Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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04/04/2021 (Nº 47) RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: ESTUDO DE CASO SOBRE A IMETAME METALMECÂNICA
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RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: ESTUDO DE CASO SOBRE A IMETAME METALMECÂNICA

 

 

Adenir Alves de Sousa Filho[1], Giseli Nascimento de Almeida Oliveira [2], Katiane Costa Pereira [3], Marina Aparecida Santos de Souza Fávaro [4], Nilza Ribeiro dos Santos Oliveira [5], Simoni Casagrande Dal’Col [6]

 

 

 

[1] Graduando em Ciências Contábeis na FFACZ-Faculdades Integradas de Aracruz-Espírito Santo-e-mail adenirfilho@hotmail.com

[2] Graduando em Ciências Contábeis na FAACZ-Faculdades Integradas de Aracruz-Espírito Santo-e-mail giseli.medisa@gmail.com

[3] Graduando em Ciências Contábeis na FAACZ-Faculdades Integradas de Aracruz-Espírito Santo-e-mail kcpereira@portocel.com.br

[4] Graduando em Ciências Contábeis na FAACZ-Faculdades Integradas de Aracruz-Espírito Santo-e-mail msouzath@hotmail.com

[5] Graduando em Ciências Contábeis na FAACZ-Faculdades Integradas de Aracruz-Espírito Santo-e-mail nilzasantt@hotmail.com

[6] Docente da FAACZ-Faculdades Integradas de Aracruz-Espírito Santo-e-mail simoni.casagrande@hotmail.com

 

RESUMO

O presente artigo apresenta a importância que a Responsabilidade Social Corporativa tem tanto para as organizações como para a sociedade, assumindo o compromisso de contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável, pois ela contempla um conjunto amplo de ações que beneficiam a sociedade e as corporações. Esse conjunto de ações são tomadas pelas empresas, levando em consideração a economia, educação, meio ambiente, saúde, transporte, moradia, atividade locais e governo. O conjunto de ações realizadas pela empresa Imetame Metalmecânica sediada no município de Aracruz – ES exemplifica bem o que tange o conceito de Responsabilidade Social Corporativa. Fundada em 1980 tendo como principais atividades: fabricação, montagem e manutenção mecânica e industrial, com destaque nos segmentos de Papel e Celulose, Siderurgia Petroquímica e Mineração atuando em vários estados do Brasil, a empresa é modelo no estado de organização moderna, preocupada com o desenvolvimento sustentável, servindo commo base de referência para a apresentação desse artigo.

 

PALAVRAS-CHAVE: Responsabilidade social corporativa.

 

1 INTRODUÇÃO

 

A Responsabilidade Social Corporativa representa o compromisso com a ideia de organização como o conjunto de pessoas que interagem com a sociedade. Assume o princípio de que as organizações têm sua origem e seus fins essenciais nas pessoas, as quais se organizam e se dispõem em diversos grupos de interesses, com peculiaridades e distintos tipos de relação. Contempla o impacto da ação da empresa em sua tríplice dimensão: econômica, social e ambiental, tendo como meta principal a consecução do desenvolvimento sustentável.

Para um maior entendimento sobre o tema, esse artigo apresenta o conceito de Responsabilidade Social Corporativa, sua fundamentação e sua evolução histórica em paralelo com o que foi observado na empresa Imetame Metalmecânica, utilizada aqui como modelo e referência para o referido artigo.

 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

A expressão "responsabilidade social" foi escrita pela primeira vez em um manifesto de 120 industriais ingleses. O documento menciona que a "responsabilidade dos que dirigem a indústria é manter um equilíbrio justo entre os vários interesses dos públicos, dos consumidores, dos funcionários, dos acionistas”. Entretanto, as primeiras manifestações em defesa dessa idéia surgiram no início do século XX.

O novo direcionamento administrativo ganhou impulso após a Primeira Guerra Mundial, quando viu-se uma cooperação intensa entre a indústria e a comunidade pautada na necessidade de reconstrução de muitas nações. Nesse período houve um crescimento das associações de indivíduos na sociedade, a exemplo dos sindicatos, igrejas e clubes políticos que, além de visarem a melhoria das condições do trabalhador, desejavam a melhoria geral da sociedade. Esse espírito de ajuda mútua que se iniciou na sociedade, aliado ao conhecimento científico aplicado à administração, começa a despertar a responsabilidade social nos objetivos empresariais (ORCHIS; YUNG; MORALES, 2000, p. 4-6).

