Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Relatos de Experiências
10/09/2018 (Nº 53) EDUCAÇÃO AMBIENTAL - O LIXO QUE PRODUZIMOS NA ESCOLA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL - O LIXO QUE PRODUZIMOS NA ESCOLA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

Elisiane Conceição Silva,

Graduanda em Ciências Biológicas - Curso Ciências Biológicas – Licenciatura/PARFOR na Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia-GO, professoraelisiane@hotmail.com. Endereço para correspondência: Avenida Lauzimar de Oliveira, Quadra 23, Lote 05, Número 1007, Setor Central, CEP: 76.365-000, São Luiz do Norte - GO

 

Cristiane Lopes Simão Lemos,

Professora Drª Adjunta da Universidade Federal de Goiás (UFG) –                        Instituto de Ciências Biológicas.

 

 

RESUMO: O presente trabalho é um relato de experiência do Projeto de Intervenção Pedagógica (PIP) da disciplina de Estágio Curricular II para o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas-PARFOR/EaD, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Este foi realizado no Colégio Estadual Meira Matos no município de São Luiz do Norte – GO, nos meses de março e abril de 2014, na turma do 6º ano B do turno vespertino. O objetivo do projeto foi sensibilizar para a redução do lixo que é produzido na escola, pois este tem sido um dos problemas enfrentados dentro da Unidade Escolar. A questão norteadora foi a seguinte: O que fazer para reduzir a quantidade de lixo produzido nesta sala? Todo o projeto foi acompanhado com mini relatórios, opiniões dos docentes e de alguns educandos apontando pontos positivos, negativos e sugestões para melhorias no ambiente escolar. A avaliação deste se deu por meio da soma das várias atividades desenvolvidas ao longo da execução do projeto.

 

Palavras-chave: Lixo, meio ambiente e escola.

 

 

ABSTRACT: The present work is an experience report of Educational Intervention Project (PIP) of the Internship II course for the graduation Degree in Biological Sciences - PARFOR/EaD, the Federal University of Goiás (UFG). This was carried out in the State College Meira Matos in St. Louis North - GO in March and April 2014 in the class of 6th grade B of the evening shift. The project objective was to sensitize the reduction of waste that is produced in the school, because this has been one of the problems faced within the school unit. The guiding question was: What to do to reduce the amount of waste produced in this room? The whole project was accompanied with mini reports, opinions of teachers and some students pointing positives, negatives and suggestions for improvements in the school environment. The assessment of this, was through the sum of the several activities developed during the project execution.

Key words: garbage, environment and school


INTRODUÇÃO

 

O trabalho apresentado consiste no relato de experiência de uma das etapas da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado II, para o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas-PARFOR/EaD, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

A educação hoje, pode ser o principal passo para conduzir o rumo que o futuro habitante da Terra terá. A escola exerce o papel de levar ao educando o conhecimento e a compreensão dos problemas que estão a sua volta. Dentre os problemas está o lixo produzido dentro da escola, contudo:

 

Sabemos que um dos fatores que hoje preocupa a população é o lixo nosso de cada dia, uma realidade próxima de nós que está se tornando um dos maiores problemas no meio ambiente, devido ao grande consumo para satisfazer nossas necessidades. Portanto, a sensibilização das pessoas em relação ao lixo deve começar logo cedo com os alunos na escola (OLIVEIRA et. al, 2012. p. 9 ).

 

Após conversas com o grupo gestor da escola, procurou-se discutir com os educandos a importância de cuidar e preservar o meio ambiente. Tratando-se de despertar nestes, o interesse de compreender um dos problemas que está à sua volta, por meio da Educação Ambiental (EA), considerando a escola um lugar de ensino-aprendizado.

Partindo do pressuposto de que o espaço escolar deverá ser um ambiente agradável, que estimule a arte de pensar e o prazer de aprender é que foi estruturado o Projeto “O lixo que produzimos na escola” de forma interdisciplinar, envolvendo os conteúdos de Ciências com outras disciplinas.

