Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/09/2014 (Nº 49) PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS EDUCANDOS E DAS EDUCANDAS DE ENSINO FUNDAMENTAL II DA E. E. E. F M. SENADOR RUY CARNEIRO, MAMANGUAPE – PB, SOBRE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
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PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS EDUCANDOS E DAS EDUCANDAS DE ENSINO FUNDAMENTAL II DA E. E. E. F M. SENADOR RUY CARNEIRO, MAMANGUAPE – PB, SOBRE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

 

Edna Carla do Nascimento Silva1, Veneziano Guedes de Sousa Rêgo2, Lucianna Marques Rocha Ferreira3, Bruno Soares de Abreu4.

 

1 Especialista em Educação Ambiental pelo Instituto de Educação Superior da Paraíba - IESP (e-mail: edna.carla85@outlook.com).

2 Doutorando em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG (e-mail: venezianosousa@gmail.com).

3 Mestre em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (e-mail: lucianna.mrf@gmail.com).

4 Doutor em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG (e-mail: brunoabreucg@gmail.com).

           

RESUMO: As questões ambientais estão sendo discutidas em virtude da necessidade de mudanças em relação à degradação do ambiente. Neste contexto, a educação ambiental deve ser ressaltada como elemento facilitador de autotransformação do cidadão, o qual, paulatinamente, começa a perceber os aspectos sociais, econômicos e ambientais integrados com seu cotidiano. Objetivou-se avaliar a percepção ambiental de estudantes de ensino fundamental II da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Ruy Carneiro, localizada no município de Mamanguape - PB, sobre o gerenciamento de resíduos sólidos e inferir o prognóstico desta realidade. A estratégia metodológica adotada foi: aquisição de conhecimento por meio de revisão de literatura acerca do objeto de estudo, observação participante e aplicação de entrevistas através de questionários. Ademais, foi trabalhada a análise do perfil dos (as) educandos (as) na comunidade escolar através das variáveis: gênero, local de residência e média de idade. 60% dos (as) entrevistados (as) responderam que o “lixo” é “tudo aquilo que não utilizamos mais e pode causar danos a nossa saúde com o mau manuseio”; 55% dos (as) estudantes entende a reciclagem como alternativa para minimizar os problemas ambientais e 90% considera que o resíduo sólido gerado no expediente escolar era coletado pelo serviço de limpeza pública, que realiza a destinação adequada. Concluiu-se que os (as) estudantes possuem adequado conhecimento sobre a temática de resíduos sólidos e de seus impactos na ambiência para a sua faixa etária, apresentando sensibilidade e consciência crítica de suas atitudes no curso do processo educativo.

 

Palavras-chave: educação, recursos naturais, reciclagem, resíduos sólidos.

 

1- INTRODUÇÃO

 

Os resíduos produzidos nas residências antes da primeira Revolução Industrial eram compostos, basicamente, de matéria orgânica, dessa forma era fácil integrá-los aos ciclos biogeoquímicos da natureza, ademais, as cidades eram menores em extensão e em número de habitantes (VEIGA, 2005). Contudo, com o crescimento em escala mundial da industrialização, aumento acelerado da população e dos centros urbanos, principalmente na segunda metade do século XX (VEIGA, 2005), desencadeou significativo aumento na quantidade de resíduos descartados de variadas composições químicas (CAIXETA, 2005).

Diante do exposto, o elevado consumo e desperdício humano atual de matéria industrializada e orgânica foram influenciados pela visão reducionista e antropocêntrica do modelo capitalista de desenvolvimento que incentiva o consumo como forma de bem-estar.

Nas áreas urbanas, especialmente nas grandes cidades, a inadequada destinação e tratamento de resíduo sólido têm sido um dos principais problemas ecosocioeconômico (DIAS, 2004; CAIXETA, 2005). Os principais danos são: transmissão de doenças para os seres humanos através de vetores (roedores, moscas e mosquitos), mau cheiro proveniente de matéria orgânica em decomposição e acúmulo de resíduos em bueiros que amplia as enchentes.

