis são pedestres, ciclistas e na maioria homens jovens.

 

Lilacs

Schoeller; Bonetti; Silva; Rocha; Gelbcke; Khan.

Características das vítimas de acidentes motociclisticos atendidas em um centro de reabilitação de referência estadual do sul do Brasil

 

ACTA FISIATR 2011

 

Estudo descritivo e quantitativo e transversal. O objetivo foi investigar as principais características dos sobreviventes de acidentes de moto atendidos em um centro de reabilitação de referência estadual no Estado de Santa Catarina.



Foram investigadas 207 pessoa com acidentes de moto.

idade, sexo, data e causa da lesão.

Do total das pessoas atendidas 81,59% foram do sexo masculino. As lesões apresentadas variaram de traumatismos crânio encefálicos e traumas raquimedulares, consideradas extremamente graves; amputações de membros - muito graves; fraturas de membros inferiores - graves; fraturas de membros superiores - moderadas; e lesões diversas e luxações - leves

 

QUADRO C

Acidentes com a Mulher

Base de dados dos artigos

Investigadores (autores)

Título do artigo

Fonte e ano de publicação

Tipo de estudo e objetivo

Tipo de amostra (quantos, masc, feminine)

Variáveis estudadas

Resultados e

Análise estatística

 Scielo

Dutra et al.

Caracterização de mulheres hospitalizadas por queimadura

 

Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jan/mar; 19(1):34-9.

Trata-se de um estudo de análise documental numa abordagem quantitativa. O objetivo é analisar as principais características de mulheres internadas por queimadura no Hospital Municipal Souza Aguiar – Rio de Janeiro, no período de 2006 a 2008.

132 mulheres

idade; causa (acidente doméstico, tentativa de suicídio, agressão, acidente de trabalho e outras cau- sas) e agentes da queimadura (álcool, líquido super aquecido, chama direta, folha de figo e outros agen- tes); local do acidente (domicílio, trabalho e via pública)

Analisando os 132 prontuários das mulheres in- ternadas por queimaduras verificamos as seguintes características importantes: faixa etária, agentes causais, causas da queimadura e local da queimadura.

Scielo

Davantel et al

A mulher e o acidente de trânsito: caracterização do evento em Maringá, Paraná

Rev. bras. epidemiol. vol.12 n.3 São Paulo Sep. 2009

 

 

estudo transversal descritivo. Com o objetivo de caracterizar a mulher envolvida em acidente de trânsito, assim como os eventos.

5.698 registros  envolvendo 1.819 mulheres.

tipo de acidente

As mulheres envolvidas em AT eram na maioria solteiras (49,2%) e na faixa de 21 a 30 anos (34,3%). Mulheres menores de 18 anos corresponderam a 11,2%. A média da idade foi de 31,62 anos, o desvio-padrão de 15,56. O ensino médio completo a superior completo caracterizou 58,0% da população. Grande número de mulheres era funcionária de empresas privadas, com funções variadas, tais como secretárias, professoras, gerentes, administradoras, vendedoras etc.

 

QUADRO D

Acidentes com Idosos

Base de dados dos artigos

Investigadores (autores)

 

Título do artigo

 

Fonte e ano     de publicação

 

Tipo de estudo e objetivo

 

Tipo de amostra (quantos, masc, feminino)

 

Variável do estilo de vida (exemplo: fantástico , fumar, praticar exercício etc)

 

Resultados e análise estatística

 

Medline

 

Bourgeois,

Couturier, e Tyrrel, 2009

Sécurité à domicilie des personnes démentes: étude préliminaire sur les situations à risque en consultation mémoire de gériatrie en France.

Revista Psychol NeuroPsychiar Vieil. 2009

 

Estudo preliminar e objetivo de identificar as situações de risco nas pessoas com demência(Alzhaimer), que vivem na França. E examinar o interesse e a viabilidade da avaliação dos riscos, durante uma consulta geriatrica.

