Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Breves Comunicações
04/09/2014 (Nº 49) EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM OLHAR DOS ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE O MEIO AMBIENTE
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DETERMINAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DE ÁGUA EM DIFERENTES TRECHOS DO RIO CARIMÃ

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM OLHAR DOS ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE O MEIO AMBIENTE

 

João R. de Freitas Filho, Danielle Dias Neves

Universidade Federal Rural de Pernambuco- Departamento de Ciências Moleculares, Recife -PE

Juliano Carlo Rufino de Freitas, Ladjane Pereira da Silva

Universidade Federal de Campinas Grande – Centro de Educação e Saúde, Cuité – PB

Jucleiton José Rufino de Freitas

Universidade Federal de Pernambuco- Departamento de Química Fundamental, Recife -PE

Júlio César Rufino de Freitas

Escola Municipal Armando da Costa Brito – EMACB, Ipojuca- PE.

 

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo levar os estudantes da Educação Básica, mas especificamente, do ensino Médio, a refletir e propor estratégia de intervenção sobre os problemas ambientais em nossa sociedade, tais como, a poluição dos rios e córregos, o lixo, seu destino e possíveis formas de reaproveitamento; aborda também sobre a necessidade da prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental da sociedade. A realização desse trabalho se pauta também, em estudos bibliográficos e qualitativos sobre a educação ambiental, reciclagem do lixo e projetos interdisciplinares vivenciados em escolas.

 

PALAVRAS-CHAVE:  Ambiente, conscientização, problemas ambientais.

 

 

INTRODUZINDO A TEMÁTICA - UMA BREVE REVISÃO

 

Há muito tempo existem preocupações acerca de como analisar, solucionar e prevenir problemas inerentes à dinâmica ambiental. Entretanto, é somente no contexto contemporâneo que tais preocupações ganham, progressivamente, maior projeção, forçando-nos a reconhecer que vivenciamos uma crise ambiental sem precedentes (MAKNAMARA, 2009). Os questionamentos acerca da crise ambiental ora vivenciada e as diferentes concepções acerca do que vem a ser Ambiente têm apresentado repercussão direta no campo educacional, materializando-se num conjunto altamente diversificado de reflexões e práticas  que, apesar de abrangerem a questão ambiental de maneira bastante diferenciada, são  agrupadas em torno do que se costuma denominar de Educação Ambiental (EA).

A educação formal exerce o papel de preparar o educando a aprender, a  aprender a respeitar o próximo, a natureza, enfim a vida, pois através da educação o  mesmo aprende a ser ético, humano, aprende a viver em grupo e a lutar pelo seu  bem e dos demais. A educação hoje pode ser o principal passo para conduzir o  rumo que o futuro habitante da terra terá (OLIVEIRA, 2012).

A questão ambiental se torna cada vez mais urgente para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende do equilíbrio do meio ambiente. Com o crescimento populacional, a quantidade de lixo e poluição também cresce sem controle, por essa razão se torna cada vez mais importante a realização de trabalhos educacionais em favor do meio ambiente. Projetos de educação ambiental são úteis no sentido de esclarecer ao estudante sobre os benefícios da conscientização e a preservação do meio ambiente, podendo ser trabalhado nas escolas da educação básica transversalizando aos demais conteúdos curriculares.

A principal função do trabalho com o tema “Meio Ambiente” é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na sociedade sócio ambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade. É necessário também que a escola trabalhe com formações de valores, com atitudes, com o ensino e aprendizagem de habilidades e procedimentos.

Para tanto, se faz necessário a realização de estudos sobre os problemas ambientais, conscientizando os estudantes sobre os benefícios da reciclagem do lixo e ainda propondo estudos sobre a importância da inclusão de questões ambientais e sociais no currículo escolar a partir da transversalidade. Autores como Zuben (1998), Britto (2000), Guimarães (2005), entre outros autores contribuem com a discussão dessa temática.

Nas sociedades atuais o ser humano afasta-se da natureza, e age de forma irresponsável sobre o ambiente, causando grandes desequilíbrios na natureza. Sendo assim, para Guimarães (2005), é pela gravidade da situação ambiental, em todo o mundo, que se tornou necessário a implantação da Educação Ambiental para as novas gerações em idade de formação de valores e atitudes, como também para a população em geral, pela emergência da situação em que nos encontramos.