Na década de 1950, nos Estados Unidos o meio empresarial e acadêmico inicia uma discussão à respeito da importância da responsabilidade social pelas ações de seus dirigentes. No início da década de 1960, o tema começa a ser popularizado nos Estados Unidos. Os acontecimentos e as transformações sociais destacam os problemas sócio-econômicos e, de certa forma, preparam o ambiente para a aceitação da idéia. Na Europa, as idéias sobre responsabilidade social se multiplicam a partir da década de 1960, com artigos de revistas e notícias de jornais

que refletem a novidade oriunda dos EUA.

A década de 1970 chega com a preocupação de como e quando a empresa deveria responder sobre suas obrigações sociais e é na França que se dá o passo oficial na formalização do assunto nessa mesma década. É o primeiro país a "obrigar as empresas a fazerem balanços periódicos de seu desempenho social no

tocante à mão de obra e às condições de trabalho” (OLIVEIRA, 2000, p. 2-3).

Na década de 1980, o aumento das pressões sobre as empresas pela busca de alterações nos aspectos econômicos, desponta-se como terreno propício à discussão e difusão das idéias de responsabilidade social, sobretudo nos países em via de democratização política, esse tema passa a ser associado com a ética empresarial e com a qualidade de vida no trabalho (DE BENEDICTO, 2002).

Com uma maior participação de diversos autores de renome na questão da responsabilidade social, a década de 1990 apresenta a discussão sobre as questões éticas e morais nas empresas, envolvendo a questão ambiental, a educação e às grandes diferenças que caracterizam as injustiças sociais, o que contribui de modo significativo para a definição do papel das organizações.

 

 

2.1 Responsabilidade Social Corporativa

 

De acordo com Ashley (2002), a Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente. Onde a organização deve assumir obrigações de caráter moral, além das estabelecidas em lei, mesmo que não diretamente vinculadas a suas atividades, mas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável dos povos.

Segundo Fischer (2003, p. 21):

[...] a Responsabilidade Social é tomada como um conceito amplo, no qual a empresa, preservando seus compromissos de negócio, cria métodos, planos e incentivos, para que, interna e externamente, consiga colaborar com as expectativas de equilíbrio e justiça da sociedade, excedendo as funções que estão estabelecidas em lei e os próprios interesses inerentes aos seus negócios (FISCHER, 2003).

 

Diante da competitividade existente no mercado, a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é cada vez mais um fator positivo para as empresas, diante dos negócios. As empresas devem investir constantemente, de forma a produzir ou prestar serviços que não degradem o meio ambiente, devem promover ainclusão social e participar do desenvolvimento da comunidade de que fazem parte, entre outras iniciativas, são diferenciais cada vez mais importantes para as empresas. Cada vez mais, as grandes e médias empresas optam por fornecedores que usam a  RSC nos negócios. As empresas não só cumprem suas obrigações legais ao utilizarem princípios responsáveis, como se tornam mais éticas e transparentes em suas ações, isso faz com que ganhem credibilidade diante de seus parceiros, fornecedores, clientes, funcionários, governo e sociedade.

De acordo com CARROLL (1999), define que a Responsabilidade Social Corporativa, está subdividida em quatro tipos: econômico, legal, ético e filantrópico. Ela destaca ainda um modelo conceitual de gestão da RSC:

 

A responsabilidade social corporativa engloba as expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas por parte da sociedade em relação às organizações em determinado ponto do tempo (Carroll, 1979, apud CARROLL, 1999, p.35).

 

 

2.1.1     Responsabilidade Econômica

 

É considerada o principal tipo de responsabilidade social encontrada nas organizações, sendo o lucro o principal o motivo das empresas existirem. Ser responsável economicamente, significa produzir bens e serviços de que a sociedade necessita, com preços justos, de forma que a empresa continue suas atividades, satisfazendo suas obrigações e maximizando lucros para seus investidores. De acordo com, Friedman (citado em Daft, 1999, p.90), esta abordagem significa que o ganho econômico é a única responsabilidade social.