Esse projeto contribuiu para a divulgação, a popularização e socialização das ações na comunidade escolar. Hoje, verifica-se que o ensino tradicional não tem produzido bons resultados e que a escola deixou de ser um lugar agradável. Por isso, refletir sobre o lixo na escola é um meio de trabalhar conceitos, valores, atitudes, posturas e éticas, pois é um trabalho de grande importância que envolve a realidade do dia-a-dia de cada um. O fato de ter importância, não quer dizer que é prazeroso como afirma Medeiros (2010, p. 165-167): “(...) É preciso estabelecer uma relação prazerosa entre o conhecimento e o saber, num processo dinâmico de construção desse conhecimento, em que o aluno compreenda a evolução do cientifico-tecnológico que está à sua volta”. 

A proposta aqui foi refletir sobre um dos aspectos da Educação Ambiental (EA) que é o lixo no âmbito escolar, pois a escola é um ambiente que contribui para a reflexão e transformação de conceitos existente nos indivíduos. Guimarães (2007, p.91) afirma em um de seus textos publicados no documento: Vamos cuidar do Brasil-Conceitos e Práticas em Educação Ambiental na Escola que: “... o educando deve ser estimulado a uma reflexão crítica para se transformar individualmente e, ao mesmo tempo, subsidiar uma prática que busque a coletividade da sociedade...” Assim, o indivíduo pode criar atitudes que colaborem tanto para o seu convívio individual quanto coletivo, ficando alerta sobre a preservação, sensibilizando-se e valorizando o que está ao seu redor. Na busca de alternativas para a contextualização e interdisciplinaridade do ensino bem como a familiarização do saber, o Colégio Estadual Meira Matos de São Luiz do Norte - Goiás disponibilizou o seu espaço para que fosse desenvolvido este projeto na sala do 6º ano dentro da escola no ano de 2014.  


O estágio na escola campo buscou divulgar boas maneiras de manusear o destino correto do lixo, para que o mesmo não seja jogado em lugares não permitidos, sensibilizando assim para a consciência que este pode trazer consequências negativas as pessoas ao seu redor, pois o lixo escolar se origina das atividades desenvolvidas na escola e seu destino é o lixão da cidade, que já vem trazendo diversos problemas à população São-Luisense como a proliferação de doenças, o aumento de insetos e animais peçonhentos, o mal cheiro em partes da cidade dentre outros.

Desenvolver esta temática implica que se trabalhe a integração entre ser humano e o meio a qual se está inserido, para que o educando sensibilize-se de que é natureza e não apenas parte dela. É preciso examinar o contato imediato do ser humano com a natureza, como cada um contribui para o bem estar ou mal estar desta e o que é lixo para cada um de nós.

Preocupar-se com o lixo produzido em casa, na sala de aula dentre outros locais deve ser uma prioridade mesmo porque todo cuidado com o meio ambiente deve começar pelo lugar mais próximo de nós, ou seja, onde vivemos, em casa e na escola. O educando começou compreender sobre a sua importância dentro da sala de aula e na sociedade. Assim sendo, ao discutir a situação do lixo na escola, qual o seu destino e ao procurar alternativas para um rumo correto, o educando buscou desenvolver seu senso crítico no que se refere ao meio ambiente, percebendo assim a necessidade de ser cada vez mais consciente de suas ações.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Durante o sétimo período de curso, no primeiro semestre de 2013, na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado I, foram feitas elaborações de projetos, sendo que nesta etapa elaborou-se o Projeto: “O lixo que produzimos na escola”, depois no segundo semestre do mesmo ano na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado II, foram feitos planejamentos para a apresentação e o desenvolvimento do projeto junto à escola, delimitando assim, o percurso realizado segundo a realidade da escola-campo. Desta forma, ela não foi considerada uma receita pronta a ser aplicada, mas sim, um exercício de repensar as nossas práticas pedagógicas.

A primeira etapa do estágio I consistiu em conhecer a escola campo e buscar compreender suas problemáticas, com isso foi realizada uma diagnose da mesma. A partir do diálogo com o grupo gestor e professores foi sugerido pelos mesmos que se trabalhasse a temática lixo com educandos do 6º ano, pois estes eram novatos na escola. Já a segunda etapa do estágio I consistiu na elaboração do projeto.               