É nesta perspectiva, que o autor afirma que:

A Educação Ambiental é transformadora de valores e atitudes através da construção de novos hábitos e conhecimentos, conscientizadora para as relações integradas do ser humano, sociedade, natureza objetivando o equilíbrio local e global, melhorando a qualidade de todos os níveis de vida (GUIMARÃES, 2005, p.17).

Diante do exposto é preciso que em Educação Ambiental o educador trabalhe à integração entre ser humano e o ambiente e se conscientize de que o ser humano é natureza e não apenas parte dela. Para a realização de uma educação para a transformação da sociedade em um mundo mais equilibrado social e ambientalmente, é necessário resgatar o planejamento como uma ação pedagógica necessária.

A Educação Ambiental surgiu nos anos de 1970, em resposta a uma elevada degradação ambiental que o planeta enfrentava desde a década anterior. A crise ambiental global, ao longo do tempo, efetivou-se como uma preocupação da educação. De acordo com Dias (2000), a Educação Ambiental almeja que o indivíduo desenvolva conhecimento, compreensão, habilidades e motivação, para que, assim, adquira novos valores, mentalidades e atitudes, os quais são essenciais para lidar com as questões ambientais.

A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, um processo que busca o desenvolvimento de uma consciência crítica das pessoas e pode ser fundamental no enfrentamento das questões ambientais e sociais. Cabe à Educação Ambiental formar cidadãos conscientes, capazes de tomar resoluções sobre a realidade ambiental, de forma comprometida com a vida do planeta.

Conforme proposto por Carvalho (2006) a Educação Ambiental é concebida inicialmente como preocupação dos movimentos ecológicos com a prática de conscientização capaz de chamar a atenção para a finitude e má distribuição do acesso aos recursos naturais e envolver os cidadãos em ações sociais ambientalmente apropriadas.

No plano internacional, a educação ambiental começa a ser objeto de discussão das políticas públicas. Em 1972, em Estocolmo na Suécia, aconteceu à primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, que adotou, mediante a Declaração de Estocolmo, um conjunto de princípios para o manejo ecologicamente racional do meio ambiente, reuniram vários países inclusive o Brasil para discutirem o tema Meio Ambiente Humano, pois passaram a se preocupar com o crescimento desordenado de cidades, bem como, a poluição dos bens globais água, ar e oceanos e o bem estar dos povos de todo o mundo.

Segundo Meirelles e Santos (2005, pg.34) educação ambiental é definida como:

A educação ambiental, e uma atividade meio que não pode ser percebida como mero desenvolvimento de “brincadeiras” com crianças e promoção de eventos em datas comemorativas ao meio ambiente. Na verdade, as chamadas brincadeiras e os eventos são parte de um processo de construção de conhecimento que tem o objetivo de levar a uma mudança de atitude. O trabalho lúdico e reflexivo e dinâmico e respeita o saber anterior das pessoas envolvidas.

“O desafio de um projeto de educação ambiental é incentivar as pessoas a se reconhecerem capazes de tomar atitudes” (MEIRELLES e SANTOS, 2005, pg.35).

Ainda na concepção de Meirelles e Santos (2005), o processo de aprendizagem, neste caso, e cíclico, como mostra a figura 1 abaixo, e vai crescendo em complexidade e profundidade a cada caminhada pelos objetivos da figura. Não pode prever quanto tempo cada grupo ou pessoa demora em passar de um nível para o outro. O importante é entender que ação no sentido de mudança de comportamento em prol do meio ambiente, e o que realmente fará diferença no resultado de um projeto ou na solução de um problema ambiental, tem que passar do estagio de alerta para o da consciência e, posteriormente para o da pratica. Não e um processo rápido.

Figura 1.  Processo de aprendizagem em educação ambiental

(Adaptado de Dias (2004, p. 111)

O processo de aprendizagem pode ser linear, passando apenas de um objetivo a outro, caso o trabalho de educação ambiental seja somente formado por campanhas temporais sobre determinado assunto. Por isso, é importante ligar as ações de educação ambiental ao ensino formal, o que poderá dar um caráter mais permanente ao tema, tornando o processo cíclico e evolutivo.

Além disso, com o crescimento da população mundial, a cada dia pode aumentar também o número de poluidores caso estes não sejam devidamente orientados. Há ainda um outro fator que contribui para a  diminuição de nossa qualidade de vida, que é o grande número de indústrias que afetam o meio  ambiente. Mais recentemente é possível observar uma melhora na conscientização dos empresários e  também da população, há uma preocupação mais acentuada da fiscalização por parte dos órgãos  públicos competentes para a diminuição de poluentes emitidos (YUS, 2002).

