Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/06/2014 (Nº 48) ESTUDO DA ESPÉCIE AZADIRACHTA INDICA A. JUSS (NIM) COMO POSSÍVEL INSETO-LARVICIDA BIOLÓGICO EM RELAÇÃO AO AEDES AEGYPTI
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ESTUDO DA ESPÉCIE AZADIRACHTA INDICA A. JUSS (NIM) COMO POSSÍVEL INSETO-LARVICIDA BIOLÓGICO EM RELAÇÃO AO AEDES AEGYPTI

Dayane Aparecida Bernardes1, José Vitor Oliveira2, Laís Andrade Santos3, Humberto Ferreira Silva Minéu4, Júnia de Oliveira Costa5

1Graduada em Ciências Biológicas, estudante de Pós-Graduação Lato Sensu em Ciências Ambientais - IFTM, Câmpus Ituiutaba, dayanebioo@hotmail.com

2Estudante do Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio – IFTM, Câmpus Ituiutaba, jvoliveer@gmail.com

3Estudante do Curso Técnico em Agroindústria integrado ao Ensino Médio – IFTM, Câmpus Ituiutaba, isylaloca@hotmail.com

4Professor do IFTM, Câmpus Ituiutaba, hmineu@iftm.edu.br

5Professora do IFTM, Câmpus Ituiutaba, juniacosta@iftm.edu.br

 

Resumo

 

A dengue, arbovirose transmitida pelo Aedes aegypti Linn representa um problema de saúde pública, acometendo a população, especialmente pertencente aos países tropicais como o Brasil. Muitos inseto-larvicidas químicos apresentam elevada toxicidade para os seres humanos e outros mamíferos, principalmente pelos níveis requeridos de dosagem para torná-los efetivos. Os metais e semi-metais tóxicos utilizados nestes compostos não são biodegradáveis e ao serem lançados no ambiente, permanecem em locais como a água, o solo ou sedimentos, podendo fazer parte da composição da cadeia alimentar. A literatura relata várias pesquisas relacionadas ao controle de larvas e insetos adultos, especialmente pela utilização de produtos naturais. Diante da resistência aos inseticidas convencionais, torna-se importante o estudo de novas estratégias como possíveis alternativas eficazes na erradicação do A. aegypti, que possam diminuir e/ou eliminar os riscos ao ambiente e à saúde humana. Neste sentido, o presente trabalho faz uma revisão sobre possíveis ações inseto-larvicidas de componentes presentes na espécie vegetal Azadirachta indica A. Juss (NIM) no controle do mosquito transmissor da dengue.

 

Palavras-chave: Aedes aegypti. Produtos Naturais. Inseto-larvicida Biológico.

 

1. INTRODUÇÃO

 

O Aedes Aegypti, encontrado mundialmente e adaptado ao ambiente urbano é um mosquito da ordem Diptera, da família Culicidae, originário da África e descrito no Egito, originando assim, o nome específico, que perdura até os dias atuais.1

 Esta espécie possui características domésticas, é antropofílico e apresenta atividade hematofágica diurna, utilizando depósitos de água limpa para colocar os seus ovos, sendo o principal responsável pela transmissão da dengue.2 O controle do inseto por meio da utilização de inseticidas químicos é complexo, pois o mesmo tem se tornado resistente à administração contínua destes compostos, que causam sérios danos ambientais. Portanto, estes fatores reforçam a importância de se desenvolver alternativas que não agridam o meio ambiente e que permitam o controle do A. aegypti visando a diminuição da incidência de dengue no país.3

O estudo das ações inseticida e larvicida de extratos vegetais como alternativa para a eliminação de vetores transmissores de doenças tem resultado em benefícios sociais e ambientais. Desta forma, o presente trabalho visa descrever sobre a ação inseto-larvicida da espécie Azadirachta indica A. Juss, conhecida popularmente como NIM, especialmente no que se refere ao controle biológico do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

 

2. ASPECTOS GERAIS

2.1  Características da espécie Azadirachta indica A. Juss

 

O NIM, conhecido cientificamente como Azadirachta indica A. Juss é uma árvore milenar, originário do subcontinente indiano, desenvolvendo-se, preferencialmente em regiões (sub)tropicais (Figura 1). Pertence à família Meliacea, como o mogno, apresentando diversas propriedades.4

 

 

 

 

 

 

 

                       

 

 

                                                                                                                 

 

 

(A)                                                      (B)

 

Figura 1: NIM. A) Árvore jovem B) Folhas. Fonte: arquivo pessoal.

 

              É uma árvore frondosa, atrativa, cheia de folhas do tipo imparipenadas, alternadas, com folíolos de coloração verde-claro, que caem somente em caso de seca extrema. De acordo com Alves (2007)5, muitas pesquisas relatam a presença de princípios ativos presentes em suas folhas e frutos (Figura 2).