Ainda no sétimo período de curso, na disciplina de Estágio Curricular II, a partir da compreensão da realidade, eleição do problema a ser trabalhado e elaboração do projeto, este foi denominado “Educação Ambiental - o lixo que produzimos na escola” e executado em oito etapas.

No mês de março do ano de 2014, iniciou-se a execução do projeto. Que teve como primeira etapa uma reunião com os zeladores para mostra-los como seria desenvolvido o projeto e quais objetivos eram pretendidos alcançar. Nesta conversa, foi lhes exposto como colaborariam. E assim, foi lhes pedido que durante 2 dias não fizessem a limpeza da sala do 6º ano B para mostrar aos educandos a quantidade de lixo que é produzida por eles próprios dentro da sala. No percorrer da conversa houve questionamentos sobre como os pais receberiam a notícia de que os zeladores do colégio não fariam a limpeza desta sala. Está dúvida foi sanada, pois os mesmos saberiam o porquê de não limpar a sala nestes dias, ou seja, os pais foram informados


da execução do projeto na sala do 6º.

Logo após a conversa com os zeladores do colégio, ocorreu-se a segunda etapa do projeto. Sendo nesta realizada uma conversa com os educandos. Na mesma, eles ficaram sabendo que durante 2 dias a sala deles não seria limpa. Porém, esses dias que a sala não seria limpa, não foram comunicados à eles, sendo assim, uma surpresa, talvez não muito agradável. A proposta do projeto foi bem aceita por todos, depois da exposição de cada passo e de como seria executado o projeto. Alguns educandos demonstraram-se preocupados em não conseguirem realizar as etapas do mesmo. Porém, a cada passo executado eles foram se tranquilizando.

Passado uma semana que o projeto foi apresentado aos educandos, os mesmos encontraram a sala suja, havendo em seus olhares uma surpresa desagradável, gestos de nojo e de desconforto com a situação vivenciada no momento. Assim, foi possível executar com os educandos a terceira etapa do projeto, onde nesta, eles representaram por meio de desenhos (Figura 1) o que estavam vendo dentro da sala e assim, tiveram a oportunidade de visualizarem e perceberem o quão é importante a limpeza de um determinado local, e que o lixo deve ter o seu destino correto.

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Figura 1 – Sala de aula do 6º ano suja, desorganizada e desenho representativo do aluno X.

 

Na semana seguinte foi executado a quarta etapa do projeto, onde nesta os educandos realizaram pesquisas no laboratório do colégio (Figura 2) e assim foi possível discutir as diversas informações encontradas sobre o lixo, tais como: quem produz determinado lixo, qual é o destino deste, quanto tempo determinado lixo leva para se decompor, enfim, abordou-se importantes questões relacionadas ao lixo.

 

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Figura 2 – Laboratório de informática do Colégio Estadual Meira Matos


Dois dias após a realização das pesquisas no laboratório do CEMM, ocorreu a quinta etapa do projeto, onde nesta os educandos foram convidados a fazerem uma aula campo em torno da escola. Nesta eles coletaram e colocaram em sacos plásticos alguns objetos (lixos) encontrados em locais inadequados, podendo assim, verificarem a quantidade de lixo produzido e deixado no colégio durante um dos turnos. Isso fez com que os educandos observassem melhor as áreas internas e externas do colégio, podendo identificar o lixo nestes locais.

Durante este percurso os educandos puderam responder algumas perguntas tais como: O que é lixo? Onde é encontrado lixo na nossa escola? Quem o produz? Em que nos afeta? Também foi possível fazer a observação no ambiente escolar: sala de aula, corredores, banheiros, biblioteca, cozinha, salas da Direção, sala da coordenação e professores, sala de informática, pátio interno, (alguns dos limites da escola).