De acordo com Leff (2006, p. 62):

A problemática ambiental não é ideologicamente neutra nem é alheia a interesses econômicos e sociais. Sua gênese dá-se num processo histórico dominado pela expansão do modo de produção capitalista, pelos padrões tecnológicos gerados por uma racionalidade econômica a  curto prazo, numa ordem econômica mundial marcada pela desigualdade entre nações e  classes sociais. Este processo gerou, assim, efeitos econômicos, ecológicos e culturais desiguais sobre diferentes regiões, populações, classes e grupos sociais, bem como  perspectivas diferenciadas de análises.

O objetivo deste trabalho foi levar os estudantes da Educação Básica, mas especificamente, do ensino Médio, a refletir e propor estratégia de intervenção sobre os problemas ambientais em nossa sociedade, tais como, o saneamento básico, a poluição dos rios e córregos, o lixo, seu destino e possíveis formas de reaproveitamento; aborda também sobre a necessidade da prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental da sociedade; contribuindo para que adquirissem uma compreensão sobre o meio ambiente e desenvolvessem uma consciência crítica sobre ele.

O tema central do projeto foi o bairro Nova morada, sua história, sua geografia, o meio ambiente, as mudanças ambientais ao longo do tempo sofridas pela localidade, além de aspectos ecológicos e sociais. A Educação Ambiental foi o eixo central da proposta. O estudante foi incentivado a descobrir sua relação com o local em que vive e estuda e a ampliar seu relacionamento com o meio ambiente, tornando-se apto a atuar junto à comunidade.

 

TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

 

Contexto do estudo

Este estudo possui cunho cientifico acadêmico e tem por método a pesquisa exploratória e descritiva. Segundo Andrade (2006) pesquisas exploratórias são informações obtidas através de fontes bibliográficas com a finalidade de proporcionar maiores informações sobre determinado assunto, definindo objetivos ou formulando hipóteses de uma pesquisa.

A pesquisa exploratória foi realizada em livros da biblioteca da Universidade Federal Rural de Pernambuco do Recife – PE, na Biblioteca Universidade Federal de Campinas Grande Centro de Educação e Saúde, Cuité – PB e na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE no Recife –PE. Foram também realizadas pesquisas em sites específicos.

Por outro lado, de acordo com Andrade (2006), pesquisa descritiva são fatos descritos, observados, registrados, analisados sem interferência do pesquisador. A pesquisa foi realizada em duas escolas, da cidade do Recife, com estudantes de faixa etária de 15 a 21 anos, no segundo semestre de 2013.

 

Atividades propostas

 

Atividade 1. Aplicação de questionário

As atividades iniciaram-se pela exposição de conhecimentos sobre a temática Educação Ambiental, definindo-se conceitos e obtendo-se a participação dos estudantes para elaboração das atividades posteriores. Na primeira aula foi aplicado um questionário para avaliar o nível de consciência ambiental dos estudantes, também foram discutidos problemas ambientais globais e regionais. A seguir apresentamos as questões norteadoras do estudo:

1)    O que você entende por meio ambiente?

2)    Quais os principais problemas ambientais da atualidade? Cite alguns.

3)    Você Lê alguma coisa sobre preservação do meio ambiente?

4)    Seu professor trabalha em sala de aula a questão ambiental?

5)    Você participa na escola de atividade relacionada ao meio ambiente?

6)    Com os atuais níveis de poluição de rios e córregos de sua cidade, você acredita que o rio tem condições de se sustentar?

Atividade 2. Exibição e discussão do filme

A segunda aula foi a exibição e discussão do filme “Recife de dentro pra fora”, que trata de um documentário poético sobre o rio Capibaribe.

Atividade 3. Palestra sobre a temática lixo

O objetivo da palestra foi conscientizar os alunos da importância de selecionar o lixo bem como suas possíveis transformações.

Atividade 3. Montagem de oficinas

       Esta atividade consistiu em montar três oficinas: a) oficina para elaboração de um jornal impresso b) oficina para elaboração de cartilha e c) oficina para elaboração de folder de divulgação. As oficinas foram realizadas com média de 15 participantes (cada), sendo estes subdivididos em pequenos grupos, onde cada integrante foi responsável por um subgrupo. Um subgrupo era responsável pela coleta de materiais a serem usados, outro pela confecção do jornal (ou cartilha ou folder), outro pela impressão e assim por diante.

