Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Reflexão
20/03/2004 (Nº 8) O lixo numa abordagem educacional mais complexa
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O lixo numa abordagem educacional mais complexa

 

Berenice Gehlen Adams

 

Um dos assuntos mais trabalhados que configuram a inserção da Educação Ambiental nas práticas educativas é a questão do lixo. As crianças aprendem a separar o lixo seco do lixo orgânico, aprendem sobre compostagem, aprendem sobre reciclagem e aprendem, também, a jogar o lixo no lixo.

 

Iniciar um trabalho de conscientização ambiental a partir do lixo (um dos maiores problemas ambientais) é extremamente válido, pois este é um problema ambiental existente em todos os contextos sociais, logo, trata-se de algo concreto, que pode ser visto, sentido e trabalhado, para que se processe a aprendizagem significativa, que, conseqüentemente, conscientiza. Mas a questão do lixo deve abordar, também, a questão do consumo. Não podemos abordar somente as conseqüências de um problema se não abordarmos as causas do mesmo. Sabemos que uma sociedade que é educada, tanto formal como informalmente, para o consumo, em potencial, pode frear qualquer processo de conscientização ambiental. Somos educados pela mídia para consumir.

 

Com o consumismo desenfreado, além de estarmos causando problemas ao ambiente, estamos desenvolvendo problemas de saúde também, principalmente no que se refere aos hábitos alimentares. A cada dia surgem mais e mais estabelecimentos que oferecem lanches rápidos. Além do baixo teor nutritivo, estes alimentos vêm acompanhados de materiais descartáveis como copos, caixinhas decoradas, papel, que contribuem para aumentar o problema do lixo produzido pela humanidade. Outro fator que deve estar presente nesta abordagem é a do desperdício que ocorre, principalmente, por parte dos mais favorecidos do nosso sistema social. É impressionante o descaso daqueles que podem bancar seus excessos de consumo, e a maioria destas pessoas são esclarecidas, e muitas delas freqüentam os ambientes acadêmicos durante a vida inteira. Isto comprova que não é somente a falta de informação que gera os problemas ambientais, mas sim, também, a falta e conscientização em relação aos hábitos e atitudes da população.

 

Portanto, para trabalhar a questão do lixo como uma abordagem sistêmica e complexa, faz-se necessário um trabalho de conscientização para o consumo moderado e para a escolha mais criteriosa de produtos que consumimos. Assim, as chances de bons resultados das práticas educacionais ambientalistas, relacionadas ao lixo, serão bem maiores.

Fonte: Projeto Apoema - Educação Ambiental

www.apoema.com.br

 

Ilustrações: Silvana Santos