Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Saber do Fazer
07/12/2014 (Nº 50) EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA É REFERÊNCIA PARA O MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA É REFERÊNCIA PARA O MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

 

Matéria de CRISTIANE SABADIN

 

 

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Resíduos para compostagem coletados no Colégio Telmo Octavio Müller. 

 

Desde bem pequenas, dentro do ambiente familiar, as crianças aprendem que o lixo é tudo aquilo que não usamos mais. E aos poucos vão compreendendo que os resíduos têm um lugar específico para serem destinados, isto é, não se pode jogar o lixo em qualquer local. Mas certo dia elas descobrem que o lixo pode virar adubo, pode ser reciclado e ser útil novamente. 

Quando chegam à idade escolar, com a ajuda dos professores, têm acesso a lições de cidadania e ambientais. Mas, há alguns anos, escolas de Francisco Beltrão e da região têm tido o privilégio de, na prática, ter aulas de ecologia graças à dedicação do especialista em Educação Ambiental Cláudio Loes. 

Com uma linguagem simples, que criança adora, Cláudio decidiu implantar o chamado Projeto de Compostagem. A ideia nada mais é que ensinar aos alunos o que é compostagem e demonstrar o quanto essa atitude pode ajudar na preservação do meio ambiente. Seu esforço de ir até as escolas pela manhã, bem cedinho, para acompanhar os grupos e desenvolver o trabalho, foi recompensado. O projeto Ecophysis, serviços em Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, participou com o projeto de compostagem na categoria setor privado e foi selecionado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como prática de referência do Educares. 

Porém, talvez a maior recompensa para Cláudio seja ver a disposição dos alunos que aderem ao projeto. Isso porque a participação é livre, não é uma turma fechada. São crianças do 6º ano do ensino fundamental que duas vezes por semana recolhem os resíduos orgânicos em casa e levam para a escola para verificar o ciclo. Conforme o educador ambiental, o projeto surtiu resultado porque é algo que demanda tempo para ser trabalhado. Ou seja, por seis meses os alunos convivem com o trabalho observando a transformação dos alimentos em adubo. É a reciclagem na escola. 

Trabalho de formiguinha

Mas, afinal, do que se trata o projeto de compostagem, idealizado pelo especialista? No começo, o que Cláudio queria era que as crianças conseguissem entender que pequenas atitudes podem provocar grandes mudanças no meio ambiente e, consequentemente, na vida de todos. 

E para vivenciar na prática, o jeito foi colocar a mão na massa, ou melhor, na terra. Cláudio decidiu que devia levar a compostagem para as escolas e dentro da casa dos alunos. Considerada uma espécie de reciclagem do lixo orgânico, a compostagem é um processo de transformação de matéria orgânica, encontrada no lixo, em adubo orgânico. 

O que foi feito então: os alunos tinham que coletar o lixo orgânico da escola e de suas próprias residências e realizar o processo de compostagem. Até hoje, cerca de 400 crianças participaram do projeto. E Cláudio diz que há relatos de alunos que deram continuidade à compostagem em casa, com suas famílias. Outros deixaram para trás, mas certamente o que aprenderam ficará registrado em suas vidas. Os colégios que abraçaram a causa foram o Mário de Andrade e o Cristo Rei, em Beltrão. Em Marmeleiro, o projeto é desenvolvido na Escola Telmo Octávio Müller. 

Nesta semana, na quinta e sexta-feira, a turminha daTelmo Müller fez duas atividades especiais. Primeiro coletou os produtos para dar continuidade à compostagem e no dia seguinte foi visitar uma mata. Cláudio fez atividades lúdicas e recreativas com os alunos no Recanto Renascer, na comunidade de Água Vermelha, a 10 quilômetros da cidade. Segundo ele, o principal objetivo é que os alunos possam ver as árvores de perto, andar pela mata de outra forma. Numa das atividades, a turma vendou os olhos e usou espelhos para desvendar outros aspectos da natureza. 

 

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Atividade lúdica com alunos do Colégio Glória sobre o projeto Eco da Minhoca.

 

 

Compostagem abriu as portas para outras atividades ambientais na escola: Eco da Minhoca e Monitágua A compostagem desencadeou outros projetos. É o caso do Eco da Minhoca, que foi desenvolvido no Colégio Glória de Beltrão e Escola Municipal Padre Afonso, em Marmeleiro. O Eco da Minhoca visa melhorar a percepção ambiental, religar os participantes com os ciclos naturais, fazer a conexão entre os conhecimentos aprendidos em sala de aula e as práticas propostas num ambiente de diálogo. Outro projeto, feito com alunos do ensino médio, foi o Monitágua. O objetivo é monitorar a qualidade da água dos rios e perceber os problemas ambientais que rondam a natureza e a comunidade. 

Fonte: http://www.jornaldebeltrao.com.br/noticia/199991/educacao-ambiental-na-escola-e-referencia-para-o-ministerio-do-meio-ambiente

 

 

Ilustrações: Silvana Santos