A grande quantidade de resíduos sólidos que poderiam ser reaproveitados e reciclados é inutilizada na forma de lixo, implicando perda ambiental devido ao potencial poluidor desses resíduos que comprometem a qualidade do ar, do solo e das águas superficiais e subterrâneas (AZEVEDO, 1996). É oportuno ressalta que a palavra “lixo” refere-se a todo resíduo humano que não pode ser reciclado ou reutilizado, já resíduo sólido é o produto oriundo de atividades humanas que pode ser transformado e agregado novo valor de mercado (GRIMBERG; BLAUTH, 1998; MANDARINO, 2000; PEREIRA, 2009).

Nesta perspectiva, o trabalho educacional, sobretudo a educação ambiental, é necessário para minimizar os impactos ambientais negativos provenientes da conduta antrópica e para incentivar a ética da terra. A educação é eficiente em facilitar mudanças individuais e coletivas de visão e de atitudes, que reflete na vida de cidadãos (FREIRE, 1983; FREIRE, 1998; QUADROS, 2007; LOUREIRO et al., 2002).

A realidade cotidiana da maioria das escolas públicas do Brasil, bem como da cidade de Mamanguape – PB é caracterizada pela produção e pelo descarte inadequado de resíduos sólidos no interior e no exterior do educandário, bem como pelas implicações negativas na circunstância. Sendo assim, urge estudos científicos que evidenciem as causas e as consequências da realidade local acerca do tema: resíduos sólidos.

Neste contexto, a presente pesquisa teve como objetivo conhecer a percepção ambiental dos (as) educandos (as) de ensino fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Ruy Carneiro - EEEFM Senador Ruy Carneiro, sobre o gerenciamento de resíduos sólidos e inferir o prognóstico desta realidade, como forma de contribuir com os processos de Educação Ambiental na dinâmica escolar, bem como informar à sociedade civil e à acadêmica, rumo ao benefício coletivo.

 

2- MATERIAL E MÉTODO

 

2.1- CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO ESTUDADA

 

O estudo foi realizado durante o ano letivo de 2011 na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Ruy Carneiro - E. E. E. F. M. Senador Ruy Carneiro, situada no município de Mamanguape - PB. Este município abrange área de 349 km², entre as coordenadas geográficas 06º50’20’’S e 35º07’33’’W, e está localizado na Microrregião Litoral Norte e Mesorregião da Zona da Mata (BRITO, 2009). Ademais, o município de Mamanguape encontra-se a 45 km da capital do Estado da Paraíba, João Pessoa, possuindo como acesso principal a BR 101.

A instituição de ensino E. E. E. F. M. Senador Ruy Carneiro foi inaugurada em 21 de abril de 1964, na Rua Senador Rui Carneiro, s/n, Centro. Atualmente, o educandário possui 1.587 educandos (as) regulamente matriculados (as), dispondo de 14 salas de aula, as quais funcionam durante os turnos da manhã, da tarde e da noite, com turmas de ensino fundamental II e de ensino médio.

A partir de 2010, intensificou-se o questionamento acerca da sensibilização ambiental na localidade, repercutindo na temática abordada no II Mostra Cultural da E. E. E. F. M. Senador Ruy: “reciclando para a sustentabilidade”. Esse evento envolveu a comunidade escolar em caminhada pelas principais ruas da cidade, solenidade de abertura, visita a stands, minicursos e gincana. Desta maneira, estão sendo configurados esforços em prol da educação para a vida e para os processos de mudança de atitude individual e coletiva.

 

2.2- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 

A estratégia utilizada, para avaliar a percepção ambiental dos educandos e das educandas matriculados (as) no ensino fundamental II da Escola E. E. F. M. Senador Ruy Carneiro sobre o gerenciamento de resíduos sólidos, bem como para inferir o prognóstico da realidade, foi baseada em quatro pontos principais: (a) análise do perfil da comunidade estudantil, (b) levantamento da opinião dos (as) educandos (as) sobre resíduos sólidos e seus impactos na ambiência, (c) inferência sobre a realidade analisada e (d) contribuições ao processo de Educação Ambiental. Adotou-se o estudo descritivo de caráter exploratório, o qual é caracterizado por Sâmara e Barros (1999) pelo seu caráter informal, flexível e criativo.