Atividade 4. Divulgação dos resultados na comunidade

            Após participação nas oficinas, o jornal, cartilha e folder foram divulgação e distribuído na escola e comunidade em que a mesma estar inserida.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

A elaboração de trabalho dessa natureza se valida não só pelo seu aspecto de conscientização, mas principalmente, pelo compromisso social que ele abarca. Ao detectar onde está o erro e buscar viver em perfeita harmonia de forma prazerosa, compreendido pela natureza, fazendo com que tenhamos uma sociedade sadia e esclarecida, principalmente, que são agentes formadores e transformadores dela, eles começam a ver que por mais adversa que seja a sua realidade é de responsabilidade de cada um revertê-la.

O primeiro contato com a escola se deu em julho de 2013, onde, nesse dia o grupo de trabalho conheceu o ambiente da pesquisa: alunos, professores e demais funcionários. O primeiro passo foi à visita ao local onde seriam desenvolvidas as ações, conhecer as pessoas e a realidade da escola, os estudantes e um pouco da metodologia de ensino, utilizada pelos professores.

 Nesse dia a equipe ficou ciente das dificuldades que seriam enfrentadas, mas também ficou clara a responsabilidade assumida em levar as informações aos estudantes. O primeiro contato foi de fundamental importância para que fossem estabelecidas algumas metas, como por exemplo, levar as informações sobre lixos, saneamento básico, poluição e problemas ambientais a pelo menos 90% dos estudantes da escola.

A partir do conhecimento da realidade da escola, foi aplicado um questionário com seis questões, descrita na metodologia, aos estudantes. Com relação a questão de número 1, o que você entende por meio ambiente? E segundo o descrito por vários autores sobre a temática, considerou-se a definição dada para meio ambiente. Nas respostas dadas pelos estudantes, chegou-se aos seguintes resultados exposto na tabela 1.

 

Tabela 1. Definição de meio ambiente descrita pelos estudantes

Definição

Número de citação

Ecossistema

12

Meio em que vivemos

25

Natureza

17

Não sei

4

 

Percebe-se analisando a tabela que boa parte dos estudantes considera o meio ambiente no sentido de ecossistema e natureza. Segundo Reigota (2001) as representações sociais do meio ambiente são três: naturalista, globalizante e antropocêntrica.

Através da questão de número 2, procurou-se analisar a noção dos estudantes sobre os danos causados pelo homem ao meio ambiente. Como exemplos 60% dos estudantes citaram a poluição; 30% o desmatamento; 20% falta de saneamento; 25% queimadas; 30% falta de consciência e 20% falta de preservação do meio ambiente.

            Quando indagados sobre o que leem sobre preservação ambiental, 60% citaram que não procuram informações, mas veem na televisão. 20% responderam que leem na internet e 20% não procuram informações de formas algumas.

            Analisando as respostas dadas pelos estudantes sobre o fato do professor trabalhar a temática em sala de aula, percebemos que apesar dos documentos oficiais, como PCN, propor que os professores nos seus planos de aulas acresçam com questões ambientais, percebemos que 20 % dos estudantes responderam que as vezes seus professores trabalham.

            Em relação a questão  5, 305 dos estudantes responderam que não participavam  de atividades relacionadas a conservação ambiental, poluição e outras atividades relacionadas ao meio ambiente.

No tocante a questão: com os atuais níveis de poluição de rios e córregos de sua cidade, você acredita que o rio tem condições de se sustentar? Alguns estudantes responderam sim ou não, sem justificativa. 10% dos estudantes deram justificativas para suas respostas e propuseram alternativa possível que levaria a sustentabilidade, por exemplo:

Vamos preservar a mata ciliar no entorno do rio evitando o assoriamento...

Dando continuidade, por meio do filme Recife de dentro pra forafoi introduzido o tema da poluição e os cuidados que devemos ter com o meio ambiente.

Com o objetivo de discutirmos com os estudantes a questão dos cuidados que devemos ter com o meio ambiente, e que tudo e todos estão interligados e somos responsáveis pelos nossos atos, tratamos com eles sobre as mudanças climáticas, o aumento da população e a questão do lixo urbano, na palestra sobre Lixo e a importância da coleta seletiva.