É natural que o objetivo principal de uma empresa seja o lucro, mas para garantí-lo é necessário que este conceito esteja diretamente ligado aos desempenhos social e ambiental.

 

 

2.1.2     Responsabilidade Legal

 

A responsabilidade legal define o que a sociedade considera importante com respeito ao comportamento adequado da empresa. Ou seja, espera-se das empresas que atendam às metas econômicas dentro da estrutura legal e das exigências legais, que são impostas pelos conselhos locais das cidades, assembléias legislativas estaduais e agências de regulamentação do governo federal. No mínimo, espera-se que as empresas sejam responsáveis pela observância das leis municipais, estaduais e federais, por parte dos seus funcionários (Daft, 1999, p.90-91).

 

2.1.3     Responsabilidade Ética

 

Segundo Daft (1999), a responsabilidade ética inclui comportamentos ou atividades que a sociedade espera das empresas, mas que não são necessariamente codificados na lei e podem não servir aos interesses econômicos diretos da empresa. A responsabilidade ética traz padrões, costumes, normas sociais, tradições e expectativas que refletem o que a sociedade e seus colaboradores acreditam ser justo e correto. Os gestores devem ser éticos na tomada de decisão, agindo com equidade, justiça e imparcialidade, respeitando os direitos de cada um.

 

2.1.4     Responsabilidade Filantrópica

 

A responsabilidade filantrópica, também conhecida como discricionária, é puramente voluntária e orientada pelo desejo da empresa em fazer uma contribuição social não imposta pela economia, pela lei ou pela ética (Daft, 1999, p.91). Ou seja, estas ações não são obrigatórias, podem ser realizadas através de contribuições financeiras para projetos comunitários ou para instituições de caridades que não oferecem retornos para as empresas e nem mesmo são esperados.

 

3 IMPORTÂNCIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

As organizações acreditam que a Responsabilidade Social está diretamente ligada ao seu desempenho econômico, portanto, é um investimento, em muitos casos, muito alto, mas que no final de um período pode trazer ótimos retornos financeiros. As organizações estipulam um percentual de sua receita para esse investimento, assim como é feito para aquisição de algum equipamento ou de expansão dos negócios e planeja em que irá investí-lo e qual o retorno esperado desse investimento.

Esse retorno vem em forma de aumento de produtividade, uma vez que, com as pessoas que fazem parte dessa organização satisfeitas em seus campos sociais, financeiros e pessoais, sua dedicação e retribuição para a organização será maior, ou seja, a Responsabilidade Social ajuda na imagem da organização, desenvolvendo um marketing positivo que acarretará no crescimento e desenvolvimento de sua marca e de seus produtos e também possibilita uma maior comodidade as pessoas que trabalham para essa organização, dispendendo para os mesmos uma tranquilidade no ambiente de trabalho que acarretará no aumento de sua performance profissional.

 

4    ETAPAS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

 

Para a implementação da Responsabilidade Social Corporativa deve-se considerar as seguintes etapas:

- Vontade política da diretoria – é obrigatório, por estar norteada por princípios e valores éticos e de responsabilidade, o comprometimento da Alta Direção;

-  Realizar um diagnóstico da situação atual – para que sejam detectados eventuais pontos com necessidade de grandes adequações ou correções antes de começar a construção do sistema propriamente dito.

- Ações corretivas ou de adequações iniciais –providenciar um bem elaborado Plano de Ação que contemple: os ajustes essenciais, o sequenciamento entre ajustes, o desdobramento de cada ajuste em etapas e estas em atividades; as determinações das eficácias de cada atividade, etapa e ajuste; o plano de ação de cada ajuste;

- A eleição de um Representante da Direção (RD) – O sistema de gestão da responsabilidade social necessita de um profissional extremamente maduro e de perfil ilibado, cabendo a ele autoridade e responsabilidade para: assegurar que os processos necessários para a RSC sejam estabelecidos, implementados e mantidos;

- Definir uma equipe de trabalho- Esse grupo tem que trabalhar como uma equipe, e para isto alguns treinamentos devem lhe ser oferecidos: posturas e comportamentos, minimização de conflitos, organização do trabalho, análise de processos, mapeamento de processos, PDCA, Metodologia de Análise e Solução de Problemas, elaboração de planos de ação e análise de eficácia de resultados;

- A Política da Responsabilidade Social – a política deve estar plenamente de acordo com o Planejamento Estratégico da organização e seus valores propagados e praticados.

