Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Artigos
04/09/2014 (Nº 49) AVALIAÇÃO DE VISITAÇÃO À TRILHA DOS JEQUITIBÁS, DO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (ARARAS, SP)
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1830 
  

AVALIAÇÃO DE VISITAÇÃO À TRILHA DOS JEQUITIBÁS, DO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (ARARAS, SP)

 

Steve de Oliveira Costa1, Letícia Ribes de Lima2, Renata Sebastiani3, Rodolfo Antônio de Figueiredo4

 

1Biólogo. Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME), Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA-UFSCar). CP 153. Rodovia Anhanguera, Km 174, CEP 13600-970, Araras, SP, Brasil. E-mail: steve.costa.soc@gmail.com

2Professora Adjunta. Setor de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Alagoas (ICBS-UFAL). Avenida Lourival Melo Mota, s/n, Cidade Universitária, CEP 57072-900, Maceió, AL, Brasil.

3Professora Adjunta. Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME), Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA-UFSCar). CP 153. Rodovia Anhanguera, Km 174, CEP 13600-970, Araras, SP, Brasil.

4Professor Adjunto. Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME), Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA-UFSCar). CP 153. Rodovia Anhanguera, Km 174, CEP 13600-970, Araras, SP, Brasil.

 

Resumo – O município de Araras (SP) encontra-se inserido em um pólo de produção canavieira. A intensa atividade agrícola na região provoca diferentes tipos de impactos ambientais, entre eles a fragmentação da vegetação natural. Nesse cenário, o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental, por meio do uso de trilhas interpretativas, surge como uma valiosa ferramenta de apoio à conservação da biodiversidade. Assim, o presente trabalho teve como objetivo principal a avaliação de uma visitação à “Trilha dos Jequitibás”, implantada no campus do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA-UFSCar – Araras, SP). O método utilizado para a avaliação de tal visitação à trilha interpretativa guiada constituiu-se na elaboração, aplicação e análise de questionários semi-estruturados, que foram submetidos, aos visitantes, anterior e posteriormente à visitação. O estudo contou com a participação de estudantes do Ensino Fundamental do 9º ano da Escola Municipal Thereza Colette Ometto, que visitaram a trilha e desenvolveram as atividades de Educação Ambiental propostas. Selecionou-se dez pontos interpretativos ao longo da trilha onde foram propostas as atividades de Educação Ambiental. A trilha interpretativa guiada mostrou-se como um instrumento efetivo de Educação Ambiental, pois se constituiu em uma oportunidade de reflexão individual e coletiva entre os visitantes a respeito dos temas sócio-ambientais propostos.

 

Palavras-chave: Trilhas Interpretativas, Educação Ambiental, Biodiversidade.

 

 

 

 

 

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

As áreas verdes municipais desempenham papéis fundamentais para a melhoria das condições do ambiente urbano, sendo constituídas por espaços verdes de lazer, de conservação ambiental e de uso para atividades educativas, além de outras áreas, como as próprias ruas arborizadas, praças, parques e os campi universitários. Áreas assim são de grande relevância para o aumento da biodiversidade urbana e melhoria da qualidade de vida da população citadina (FIGUEIREDO; MATTIAZZI; KLEFASZ, 2007).

            Com a dinâmica contemporânea, a realização de atividades ao ar livre e a interação do homem com o ambiente natural é algo cada vez mais restrito e incomum. Nessa perspectiva, as trilhas interpretativas têm sido difundidas como instrumento de Educação Ambiental, especialmente em áreas naturais e de significado histórico, de modo a permitirem aliar práticas educativas ao lazer de seus visitantes (TUAN, 1980).

            As trilhas interpretativas consistem no percurso de caminhos repletos de significados geográficos, históricos, culturais e ecológicos. Essas trilhas, quando implantadas de forma planejada, possuem caráter educativo e são significadas por meio da interpretação ambiental (VASCONCELLOS, 2006).

            A interpretação ambiental possibilita, ao longo do percurso da trilha, revelar aos visitantes os significados e as relações existentes no ambiente por meio de seus próprios sentidos. Assim, as trilhas interpretativas consistem em um importante instrumento para programas de Educação Ambiental, por satisfazerem alguns de seus objetivos e abrirem caminhos para a realização de outros (TILDEN, 2007; SILVA; LORENCINI JÚNIOR, 2010).

            As trilhas interpretativas constituem um instrumento pedagógico prático e dinâmico, proporcionando uma aproximação dos visitantes à realidade dos temas abordados e suscitando uma dinâmica de observação, reflexão e de sensibilização, que os coloca em um caminho de autoconhecimento. Na medida em que, ao assumirem determinadas interpretações, se responsabilizam e se sensibilizam com o seu papel no meio ambiente (GUIMARÃES; MENEZES, 2006; LOUREIRO, 2009).

            As trilhas interpretativas visam também promover a percepção dos visitantes para o despertar de seu interesse pela preservação de um espaço ao qual eles têm acesso e uma visão crítica acerca do meio em que vivem, por meio do contato com as espécies ali presentes e também pelo desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental em seu percurso (BARCELOS, 2005; GAMBOA; BARRETTO; XAVIER, 2009).

            Nesse cenário, é evidente que o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental, no percurso de trilhas interpretativas, permite aos visitantes formular hipóteses, investigar a natureza e promover a sensibilização e reflexão destes sobre valores e comportamentos. Assim, a visitação a trilhas interpretativas permite, além do aprendizado, a ampliação da percepção de integração dos visitantes com o meio natural (TABANEZ et al., 1997; TABANEZ; PÁDUA, 1997; BRINKER, 1997).

            O presente trabalho teve assim como objetivo principal a avaliação da visitação à “Trilha dos Jequitibás”, implantada no campus do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA-UFSCar – Araras, SP), como subsídio para a proposição de novas estratégias para o aperfeiçoamento do percurso da trilha interpretativa guiada elaborada, rumo a tornar o campus universitário citado um espaço educador ambiental.

 

2. MATERIAL E MÉTODOS

 

            O presente estudo foi desenvolvido no campus do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA-UFSCar), localizado no município de Araras (SP), distante cerca de 170 km da capital do estado de São Paulo.

            A trilha implantada foi denominada “Trilha dos Jequitibás” e ao longo de seu percurso foram propostas dez atividades de Educação Ambiental (Figura 1), apresentadas e detalhadamente explicadas em uma cartilha elaborada pelo grupo de pesquisadores envolvidos neste projeto.

            A “Trilha dos Jequitibás” foi construída a partir da metodologia de “Indicadores de Atratividade de Pontos Interpretativos” (IAPI), adaptada de Magro e Freixêdas (1998). Tal metodologia foi empregada na área de estudo a partir do levantamento de indicadores de atratividade, tais como a presença de fauna, flora, cursos d’água, locais históricos, entre outros.