Para avaliar o perfil da comunidade estudantil, o qual auxilia a compreensão da realidade escolar, foram verificadas as seguintes variáveis: gênero (masculino ou feminino), localidade (rural ou urbano) que reside os (as) educandos (as) e idade média do grupo focal.

Ademais, foi observada qualitativamente a atual situação da escola referente à temática: “resíduos sólidos” e paralelamente foi adquirido conhecimento sobre o objeto de estudo através de revisão de literatura, de modo que ambos subsidiaram o preparo do questionário para a entrevista. A aplicação do questionário ocorreu durante os dias 20 e 21 de dezembro de 2011 e 80 educandos (as) foram entrevistados (as).

Utilizou-se nas etapas deste trabalho os seguintes equipamentos de apoio: máquina digital audiovisual, cartazes, questionários, além do uso de softwares, a exemplo Microsoft Office 2003 e 2007, e rede mundial de computadores (internet).

 

3- RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Através da análise dos dados da entrevista aplicada aos (às) educandos (as) do ensino fundamental II, da Escola E. E. F. M. Senador Ruy Carneiro, foi identificado os principais fatos relacionados ao perfil da comunidade estudantil, ao gerenciamento de resíduos sólidos e aos impactos ambientais.

 

3.1- PERFIL DA COMUNIDADE ESTUDANTIL

 

A análise do perfil da comunidade estudantil foi o primeiro passo para a compreensão da realidade escolar, sendo assim foi registrado que .70% do total de educandos (as) matriculados (as) são do gênero feminino e 30% masculino, de maneira que a participação do grupo feminino na esfera educacional apresentou mais que o dobro do grupo masculino. Tal realidade é comumente verificada no Brasil, visto que o gênero feminino está mais aberto aos horizontes educacionais que o masculino, pois, normalmente, o trabalho dos homens é importante para auxiliar os pais (IBGE, 2010). Além disso, o município de Mamanguape ainda apresenta características tradicionais e potencialidade rural.

A percentagem observada da localidade residencial em que os (as) educandos (as) estão inseridos foi: 65% residentes de zona urbana e 35% provenientes da zona rural. Sendo assim, foi atestado que há necessidade de compatibilizar os conteúdos do currículo escolar para favorecer os (as) educandos (as) do meio rural e do meio urbano, dentro do planejamento de curso e de aula, uma vez que a educação do campo nasceu de demandas de movimentos camponeses na construção de uma política educacional para os assentamentos. Adicionalmente, a educação da zona rural está amparada pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seu artigo 28 (BRASIL, 1996), que enfatiza:

 

Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e década região, especialmente:

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;

II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;

III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.

 

A idade média verificada para o grupo focal foi: 60% dos (as) educandos (as) possuíam idade entre 12 e 14 anos e 40% entre 14 e 16 anos, de modo que mais da metade dos (as) estudantes estão na faixa etária esperada para o seu nível escolar.

 

3.2- PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ESTUDANTES SOBRE O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E IMPACTOS AMBIENTAIS

 

Foi averiguada a opinião dos (as) educandos (as) sobre resíduos sólidos e seus impactos na ambiência e evidenciou-se, a partir da primeira questão da entrevista, a qual versou sobre a pergunta: “O que é lixo para você?”, que 60% dos (as) entrevistados (as) responderam que o lixo é “tudo aquilo que não utilizamos mais e pode causar danos a nossa saúde com o mau manuseio” (A), 35% responderam que é “tudo aquilo que não utilizamos e não tem mais serventia” (B) e 5% não responderam (C) (Figura 1).

Neste contexto, pôde-se inferir que a percepção ambiental do alunado sobre o lixo é, relativamente, similar e está relacionada ao que é inútil e que provoca danos à natureza. De acordo com Mandarino (2000):

 

o lixo está associado à noção da inutilidade de determinado objeto, diferentemente de resíduo, que permite pensar em nova utilização, quer como matéria-prima para a produção de outros bens de consumo, quer como composto orgânico para o solo.

 

Deste modo, a maioria dos (as) educandos (as) entrevistado (as) apresenta adequada visão sobre o que é lixo.

