Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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07/12/2014 (Nº 50) ESPORTE E GESTÃO AMBIENTAL-EGA: UMA DISCIPLINA COM CARÁTER AMBIENTAL NA GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
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ESPORTE E GESTÃO AMBIENTAL-EGA: UMA DISCIPLINA COM CARÁTER AMBIENTAL NA GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA.

 

 

1Marcelo de Maio Nascimento

2Stefan Türk

 

 

1Doutor em Ciências do Movimento Humano, Professor Adjunto da Universidade Federal do Vale do São Francisco Petrolina-PE, Colegiado de Educação Física, Av. José de Sá Maniçoba S/N, 56304-917, Petrolina-PE, fone: 87/ 21016856, E-mail: marcelo.nascimento@univasf.edu.br.

 

2Doutor em Engenharia Florestal, Coordenador do Instituto para Esportes ao Ar Livre e Ecologia, Am Sportpark Müngersdorf 6, 50933, Köln/Alemanha, fone: +49 (0)221/49827370, E-mail: tuerk@dshs-koeln.de

 

 

RESUMO

Na atualidade, as relações do Esporte e do Lazer com o Meio Ambiente se intensificam, cada vez mais. Todavia do ponto de vista da sustentabilidade os encontros nem sempre proporcionam ganhos equilibrados às partes. Nessa perspectiva, há necessidade do desenvolvimento de estudos sobre metodologias que qualifiquem a formação do educador físico para que ele possa melhor perceber as demandas ambientais, e agir. O presente artigo tem por fim apresentar a concepção filosófica, metodológica e os conteúdos da disciplina de Esporte e Gestão Ambiental-EGA, presente na grade curricular da formação em Educação Física, oferecida pela Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF, na cidade de Petrolina-PE.

 

 

1.         INTRODUÇÃO

A relação da Educação Física com o Meio Ambiente está prevista no parágrafo 4°, do art. 7º das Diretrizes Curriculares dos cursos de graduação (BRASIL, 2004). O documento é amparado pela Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), e se encontra presente no PCN, consistindo em uma extensão de reflexões desenvolvidas em Fóruns e Agendas ambientais globais e nacionais.

Meio Ambiente e Educação Física, a afinidade entre às partes é antiga, uma vez que muitas modalidades esportivas e atividades do lazer são desenvolvidas ao ar livre. Na atualidade, a ligação entre ambos tende a ser ampliada, pois a forma de regeneração do homem moderno busca, cada vez mais, por espaços – ao ar livre – que permitam a prática de atividades corporais. Exemplos disso é a caminhada, a prática do ciclismo, do skate, das trilhas, do montanhismo, do “stand up, do arvorismo e dos esportes de aventura. Aliado ao fato há também a incorporação da relação do Esporte e do Lazer com o Meio Ambiente pelo Turismo, ampliando a abrangência deste a partir do ecoturismo (BRASIL, 2010), e do turismo de aventura. Contudo o que não é histórico, nesse contexto, é a oferta de disciplinas, em cursos da área da Educação Física que habilitem os alunos para o debate de questões ambientais, qualificando-os, igualmente, para o planejamento de práticas sustentáveis ao ar livre.

Hoje em dia, sabe-se que práticas corporais ao ar livre que não são planejadas, podem desencadear uma serie de decorrências impactantes para o Meio Ambiente, muitas portadoras de consequências irreversíveis. Nessa perspectiva, há necessidade do desenvolvimento de mecanismos úteis para o entendimento de aspectos – ambientais – intrínsecos a relação do Esporte e Lazer com os ambientes naturais e urbanos. Prontamente, uma gestão das práticas do Esporte e Lazer ao ar livre se afigura como uma forma de prevenção e conservação – comportamento sustentável – dos territórios (KATTMANN, 1994; SCHEMEL; ERBGUT, 2000; GERLACH, 2011).  

Ora, se as práticas corporais ao ar livre se intensificam, então o mercado de trabalho do profissional de Educação Física também se amplia e diversifica (ALMEIDA; DaCOSTA, 2007). O fato já é uma realidade. No meio acadêmico brasileiro se encontram reflexões sobre a capacidade de envolvimento e envergadura do educador físico com os litígios do Meio Ambiente (DOMINGUES; KUNZ; ARAUJO, 2011). Paralelamente a isso surgem questionamentos sobre a forma como os cursos da área habilitam os futuros educadores físicos para o trabalho ao ar livre (RODRIGUES, 2012; ROSA; CARVALHINHO, 2012).