 

 

 

Figura 1: Esquema ilustrando a disposição dos pontos interpretativos da trilha interpretativa guiada implantada no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA-UFSCar). Legenda: P1 = remanescente florestal; P2 = reflorestamento; P3 = lago; P4 = espécies medicinais; P5 = jequitibá-vermelho; P6 = epífitas; P7 = joão-de-barro; P8 = coleta seletiva; P9 = figueira-benjamina; P10 = biblioteca.

 

            Os indicadores de atratividade avaliados nos pontos interpretativos da trilha foram apresentados em uma ficha de campo própria do local de estudo (ANEXO A). Nesta ficha, foram inseridos os dados da avaliação para a seleção dos pontos interpretativos mais atrativos do CCA-UFSCar, isto é, os pontos interpretativos em que os indicadores de atratividade – diversidade biológica, cultural e histórica - estavam presentes em maior ocorrência e predominância, e assim obtiveram maior pontuação, sendo assim selecionados como os pontos interpretativos do percurso da trilha interpretativa guiada.

            O CCA-UFSCar está localizado em um local que apresenta ainda uma diversidade biológica, cultural e histórica, proveniente de uma área que abriga remanescentes florestais de Floresta Estacional Semidecidual, adjacentes a uma represa (Figura 2).    

Figura 2: Remanescente florestal adjacente a uma represa localizado no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos, campus Araras, SP.

 

            As atividades de Educação Ambiental, propostas e desenvolvidas na “Trilha dos Jequitibás”, foram selecionadas a partir dos indicadores de atratividade mais evidentes em cada ponto interpretativo. Assim, foram propostas atividades de Educação Ambiental em cada ponto interpretativo da trilha. As atividades propostas relacionam-se diretamente aos temas dos indicadores de atratividade predominantes em cada ponto interpretativo e foram desenvolvidas a partir de consulta à bibliografia específica (eg. CORNELL, 2005; LIMA, 2008; LEGAN, 2009; ROCHA; BRITTO, 2012).

            A abordagem qualitativa foi utilizada como método para a avaliação da visitação à trilha interpretativa guiada e seu uso foi justificado, sobretudo, por acreditar-se aqui que estudos que empregam uma abordagem qualitativa possam melhor descrever a complexidade de determinados problemas, por meio da análise da interação de atitudes, motivações, expectativas e valores. A abordagem qualitativa, além de permitir a compreensão e classificação dos processos dinâmicos vividos por grupos sociais, ainda possibilita contribuir no processo de mudança de determinado grupo promovendo assim, em um maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos e do coletivo (RICHARDSON et al., 2012).

            A adoção do método qualitativo tem sido de grande importância nas pesquisas de Educação Ambiental, pois além dos dados qualitativos permitirem aprender o caráter complexo e multidimensional dos fenômenos, ainda capturam variados significados das experiências vividas no ambiente, auxiliando assim a compreensão das relações entre as pessoas, seu contexto e suas ações (PEDRINI, 2007).

            A abordagem qualitativa possibilitou ainda, por meio do uso de questionários para avaliação da visitação à trilha, o uso de questões abertas associadas a questões fechadas. Para tanto, as perguntas fechadas foram destinadas à obtenção de informações sociodemográficas e respostas de identificação de opiniões (sim x não, conheço x não conheço, etc.), enquanto as perguntas abertas foram destinadas para o aprofundamento das opiniões do entrevistador, questionando-se os entrevistados, por exemplo, sobre as justificativas de algumas das respostas dadas as questões fechadas. Nessa perspectiva, as questões foram aplicadas também por meio do contato direto, possibilitando assim o esclarecimento e discussão dos objetivos da pesquisa, dos questionários e de eventuais dúvidas aos entrevistados (FACHIN, 2006; RICHARDSON et al., 2012).

Na elaboração dos questionários submetidos aos visitantes previamente e posteriormente, ao percurso da trilha, optou-se pelo uso de questionários que combinaram questões abertas e fechadas, aprovados pelo Comitê de Ética (Certificado de Apresentação para Apreciação Ética – nº 02636412.8.0000.5504).

            A questão metodológica da participação de estudantes da rede pública do município de Araras como público-alvo neste estudo esteve em pensar e construir “com eles” e “para eles” uma ação educativa que, no caso, constitui-se na visitação e avaliação de uma trilha interpretativa do tipo guiada, que funcione como um instrumento de Educação Ambiental (TULLIO, 2005).

            Vale ressaltar a preocupação do presente estudo com a proposição do percurso da trilha interpretativa guiada em áreas verdes do campus universitário menos suscetíveis aos impactos de visitações periódicas. Tal enfoque teve como finalidade contribuir para o aumento da percepção ambiental, valoração e interpretação destas paisagens pelos visitantes, além da conservação e uso sustentável da diversidade biológica regional.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

3.1. Avaliação dos questionários aplicados previamente à visitação

           

            Por meio de uma breve palestra (Figura 3), o guia expôs aos estudantes a temática central da trilha interpretativa proposta, no caso, “Diversidade Biológica - Conservação e Desenvolvimento”, que foi enfoque das discussões e atividades propostas na “Trilha dos Jequitibás”.

 

Figura 3: Palestra inicial proferida aos visitantes da “Trilha dos Jequitibás”, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos.

 

            A avaliação da visitação à trilha foi realizada por um público-alvo de 25 estudantes do 9º ano da Escola Municipal Thereza Colette Ometto, abrangendo a faixa etária de 13 a 16 anos, acompanhados da professora de Ciências desta mesma instituição municipal de ensino.

            Do total de 25 visitantes da “Trilha dos Jequitibás”, nos questionários aplicados previamente à visitação, 21 (84%) afirmaram na primeira questão que já haviam ouvido falar do CCA-UFSCar em um momento anterior à visitação deste campus universitário. E o meio predominante pelo qual os visitantes justificaram tal conhecimento deste local, no caso, 13 estudantes (52%), diz respeito à divulgação feita pela própria escola. Tal fato justifica-se pela estreita relação entre a Escola Municipal Thereza Colette Ometto e o Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, devido a parcerias estabelecidas entre estas instituições de ensino.

            A principal parceria entre estas instituições de ensino foi estabelecida por meio da realização de estágios obrigatórios pelos discentes do CCA-UFSCar, especialmente dos cursos de Licenciatura, naquele ambiente escolar. O evento Jornada nas Estrelas é um outro exemplo de parceria estabelecida entre estas instituições públicas de ensino, trata-se de uma feira científica em que os estudantes das escolas públicas do município de Araras são convidados para participarem de palestras, bem como da observação de estrelas e alguns planetas com o uso de telescópios e guiados pela equipe de Astronomia da Universidade Federal de São Carlos.