 

 

 

 

 

 

 

             

 

 

 

 

 

Figura 2: Folhas e frutos do NIM. Fonte: arquivo pessoal.

 

O sistema radicular da planta é composto por uma raiz pivotante e de raízes laterais auxiliares.4 O Brasil possui condições climáticas propícias para o seu cultivo, permitindo o desenvolvimento satisfatório da árvore, que pode atingir até 15 metros de comprimento na idade adulta.3

O NIM é muito conhecido por suas propriedades pesticidas e medicinais. De acordo com a literatura, vários são os testes realizados através dos extratos de folhas, na inibição de patógenos foliares de algumas plantas. As sementes e folhas de NIM possuem multiplicidade de compostos como a solanina, azadiradiona e azadiractina, dificultando o surgimento de populações de pragas resistentes.6

 

2.2  Componentes ativos presentes no NIM

             

              A azadiractina é uma substância ativa do NIM que foi primeiramente isolada de suas sementes, podendo também ser encontrada nas demais partes da árvore.5 Este princípio ativo apresenta ação fagoinibidora, pois interfere nas glândulas endócrinas que controlam a metamorfose impedindo a ecdise.7

              O metabolismo primário das plantas é responsável pela produção de celulose, lignina, açúcares e outras substâncias responsáveis por suas principais funções vitais. Do metabolismo secundário resultam substâncias de baixo peso molecular, às vezes produzidas em pequenas quantidades, como alcalóides, terpenóides e derivados de fenilpropanóides. Os fenilpropanóides, em especial os terpenóides são os principais constituintes que estão envolvidos nas interações planta – inseto. Na busca de substâncias ativas de plantas, a medicina popular pode ser fonte de importantes informações.8

Os extratos preparados com folhas, frutos, sementes e tronco do NIM contem cerca de quatro compostos ativos que são: azadiractina, salanina, meliantriol e nimbim, os quais possuem atividade inseticida comprovada.9

O NIM apresenta limonóides que apresentam atividade inibidora que impede o inseto de se desenvolver quando se alimenta da planta ou mesmo em contato podem ter seu crescimento afetado. Estes limonóides interferem com a metamorfose dos insetos, ação esta conhecida como atividade fagoinibidora.10 Os limonóides são, provavelmente, os maiores representantes da classe dos terpenos com atividade inseticida. São conhecidos como meliacinas, devido ao sabor amargo. O triterpeno provoca distúrbios fisiológicos e alterações no desenvolvimento e funcionalidade de várias espécies de insetos.10 Aproximadamente 100 triterpenóides têm sido identificados em sementes, madeiras, cascas, folhas e frutos de A. indica.11

2.3  Bioinseticida

 

A utilização de agrotóxicos de forma inadequada pode resultar em implicações para três áreas básicas de grande importância no contexto global da sustentabilidade e da agricultura: a conservação ambiental, a segurança alimentar e, consequentemente, a saúde da população.3

Para evitar estes problemas ocasionados pela utilização de inseticidas químicos, a substituição dessas substâncias por bioinseticidas é uma alternativa no controle de vetores, trazendo muitos benefícios para a agricultura, diminuindo os custos na produção e a contaminação dos alimentos, preservando o meio ambiente e contribuindo para o aprimoramento da qualidade de vida da sociedade.3

              A utilização de métodos alternativos de combate e controle de insetos, como o Aedes aegypti tem aumentado significativamente devido à necessidade de superar os problemas como a resistência provocada por produtos não biodegradáveis. Vários componentes encontrados em extratos vegetais são capazes de alterar reguladores de crescimento, o comportamento alimentar, assim como o balanço endócrino destes vetores.12

A literatura relata que pequenas quantidades de azadiractina, o principal componente ativo do NIM, reduzem a alimentação, retarda a ecdise, desencadeiam a mortalidade de larvas, pupas e esteriliza os adultos de várias espécies de lepidópteros. De acordo com os resultados obtidos na Embrapa, este componente mostrou redução no desenvolvimento e, consequentemente, mortalidade de lagartas de Spodoptera frugiperda.9 A azadiractina não é única responsável pelo efeito inseticida do NIM, ou seja, outros compostos presentes na espécie também podem levar à letalidade, no entanto, muitos são desconhecidos e necessitam de estudos para melhor elucidar as suas ações.9

 

2.4  Características do Aedes Aegypti

             

              O Aedes Aegypti (Figura 3) é um mosquito da ordem Diptera, da família Culicidae, originário da África e descrito no Egito, surgindo assim, a sua nomenclatura taxonômica. Introduziu-se nas Américas por intermédio de embarcações européias, sendo que seus primeiros registros datam de 1898.1