- O Planejamento da RSC – Essa etapa deve ser coordenada apenas por profissionais que realmente entendem do assunto. O planejamento deve: incluir clara definição de papéis, responsabilidades e autoridade, possuir um plano de treinamento de novos funcionários e/ou temporários quando da contratação, considerar treinamentos periódicos e programas de conscientização para os funcionários existentes, prever procedimentos para identificar e permitir acesso à legislação aplicável a seus aspectos da responsabilidade social, planejar os objetivos e metas de responsabilidade social, considerar os requisitos legais, aspectos ambientais, econômicos e sociais significativos, suas opções tecnológicas, seus requisitos financeiros, operacionais e comerciais, os meios sociais e culturais em que a organização está inserida, incluir programas para atingir seus objetivos e metas de responsabilidade social, projetar o provisionamento de recursos para estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema da gestão de responsabilidade social.

- Elaboração dos procedimentos de RSC – deve ter procedimentos padronizados devendo ser muito claros, objetivos, simples, sem ambigüidades e entendíveis por todos – sem exceção – da organização.

- Auditorias internas – Para avaliar seu grau de evolução, detectar pontos de estrangulamento e de melhoria, e detectar entraves de caráter discriminatório ou equivalente que porventura estejam ocorrendo.

- Ações corretivas – Elas devem ser executadas para eliminar as causas de não conformidades de forma a evitar sua repetição.

- auditoria de certificação – As normas certificáveis de RSC exigem que as evidências de conformidade devem ser ser demonstradas pela empresa.

 

 

5    IMPACTO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA NA GESTÃO OU TOMADA DE DECISÃO

 

As organizações necessitam  reordenar completamente seus negócios e valores num ritmo cada vez mais acelerado. O ponto de partida para a definição de estratégias em uma companhia tem que partir da desconstrução sistemática das ortodoxias do seu setor de atividade, caminhando para uma inovação que contemple o conceito da Responsabilidade Social,  investindo em novos processos de gestão, visando obter diferenciais competitivos que sejam interessantes aos seus stakeholders e as próprias organizações.

O crescente desafio exige que governos, empresas e sociedade organizem-se em torno do desenvolvimento sustentável, que engloba tanto os aspectos econômicos como os sociais e ambientais. Assim, o mundo empresarial vê, na responsabilidade social, uma nova estratégia para aumentar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento.

O desempenho social inadequado e a falta de políticas bem elaboradas de cunho social podem ter sérias implicações organizacionais, acarretando prejuízos materiais e morais de modo a aumentar os custos e perder oportunidades de mercado. Essa tendência decorre da maior conscientização do consumidor e conseqüente procura por produtos e práticas que gerem melhoria para o meio ambiente ou comunidade, valorizando aspectos éticos ligados à cidadania (Ashley, 2002).

As corporações tentaram inicialmente se diferenciar com um pequeno envolvimento, por exemplo, a obtenção de selos verdes. Mas hoje o consumidor tem uma visão mais ampla e não aceita uma empresa que não reflita sistemicamente seu impacto sobre o meio ambiente.

Além disso, essas profundas transformações mostram-nos que o crescimento econômico só será possível se estiver alicerçado em bases sólidas. Deve haver um desenvolvimento de estratégias empresariais competitivas por meio de soluções socialmente corretas, ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis.

A nova realidade do mercado fez com que as empresas investissem mais em outros atributos, além do preço e qualidade hoje é essencial possuir serviço de pós-venda, produtos ambientalmente corretos, relacionamento ético com os consumidores, fornecedores e varejistas, além da valorização de práticas ligadas ao ambiente interno como a segurança dos funcionários e a preservação do meio-ambiente.(Ashley 2002).