            Vale ressaltar ainda o desenvolvimento de atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) nesta instituição municipal de ensino. Neste programa, estudantes de graduação desenvolvem pesquisas junto a uma equipe formada por professores universitários e da educação básica da própria escola, que orientam estas pesquisas em educação. Esta parceria tem por objetivo central o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica (CAPES, 2006).

            O segundo meio que possibilitou o conhecimento da maioria dos estudantes as informações sobre o local onde a “Trilha dos Jequitibás” foi implantada, refere-se a informações disponibilizadas na internet, associadas a informações disponibilizadas na própria escola, o que contabilizou 16% dos visitantes.

            O terceiro maior meio de acesso a informações sobre o CCA-UFSCar, local visitado pelos alunos da escola, diz respeito a informações obtidas somente pela internet (8%), seguida da leitura em revistas, leitura em jornais junto ao acesso a informações obtidas na própria escola e por meio de conversas e discussões com os familiares, todas representadas por 4% das respostas obtidas. Quatro estudantes, correspondentes a 16% dos visitantes, afirmaram nunca ter ouvido falar do CCA-UFSCar, que abriga a trilha interpretativa proposta, anteriormente à visitação deste local.

            Os visitantes, quando questionados sobre o que gostariam de visualizar no percurso da trilha interpretativa, afirmaram que gostariam de ver animais de um modo geral (32%). Alguns estudantes evidenciaram ainda que gostariam de ver somente onças (24%), cobras (12%) e, no caso, morcegos, aranhas, capivaras, pássaros e formigas, foram representados por 4% das expectativas de visualização no percurso da trilha em cada caso. Alguns participantes também afirmaram que gostariam de ver florestas, rios e plantas, respostas correspondentes, em cada caso, a 4% das expectativas de visualização dos visitantes ao longo da trilha.

            Vale salientar que foi previamente informado aos participantes que por conta de sua agilidade, comportamento, distribuição geográfica, hábitos, entre outros, a visualização de grandes mamíferos, e mesmo de muitos animais, seria pouco provável no local em que a trilha foi proposta. Essas informações tiveram como objetivo evitar a frustração dos estudantes, conforme já retratado por Tabanez et al. (1997) na avaliação de trilhas interpretativas como estratégia de Educação Ambiental.

            Por outro lado, foi ressaltado aos visitantes deste local a relevância da visualização de vestígios destes animais, tais como pêlos, fezes e pegadas no percurso da trilha. Esta proposta permitiu ao guia abordar temáticas referentes ao comportamento, interações ecológicas e dieta alimentar destes animais. Explicitou-se ainda aos visitantes a relevância do conhecimento da fauna nativa, por meio do estudo da ocorrência e distribuição de espécies de animais brasileiras.

            Algumas respostas dos estudantes apresentaram uma maior diversidade de interpretações, ou mesmo um maior grau de aprofundamento referente as expectativas dos visitantes em relação ao que esperavam visualizar no percurso da “Trilha dos Jequitibás”, tais como:

 

Pergunta: O que você gostaria de ver nesta trilha interpretativa?

 

Resposta 1:

“Muitas aventuras, diversos tipos de animais como: cobras, aranhas, pássaros de diferentes tipos, etc”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 4

 

Resposta 2:

“Gostaria de ver animais e coisas legais que eu posso aprender”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 1

 

Resposta 3:

“Gostaria de ver como essa trilha foi adaptada”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5

 

            Nessa perspectiva, os visitantes responderam também no questionário o que não gostariam de visualizar no percurso da trilha. Em relação a este questionamento, foi predominante a afirmação entre tais visitantes de que não gostariam de visualizar ao longo da “Trilha dos Jequitibás” cobras (28%), mosquitos (16%) e abelhas (12%).

            Algumas das respostas sobre tal questão indicam interpretações diversificadas entre os visitantes e são mencionadas abaixo:

 

Pergunta: O que você não gostaria de ver nesta trilha interpretativa?

 

Resposta 1:

“Animais agressivos, ou insetos (etc...) perigosos”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 6

 

Resposta 2:

“Animais peçonhentos”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 1

 

Resposta 3:

“Nada, quero conhecer tudo”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 4

 

Resposta 4:

“Não gostaria de ver lixos espalhados”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5

 

Resposta 5:

“Marimbondos porque sou alérgico”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 7

 

            Vale ressaltar que a resposta de um visitante referente à alergia a picadas de marimbondo foi tema de discussão em um momento anterior à visitação inicial da trilha. Nesta ocasião, o estudante já havia mencionado ser alérgico a picadas de marimbondo durante uma visita do guia à escola, para divulgação da trilha aos estudantes do 9º ano.

            Assim, torna-se primordial a verificação entre os visitantes, em um momento anterior à visitação, se algum destes apresenta algum tipo de reação alérgica a substâncias produzidas por possíveis seres vivos presentes no percurso da trilha interpretativa. Esse procedimento é uma etapa essencial para o planejamento de futuras visitações à trilha interpretativa guiada, pensando-se na minimização da exposição dos visitantes a eventuais riscos.

            Essa preocupação foi enfoque também da metodologia de seleção dos pontos interpretativos de maior atratividade, adaptada de Magro e Freixêdas (1998) e proposta na elaboração do percurso da “Trilha dos Jequitibás”. Nesta metodologia propõe-se a exclusão de pontos interpretativos avaliados em locais nos quais fatores, tais como grande quantidade de mosquitos, ou mesmo de plantas venenosas, estivessem presentes.

            Foi levantada uma discussão entre os visitantes sobre a existência de alguma importância da vegetação encontrada nas margens de corpos d’água. Por meio das transcrições das respostas dos estudantes, colocada a seguir, é possível salientar que grande parte de tais visitantes já tinham ideia de que esta mata tem grande importância para evitar a erosão nas margens dos corpos d´água e, consequentemente, o assoreamento destes, assim como de sua relevância para a manutenção da biodiversidade.

 

Pergunta: Em parte da trilha existe um tipo de vegetação encontrado nas margens de corpos d’água, como rios, riachos, etc. e conhecido como “mata ciliar”. Nesse local ocorrem árvores, arbustos, ervas, além de outros seres vivos. Você acredita que a “mata ciliar” tem alguma importância?

 

(   ) sim   (   ) não

 

Comente o por quê da resposta dada na questão acima.