Com as informações obtidas por meio da aula campo os educandos executaram a sexta etapa do projeto. Nesta, eles separaram o lixo orgânico do reciclável tendo que escrever os tipos de lixos encontrados, organizando-os e separando-os em sacos plásticos para a elaboração de cartazes.

Já a sétima etapa foi a confecção de cartazes. Nestes os educandos tiveram que identificar quanto tempo se leva um determinado tipo de objeto (lixo) para se decompor. Estes cartazes trouxeram informações claras e objetivas, como imagens, pequenos textos informativos, além de uma boa organização do mesmo (Figura 3).

 

 


 

 

Figura 3 – Cartaz produzido pelos educandos

 

E para concluir o projeto ocorreu a oitava etapa deste, onde os educandos           expuseram os cartazes produzidos por eles nos corredores da escola, buscando sensibilizar os demais alunos da escola campo.                                                    

Durante a execução do PIP a maioria dos educandos compartilharam e colaboraram com o desenvolvimento deste. Com isso, o mesmo proporcionou a eles uma série de atividades relacionadas à sensibilização para a preservação do meio ambiente e o local correto de descartarem o lixo, pois este projeto trouxe-lhes aumento de conhecimento sobre a importância de se estudar o tema.


Diante disto, este trabalho buscou desenvolver o senso crítico e o senso de cooperação em relação ao destino adequadamente dos resíduos produzidos na sala de aula.

 

RESULTADOS

 

O presente projeto buscou trabalhar com atividades que motivaram o desenvolvimento e aprimoramento dos conhecimentos ambientais dos educandos do 6º ano do turno vespertino. Para isso, estes precisaram utilizar algumas fontes de pesquisa e realizaram algumas atividades dentro e fora da escola. Durante o desenvolvimento do projeto os educandos começaram a observar melhor os locais por onde passavam todos os dias. Pois, ao buscarem informações sobre o assunto, estes vivenciaram e investigaram determinados tipos de lixo, portando-se assim, como verdadeiros pesquisadores: questionando e descobrindo a veracidade dos fatos. Pois segundo Santos (2012, p. 3) “(...) a EA se configuraria, talvez, como o único destino que poderia conduzir a humanidade a adquirir a devida percepção do mundo que a cerca, a fim de examinar e julgar toda a temática que envolve o meio ambiente, (...)”.

Cabe lembrar aqui, que todo esse processo está inserido na educação do ser humano como um todo e, nesse aspecto, Carvalho (2001, p. 189) diz que,

 

Ao constituir-se como prática educativa, a EA também se filia ao campo da educação propriamente dito e é da confluência entre o campo ambiental e algumas tradições educativas que vão surgir orientações específicas dentro da EA. Contudo, essa interseção entre o ambiental e o educativo, no caso da EA, parece se dar mais como um movimento da sociedade para a educação, repercutindo no campo educativo parte dos efeitos conquistados pela legitimidade da temática ambiental na sociedade. A educação – um campo altamente sensível às novas demandas e temáticas sociais – incorpora a preocupação ambiental em seu universo propriamente educacional, transformando-a em objeto da teoria e da prática educativa.

 

Assim, podemos dizer que a EA surgiu com o objetivo de despertar e sensibilizar a consciência ecológica em cada ser humano, oportunizando-o um conhecimento que pudesse permitir uma mudança de comportamento voltado à proteção da natureza como um todo (SILVA; OLIVEIRA; TORRES, 2014, p. 16).

Sempre fomos acostumados a viver cercados de lixo, dentro e fora de nossas residências e muitas vezes nem chegamos a perceber isso. E quando notamos, em alguns momentos não damos muita importância, pois somos acostumados a comprar mais coisas do que realmente necessitamos, ou seja, somos verdadeiros consumidores de objetos. Dentro da temática, o lixo, surgem alguns questionamentos: “O que fazer com tanto lixo produzido pela sociedade?”, “como eliminar esses resíduos sem que haja sobrecarga e prejuízos ao meio ambiente?”.

Contudo, na busca por achar as respostas, grande parte dos questionamentos atribuídos ao destino dos resíduos sólidos produzidos pela população, poderíamos citar, dentre várias alternativas, a reciclagem que, por si só, pode ser uma das soluções mais viáveis aos problemas ambientais relacionados com o lixo.