Hoje, as organizações não são vistas apenas como agentes econômicos puros que apenas vendem produtos, mas, administra suas relações com o público de forma transparente, companheira e solidária, visto que o que realmente vale na hora de competir são os aspectos intangíveis, mais difíceis de imitar: a reputação da marca quanto à qualidade, liderança, cultura que transmite, relação que estabelece com seus clientes, inovação e seu prestígio como marca global.

Não é surpreendente, portanto, que o gerenciamento do impacto econômico, ecológico e social tenha se tornado determinante, em alguns setores, para a melhoria de sua competitividade. Atrelar à marca uma imagem ética e socialmente responsável tem se tornado um fator estratégico de competitividade moderna (Lisboa, 2000).

A reputação das marcas e das corporações, que hoje são componentes cruciais da capitalização de mercado das empresas, ficam mais vulneráveis diante dos temas emergentes da gestão. É responsabilidade de todos os gerentes e funcionários proteger a credibilidade da marca. O ambiente comercial também tem exigido da empresa, reinvenção e reorganização constantes, implicando um processo contínuo de reestruturação.

 

 

6    ESTUDO DE CASO: IMETAME METALMECÂNICA

 

O presente artigo baseia-se num estudo de caso à respeito da empresa Imetame Metalmecânica, abordando a prática da Responsabilidade Social Corporativa.

A empresa possui mais de 3500 colaboradores e diversificou a atuação dos negócios através do Grupo Imetame, que compreende as empresas Imetame Energia, Imetame Granitos, Imetame Logística e Imetame Agronegócio.

A Política do Sistema de Gestão Integrado está devidamente alinhada à visão, missão e valores da empresa que é contribuir para um mundo melhor, promovendo a evolução e a realização dos sonhos das pessoas, envolvendo e satisfazendo os parceiros com gestão diferenciada de soluções profissionais, ambientais e sociais, fundamentadas em práticas simples, cidadãs, verdadeiras e conscientes.

Como valores a empresa:

- Desenvolve ações conscientes promovendo a valorização da vida;

- Motiva a visão de futuro consciente, criando soluções para renovar os recursos naturais;

- Agi para superar as expectativas de nossos parceiros;

- Atua em sintonia com a legislação;

- Promove a evolução contínua do sistema de gestão;

- Existe como referência de organização lucrativa e consciente.

 

6.1 AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA PRATICADAS

 

A empresa possui o Programa Nova Consciência, criado em 2003, que tem como objetivo contribuir para um mundo melhor, através de ações que conscientizam e provoquem mudanças de atitudes, beneficiando diretamente as comunidades vizinhas à sede da empresa (em Aracruz/ES) e às obras.

 

6.1.1 Projeto Cultivando uma Nova Consciência

 

O projeto incentiva famílias menos favorecidas da comunidade a cultivarem uma horta fornecendo os implementos necessários, como sementes, adubo, materiais para o plantio e, se a horta estiver bem cuidada, a família recebe da empresa mensalmente uma cesta de alimentos proporcional à quantidade de membros da família. São realizadas visitas periódicas e as famílias recebem assistentes sociais da empresa que orientam sobre temas diversos como planejamento financeiro e familiar, noções de organização e higiene, entre outros, realizando desse modo um trabalho de sensibilização para o vivenciar de uma nova realidade.

 

6.1.2 Projeto Sonho Meu

 

O objetivo do projeto é transformar ao final de cada ano, os recursos que seriam direcionados à compra dos tradicionais brindes para clientes e parceiros em presentes para famílias menos favorecidas. São distribuídos eletrodomésticos, móveis, colchões, roupas de cama, entre outros presentes. Com isso realizando alguns sonhos e necessidades de diversas famílias. 

 

6.1.3 Projeto Amor que Aquece

 

Durante o período do inverno a Imetame distribui para crianças da região de Aracruz/ES e localidades próximas da Bahia, conjuntos de moletom e cobertores.

 

6.1.4 Projeto Presenteando a inocência

 

Antes conhecida como Ação de Natal, e hoje conhecida como presenteando a inocência, na época do Natal, meninas e meninos de 0 a 10 anos são presenteados com brinquedos. O objetivo do projeto é proporcionar um final de ano especial para crianças de localidades menos favorecidas. A ação acontece na região de Aracruz/ES e localidades da Bahia.