 Desde o século XVIII, esse inseto, adaptado ao ambiente urbano tem causado preocupação às populações, pois é o vetor do vírus da dengue e febre amarela, preocupantes em relação à saúde pública.13

As condições de saneamento representa um dos fatores relevantes para a proliferação do A. aegypti.14 O acúmulo de água em recipientes como vasilhames temporários, pneus velhos, vasos de plantas, barris, latas usadas e garrafas destampadas favorece a oviposição, propiciando o desenvolvimento de larvas da espécie.15

 

             

 

 

 

 

 

                                                   

 

 

 

Figura 3: Aedes Aegypti. Fonte: http://www.ictq.com.br

 

Esta espécie, por ser a principal responsável pela transmissão da dengue tem sido alvo de estudos. É um inseto com aproximadamente um centímetro, antropofílico, de cor preta com listras e manchas brancas, com metamorfose completa, compreendendo quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. Apresenta ruído baixo, atividade hematofágica diurna, podendo encontrar em domicílios condições propícias para a sua proliferação.16

              Seus ovos são alongados, fusiformes e apresentam cerca de 1 mm de comprimento (Figura 4). São depositados nas paredes internas dos reservatórios próximo à lâmina d’água, locais estes que podem servir como criadouros.13

 

Figura 4: Ovos de A. aegypti (a esquerda).

Fonte: http://ambienteacreano.blogspot.com.br/2009/03/diferencas-entre-o-pernilongo-comum-e-o.html

 

A fecundação ocorre durante a postura, completando o desenvolvimento embrionário em aproximadamente 48 horas, desde que haja condições propícias de umidade e temperatura. O A. aegypti é um inseto holometábolo e a fase larvária (Figura 5) é o momento em que ocorre a sua alimentação e crescimento. Esta fase é composta de quatro estágios que dependem da temperatura, do alimento disponível e do número de larvas presentes no reservatório. Em determinadas condições, o intervalo entre a eclosão e a pupação pode ser de aproximadamente cinco dias.13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


             

Figura 5: Fase Larvária. (A): Somente larvas. (B): Larvas e 1 pupa (seta). Fonte: arquivo pessoal.

 

As pupas (Figura 5B) não necessitam de alimentos, ocorrendo nesta fase a metamorfose caracterizada pela transformação da larva em imago, com duração de dois a três dias. Já a fase adulta representa a fase reprodutiva do inseto.13

 

 2.5 Contágio e controle da dengue

 

A dengue é transmitida pela picada da fêmea contaminada do A. aegypti, que adquire o vírus depois de sugar o sangue de um indivíduo contaminado. Após o repasto sanguíneo, inicia-se então a maturação dos ovos (ovogênese). Não havendo completa ingestão de sangue, o desenvolvimento dos ovócitos não passará dos primeiros estágios. 17 Cerca de 8 a 10 dias de incubação extrínseca, o inseto pode transmitir o vírus. 15

O controle da dengue constitui um grande desafio, tendo em vista que o seu mosquito transmissor adequa-se perfeitamente às áreas urbanas, sendo necessário aperfeiçoar os estudos sobre a sua relação com o ser humano, para que se possa melhor conhecer o seu ciclo de vida e as variáveis do meio em que a espécie está inserida.18

 O combate ao vetor é feito como forma de prevenção mediante o bloqueio ou redução da transmissão do vírus da dengue, possibilitando o controle de epidemias, surtos, mortalidade e morbidade. 1

 

2.6      Vírus da Dengue

             

              A dengue é causada por vírus de RNA de fita simples do gênero Flavivirus, com 40-50 mm de tamanho. Os vírus são esféricos e tem envelope lipoprotéico, sendo que a porção lipídica é derivada das membranas das células hospedeiras. O genoma viral contém o código de três proteínas estruturais: capsídeo, proteína de membrana e glicoproteína, que compõem o envelope e sete outras proteínas não estruturais, sendo que algumas delas estão envolvidas na replicação viral. Foram descritas quatro espécies, denominadas como sorotipos: DEN – 1, DEN – 2, DEN – 3 e DEN – 4.19 A contaminação por um dos quatro sorotipos virais confere imunidade apenas contra o mesmo e pode desenvolver parcial proteção contra os outros três.