38 pacientes com mais de 75 anos com demencia do tipo alzhaimer. 25 mulheres e 13 homens

Alimentação,

medicamentos,

quedas, os riscos de queimaduras e incêndio, instabilidade psicomotora

Resultados : os pacientes que sofrem de demência, são mais  vulneraveis em situações de riscos na vida quotidiana.

 

 

Scielo

 

 

Cruz et al

Prevalência de quedas e fatores associados.

Revista pública. 2012

 

Estudo quantitativo transversal

objtivo : Estimar a prevalência de quedas em idosos, e analisar fatores associados.

420 idosos de mais de 60 anos. 65% Mulheres e 35 % homens.

Variáveis

demográficas e socioeconômicas. Variáveis referentes à saúde do idoso.

Orientação sobre prevenção de quedas.

A prevalência de quedas entre os idosos foi de 32,1(IC95%

27,7;36,9). Entre aqueles que sofreram queda, 53% tiveram uma única queda e 19% tiveram fratura como conseqüência. Maior parte das quedas (59%)ocorreu no domicílio do idoso. A ocorrência de quedas associou-se com idade avançada, sexo feminino, necessidade de auxílio para locomoção e diagnóstico

auto-referido de osteoporose.

Scielo

Borges, M. Filho e Mascarenhas. 2010

Correlação entre equilíbrio e ambiente domiciliar como riscos de quedas em idosos com acidente vascular encefálico (AVE).

REV. BRAS. GERIATR. GERONTOL., 2010

 

 

 

Estudo descritivo, transversal e quantitativo.

Objetivo : Correlaciona o equilíbrio e o ambiente domiciliar como risco de quedas em idosos acometidos por acidente vascular encefálico

(AVE).

25 idosos de   ambos os sexos

variáveis sócio-demográficas.

Principais fatores de risco encontrados nos domicílios de idosos com AVE.

A dificuldade de equilíbrio apresentada pelos idosos com AVE, associada à alta prevalência de fatores de riscos encontrados no ambiente domiciliar, remete a um quadro preocupante acerca do risco de quedas a que estão sujeitos esses indivíduos, visto que houve correlação positiva

entre tais variáveis.

Scielo

Chianca et al

Prevalência de quedas em idosos cadastrados em um centro de Belo Horizonte.

Revista Brasileira de Enfermagem, 2013

 

Estudo de corte transversal. Objetivo :

Determinar a ocorrência de quedas nessa clientela, associando-as a algumas variáveis.

108 idosos

73 mulheres e 35 homens

Caracterização dos idosos. Perfil sociodemográfico.

Ocorrencia de quedas e associacao com as variaveis independentes

Relação entre projeto arquitetônico das casas e histórico de quedas em idosos usuários.

O fator de risco capacidade cognitiva

dos idosos apresentou-se relacionada estatisticamente com a ocorrência de quedas. Entretanto, algumas variáveis analisadas como a acuidade auditiva e visual, insegurança ou medo de cair, características do ambiente, uso de medicamentos e

outras no estudo não apresentaram associação com o risco de quedas nos idosos.

Scielo

Almeida et al

Análise de fatores extrínsicos e intrínsicos que predispõe ao risco de quedas e fraturas.

Rev Assoc Med Bras 2012

 

Estudo :

Objetivo : Analisar em uma amostra de idosos de Porto Alegre, RS, fatores extrínsicos e  intrínsicos que predispõe ao risco de quedas e fraturas

    267 idosos

Fatores intrísicos (sexo, faixa etária, audição, visão, autopercepção da saúde, e acometimentos por fraturas.) e Fatores extrínsicos(tipo de moradia, materias de construção, presença de energia elétrica, última renda mensal.

Pelos dados analisados, concluiu-se que, nessa amostra de idosos de Porto Alegre, os fatores intrínsecos que predispõem ao risco de queda e fraturas são: faixa etária mais elevada; autopercepção ruim da visão e autopercepção ruim da saúde; os fatores extrínsecos são o tipo de moradia (residir em casa)

 

 

Ilustrações: Silvana Santos