 

6.1.5 Projeto Semeando Oportunidades

 

Ao invés de enviar cadernos e agendas como brinde a clientes no início de ano, a Imetame beneficia crianças de 4 a 10 anos com mochilas e material escolar. É uma forma de a empresa apoiar as crianças na busca por um futuro melhor através da educação.

 

6.2 Resultado dos Projetos

 

Esse projetos que a empresa desenvolve conta com a participação direta dos funcionários, seja na assistência ao atendimento as pessoa atendidas pelos projetos ou no trabalho voluntário ligado diretamente a esses projetos.

A seguir, apresentamos uma tabela onde podemos evidenciar a eficácia desse trabalho:

 

PROJETO

2011

2012

Cultivando uma Nova Consciência

80 FAMÍLIAS CERCA DE 450 PESSOAS

85 FAMÍLIAS /427 PESSOAS

Sonho Meu

242 FAMÍLIAS CERCA DE 1.240 PESSOAS

236 FAMÍLIAS / 615 PESSOAS

Amor que Aquece

8.011 CRIANÇAS

7.321 CRIANÇAS

Presenteando a Inocência

8.143 CRIANÇAS

8.953 CRIANÇAS

Semeando Oportunidades

7.787 CRINÇAS

8.548 CRIANÇAS

Fonte: Dados elaborados pelos autores (2013)

 

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A responsabilidade social corporativa é o compromisso voluntário das empresas com o desenvolvimento da sociedade e a preservação do meio ambiente, desde sua composição social e um comportamento responsável com as pessoas e os grupos sociais aos quais se integram.

Vai além do mero cumprimento da norma legal estabelecida e da obtenção de resultados exclusivamente econômico sem curto prazo. Supõe um planejamento do tipo estratégico que afeta a tomada de decisões e as operações de toda organização, criando valor em longo prazo e contribuindo significativamente para obtenção de vantagens competitivas duradouras.

A responsabilidade social corporativa está baseada na ética, na transparência das relações entre diferentes públicos que dependem da organização, sejam seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas e comunidades, necessitando ter as ações vinculadas ao planejamento estratégico e serem sistêmicas e focadas em resultados, como observamos no caso da empresa Imetame Metalmecânica.

 

 

8 REFERÊNCIAS

ASHLEY, Patrícia Almeida et al. Ética e Responsabilidade Social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002.

CARROLL, Archie B. Corporate social responsibility. Business and Society. Chicago, v. 38, n. 3, p. 268-295, Sept.

DE BENEDICTO, S. C. A Responsabilidade Social das Empresas: uma relação estreita com a educação. Lavras, UFLA/DED, 2002. 199 p. (Monografia de Especialização em Educação).

FISCHER, Rosa Maria. A responsabilidade pelo desenvolvimento. São Paulo, 2003. Texto de Apoio à Prova de Erudição do Concurso para Provimento do Cargo de Professor Titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

LOURENÇO, Alex Guimarães; SCHRODER, Débora de Souza. Vale investir em responsabilidade social empresarial? Stakeholders, ganhos e perdas. São Paulo: Fundação Petrópolis, 2003. 77 p.

OLIVEIRA, F. R. M. Relações públicas e a comunicação na empresa cidadã. São Paulo: UNESP, 2000. (Monografia). Disponível em: . Acesso em: 03 Jun. 2013.

ORCHIS, M. A.; YUNG, M. & MORALES, S. Impactos da responsabilidade social nos objetivos e estratégias empresariais. São Paulo: FAAP, 2000 (Monografia). Disponível em: . Acesso em: 03 Jun. 2013.

TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Balanço Social – Uma abordagem da Transparência e da Responsabilidade Pública das Organizações. São Paulo: Atlas, 2001.

História. Disponivel em: . Acesso em: 30/03/2013.

Responsabilidade Social. Disponivel em: . Acesso em: 30/03/2013.

 

História do Grupo Votorantim. Disponivel em: <http://www.votorantim.com.br/pt-br/grupovotorantim/historia>.  Acesso em: 06/04/2013.

 

Responsabilidade Social. Disponivel em: <http://www.votorantim.com.br/pt-br/grupovotorantim/responsabilidadesocial>.  Acesso em: 06/04/2013.

 

Ilustrações: Silvana Santos