Segundo Domingues, Kunz e Araujo (2011), em geral, professores de Educação Física não se sentem aptos para agregar o Meio Ambiente em suas atividades. E, mesmo que a abordagem da temática seja garantida por Lei, e com presença determinada nas matrizes curriculares, a formação profissional nesta área se apresenta – ainda – carente desses teores (DOMINGUES; KUNZ; ARAUJO, 2011; RODRIGUES, 2012). Isso gera obstáculos, constituindo-se, por conseguinte, em desafio para que o educador físico execute os serviços que o Estado e a sociedade anseiam dele. Logo, se o discente de Educação Física não buscar o envolvimento em atividades extracurriculares (ROSA; CARVALHINHO, 2012), ou participar de grupos de estudo e, ou extensão de outros cursos, dificilmente, durante sua graduação, ele terá acesso a saberes do Meio Ambiente, bem como de técnicas de manejo.

O presente artigo tem como escopo apresentar a disciplina de Esporte e Gestão Ambiental (EGA), por meio de seus conteúdos e da metodologia desenvolvida ao longo do semestre. A EGA está presente na grade curricular do curso de Educação Física da Universidade Federal do Vale do São Francisco, situada na cidade de Petrolina-PE. Essa disciplina foi criada em 2011, ela possui 60 horas, e é oferecida em caráter opcional para alunos do Bacharelado e Licenciatura em Educação Física. A cada semestre há uma média de 40 alunos matriculados, havendo também a participação de alunos de outras formações como Medicina, Veterinária e Engenharias, sob o status de disciplina eletiva.

 

2.         ESPORTE E GESTÃO AMBIENTAL-EGA

 

Partindo da missão institucional da Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF, a qual busca promover na região do semiárido nordestino o Ensino superior e a Pesquisa nas diversas áreas do conhecimento, aproximando ambos por meio da Extensão às realidades sociais, surge, nesse contexto, a disciplina de Esporte e Gestão Ambiental-EGA. A EGA tem como fim proporcionar ao aluno informações sobre a forma como o Esporte e o Lazer podem contribuir para o desenvolvimento da consciência ambiental de cidadãos no Vale do Rio São Francisco. Além de oferecer-lhes subsídios técnicos de gestão (planejamento, execução e avaliação) da pratica corporal ao ar livre, ponderando princípios sustentáveis.

Desde 2011, a EGA desenvolve suas ações em acordo com o GEPELMA/CNPq (Grupo de Estudos em Esporte Lazer e Meio Ambiente). Tanto o GEPELMA, como a EGA recebem suporte científico e tecnológico de profissionais do INÖK-Instituto para o Esporte ao Ar livre, um dos vinte institutos da Escola Superior de Esportes da cidade de Colônia/Alemanha. Essa relação foi firmada, em 2011, por meio de um convênio entre o CEFIS-Colegiado de Educação Física e o INÖK.

A estrutura do INÖK é singular no âmbito da formação acadêmica na área da Educação Física. Assim, paralelamente a outras formações oferecidas pela Escola na área do movimento corporal, o INÖK proporciona outros três módulos de capacitação: a) Especialização em Esporte e Gestão Ambiental (360 horas); b) Bacharelado “SEB”: Esporte e Vivências do Movimento; e, c) Mestrado: Esporte e Lazer-Tendências do Turismo.  Vale salientar que a Escola de Esportes de Colônia/Alemanha não se constitui em uma Faculdade de Esportes, como conhecemos no Brasil, mas sim em uma Universidade de Esportes com organização política e financeira própria. Nesse sentido, ela é a maior do mundo, possuindo 6.500 alunos cursando Educação Física. Seu princípio incide na formação profissionalizante por intermédio do Esporte e Lazer – direcionada – para o desenvolvimento social, econômico e cultural do país, considerando sempre as necessidades atuais desses contextos. Prontamente, o currículo de disciplinas se encontra em constante movimento.