Nestas oficinas foram construídos e trabalhados: Elaboração de um jornal impresso, elaboração de cartilha e elaboração de folder informativo.

A partir de aula debates, palestras e apresentação de filme foi proposto aos estudantes três oficinas salientando a função e a importância destas. Nestas oficinas foram construídos e trabalhados: Elaboração de um jornal impresso, elaboração de cartilha e elaboração de folder informativo (Figura 2, 3 e 4), com a participação dos estudantes.   

 

Figura 2. Capa da Cartilha elaborada, divulgada e distribuída.

 

 

Figura 3. Folder elaborado distribuído para os estudantes.

 

Figura 4. Jornal impresso elaborado pelos estudantes nas oficinas

 

Essa produção dos estudantes revela seus envolvimentos e interesses nos temas abordados durante o desenvolvimento do trabalho. Durante todo o processo educativo, os estudantes tiveram oportunidade de questionar dados e ideias sobre o tema, propuseram soluções e apresentaram-nas, o que está de acordo com o que Reigota (1991) diz sobre o emprego da metodologia em Educação Ambiental.

Os estudantes buscaram informações sobre o bairro com seus pais, antigos moradores do local, na internet, em livros e estes constataram as transformações ocorridas ao longo do tempo. Os estudantes se mostraram muito interessados nestas modificações procurando transmitir para os colegas e comunidade o que sabiam sobre o assunto. A troca d experiências ocorrida foi importante para o aprofundamento da conscientização sobre as questões ambientais.

 

 

 

CONCLUSÕES

           

Ao final do trabalho, conclui-se que para ampliar o universo educacional dos estudantes o uso de artifícios como palestra, oficinas e outros tipos de estratégia de ensino é de extrema importância. Por meio das atividades desenvolvidas observou-se 100% de adesão dos estudantes nas atividades propostas e desenvolvidas, onde estes participaram com total entusiasmo e interesse, principalmente na atividade de elaboração de jornais, folder e cartilha com material alternativo.

A elaboração dos jornais, folder e cartilha foi uma experiência interessante e de grande valor pedagógico uma vez que gerou curiosidade e maior autoestima dos estudantes, por estes terem a possibilidade de utilizar, por exemplo, um jornal confeccionado por eles, e ao mesmo tempo gerou a consciência de estar se reutilizando um material, que em muitos casos é jogado de forma indiscriminada no Ambiente.

Acredita-se que uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento de uma consciência ambiental se faz através do ensino formal, colocando em práticas atitudes ecologicamente corretas para o bem estar da sociedade.

 

AGRADECIMENTOS

A PRAE – UFRPE pelo suporte financeiro.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ANDRADE, M. M. Introdução a Metodologia de Trabalho Cientifico. 7a ed. São Paulo Atlas, 2006.

BRITTO, C. Educação e Gestão Ambiental. Salvador: Ministério do Meio Ambiente, 2000.

CARVALHO, I. C. M. Educação Ambiental: Formação do Sujeito Ecológico. 2a edição,  São Paulo Cortez, 2006.

DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 3ª ed. São Paulo; Gaia, 1992.

________. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 3ª ed. São Paulo; Gaia, 2004.

_______. Educação Ambiental: Princípios e Práticas - 6ªed. Ampliada pelo autor – São Paulo: Gaia, 2000.

GUIMARÃES, M. A dimensão Ambiental na educação. Campinas-SP: Papirus, 2005.

LEFF, E. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez, 2006.

MAKNAMARA, M. Contrapontos – Volume 9 nº 1 – pp. 55-64, 2009.

 

MEIRELLES, M. S.; SANTOS, M. T. Educação Ambiental uma Construção Participativa. 2ª ed. São Paulo, 2005.

OLIVEIRA, M. S.; OLIVEIRA, B. S.; VILELA, M. C. S.; CASTRO, T. A. A. Revista Científica Eletrônica de Ciências Sociais Aplicadas da Eduvale, Ano V,  07, 2012.

REIGOTA, M. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 1991. 63p.

__________. Meio Ambiente e representação social. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

YUS, R. Educação integral: uma educação holística para o século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2002.

ZUBEN, F. V. Meio Ambiente, Cidadania e Educação. Departamento de Multimeios. Unicamp. Tetra Pak Ltda. 1998.

Ilustrações: Silvana Santos