Segundo Zakrzevski et al (2013, p.8) “a reciclagem trata o lixo como matéria-prima a ser aproveitada para fazer novos produtos”. De acordo com Palmeira (2011, p. 38)


(...) a reciclagem é a forma mais racional de eliminarmos os resíduos produzidos pela atividade humana, pois todo o material usado retorna para o ciclo de produção, ou então, reutilização, o que ajudaria, e muito, a solucionar o problema do excesso de lixo nos aterros sanitários e nos lixões. A tarefa de conscientização com relação à reciclagem é uma missão de todos nós neste país, já que conseguimos viver e ter todas as nossas necessidades básicas atendidas e, justamente por isso, somos produtores de cada vez mais lixo.

 

A reflexão, acerca da realidade que está à nossa volta, principalmente no que diz respeito às questões socioambientais, já adentrou os portões das nossas escolas, nas quais a preparação das novas gerações para o enfrentamento de tais questões é um dos focos principais. Não se trata, apenas, de salientar essa questão de forma isolada no universo do meio ambiente, e sim, conferir-lhe a amplitude necessária. No ponto de vista de Travassos (2006, p. 18):

 

O papel da escola não se reduz simplesmente a incentivar a coleta seletiva do lixo, em seu território ou em locais públicos, para que seja reciclado posteriormente. Os valores consumistas da população tornam a sociedade uma produtora cada vez maior de lixo. A necessidade que existe é, na verdade, de mudanças de valores.

 

Devemos sempre lembrar que, da mesma forma que cuidamos e preservamos do espaço da nossa casa porque sentimo-nos inseridos nela, é preciso que todos se sintam integrados à natureza, pois se sentirem excluídos, a degradação será inevitável.

Com isso, os educandos passaram a sensibilizarem-se buscando compreender sobre como é importante a proteção do ambiente em que vivem e assim se sentiram verdadeiros agentes transformadores na sociedade.

Sendo assim, a metodologia utilizada levou em conta o conhecimento prévio, a observação, a experimentação, a realização de atividades práticas, a criação de hipóteses, o compartilhar de ideias, enfim, uma prática que tem como base a interação do aluno com o meio à qual está inserido, com isso, os educandos puderam refletir que são capazes de sofrer e de fazer mudanças no espaço físico e social em que vivem, além de contarem com o apoio dos demais professores.

Este projeto trouxe novas experiências aos educandos da escola campo, a confecção de cartazes (Figura 4 e 5) mostrando o tempo de decomposição de alguns materiais considerados por nós como lixo, proporcionou uma melhor abordagem do tema em questão, pois assim, foi possível fazer uma relação dos prejuízos e danos causados pelo próprio ser humano a ele mesmo, com isso, os educandos começaram a sensibilizarem-se e puderam perceber que trabalhando juntos com o mesmo objetivo podem fazer a diferença na sociedade a qual está inserido.

 


  

  

Figura 4 – Cartaz produzido pelos alunos          Figura 5 – Autora do projeto ao lado dos cartazes

do 6º “B”                                                         colados pelos educandos na parede da sala de aula

 

CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento de cada etapa proposta, os hábitos dos educandos dentro e fora da sala de aula, foram sendo revistos por eles mesmos, diminuindo a produção de lixo na sala do 6º ano. Sendo assim, notaram a necessidade de continuarem zelando pelo ambiente o qual estavam inseridos.

As atividades foram bem desenvolvidas e trouxeram um maior conhecimento à todos os que participaram de forma direta e indireta deste projeto.

Sendo assim, para que os objetivos deste projeto fossem alcançados, as metodologias utilizadas vieram ao encontro de uma aprendizagem construtiva, levando-se em conta o conhecimento prévio, a observação, a experimentação, a realização de atividades práticas, a criação de hipóteses, o compartilhar de ideias, enfim, uma prática que teve como base a interação dos educandos com o meio, podendo estes entenderem que são capazes de fazerem mudanças no espaço físico e social em que vivem.