O INÖK conta com o trabalho de 25 professores e 8 técnicos. Seus discentes possuem formação nas áreas da Ciência do Esporte, Biologia, Engenharia Florestal, Geografia, Turismo, Sociologia, Direito Ambiental, Gestão e Economia. Desde sua criação em 1999, já foram desenvolvidos mais de 400 trabalhos na área do Esporte e Lazer com foco em áreas naturais e urbanas. As pesquisas consistem em TCCs, Dissertações, Teses e projetos encomendados por Prefeituras, Confederações e Federações Esportivas, existindo também interação com instituições privadas. Um exemplo disso foi sua participação na confecção da cartilha (Green Goal), Megaevento FIFA 2006. Nessa ocasião, o instituto também consolidou um documento próprio sobre a Gestão Ambiental Esportiva, intitulado como “Gren-Champion[1]. Os projetos do também têm a participação de professores e alunos de instituições estrangeiras, oriundos de intercâmbios firmados com 33 instituições na Europa e outras 20 nos demais continentes.

 

 

3.         EGA: ESTRUTURA E METODOLOGIA

 

Em primeira linha, a disciplina de EGA tem como preocupação criar, ao longo do semestre, um espaço propício para o desenvolvimento da capacidade de percepção do aluno sobre o ambiente em que vive (ESPÍDOLA, 2011). Consoante a isso, ela procura o alinhamento de suas atitudes diárias ao comportamento sustentável. Assim sendo, os contentos trabalhados em sala de aula se aliam a Educação Ambiental, visto que paralelo a formação discente, há o incentivo para o engajamento do aluno em ações de transformação de contextos sociais: uma questão de cidadania.

O quadro 1 apresenta a estrutura da EGA segundo módulos, os quais contemplam seis eixos considerados importantes à gênese de um profissional/cidadão ecologicamente consciente e proativo:

 


Fonte: Organizado pelo autor

 

      No primeiro módulo de estudo o discente desenvolve a base de informações, indispensável, ao entendimento de temáticas futuras da disciplina. Os teores incluem aspectos históricos e evolutivos da Política Ambiental a nível global e nacional, os quais são confrontados com a Política local (Juazeiro-BA e Petrolina-PE). A metodologia é composta por aulas expositivas e dinâmicas de grupo; além de palestras ministradas por convidados oriundos de outras áreas do conhecimento. De tal forma, vincula-se a EGA metodologias trans e interdisciplinares. Ao final do módulo espera-se que o discente tenha aperfeiçoado seus conhecimentos e esteja apto à participação em discussões sobre o tema Meio Ambiente e Sustentabilidade.

      O segundo módulo incide na oferta de informações de uma gestão para não gestores. Com isso busca-se trabalhar a compreensão de que a qualidade do ambiente em que vivemos e o desenvolvimento econômico e social estão relacionados: um pretexto para investir na gestão de atividades esportivas/lazer ao ar livre. Nessa totalidade, o aluno aprende a identificar e analisar os recursos naturais de cada área, a fim de que possa futuramente contribuir para o controle do uso de territórios, garantindo assim a manutenção e a viabilidade do segmento. Outro ponto em questão incide no planejamento de obras/instalações esportivas, visto que o uso irracional de recursos naturais, em acordo com o conjunto de impactos ambientais criados durante a construção de instalações pode: a) contribuir para o mau funcionamento do complexo esportivo; b) lesar a economia local; e c) comprometer a saúde da população. Assim, considerando que na região do Vale do São Francisco, a tendência é de que as práticas corporais “indoor” e “outdoor” cresçam, o tema obras é fundamental para o estudo do caso. Na formação em Ciências do Movimento Humano, tópicos da gestão de instalações esportivas são comumente trabalhados pela área da Economia do Esporte (TROSIEN, 2009).

      O terceiro módulo (Educação Ambiental), e o quarto (Saber Fenomenológico) são desenvolvidos conjuntamente. Os procedimentos metodológicos dos eixos III e IV incluem dinâmicas práticas ao ar livre realizadas nos parques da cidade, à beira do Rio São Francisco, integrando brincadeiras, vivências com os esportes de aventura, a dança, o canto, a musica e o teatro. O principio consiste em aliar o saber teórico ao conhecimento prático (INÁCIO, 2006). Domingues, Kunz e Araujo (2011) salientam que devido à forma fragmentada como as disciplinas se encontram nos cursos de graduação em Educação Física, o aluno encontra dificuldades para acessar conhecimentos específicos da área ambiental na formação. Tal fato impede, por exemplo, o desenvolvimento de fundamentos da Educação Ambiental-EA, além da efetivação de um de seus procedimentos metodológicos, o tratamento das questões em sentido transversal e interdisciplinar (Lei 9.795/1999, seção II, Art. 10).