 

Resposta 1:

“Sim. Por que a mata ajuda a proteger os rios”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 8

 

Resposta 2:

“Sim. Por que tem animais que vivem nela”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 9

 

Resposta 3:

“Sim. Por que é ela [a mata] que impede o desabamento da margem”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 2

 

Reposta 4:

“Sim. Porque a mata é muito bonita para mim e meus amigos”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 10

           

            Do total de 25 visitantes, 80% afirmaram que o clima no interior da mata ciliar é mais úmido, frio e agradável quando comparado ao clima das cidades. Um dos estudantes não respondeu a esta questão e, dos outros quatro visitantes, apenas um justificou a sua resposta. Esse visitante alegou que no interior da mata ciliar a temperatura é maior do que nas cidades por conta das áreas florestais ocorrerem em um lugar fechado. Esta afirmação pode ter sido deduzida por tal estudante após a reflexão e comparação do interior das matas ciliares com ambientes fechados que, muitas vezes, são mais quentes em relação aos outros ambientes devido à falta de circulação de ar nestes locais. No entanto, a este visitante faltou uma informação ecofisiológica de base, ou seja, que apesar da área de mata ser fechada, por conta do dossel formado pelo encontro das copas das árvores a evapotranspiração ocorrente nas espécies botânicas colabora para o aumento da umidade do ar, o que consequentemente contribui para a diminuição da temperatura nestes locais.

            Algumas justificativas dos estudantes, afirmando que o clima na mata ciliar é mais frio quando comparado ao das cidades, são apresentadas a seguir:

 

Pergunta: Você acredita que a temperatura no interior da “mata ciliar”, comparado à temperatura das cidades é:

 

(   ) mais quente   (   ) igual   (   ) mais frio.

 

Comente o porquê da resposta dada na questão acima.

 

Resposta 1:

 “Mais frio. Por que [na mata ciliar] tem muitas árvores e não bate muito sol”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 3

 

Resposta 2:

“Mais frio. Por que [na mata ciliar] é muito mais úmido”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 11

 

Resposta 3:

“Mais frio. Por que está na beira de rios e lagos”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 12

 

Resposta 4:

“Mais frio. Por que as árvores ajudam a temperatura a ficar mais agradável”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5

 

            Os participantes da trilha interpretativa guiada foram também questionados se as árvores plantadas nas praças, parques e calçadas das cidades tem alguma importância para os outros seres vivos. Dentre os 25 estudantes, somente um (4%) alegou que as árvores plantadas em cidades não apresentam importância para os outros seres vivos.

            Em seguida é apresentada a sua justificativa:

 

Pergunta: Você acredita que as árvores plantadas nas praças, parques e calçadas das cidades tem alguma importância para os animais, pessoas e outros seres vivos? (   ) sim   (   ) não

 

Comente o porquê da resposta dada na questão acima.

 

Resposta 1:

“Não. Por que geralmente o povo lá [nas cidades] não respeita nada!”

Estudante do 9º ano – visitante nº 6

 

            Partindo da justificativa deste estudante, vale ressaltar que é possível interpretar de sua resposta que o mesmo não acredita que as árvores não tenham importância no local em si. Todavia, acredita, na verdade, que o desrespeito da população com estes indivíduos arbóreo-arbustivos ocorrentes em praças, parques e jardins, muitas vezes, são passíveis de atos de vandalismo, o que pode acarretar, por exemplo, a sua destruição nestes locais.

            Entretanto, os outros 96% dos estudantes (24) afirmaram que a plantação de árvores em áreas urbanas tem importância para os outros seres vivos. A seguir são apresentadas algumas das justificativas dos estudantes referentes à importância destas árvores plantadas em áreas urbanas para animais, pessoas e outros seres vivos:

 

Resposta 2:

“Sim. Para gente respirar melhor”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 13

 

Resposta 3:

“Sim. Porque as árvores umedecem o ar”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 1

 

Resposta 4:

“Sim. Porque pássaros constroem ninhos nelas [nas árvores]”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 9

 

Resposta 5:

“Sim. Por que faz bem para a saúde [as árvores]”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 3

 

            A geração, armazenamento e descarte correto de substâncias e materiais foi outro tema abordado. Assim, quando questionados sobre quais as características de um local ideal para se dispor o lixo municipal, os estudantes responderam que este deveria ser descartado em um local próprio para não poluir. A seguir foram reproduzidas algumas das respostas dos estudantes acerca dos cuidados necessários para a escolha de um local adequado para descarte do lixo municipal.

 

Pergunta: O lixo produzido diariamente nas escolas, casas, hospitais, lojas, etc. deve ser colocado em um local em que cause os mínimos prejuízos para a população e para o meio ambiente. Se você fosse responsável por escolher este local, que cuidados teria para realizar essa escolha?

 

Resposta 1:

“Analisar o local para ver se é certo colocar o lixo”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 7

 

Resposta 2:

“Criaria um projeto contra o lixo [disposto] em locais inadequados”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 14

 

Resposta 3:

“Construir um lugar [local para depósito de lixo] longe da mata”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 9

 

Resposta 4:

“[Em um local] para não poluir”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 15.

 

            Em relação à comparação entre uma mata ciliar e uma plantação de cana-de-açúcar, no que diz respeito à diversidade biológica presente em tais áreas, 20% dos estudantes (5) responderam que nas plantações de cana-de-açúcar ocorre uma maior variedade de espécies vegetais, animais e de outros seres vivos. Destes estudantes, apenas um justificou a sua afirmação, conforme apresentado a seguir:

 

Pergunta: Imagine uma plantação de cana-de-açúcar e uma mata ciliar. Compare a diversidade de seres vivos existente em cada um desses locais. Em qual deles você acredita existir maior variedades de vegetais, animais e outros seres vivos?                            

 

(   ) plantação de cana-de-açúcar   (   ) mata ciliar 

 

Comente o porquê da resposta dada na questão acima.

 

Reposta 1:

“Plantação de cana de açúcar. Por que é mais fácil de achar animais”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 15

 

            Tal resposta pode ser interpretada baseado na facilidade de visualização de animais em áreas de cultivo agrícola, fato que ocorre devido ao espaçamento entre os indivíduos plantados em áreas cultivadas ser maior do que o espaçamento existente em um fragmento de mata, por exemplo, onde não é observado um espaçamento padrão. Porém, vale ressaltar que o questionamento aos estudantes foi referente à ocorrência de uma maior variedade de seres vivos nestas áreas e não à maior facilidade de visualização. Por outro lado, 80% dos estudantes (20) afirmaram que na área de mata ciliar ocorre uma maior diversidade biológica quando comparada a áreas de cultivo de cana-de-açúcar.

            Um visitante comparou o clima de uma mata ciliar com o de uma plantação de cana-de-açúcar, enquanto outros afirmaram que em áreas de mata ciliar ocorre uma maior diversidade de espécies vegetais e, consequentemente, de espécies animais. Pode-se inferir assim que estes visitantes afirmaram que as espécies animais encontram nas matas ciliares, quando comparada com as áreas de produção agrícola, uma fonte com maior disponibilidade de alimentos e abrigos, conforme pode ser verificado em algumas das respostas. Um dos estudantes salientou ainda que as monoculturas de cana-de-açúcar, muitas vezes, estão suscetíveis a queimadas cíclicas, o que acarreta distúrbios ambientais a estas áreas.