 

FIGURA 1 - Percentagem de estudantes entrevistados do ensino fundamental II da Escola E. E. F. M. Senador Ruy Carneiro, localizada em Mamanguape – PB, em função do tipo de resposta.

 

O segundo questionamento discorreu sobre reciclagem: “O que é reciclagem?”, sendo registrado que 55% dos (as) estudantes entende a reciclagem como alternativa para minimizar os problemas ambientais (A), 15% apontou a reciclagem com forma de reaproveitamento de matérias que poderiam ser jogados no meio ambiente (B), 20% afirmou que é uma forma de não poluir o meio ambiente e gerar emprego e renda para as famílias carentes (C) e 10% apresentaram respostas não coerentes (D) (Figura 2).

FIGURA 2 - Percentagem de estudantes entrevistados do ensino fundamental II da Escola E. E. F. M. Senador Ruy Carneiro, localizada em Mamanguape – PB, em função do tipo de resposta.

 

De acordo com a Resolução do CONAMA nº 275 (BRASIL, 2001) muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico. No decorrer das últimas décadas, o aumento significativo da produção de “lixo” gerou problemas sociais, sobretudo relacionados à saúde e à ética da terra, e desde então há necessidade de encontrar alternativas adequadas para utilizar o resíduo sólido como insumo de novos produtos. É notável que expressiva parcela dos (as) entrevistados (as) apresenta coerente entendimento do que é reciclagem, além disso, as várias respostas acerca do tema refletem a sua complexidade e a diversidade de ideias da comunidade escolar.

A terceira questão do questionário continuou trabalhando a temática reciclagem através da pergunta: “Você acha que a reciclagem é uma alternativa apropriada para o bom gerenciamento do resíduo sólido?”. Como opção de resposta tiveram as alternativas “sim” ou “não”. Para tal questionamento houve unanimidade (100%) entre os (as) educandos (as), que responderam “sim”. Adicionalmente, no intuito de aprofundar a percepção crítica do grupo, foi solicitada a justificativa da resposta e 75% dos (as) entrevistados (as) argumentaram que reaproveitar o material evitariam danos à água, ao solo, à vegetação e aos animais e 25% apresentaram respostas não coerentes.

É notório que no cotidiano teórico escolar a reciclagem é vista como boa alternativa à frente dos principais problemas ambientais causados pelo mau gerenciamento do resíduo sólido, ademais, verificou-se que o alunado tem consciência de que através do processo de reciclagem existe o reaproveitamento de materiais ou a reutilização, que consiste em transformar um determinado material já beneficiado em outro, agregando valor.

A quarta questão trabalhou a ideia do resíduo sólido produzido nas dependências da escola provocando a seguinte pergunta aos educandos e às educandas: “O resíduo sólido gerado na sua escola tem um destino final adequado?”. Foi verificado que 90% dos (as) estudantes responderam “sim”, considerando que o resíduo sólido gerado no expediente escolar era coletado pelo serviço de limpeza pública que realizava a destinação recomendada e 10% responderam que “não”. Diante do exposto, pode-se inferir que a visão predominante dos (as) entrevistados (as) possui aspecto reducionista, pois entendem que logo que o resíduo é retirado das proximidades da escola, por meio da limpeza pública, termina sua problemática, o que não é verdade.

A quinta questão averiguou a atitude dos (as) educandos (as) diante do questionamento: “Os (as) estudantes contribuem para a limpeza da escola?”. Foi registrado que 70% responderam “sim” e 30% responderam “não”.

A ponderação subjetiva da realidade escolar atestou um cenário variado de problemas clássicos de gerenciamento ineficiente dos resíduos sólidos nas dependências da Escola e entorno, sendo verificados agravos à sanidade do ambiente através do ato de sujar dependências da escola, como a poluição oportunizada pela pichação de paredes e carteiras e pelo descarte de papéis e de plásticos em locais inapropriados. Ademais, foi constatada prática descuidada com os resíduos sólidos produzidos na escola.