      Outro problema apontado pelos autores consiste na forma desarticulada como as disciplinas do ensino superior agregam a realidade social. Não obstante, a Pesquisa também se enquadra nessa consideração, visto que a produção acadêmica, muitas vezes, não desenvolve suas atividades em consonância às necessidades da comunidade. O baixo vinculo entre as partes implica em perda futura da efetividade nas ações do educador físico: um motivo para a baixa da qualidade do seu serviço.

      O quinto módulo (Monitoramento) se refere ao estudo e treinamento do aluno para avaliação e controle operacional de áreas ao ar livre (local de realização das atividades). Nesse ponto, busca-se que a prática corporal se concretize em conformidade às normas estabelecidas por Lei, e em acordo com estudos relativos à gestão do Esporte e Lazer ao ar livre. Assim, ao (re)-conhecer o impacto próprio de cada modalidade e particularidades do local, o profissional da área da Educação Física poderá estimar efeitos da prática corporal para o Meio Ambiente: além de se sentir capaz – seguro – para optar pela metodologia mais adequada para cada situação. Por fim, o sexto e ultimo módulo diz respeito à contribuição da EGA à construção de preceitos de cidadania do aluno. Neste ponto devemos concordar que isso se encontra presente em todas as atividades e módulos. Ou seja, as intensões do IV eixo são trabalhadas a cada minuto, ao longo das 60 horas, da EGA.

 

4.            EAG: CONTEÚDOS DA DISCIPLINA

 

Os conteúdos da disciplina buscam fornecer ao discente uma visão ampla e diversificada da gestão esportiva e do lazer em sintonia às demandas ambientais. No cerne da questão há a preocupação em transmitir informações ao aluno mediadas pelo equilíbrio entre o saber acadêmico e o popular, a partir da combinação entre teoria e atividades práticas em áreas urbanas e naturais das cidades de Petrolina-PE e Juazeiro-BA. Os teores trabalhados pela disciplina são divididos em dez tópicos, inclusos em seus seis eixos temáticos (Quadro 1):

 

1.            Esporte, Lazer e Meio Ambiente: princípios históricos, culturais, sociológicos, antropológicos, psicológicos, filosóficos e éticos;

2.            Introdução às resoluções da Agenda 21, Natura 2000, Rio+20; Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação (BRASIL, 2004); PCN-Educação Física; PNEA-Política Nacional de Educação Ambiental;

3.            Analise dos conflitos e aproximações da prática esportiva e do lazer com o Meio Ambiente;

4.            Educação Ambiental: a) histórico; b) legislação e política nacional; c) princípios basilares; d) Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável; e) áreas de ação; f) Educação Física e Educação Ambiental;

5.            Estudo sobre modelos ambientalmente sustentáveis para a prática do Esporte e Lazer;

6.            Ações conjuntas Esporte/Lazer e a Proteção da Natureza;

7.            Introdução aos esportes de aventura e suas classificações, itens de segurança, vivências e experiências práticas em algumas das modalidades oferecidas no Vale do São Francisco;

8.            Meio Ambiente e Eventos Esportivos: a) planejamento, execução e avalição de eventos; b) sustentabilidade versus construção e conservação de instalações esportivas; c) estudo do emprego de recursos naturais (água, energia elétrica e solar), produção de resíduos/recycling/catering; d) compreensão da temática “mobilidade” (meios de transporte); e) meios de comunicação; f) avaliação de impactos ecológicos: antes, durante e após a prática esportiva;

9.            Introdução à gestão empresarial (Gestão para não gestores): a) iniciação aos conceitos Empreendedorismo, Turismo e Ecoturismo, com ênfase na região do Vale do São Francisco; b) Empreendedorismo e desenvolvimento regional; c) atividade empreendedora como opção profissional de carreira para o educador físico;

10.         Introdução ao estudo dos conflitos do Esporte/Lazer por modalidade, segundo os critérios: a) concorrência territorial; b) nível da frequência do uso das áreas; c) nível de crescimento das práticas corporais ao ar livre; d) sustentabilidade de instalações esportivas; e, e) uso racional de fontes naturais de energia.

 

5.         CONSIDERAÇÕES FINAIS

            As relações entre o homem e o Meio Ambiente necessitam ser fomentadas, ou seja, há a premissa da criação de espaços e tecnologias que facilitem a aproximação entre ambos. Nessa perspectiva, o Esporte e o Lazer podem auxiliar no estreitamento do vínculo. Entretanto, isso deve ser regulamentado, para que direitos e deveres sejam respeitados, garantindo às futuras gerações a possibilidade de desfrutarem a natureza – assim como – os atuais habitantes do planeta o fazem: Sustentabilidade.