 

Resposta 2:

 “Mata ciliar. Por que os animais gostam mais desse clima”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5

 

Resposta 2:

 “Mara ciliar. Por que na floresta tem vários tipos de plantas”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 14

 

Resposta 3:

 “Mata Ciliar. Junta mais animais porque lá [na mata ciliar] tem mais comida”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 7

 

Resposta 4:

 “Mata ciliar. Pois a cana é queimada”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 2

 

Resposta 5:

 “Mata ciliar. Por que a mata ciliar é maior”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 16

           

            A partir das respostas obtidas nos questionários aplicados previamente ao percurso da trilha, pode-se verificar que a grande maioria dos visitantes possuía um amplo conhecimento prévio dos temas abordados na visitação.

            Por sua vez, alguns estudantes demonstraram ter um conhecimento pouco aprofundado acerca das questões de caráter sócio-ambiental discutidas no percurso da trilha. Assim, as atividades propostas possibilitaram a ampliação do repertório de tais visitantes sobre essas questões retratadas ao longo do percurso da trilha, por meio de discussões e reflexões promovidas entre os escolares, a partir de seus conhecimentos prévios associados às atividades desenvolvidas nesse percurso.

 

3.2. Avaliação dos questionários aplicados posteriormente à visitação

 

            Do total de 25 visitantes, 23 (92%) responderam à primeira pergunta do questionário aplicado posteriormente à visitação da trilha. Tal pergunta era referente ao aprendizado dos alunos após a realização do percurso da “Trilha dos Jequitibás”.

            Algumas das respostas transcritas abaixo sintetizam as opiniões predominantes entre os visitantes:

 

Pergunta: O que você aprendeu durante sua caminhada na Trilha dos Jequitibás?

 

Resposta 1:

“Que temos que valorizar a natureza”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 4

 

Resposta 2:

“Sobre a pegada ecológica, jequitibás, coleta seletiva...”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 2

 

Resposta 3:

“Aprendi como o homem estraga a natureza e como ajudá-la”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 17

 

Resposta 4:

“Da importância da natureza nas nossas vidas”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 24

 

            Os estudantes foram questionados em seguida se tiveram a oportunidade de ensinar algo que já sabiam antes para seus colegas. Abaixo são apresentadas algumas das respostas dos estudantes seguidas de sua justificativa:

 

Pergunta: Você teve a oportunidade de ensinar algo que já sabia antes para seus colegas?

 

(   ) sim   (   ) não

 

Comente a resposta dada acima.

 

Resposta 1:

“Sim. Em alguns momentos da trilha tirei algumas dúvidas dos meus amigos”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5

 

Resposta 2:

“Sim. Que as árvores nos ajudam a respirar”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 24

 

Resposta 3:

“Não. Pois estava com muitas dúvidas”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5

 

Resposta 4:

“Sim. Sobre as aranhas, que a maioria delas não são venenosas, apesar do tamanho”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 24

 

Resposta 5:

“Não. Porque o que eu sabia eles sabiam”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5.

 

            Alguns visitantes não justificaram esta questão, ou seja, apenas responderam “sim” ou “não”. A menor incidência de justificativas pode ser atribuída ao ao cansaço dos alunos, tendo em vista que estes já haviam percorrido o percurso da trilha e já desenvolvido todas as atividades propostas.

            Deste modo, sugere-se que futuras visitas sejam realizadas em apenas parte do percurso da trilha, ou seja, que sejam definidos previamente objetivos mais claros, entre a equipe da escola e a da trilha, e que sejam selecionados e trabalhados apenas alguns dos pontos interpretativos. O alto número de pontos interpretativos do percurso da trilha proposta pode sugerir que diferentes visitas podem ainda ser feitas pelo mesmo grupo de estudantes, bastando selecionar pontos interpretativos adequados e um tema norteador das discussões e atividades que se pretende desenvolver.

            Outra questão proposta diz respeito à importância da mata ciliar, temática abordada no percurso da trilha interpretativa guiada. Assim, foi indagado aos visitantes sobre o que eles acreditam que aconteceria com os cursos d’água caso houvesse um desmatamento da mata adjacente a esses corpos d´água. São apresentadas abaixo algumas transcrições:

 

Pergunta: Durante a visita à Trilha dos Jequitibás, você conheceu um pouco sobre a mata ciliar. O que você acredita que aconteceria com os seres vivos desta área se houvesse um desmatamento desta região? 

 

Resposta 1:

“Secariam as águas”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 17

 

Resposta 2:

“Ia sumir, evaporar”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 12

 

Resposta 3:

“A água irá diminuir e evaporar”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 4

 

Resposta 4:

“Poluído, sujo, sem vida!”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 6

           

            Em relação à extensão da trilha interpretativa guiada, 13 visitantes (52%) responderam que a sua extensão pode ser classificada como adequada (40%) ou curta (12%), enquanto 11 visitantes (44%) afirmaram que a extensão da trilha proposta foi longa. Apenas um estudante (4%) não respondeu esta questão. Este fato denota novamente que os pontos interpretativos definidos podem ser reduzidos em futuras visitas, conforme explicitado acima.

            Os visitantes foram questionados ainda sobre o que sentiram após a caminhada na “Trilha dos Jequitibás”. Logo abaixo foram transcritas algumas respostas que representam as opiniões da maioria dos visitantes:

 

Pergunta: Como você se sentiu após a caminhada na Trilha dos Jequitibás?

 

Resposta 1:

 

“Me senti muito bem por estar em contato com a natureza”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 19

 

Resposta 2:

 

“Fascinada”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 6

 

Resposta 3:

 

“Cansada, mas muito interessante”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 1

 

Resposta 4:

 

“Eu me senti mais informada”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5

 

            Em relação à comparação entre as respostas dos estudantes referente ao percurso da trilha, vale ressaltar que alguns visitantes afirmaram sentir certo cansaço ao final do percurso, outros afirmaram se sentir muito bem, enquanto outros ainda justificaram que, apesar de cansados, acharam muito interessante o percurso da “Trilha dos Jequitibás”.

            É possível supor, a partir dessas respostas, que a caminhada na trilha interpretativa, apesar de causar certo cansaço físico em alguns, promove também o bem estar por permitir o contato direto com a natureza, bem como o aprendizado por meio do desenvolvimento das atividades propostas (TABANEZ; PÁDUA, 1997).

            Os participantes da trilha interpretativa guiada foram também questionados se seria bom plantar mais cana-de-açúcar no lugar de áreas florestais, considerando o uso econômico dessa cultura.

            Dentre os 25 estudantes, somente dois (8%) apontaram que o plantio da cana-de-açúcar no lugar de áreas florestais seria algo positivo, enquanto vinte visitantes (80%) vêem esta prática como algo negativo. Três visitantes (12%) não responderam esta questão. Em seguida são apresentadas algumas das respostas dos visitantes:

 

Pergunta: Considerando a utilização que os homens fazem da cana-de-açúcar, seria bom plantar mais cana-de-açúcar no lugar de áreas florestais?