O projeto foi avaliado continuadamente por meio de questionamentos direcionados aos professores, servidores escolares e mini relatórios, além de verificar o grau de envolvimento e aproveitamento dos educandos.

Foi levado em consideração as manifestações orais, comportamentais e todas as formas de expressões tais como: formulação de questionamentos, sínteses, trabalhos e atividades realizadas.

 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Durante a realização do projeto foi notado que as atividades realizadas despertaram a curiosidade e interesse dos educandos. O papel da educação na produção de conhecimentos é relevante, pois a construção da cidadania instiga o educando a buscar os saberes através de investigações, produzindo novos conhecimentos que o torna sujeito ativo e participativo na sociedade na qual está inserido.

Assim, ao trabalhar com materiais informativos e situações concretas os educandos se interagiram e com isso, adquiriram um maior conhecimento acerca do problema o lixo, pois a utilização dos objetos diários dos educandos, tornaram as aulas mais atrativas, prazerosas e compreensivas a sensibilização das mudanças de atitudes nos educandos, não só em relação à natureza como também ao ambiente em que convive no cotidiano, em casa e na escola.

Por meio do projeto, abordou-se a importância da preservação do meio ambiente provocando nos educandos uma reflexão sobre o lixo que é produzido rotineiramente em casa, na escola e na sala de aula na tentativa de refletirem para valorização ao local de sua vivência.

Está sem dúvida, foi uma experiência que jamais os envolvidos se esquecerão, pois por meio do trabalho desenvolvido com a turma do 6º ano, foi possível analisar melhor algumas ocasiões e situações, dentre elas, o cuidado que devemos ter ao descartarmos determinados objetos (lixo) e o local que o mesmo será jogado. Enfim, este projeto trouxe inúmeras vivências que jamais serão esquecidas, pois estas serviram de aprendizagem para o futuro dos participantes do projeto.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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OLIVEIRA, M.S.; OLIVEIRA, B.S.; VILELA, M.C.S.; CASTRO, T.A.A. Revista Científica Eletrônica de Ciências Sociais Aplicadas da EDUVALE – A importância da Educação Ambiental na Escola e a Reciclagem do Lixo Orgânico. Jaciara/MT. Ano V. Número 07. Novembro/2012.

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PALMEIRA, I.B. O Processo Educacional e o Desenvolvimento Sustentável. Campina Grande-PB. 2011. 47f. Disponível em: <http://dspace.bc.uepb.edu.br:8080/jspui/bitstream/123456789/2800/1/PDF%20-%20Ivanice%20Barros%20Palmeira.pdf> Acesso em: 10/Fev./2015.


SANTOS, F.S. Educação Física, Identidades e Campos de Atuação. Projeto: Sucata Divertida-Cultura Ambiental na Educação Física. IV Congresso Sudeste de Ciências do Esporte e XII Congresso Espírito-Santense de Educação Física. Vitória, ES - 18 a 21 de setembro de 2012. Disponível em: <http://congressos.cbce.org.br/index.php/12conesef/se2012/paper/viewFile/4220/2215> Acesso em: 10/Fev./2015.

 

SILVA, C. O; OLIVEIRA, F.B; TORRES, M.S. Coleta seletiva e reciclagem como cultura ambiental no contexto escolar. Geosaberes, Fortaleza, v. 5, n. 9, p. 13-25, jan./ jun. 2014.

 

TRAVASSOS, E.G. A prática da educação ambiental nas escolas. Porto Alegre: Mediação, 2006.

 

ZAKRZEEYSKI, S.B.B.; BIERMANN, A.C.S.; KUHNEN, C.F.C.; SOARES, B.M. Caderno temático PIBID-URI: Ensino de Ciências Naturais e Biologia – Frederico Westphalen: URI-Frederico Westph, 2013. 104p. Disponível em: <http://pibid.uri.br/upload/Publica%C3%A7%C3%B5es/Livro_de_Biologia.pdf> Acesso em: 05/Fev./2015.

 

Ilustrações: Silvana Santos