A reciclagem oferece muitas vantagens no âmbito socioambiental, entretanto, ainda existem muitas dificuldades para a realização da mesma, uma das causas é a falta de implantação do próprio sistema de coleta seletiva na escola.

Quanto à interação da família no ambiente escolar foi evidenciada limitação quanto à responsabilidade dos pais e dos moradores em exigir seus direitos aos governantes, com vistas a projetos nas escolas e nas comunidades no âmbito desta temática, considerando que as práticas pedagógicas criam meios que viabilizam a percepção da realidade e a solução de problemas.

 

4- CONCLUSÃO

 

O grupo de estudantes do ensino fundamental II da comunidade escolar E. E. E. F. M. Senador Ruy Carneiro, Mamanguape PB, possui prevalência de gênero feminino, grande demanda de educandos (as) que moram na zona rural e predomínio de educandos (as) com idade média entre 12 e 14 anos.

Os (as) estudantes possuem o devido conhecimento sobre a temática em questão: resíduos sólidos e seus impactos na ambiência, levando em consideração a faixa etária do universo estudado. A percepção ambiental do alunado sobre o lixo foi associada ao que é inútil e que provoca prejuízos à natureza. Já a compreensão sobre o conceito de reciclagem do alunado foi satisfatória. Contudo, a maioria dos (as) educandos (as) entrevistados (as) demonstrou que os problemas ambientais causados pelo mau gerenciamento do resíduo sólido só existem enquanto os resíduos se disponham à vista, despercebendo as principais implicações pós-coleta pública.

De modo geral, o grupo alvo expressou sensibilidade e consciência crítica de suas atitudes no curso do processo educativo, de maneira que a Educação Ambiental configurou-se importante ferramenta de orientação para a tomada de consciência de indivíduos frente aos problemas ambientais.

Sendo assim, devem-se continuar incentivando os hábitos sensíveis, conscientes e multiplicadores acerca das questões ambientais no processo educativo, bem como fortalecer os processos de Educação Ambiental no cotidiano da Escola E. E. F. M. Senador Ruy Carneiro e a formação de parcerias para apoiar à comunidade, de modo que a mobilização alcance maior amplitude. As práticas relacionadas à educação ambiental auxiliarão os (as) educandos (as) a observar a realidade sob outros aspectos – holístico, sistêmico e interdisciplinar, pois focalizam as relações econômicas e as culturais que se desenvolvem entre os seres humanos e a natureza, assim como entre os sujeitos em sociedade, visando favorecer melhor qualidade de vida, inclusive no contexto político inserido, rumo à mudança nas relações com o todo.

 

5- REFERÊNCIAS

 

AZEVEDO, Cleide Jussara Cardoso de. Concepção e prática da população em relação ao lixo domiciliar na área central da cidade de Uruguaiana- RS. 1996. 68 f. Monografia (Especialização em Educação Ambiental). Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul, Uruguaiana, 1996.

 

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BRITO, Jaelson Silva. Violência Urbana no Município de Mamanguape, Estado da Paraíba. 2009. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Universidade Estadual da Paraíba, 2009.

 

CAIXETA, D. M. Geração de energia elétrica a partir da incineração de lixo urbano: o caso de Campo Grande/MS. 2005. 83f. Monografia (Especialização em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável) - Universidade de Brasília. Centro de Desenvolvimento Sustentável, Brasília, 2005.

 

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 9 ed. São Paulo: Gaia, 2004.

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GRIMBERG, E.; BLAUTH, P. Coleta seletiva: reciclando materiais, reciclando valores. São Paulo: Pólis, 1998.

 

LOUREIRO, C. F. B.; LAYRARGUES, P. P.; CASTRO R. S. Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

 

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SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, José Carlos. Conceitos e Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: Makron Books, 1997.

 

PEREIRA, Carina Cerutti. O discurso ambiental como “marketing verde”: um passeio pelo o que é lido e visto nas mídias. 2009. 51 f. Monografia (Especialização) - Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2009.

 

QUADROS, Alessandra de. Educação Ambiental: iniciativas populares e cidadania. 2007. 45 f. Monografia (Especialização) - Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2007.

 

VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.

 

 

 

Ilustrações: Silvana Santos