              Desta forma, repetidas infecções podem aumentar o risco de desenvolvimento do quadro hemorrágico da dengue, podendo levar o indivíduo a morte.20

 

 

 

2.7     Epidemiologia

             

              De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde foi registrado um total de 254.734 casos de dengue no país no período de janeiro a março de 2011, sendo a região Sudeste a mais atingida, seguida das regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro- oeste.14 Houve um aumento dos casos notificados entre novembro de 2010 e março de 2011 no Brasil de acordo com as regiões do país.15 Dos 3064 casos graves de dengue notificados à Secretaria de Vigilância em Saúde, a região Sudeste apresentou 1450 notificações, destacando-se o estado do Rio de Janeiro, com 1064.21

              É interessante que o setor responsável pela análise epidemiológica da dengue constate de forma rápida e eficaz as epidemias e casos de evolução mais graves, como a forma hemorrágica, diminuindo assim, os riscos de mortalidade.2 Para isso, é importante a realização de diagnósticos clínicos precisos por profissionais capacitados e atualizados sobre a doença e seu vetor.22

 

2.8         Armadilhas caseiras utilizadas na captura do Aedes aegypti

             

              Armadilhas denominadas mosquitéricas (“Mosquitoeiras Genéricas”), as quais foram desenvolvidas pelo Professor Maulori Curié Cabral e sua equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) consistem em uma alternativa de baixo custo e que não agride o meio ambiente capaz de capturar o Aedes aegypti.23

              Para a construção das mesmas são utilizadas garrafas pet de 1,5 a 2 litros; tesoura; lixa de madeira nº 180; fita isolante; tecido chamado microtule e grãos de alpiste (Figura 6).

 


Figura 6: Material utilizado para a confecção da mosquitérica. Fonte: arquivo pessoal.

 

              Em seguida, a garrafa é cortada em duas partes, sendo que uma delas é utilizada como copo e a outra, como um funil, ambas encaixadas. O pedaço de microtule cobre a boca da garrafa e os alpistes triturados são colocados no fundo do recipiente. Posteriormente, adiciona-se água limpa até a metade do copo (Figura 7).

 

 

 

 

 

 


                       

 

 

(A)                                   (B)                                   (C)                             (D)

 

 

 

           

 

 

(E)                               (F)                                (G)                             (H)

 

Figura 7: (A) 1º Passo – Retirada do lacre da garrafa sem danificá-lo, para utilização posterior; (B) 2º Passo – Corta-se a garrafa na altura do terço superior, separando em duas partes: funil e copo; (C) 3º Passo – A parte interna do funil é lixada para deixar a superfície ligeiramente áspera; (D) 4º Passo – Utiliza-se um pedaço de microtule de 5 x 5 cm para colocar na boca do funil;  (E) 5º Passo – Coloca-se o pedaço de microtule na boca do funil, prendendo-o com o lacre retirado da garrafa, retirando o excesso (sobras) do tecido; (F) 6º Passo – Coloca-se um pouco de alpiste triturado no copo; (G) 7º Passo – Adiciona-se um pouco de água no copo, fechando-o com o funil; (H) 8º Passo – Usa-se fita isolante para fixar/fechar a emenda do copo com o funil e um pedaço de fita para marcar o nível da água a ser mantido na mosquitérica. Fonte: arquivo pessoal.

 

              As armadilhas prontas (Figuras 7H e 8) devem ser colocadas em lugares frescos e sombreados e, diariamente observadas. A análise de larvas de possíveis mosquitos A. aegypti é feita pelo fototactismo negativo, tendo em vista que larvas de outras espécies também podem ser encontradas.23

              Quanto ao funcionamento da armadilha, as fêmeas do mosquito são atraídas pela evaporação da água, favorecendo a oviposição. Após a eclosão dos ovos, as larvas passam para a parte interna da armadilha, encontrando microrganismos dos quais se alimentam. A proliferação destes microrganismos deve-se à presença do alpiste em solução aquosa. O microtule impede que as larvas retornem ao exterior. Com o passar do tempo, as larvas crescem e transformam-se em pupas que, igualmente, são impedidas de retornarem. Em seguida, devido à metamorfose completa, as pupas transformam-se em mosquitos adultos que ficam confinados na parte aérea da armadilha, até morrerem.23

 

 

 


Figura 8: Mosquitéricas prontas e com o rótulo/etiquetas para serem distribuídas. Fonte: arquivo pessoal.

 

3. CONCLUSÃO

O uso de métodos alternativos de combate e controle do A. aegypti tem aumentado devido à necessidade de evitar problemas como a resistência de insetos vetores de doenças e a diminuição dos riscos de contaminação ambiental provocados pelos produtos sintéticos não-biodegradáveis. Desta forma, o estudo de produtos naturais e a utilização de armadilhas econômicas e ecologicamente corretas como a mosquitérica tornam-se de essencial importância para o controle de insetos vetores de doenças como a dengue.

 

 

4. REFERÊNCIAS

 

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Ilustrações: Silvana Santos