 

(   ) sim   (   ) não

 

Comente o porquê da resposta dada na questão anterior.

 

Resposta 1:

“Não. Porque para plantar cana-de-açúcar precisaria desmatar a floresta”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 5

 

Resposta 2:

“Não. Porque a cana não é muito utilizada pelos animais”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 20

 

Resposta 3:

“Sim. Porque poderia produzir mais álcool entre outras coisas”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 17

 

Resposta 4:

“Sim. Porque haveria mais produto dessa planta”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 7

 

Resposta 5:

“Não. Porque a mata também é importante”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 6

 

            É interessante notar que mesmo após a discussão sobre o cultivo da cana-de-açúcar como importante cultura, devido ao seu uso econômico, somente 8% dos visitantes apontaram o seu cultivo como algo positivo, substituindo as áreas florestais pelo cultivo dessa espécie. Isso demonstra claramente o papel sensibilizador em relação à preservação do meio ambiente, que o percurso da trilha e o desenvolvimento das atividades exerceu sobre os alunos, ou seja, a baixa incidência de respostas em favor do cultivo de cana-de-açúcar em áreas florestais evidencia que a grande maioria dos visitantes considera importante à conservação de coberturas florestais, mesmo sabendo dos benefícios que o cultivo de cana-de-açúcar traz à economia em geral.

            No que diz respeito as sugestões dos visitantes para a melhoria do percurso da “Trilha dos Jequitibás”, conforme as transcrições das respostas dos estudantes a seguir, é possível salientar que grande parte dos visitantes propôs novas atividades para incrementar o percurso da trilha interpretativa guiada:

 

Pergunta: Quais as suas sugestões para a melhoria da Trilha dos Jequitibás?

 

Resposta 1:

“Alguns esportes de trilha”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 13

 

Resposta 2:

 “Andar no interior da floresta”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 22

 

Resposta 3:

 “Ter mais animais para ter mostrado”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 19

 

Resposta 4:

 “Mais trilhas e mais novidades”.

Estudante do 9º ano – visitante nº 6

           

            Vale ressaltar que quando indagados sobre sugestões de melhorias para a “Trilha dos Jequitibás” dois visitantes (8%) fizeram referência ao acréscimo de esportes de trilha e essas sugestões podem ser acatadas, tendo em vista que há potencial, no campus universitário, visto que este apresenta, por exemplo, uma equipe de canoagem, esporte recentemente incorporado as atividades propostas aos estudantes universitários. Tal atividade, por meio do estabelecimento de uma parceria com a esfera universitária responsável por este esporte, poderia ser acrescentada no percurso da trilha futuramente, ou então proposta em uma nova trilha abordando como tema norteador a temática sócio-ambiental associada a esportes de trilha e ecoturismo.

            Além disso, vale salientar que o campus universitário está com um projeto em andamento para aquisição de bicicletas, que tem como objetivo a diminuição do uso de veículos automotores no interior do campus, bem como a ampliação do uso de meios de transporte mais sustentáveis (UFSCar, 2013).

            Os visitantes que sugeriram andar no interior da área do remanescente florestal (12%) não se atentaram ao fato de que o percurso da trilha referente ao entorno do remanescente florestal teve por objetivo a minimização dos possíveis impactos ambientais que podem ser causados pela maior circulação de pessoas no interior do fragmento florestal. A degradação ambiental decorrente do percurso de trilhas interpretativas ocorre devido as visitações periódicas dos frequentadores causarem alto impacto na biodiversidade local por conta do pisoteio da área.

            Além disso, o percurso no interior do remanescente florestal iria ampliar a exposição dos visitantes a eventuais riscos, já que há maior incidência de acidentes no interior de áreas florestais.

            No que diz respeito à sugestão referente ao contato dos visitantes com um maior número de animais, deve-se salientar que, devido aos hábitos e à própria biologia comportamental de muitos animais a visualização fica limitada.

            Por outro lado, quando visualizados no percurso da trilha interpretativa os animais foram foco de discussão com os participantes das atividades de Educação Ambiental. Pode-se citar, por exemplo, a visualização de algumas espécies de aves no sétimo ponto interpretativo e o início de uma conversa sobre esses animais.

É importante frisar que o presente projeto não tem como proposta a aquisição e criação de animais em viveiros para demonstração ao público, visto o caráter educativo-ambiental desta proposta, que exclui a manutenção em cativeiro de espécies de animais.

            Neste aspecto, em relação à sugestão referente à criação de novas trilhas e um maior número de atividades, o presente estudo visa subsidiar novas iniciativas para a criação de novas trilhas com enfoque em outras temáticas envolvendo questões de caráter educativo-ambiental.

            Em relação à avaliação da atratividade dos pontos interpretativos, o remanescente florestal foi avaliado por 32% dos visitantes como o ponto interpretativo da trilha de maior atratividade, seguido do quarto ponto interpretativo (Figura 4) que foi considerado por 28% dos visitantes, como o segundo ponto de maior atratividade da trilha. As avaliações dos escolares refletem os resultados obtidos na avaliação da metodologia IAPI empregada (MAGRO; FREIXÊDAS, 1998), visto que tais pontos obtiveram também, respectivamente, as maiores pontuações quando avaliados por meio dessa metodologia.

Figura 4: Visitação ao quarto ponto interpretativo da Trilha dos Jequitibás.

 

            No que diz respeito aos pontos de menor atratividade, o décimo ponto interpretativo (biblioteca) foi avaliado por 24% dos visitantes como o de menor atratividade, seguido do sexto ponto interpretativo (epífitas), considerado, por 20% dos visitantes, como o segundo ponto interpretativo de menor atratividade no percurso da “Trilha dos Jequitibás”.

            Tais resultados evidenciam que as atividades propostas nos sexto e décimo pontos interpretativos devem ser reavaliadas, com o intuito de incrementá-las, utilizando, por exemplo, uma abordagem mais dinâmica, que possibilite aliar a aprendizagem ao lazer dos visitantes. Esses resultados demonstram a eficácia da metodologia IAPI aqui empregada, visto que o sexto e o décimo pontos ficaram entre os cinco pontos de menor atratividade no percurso de trilha, usando a metodologia citada.

            Ao final do questionário os visitantes foram indagados sobre o que mais e/ou menos lhes atraiu no percurso da trilha interpretativa guiada. Do total das respostas, 28% dos visitantes afirmaram que o que mais lhes atraiu no percurso da trilha foi o lago, presente no terceiro ponto interpretativo. Enquanto que as árvores, as aranhas e a fruta-do-conde, encontradas ao longo do percurso da trilha representaram 9% das respostas dos visitantes em cada caso.

