Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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07/12/2014 (Nº 50) CUIDADOS E MANEJOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA O ALÍVIO DA DOR EM PREMATUROS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
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CUIDADOS E MANEJOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA O ALÍVIO DA DOR EM PREMATUROS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA (2014)¹

OLIVEIRA, Camila Madruga²

MILBRATH, Viviane Marten³

BARBOZA, Michele Cristiene Nachtigall4

 

¹ Monografia apresentado como trabalho de conclusão de curso na Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal de Pelotas, como requisito para obtenção de título de bacharel em Enfermagem

² Camila Madruga Oliveira (Bacharel em Enfermagem, Universidade Federal de Pelotas, cacau.madru@hotmail.com)

³ Viviane Marten Milbrath ( Doutora,  Universidade Federal de Pelotas, vivimarten@ig.com.br)

4 Michele Cristiene Nachtigall Barboza ( Mestre, Universidade Federal de Pelotas, michelenachtigall@yahoo.com.br)

 

 

Resumo: O seguinte artigo aborda os cuidados e manejos não farmacológicos para o alívio da dor em prematuros. Para sua produção foram feitas buscas de cuidados não farmacológicos e de medidas apropriadas para enfraquecer e até evitar os desconfortos durante os procedimentos em prematuros. O trabalho mostra a importância de avaliar a dor como quinto sinal vital e o controle do mesmo quando os valores forem adulterados, situação em que uma atenção mais humanizada é de extrema importância. Também aborda a necessidade do reconhecimento das necessidades individuais demonstradas pelos sinais apresentados pelos prematuros e dos riscos impostos pelas intervenções que são de rotina da Unidade.

 

Introdução: O seguinte artigo aborda os cuidados e manejos não farmacológicos para o alívio da dor em prematuros. Para sua produção foram feitas buscas de cuidados não farmacológicos e de medidas apropriadas para enfraquecer e até evitar os desconfortos durante os procedimentos em prematuros. Existem manejos não farmacológicos de baixo custo que podem ser usados sem ajuda medicamentosa para o controle da dor aguda de leve magnitude tais como a desorganização do prematuro, o estresse, a agitação, e que ainda tornam mínimas as consequências que abrangem o quadro do sofrimento e diminuem, por estimativa, a média de tempo de internação, pois aumentam as chances da homeostase e do ganho de peso.

O trabalho mostra a importância de avaliar a dor como quinto sinal vital e o controle do mesmo quando os valores forem adulterados, situação em que uma atenção mais humanizada é de extrema importância. Também aborda a necessidade do reconhecimento das necessidades individuais demonstradas pelos sinais apresentados pelos prematuros e dos riscos impostos pelas intervenções que são de rotina da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e das necessidades humanas básicas.

 

Objetivo(s): Investigar a produção científica no manejo não farmacológico da dor em prematuros, nos últimos dez anos, por meio da averiguação de dados e informações contidas no banco de dados a respeito da temática apresentada e analise da revisão bibliográfica de periódicos nos últimos dez anos destacando autores, centros de investigação.

 

Metodologia: Tratou-se de uma revisão integrativa na qual, para o levantamento dos artigos foram realizadas, nos meses de março a maio de 2014, buscas online na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); foram consultadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) no período de 2004 a 2013, utilizando-se os descritores “pain”, “premature”, “care”.

Os critérios de inclusão da pesquisa foram estudos que responderam à pergunta de pesquisa: “Qual a produção científica referente ao manejo não farmacológico da dor em prematuros, nos últimos dez anos?”, ser periódico e estar disponível na íntegra por meio online, nos idiomas: português, inglês e espanhol, sendo contabilizados apenas uma vez quando publicados em mais de uma base de dados.

Na realização deste estudo, foram respeitados os preceitos do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, principalmente do capítulo IV, artigo 37 que dispõe sobre ser honesto no relatório dos resultados da pesquisa a fim de proteger e seguir os dados discutidos pelos autores selecionados nesta pesquisa, atentos para citações de forma correta e sem empoderamento de qualquer informação utilizada neste trabalho.

 

Resultados: Foram encontrados vinte e um artigos e esses divididos em três temas para melhor assimilação do conteúdo. São eles: abordagens táteis: (contenção facilitada, toque parado, a posição canguru, massagens); a sucção como método não farmacológico de alívio da dor: soluções adocicadas (sacarose 24-25%, glicose 25%) e sucção não nutritiva; alívio da dor por meio de procedimento confortável ao prematuro: (banho enrolado e de imersão). Esses objetivam, principalmente, prevenir a intensificação de um processo doloroso, a desorganização do neonato, o estresse e a agitação, ou seja, minimizar as repercussões aversivas.

 

Considerações finais: O presente estudo evidenciou que no período de 2004 a 2013, as pesquisas dirigidas à aplicação do cuidado no manejo não farmacológico para o alívio da dor em prematuros, comprovam sua eficácia, porém, de forma sucinta.

Além disso, pode-se destacar que os cuidados não farmacológicos para o alívio da dor no ambiente hospitalar ocorrem em sua maioria antes de realizar os procedimentos específicos, em especial os perfurocortantes, ou ainda durante os procedimentos dolorosos. Outro aspecto importante a ser evidenciado é quanto à dosagem correta da sacarose e da glicose, necessários para evitar ou minimizar a dor durante procedimentos desconfortáveis (sacarose 24- 25% e glicose 25%).

Portanto, esperam-se outras pesquisas sejam realizadas nesta temática na língua portuguesa, visando apresentar mais manejos para que desperte de modo geral a necessidade de mudança neste cenário, a fim de melhorar as condições de estadia, evitando ou minimizando a dor do prematuro na UTIN. Ressalta-se a importância do uso da escala de avaliação da dor que mais se identifique com a população predominante nas UTIN, possibilitando que cada unidade crie um protocolo de intervenção conforme a dor demonstrada pela escala, e que esse seja de fácil aplicação e manuseio pelos profissionais de saúde.

 

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Ilustrações: Silvana Santos