A Educação Física como área do conhecimento humano pode e deve participar dessa discussão. No entanto, é importante que coordenadores de cursos de graduação em Educação Física, as Pró-Reitorias de Ensino, os próprios alunos e, principalmente, os discentes dos cursos cooperem para a efetivação dessa ideia. Pois, há muito se sabe que o sucesso de uma educação se consolida nos níveis de relacionamento entre professor, aluno e escola – universidade (FREIRE, 1996). Além de que a resolução de problemas ambientais reside em estratégias que concretizem a capacidade de percepção, sensibilização, conscientização e a participação – ativa – do homem no processo. Diante disso, o Colegiado de Educação Física da UNIVASF busca por meio da disciplina EGA e do GEPELMA/CNPq contribuir para o desenvolvimento social e sustentável da região do Médio São Francisco. Porque, “Quem entende e não age, não compreendeu” (UNTERBRUNER; PFLIGERSDORFFER, 1994, p. 83).

 

 

REFERÊNCIAS

 

ALMEIDA, A. C. P. C.; DaCOSTA, L. Meio Ambiente, Esporte, Lazer e Turismo: Estudos e Pesquisas no Brasil 1967– 2007. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 2007.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CES 0058/2004, de 18 de fevereiro de 2004. Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação em Educação Física. MEC/CNE. Brasília, 2004.

 

BRASIL. Ministério do Turismo. Ecoturismo: orientações básicas. Ministério do Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. 2. ed. – Brasília: Ministério do Turismo, 2010.

 

DOMINGUES, S.C.; KUNZ, E.; ARAUJO, L.C.G. DE. Educação Ambiental e Educação Física: Possibilidades para a formação de professores. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 559-571, jul./set. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32892011000300003> Acesso em: 23 mai. 2014.

ESPÍDOLA, M. A et al. Percepção Ambiental como subsídio para a formação do sujeito ecológica comunidade Loteamento Padre Henrique Várzea Recife-PE. Cientec. Revista de Ciência, Tecnologia da Humanidade do IFPE- v. 3, n. 1, jul., 2011.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

GERLACH, J. Effektivität von Erlebnisinszenierungen bei infrastrukturgebundenen Outdooraktivitäten. Qualitative Studie am Beispiel des Fernwanderwegs Rothaarsteig. Köln: Diss. Deutsche Sporthochschule Köln, 2011.

 

INÁCIO, H. L. D. Lazer, educação e meio ambiente: uma aventura em construção. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 9, n. 1, 45-63, jan./abr., 2006. Disponível em:<http://www.scielo.br> Acesso em: 05 jun. 2014.

 

KATTMANN, U. Verantwortung in der Natur. In: G. Pfligersdorffer; Unterbruner, U. (Org). Umwelterziehung auf dem Prüfstand (p. 15-31). Innsbruck: Österreichische Studien, 1994.

 

RODRIGUES, C. A ambientalização dos currículos de Educação Física no ensino superior. In: Motriz, Rio Claro, v.18 n.3, p.557-570, jul./set, 2012.

 

ROSA, P.F.; CARVALHINHO, L.A.D. A educação ambiental e o desporto na natureza: Uma reflexão crítica sobre os novos paradigmas da educação ambiental e o potencial do desporto como metodologia de ensino. In: Revista Movimento, Porto Alegre, v. 18, n. 3, p. 259-280, jul/set, 2012.

 

SCHEMEL, H.J.; ERBGUTH, W. Sport und Umwelt. Aachen: Meyer Verlag, 2000.

 

TROSIEN, G. Sportökonomie: Ein Lehrbuch in 15 Lektionen. Meyer & Meyer: Aachen, 2009.

UNTERBRUNER, U.; PFLINGERDORFFER, G. Vom Wissen zum Handeln. Umweltverhalten ist nicht gleich Umweltverhalten. In: Georg Pfligersdorffer

& Ulrike Unterbruner (Orgs.). Umwelterziehung auf dem Prüfstand (p. 83-103). Innsbruck: Österreichischer Studien Verlag, 1994.

 



[1]A lista de projetos, publicações e congressos organizados pelo INÖK pode ser acessada no endereço: http://www.dshs-koeln.de/natursport/projekte/partner-foerderer.html

Ilustrações: Silvana Santos