            Em contrapartida, o barro presente em parte do percurso do primeiro ponto interpretativo foi discriminado por 12% dos visitantes como o que menos lhes atraiu no percurso da “Trilha dos Jequitibás”. As aranhas foram também evidenciadas por 12% dos escolares visitantes da trilha como o que menos lhes atraiu no percurso, seguido da opinião de 8% dos visitantes, que afirmaram que o que menos lhes atraiu na trilha foram os mosquitos, presentes principalmente em parte do percurso do primeiro ponto interpretativo.

            Estas informações disponibilizadas pelos visitantes ao final do percurso da trilha, por meio dos questionários pós-visitação aplicados, irão possibilitar redirecionar algumas atividades, além de rever e aperfeiçoar as estratégias de ação utilizadas. Assim, a partir das respostas dadas pelos visitantes pode-se perceber o potencial que esta trilha tem para a incorporação de novas temáticas, como por exemplo, os padrões de comportamento, hábitos e dieta alimentar das aranhas, conforme evidenciado pelos próprios visitantes como um tema de interesse destes.

            Os pontos interpretativos referentes à biblioteca e as epífitas indicam a possibilidade de acréscimo de novos temas a serem abordados, com o intuito de tornar estes pontos interpretativos mais atrativos.

            Os questionários aplicados forneceram subsídios essenciais para o aperfeiçoamento do roteiro da trilha interpretativa guiada. Tal roteiro deverá ainda ser periodicamente discutido, reformulado e aprimorado de maneira sistematizada e consensual entre seus avaliadores, visando à manutenção da qualidade da experiência de visitação à esta trilha.

 

3.3. Algumas Considerações sobre a Trilha

 

            A avaliação da visitação a trilha interpretativa guiada foi realizada por um público-alvo de 25 estudantes do 9º ano da Escola Municipal Thereza Colette Ometto, abrangendo a faixa etária de 13 a 16 anos, acompanhados da professora de Ciências desta mesma instituição municipal de ensino. Na visitação à “Trilha dos Jequitibás”, a professora que acompanhou o grupo de estudantes do 9º ano da citada escola no percurso da trilha, fez algumas contribuições referentes aos conteúdos trabalhados, como por exemplo, comentou a ausência de predadores de “capivara” (Hydrochoerus hydrochaeris Linnaeus, 1766), ocorrente no local. A professora fez este relato após a observação de grande quantidade de fezes destes roedores no entorno do remanescente florestal, presente no ponto interpretativo inicial da trilha. A docente justificou tal alegação afirmando que a grande população destes roedores no local gera um desequilíbrio ecológico devido à ausência de hábitats que possibilitem a ocorrência de grandes mamíferos, predadores destes roedores nesta área.

            Esta professora também comentou sobre o grande período em escala de tempo para que uma árvore centenária como o “jequitibá-vermelho” (Cariniana legalis (Mart). Kuntze - Lecythidaceae), presente no quinto ponto interpretativo (Figura 5), leva para atingir o porte adulto. A docente relacionou esta escala de tempo centenária ao curto período de tempo que o homem leva para derrubar estes indivíduos arbóreos de grande porte, exuberância e importância ecológica, contribuindo assim para o desenvolvimento das atividades de Educação Ambiental propostas no percurso da trilha.

 

Figura 5: Fotografia do “jequitibá-vermelho” e atividade desenvolvida no quinto ponto interpretativo do percurso da trilha interpretativa do CCA-UFSCar.

 

            Conforme retratado no estudo de Ikemoto (2008), em que a metodologia de “Indicadores de Atratividade de Pontos Interpretativos” também foi empregada, na “Trilha do Parque Estadual dos Três Picos” não houve um roteiro temático estabelecido e os assuntos foram abordados no percurso da trilha sem haver necessariamente uma interconexão entre os mesmos e uma ideia central dotada de significado. Tal autora evidenciou assim que, apesar da grande riqueza de atrativos e temáticas presentes no percurso da “Trilha do Parque Estadual dos Três Picos”, sem a adoção de um tema norteador, a interpretação ambiental limitou-se à transmissão de conteúdos, informações e curiosidades sobre o local e seus diversos recursos.

            Assim, embora tenham sido agregados alguns valores sobre a proteção ambiental na “Trilha do Parque Estadual dos Três Picos”, as informações foram trabalhadas de maneira fragmentada e desassociada do cotidiano dos visitantes (IKEMOTO, 2008).

Em contrapartida, na “Trilha dos Jequitibás”, implantada no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos, no município de Araras (SP), definiu-se a temática “Diversidade Biológica - Conservação e Desenvolvimento”, como tema norteador das atividades propostas em cada ponto interpretativo, possibilitando um desenvolvimento mais aprofundado da interpretação ambiental. Nesse cenário, o potencial da “Trilha do Parque Estadual dos Três Picos” como instrumento de Educação Ambiental foi parcialmente explorado quando comparado ao da trilha aqui discutida e apresentada”.

            Apesar de não ter apresentado um roteiro temático de interpretação definido, a “Trilha do Parque Estadual dos Três Picos” tem grande relevância social. Assim em ambas as trilhas, acredita-se que o objetivo de exercitar a reflexão e a sensibilização entre os visitantes visando despertá-los para mudanças de atitudes, comportamentos e valores, como por exemplo aqueles referentes à reflexão sobre a crescente urbanização associada ao uso e degradação dos recursos ambientais de forma não sustentável, foi alcançado.

            Conforme já retratado por Hanai e Netto (2006) em seu estudo sobre meios para propiciar a percepção e interpretação ambiental, a proposição de um roteiro interpretativo adequado mostrou-se como um instrumento eficaz para a promoção da conscientização e da sensibilização dos visitantes.

            O programa de visitação planejado na “Trilha dos Jequitibás”, por meio de atividades de Educação Ambiental previamente selecionadas e desenvolvidas no percurso da trilha, bem como as questões de caráter sócio-ambiental discutidas com e entre os visitantes, mostrou-se com um roteiro interpretativo adequado, visto que todas as atividades tiveram um tema norteador que possibilitou a conexão entre as atividades e temáticas desenvolvidas ao longo da trilha. O programa de visitação elaborado para a “Trilha dos Jequitibás” promoveu também, entre os visitantes, a reflexão individual e coletiva sobre as questões de caráter sócio-ambiental propostas.

            Tais estratégias educativas tiveram como finalidade contribuir para a promoção da conscientização e valorização dos patrimônios naturais, culturais e históricos existentes na área de estudo.

            Foi verificado ainda que o campus do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos, além de uma área com alto potencial para a discussão acerca dos recursos naturais, culturais e históricos, parece ser ainda uma interessante opção de lazer, para o desenvolvimento de algumas atividades, tais como o descanso, relaxamento, reflexão e/ou contemplação da natureza pelos visitantes.

            Vale salientar que a “Trilha dos Jequitibás”, além de um instrumento de Educação Ambiental, constituiu-se também como uma opção viável para a prática de atividade física através de caminhadas no local de estudo, como proposto por Fernandes e Kawashima (2011), na “Trilha da Gruta de Arquimedes”, localizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, campus São Vicente (MT).

 

4. CONCLUSÕES

 

            O presente estudo possibilitou a criação e o acesso a uma trilha interpretativa do tipo guiada à população do município de Araras (SP) e região. A “Trilha dos Jequitibás” mostrou-se como um instrumento efetivo de Educação Ambiental, pois constituiu-se em uma oportunidade de reflexão individual e coletiva entre os visitantes a respeito dos temas sócio-ambientais propostos.

 

 

 

5. AGRADECIMENTOS

 

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Processo FAPESP nº 2012/06449-7), pela concessão de bolsa de Iniciação Científica ao primeiro autor. A professora de Ciências e estudantes do nono ano da Escola Municipal Thereza Colette Ometto, pelo desenvolvimento das atividades de Educação Ambiental propostas. À Diretoria do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos, por permitir a implantação da trilha, bem como o desenvolvimento do presente trabalho nas suas dependências.

 

6. REFERÊNCIAS

 

BARCELOS, V. H. L. ‘‘Escritura’’ do mundo em Octavio Paz: uma alternativa pedagógica em Educação Ambiental. In: SATO, M.; CARVALHO, I. (Orgs.). Educação Ambiental: Pesquisas e Desafios. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 77-98.

 

BRINKER, J. M. O. P. Possibilidades de ensino e aprendizagem de ciências biológicas a partir de situações existentes numa trilha ecológica. 1997. 158p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1997.

 

CAPES – Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior. PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. 2006. Disponível em: < http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid>. Acesso em: 30 abr. 2013.

 

CORNELL, J. Vivências com a natureza. São Paulo: Aquariana, 2005. 203p.

 

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006. 210p.

 

FERNANDES, J. B.; KAWASHIMA, L. B. Possibilidades de lazer e atividade física

em trilha ecológica no IFMT, Campus São Vicente. Revista Digital, ano 15, n. 154, p. 1-7, 2011.

 

FIGUEIREDO, R. A.; MATTIAZZI, B.; KLEFASZ, A. Florestas urbanas: Novo Paradigma para o Turismo Sustentável e para a Educação Ambiental. In: CASTELLANO, E. G.; FIGUEIREDO, R. A.; CARVALHO, C. L. (Orgs.). (Eco) Turismo e Educação Ambiental: Diálogo e Prática Interdisciplinar. São Carlos: Rima, 2007, p. 219-229.

 

GAMBOA, I.; BARRETTO, V. C. M.; XAVIER, M. V. M. Implantação de trilha interpretativa em áreas de mata ciliar e cerrado na Universidade Estadual de Goiás, unidade universitária de Ipameri (GO). Espaço em Revista, v. 11, n. 2, p. 169-179, 2009.

 

GUIMARÃES, V. F.; MENEZES, S. O. Uso de trilha interpretativa na Educação Ambiental: uma proposta para o município de Rosário da Limeira (MG). II Fórum Ambiental da Alta Paulista. Tupã: CD-ROOM. 2006. p. 1-22.

 

HANAI, F. Y.; NETTO, J. P. S. Instalações ecoturísticas em espaços naturais de visitação: meios para propiciar a percepção e a interpretação ambientais. OLAM - Ciência & Tecnologia, v. 6, n. 2, p. 200-223, 2006.

 

IKEMOTO, S. M. As trilhas interpretativas e sua relevância para promoção da conservação: Trilha do Jequitibá, Parque Estadual dos Três Picos (PETP), RJ. 2008. 121p. Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008.

 

LEGAN, L. Criando hábitats na escola sustentável: livro de atividades. Pirenópolis: Ecocentro IPEC, 2009. 104p.

 

LIMA, E. T. (Org.). Manual de metodologias participativas para o desenvolvimento comunitário. São Paulo: Bacias Irmãs / ECOAR / USP / York University / Canadian International Development Agency. 2008. 108p.

 

LOUREIRO, C. F. B. Trajetória e fundamentos da Educação Ambiental. São Paulo: Cortez, 2009. 150p.

 

MAGRO, T. C.; FREIXÊDAS, V. M. Trilhas: como facilitar a seleção de pontos interpretativos. Circular Técnica IPEF, n. 186, p. 4-10, 1998.

 

PEDRINI, A. de G. Fundamentos da pesquisa em Educação Ambiental: um caminho das pedras em Educação Ambiental. In: PEDRINI, A. de G. (Org.). Metodologias em Educação Ambiental. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 23-51.

 

RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2012. 334p.

 

ROCHA, L. M. G. de M.; BRITTO, Y. L. de O. Jardim sensorial: qual o limite de seus sentidos? Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: < http://www.latu.org.uy/espacio_ciencia/es/images/RedPop/Museologia/M18.pdf >. Acesso em: 13 fev. 2013.

 

SILVA, D. M.; LORENCINI JÚNIOR, A. A relação entre trilhas interpretativas, Interpretação Ambiental e Educação Ambiental, e a importância das espécies arbóreas para essas atividades. II Simpósio Nacional de Ciência e Tecnologia. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa: CD-ROOM (Artigo: 160). 2010.

 

TABANEZ, M. F. et al. Avaliação de trilhas interpretativas para Educação Ambiental. In: PÁDUA, S. M.; TABANEZ, M. F. (Orgs.). Educação Ambiental: caminhos trilhados no Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ, 1997. p. 89-102.

 

TABANEZ, M. F.; PÁDUA, S. M. Uma abordagem participativa para a conservação de áreas naturais: Educação Ambiental na Mata Atlântica. Anais do Congresso Brasileiro de Comunidades de Conservação. Curitiba - Paraná, v. 2, 1997.

 

TILDEN, F. Interpreting Our Heritage. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 2007. 212p.

 

TUAN, Y. F. Topofolia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: DIFEL, 1980. 288p.

 

TULLIO, A. D. A abordagem participativa na construção de uma trilha interpretativa como uma estratégia de Educação Ambiental em São José do Rio Preto – SP. 2005. 183p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005.

 

UFSCar – Universidade Federal de São Carlos. Ata da 33ª Reunião Ordinária Conselho do Centro de Ciências Agrárias. 2013. Disponível em: < http://www.cca.ufscar.br/wp-content/uploads/2013/04/CoC-Ata-33.pdf>. Acesso em: 22 out. 2013.

 

UFSCar – Universidade Federal de São Carlos. História do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos. 2012. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2012.

 

VASCONCELLOS, J. M. de O. Educação e Interpretação Ambiental em Unidades de Conservação. Fundação o Boticário de Proteção a Natureza. Cadernos de Conservação, ano. 3, n. 4, 2006.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ilustrações: Silvana Santos